sábado, 2 de outubro de 2010

TRIBUTO AOS NÁUFRAGOS (NAVIO FANTASMA)


Atracado estava, num cais do porto,
Um náufrago navio, um corpo semimorto,
Um morto vivo, tal qual um zumbi, estava ali,
Carregado de algas num casco tosco.

Enfileiravam-se para o desembarque, 
todos de olhos fundos,
Seminus, imundos, 
todos só pele e osso,
Um alvoroço, de defunto perdido,
Procuravam atentos, 
alguém talvez, 
que os tivessem perdidos, 
na imensidão daquele oceano

Um amor partido, um parente amigo, 
um pai, uma mãe;
Nos escombros de uma embarcação sumida em tempos findos,
Erguiam-se capitães e marujos, do mais luxuoso barco, 
nunca antes visto, 
agora, um cemitério flutuante.

Havia caveiras amantes,
com taça de champanhe nas mãos,
Brindando o que ali se findava,
uma longa jornada,
para o fim daquela viajem.

05/07/2006

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