quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

OS MUTANTES OS BEATLES BRASILEIROS (ENTREVISTA COM A BANDA)





Bom, com tantas reuniões que já vimos ao redor do mundo de bandas clássicas como Pink Floyd, Creamm, The Doors, Black Sabbath e a mais comentada hoje, Led Zeppelin por causa dos lançamentos dos registros do Show histórico em 2007, fiquei pensando que talvez isso tudo seja uma tendência, pois bem em 2007 ano da realização da reunião do Zeppelin aqui no Brasil houve um lançamento do registro em DVD e CD da banda O Terço com uma das formações clássica (belo registro) e  também teve a histórica reunião dos Mutantes, banda o qual denomino os Beatles Brasileiros, primeiramente pela inovação o qual os irmãos Sergio e Arnaldo Baptista com a nossa musa Rockeira Rita Lee fizeram na música Brasileira e pela sonoridade original que a banda conquistou, num país onde guitarra elétrica era novidade e poucos eram os recursos tecnológicos que haviam para se criar algo parecido com os padrões internacionais. Estes magos, quase alquimistas do som, criaram uma música unica e que ganhou muitos adeptos dentro e fora do país, podemos citar Sean Lennon, Kurt Cobain e Mike Patton entre outros. 




Contrariando a vocalista Rita Lee, o grupo que revolucionou a música brasileira se juntou à cantora Zélia Duncan e voltou aos palcos depois de mais de 30 anos. O quarteto comemorou o sucesso desta histórica reunião com o lançamento de um CD e DVD ao vivo gravado em Londres e uma turnê pelo País.



01 - Dom Quixote
02 - Caminhante Noturno
03 - Ave Gengis Khan
04 - Tecnicolor
05 - Virginia
06 - Cantor de Mambo
07 - El Justiciero
08 - Baby
09 - I'm Sorry Baby 
      (Desculpe, Babe)
10 - Top Top
11 - Dia 36
12 - Fuga Nº II
13 - Le Premier Bonheur du Jour
14 - Dois Mil e Um
15 - Ave Lúcifer
16 - Balada do Louco
17 - I Feel a Little Spaced Out 
      (Ando Meio Desligado)
18 - A Hora e a Vez do Cabelo Nascer 
      (Cabeludo Patriota)
19 - A Minha Menina
20 - Bat Macumba 
21 - Panis et Circenses

EXTRAS 
DOCUMENTARIOS 
Mutantes 2006 
Videos Clips - Ensaios - Galeria de fotos.



Muitos diziam ser impossível enquanto outros – como a vocalista Rita Lee – ironizavam, mas os Mutantes estão de volta e de forma excepcional. Os integrantes da formação clássica Arnaldo Baptista (vocal, órgão e leslie vox), Sérgio Dias (vocal, guitarra e trompa) e Dinho Leme (bateria) se uniram a cantora Zélia Duncan – fã do grupo desde a adolescência – e reviveram o tropicalismo pscicodélico dos anos 60 e 70.
O primeiro show foi realizado em abril desde ano no tradicional Barbican Theatre, em Londres, que foi devidamente registrado no CD e DVD Mutantes ao Vivo lançado pela Sony & BMG. A performance traz 21 clássicos que contribuíram para a história da música brasileira.
Sem querer imitar Rita Lee, a cantora Zélia Duncan se encaixou perfeitamente a proposta e completou o novo Mutantes, que ainda conta com mais seis músicos convidados. A união dessas dez pessoas transformou essa performance em um momento histórico, que se repetiu em sete cidades norte-americanas durante uma turnê de sucesso que se seguiu. O grupo agora promete mostrar também aos brasileiros o poder deste retorno.
Aproveitando a ocasião, a gravadora Som Livre também está relançando os discos da fase progressiva do conjunto: Tudo Foi Feito Pelo Sol (74) e Mutantes ao Vivo (76) – não confunda com o título homônimo do novo registro. Curiosamente, esta fase traz apenas a presença de Sérgio Dias e não foi abordada no novo trabalho.
Em entrevista a revista Comando Rock em 2007, os simpáticos músicos falam da volta dos Mutantes, o primeiro show em Londres, a escolha do repertório, os quase 30 anos que Dinho ficou longe da música e a entrada de Zélia Duncan, ironizam as declarações contrárias de Rita Lee, homenageiam o falecido maestro Rogério Duprat, comentam os anos de afastamento entre os irmãos Sérgio e Arnaldo, avaliam o mercado musical atualmente e comemoram a turnê pelos Estados Unidos.
Comando Rock: Primeiramente gostaria que contassem como surgiu a reunião e como foram os primeiros ensaios.
Sérgio Dias: É difícil dizer como as coisas aconteceram, pois foram muitos fatores em um curto espaço de tempo. Começamos de forma improvisada eu, Arnaldo e Liminha (Arnolpho Lima Filho, baixista do conjunto entre 69 e 74 e renomado produtor, que desistiu de participar da reunião durante os ensaios). Apenas deixamos a música rolar e percebemos que a fluidez da coisa foi natural. A comunicação musical é muito importante.
Zélia Duncan: Eles fizeram em torno de 50 ensaios desde fevereiro e entrei no meio desse caminho, em abril. São 21 canções que geraram um trabalho árduo. São canções que eles também estavam tendo um novo contato. O trabalho cresceu a cada dia. É interessante ver que são músicas que continuam revolucionando.
Comando Rock: O primeiro show desta volta, que está sendo lançado em CD e DVD, foi realizado no Barbican Theatre, em Londres. Por que este foi o lugar escolhido?
Sérgio: Na verdade foi para onde nos chamaram (risos). Este show foi apenas a ponta do iceberg. Depois de lá fizemos uma turnê completa pelos Estados Unidos e estamos preparando algumas apresentações pelo País. A primeira será em São Paulo no aniversário da cidade (25 de janeiro), no Museu do Ipiranga.
Comando Rock: Os álbuns dos Mutantes sempre apresentaram momentos que soavam como uma certa “bagunça”, devido ao experimentalismo, porém nesta performance a banda parece mais encaixada e com os instrumentos em seus devidos lugares.
Sérgio: Realmente este trabalho o som está mais certo, mais coeso. Na época em que compomos e gravamos essas faixas não tínhamos o aparato e nem tempo para fazermos as coisas como queríamos, então algumas ficavam meio improvisadas. Nesta reprodução pudemos olhar para traz e ver o que ficou bom e o que poderia ser melhorado. Ganhamos também um pouco mais de maturidade e anos de vida. Sem falar dos músicos que nos acompanharam que são todos excelentes. Tudo se encaixou perfeitamente.
Comando Rock: A apresentação em Londres traz 21 canções. Como escolheram o repertório do show?
Sérgio: Escolhemos as impossíveis de tocar, pois muitas das outras já foram tocadas por outros artistas. Estamos sendo muito fiéis aos arranjos originais. Revisitar e reviver essas composições é um sonho. Ouvimos agora, 30 anos depois, o baixo e o piano de Arnaldo para “Baby” e o solo de guitarra que compus para “Top Top” são indiscritíveis. E tinha apenas 16 anos quando fiz isso...
Comando Rock: Dinho, desde que deixou os Mutantes, em 73, você praticamente deixou a cena musical. Retornando agora mais de 30 anos depois...
Dinho Leme: Realmente não pensava em tocar se não fosse com os Mutantes. Quando parei com o grupo e eles continuaram, não tinha nenhuma vontade de tocar acompanhando outros cantores. Era difícil pensar em alguém de quem pudesse ser baterista. Mas agora as coisas foram acontecendo... Estava bem enferrujado, mas com os músicos que nos estão acompanhando ficou mais fácil. Há toda uma harmonia. É gostoso, flui melhor!
Comando Rock: Zélia, de certa forma, você está substituindo a Rita, além de estar acompanhando artistas que marcaram história na música brasileira. Você teve algum receio de entrar no conjunto?
Zélia: Não cheguei a pensar muito, talvez se tivesse pensado não aceitaria (risos). Havia a diferença de voz. Não sabíamos se mudávamos o tom das canções ou se cantaria mais agudo. Mas agora já superei minhas inseguranças individuais. Não estou aqui no lugar da Rita, estou no meu lugar. Não tento imitá-la! Ela sempre terá seu lugar dentro da história dos Mutantes. Ela é uma das criadoras... Que venham os novos desafios, quero enfrentar outras inseguranças. Logicamente, sempre terá quem gosta e quem não gosta.
Sérgio: Antigamente, sempre fomos criticados com a Rita e agora seremos criticados sem a Rita. Isso irRita (risos)!
Arnaldo Baptista: Mandei a Rita embora dos Mutantes. Ela era uma banana! A Zélia é mais adubada, é mais rock and roll. A Zélia é Led Zeppelin. Estou botando muita fé nela!
Comando Rock: Porém a Rita Lee tem criticado o revival do grupo e chegou a chamá-los de um “bando de velhinhos espertos tentando descolar grana para pagar seus geriatras”.
Sérgio: Conhecendo ela como conheço, digo que isso tudo é puro folclore. Não é bem por aí... Não vamos dar pano para manga. Ela foi muito gentil com a Zélia quando elas conversaram a respeito.
Comando Rock: Esta nova parceria entre vocês e Zélia também irá gerar a composição ou gravação de faixas inéditas?
Sérgio: Com certeza! Inclusive já temos uma música saindo do forno...
Comando Rock: Em outubro passado, o maestro Rogério Duprat, que colaborou com diversos arranjos da banda nos discos clássicos, morreu. O que ele representa para os Mutantes?
Sérgio: Era ele quem fazia o link entre nosso mundo musical subjetivo e o mundo objetivo. Sua morte foi um enorme ganho para o céu. Ele fez demais por aqui. Bendito o lugar onde está agora o maestro!
Comando Rock: Há anos atrás, uma volta dos Mutantes era praticamente impossível já que Sérgio e Arnaldo – apesar de irmãos – não se falavam.
Sérgio:  Muitas coisas separaram nossas vidas... Vejo fotos de quando éramos crianças e a conclusão é que a família é algo maravilhoso. Isso não tem preço, a música acaba virando subproduto! Para mim, o Arnaldo é amor... Foi uma grande idiotice ficarmos separados. Mas, por outro lado, os dez anos que morei nos Estados Unidos foram muito produtivos para mim como músico e produtor. A vida tem dessas coisas...
Comando Rock: O mercado musical também sofreu muitas mudanças durante esse período. Na opinião de vocês, como os Mutantes se encaixam nessa fase atual?
Sérgio: Somos a prova viva de que o sistema do mercado musical não tem nada a ver com música. Se fossemos pensar dentro do business da música, teríamos de ter um projeto de mídia, patrocínio, isso e aquilo. É uma coisa absurda! Mas, quando dissemos “sim” ao Barbican, em 15 dias estávamos com shows marcados na América sem ter tocado uma nota. Não tinha álbum lançado, não tínhamos tocado no Barbican, não tinha matéria, não tinha nada. Vivemos no resplandecer da era do fogo. Hoje, a humanidade faz tudo queimando. Só espero que não queime a gente (risos).
Comando Rock: A turnê americana rendeu shows lotados por sete cidades. Qual era o público encontrado nessas apresentações?
Zélia: A maioria era composta por gringos com exceção de Miami, onde havia muitos brasileiros residentes. Tivemos várias datas com ingressos esgotados. Podia-se ver as pessoas emocionadas em ver esses caras. E tinha muita gente jovem também. Inclusive garotos que pagaram cem dólares por um vinil indo pedir autógrafo chorando. A música continua nova e com um frescor. É a música sobrevivendo ao tempo e com esses cara aqui.

Fonte: Mutantes - depois de 30 anos, as mutações voltaram http://whiplash.net/materias/comando/053151-mutantes.html#ixzz2EBHL7OgP







Em 2010 uma nova formação dos Mutantes agora não contando mais com Arnaldo Baptista e nem Zélia Duncan lançaram um novo álbum de inéditas depois de 33 anos:




É esse feito que eles comemoram no show que fizeram, dentro da programação do SWU Festival, em Itu em 2010.
Publicada pela pequena gravadora Coqueiro Verde, a nova versão do disco vem com alterações consideráveis. Saem duas canções, entram outras quatro.
"A gente tinha muito material novo pra mostrar, fizemos quase dez músicas com Tom Zé, ganhamos uma do Jorge Ben, compus várias sozinho", diz Sergio Dias, guitarrista e líder da banda.
O show no SWU, no entanto, terá apenas duas canções dessa safra. Dias promete um show "para fãs", com o repertório da fase áurea da banda, entre 1968 e 1972.


Membros da atual formação dos Mutantes na casa do líder da banda, Sergio Dias, em SP
Além do guitarrista, apenas o baterista Dinho Leme pertencem à formação original dos Mutantes. Entraram os jovens Henrique Peters (teclado, flauta e voz), Fabio Recco (voz, violão e percussão), Vitor Purusha (teclado, flauta, cello, guitarra e voz), Bia Mendes (voz e percussão) e Vinicius Junqueira (baixo).
A respeito do atraso no lançamento do novo álbum por aqui, Dias diz que a gravadora Sony, que faria o trabalho no país, deixou de demonstrar interesse no disco com material inédito.
"Não consigo entender o que eles queriam. Não ia admitir que a gente fosse para o palco tocar 'Balada do Louco' durante o resto da vida", diz. "Nós estamos vivos. Não somos uma banda morta."
Procurados pela Folha, executivos da gravadora Sony não responderam até o fechamento desta edição.
A seguir, eles partiram para os Estados Unidos, onde fizeram uma turnê de 22 shows.

Os Mutantes continuam a excursionar com a sua nova formação divulgando o disco 

Fonte: http://www.folha.com.br/il812197


Os Mutantes continuam a excursionar com a sua nova formação divulgando o mais recente  disco Haih Or Amortecedor

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A UTOPIA MESSIÂNICA E OSWALD DE ANDRADE

A Utopia Messiânica 


Um tempo atrás em uma roda de amigos com alguns militantes de esquerda, petistas e artistas, surgiu uma discussão do atual cenário da esquerda no Brasil, numa brincadeira eu disse que se não houvesse o evangelho, a Bíblia, e que se fosse descoberto os livros de Karl Marx e Engels hoje, provavelmente seriam estes nossos Messias, quer dizer Marx como um Cristo e Engels um dos apóstolos, lógico que levando a sério o que eu disse logo a igreja e também os militantes de esquerda me chamariam de herege, pois bem, analisando a coisa e se pensarmos bem, é o mais fraco contra o mais forte,  as lutas de classe, que predomina o pensamento Marxista: "A história de toda a sociedade até hoje tem sido a história das lutas de classe." Alguém com uma ideia "libertária" de igualdade, não fosse os péssimos exemplos dos que conhecemos, "A luta de classes conduz necessariamente à ditadura do proletariado", poderia sim dar voz a algo que parecesse divino, pela dor e insatisfação como deveras aconteceu nas inúmeras revoluções Marxistas. Bom está semana eu descobri que está ideia minha de marxismo messiânico e tal não é uma ideia nova, lendo trechos do Pensamento vivo de Oswald de Andrade descobri que este grande pensador e poeta Paulistano já escrevia algo um pouco parecido a muito tempo atras:

"As condições, que o mundo tinha atingido no apogeu da revolução industrial, encontraram seu grande analista. Foi Karl Marx. O Capital não é somente a teoria econômica que encerra ou o sonho político que propõe. É sobretudo a fixação psicológica e social das classes em luta. (...) 

Baseado numa empolgante documentação, Marx e Engels traçam o novo evangelho que resulta daquele estorno ideológico, quando, no século XVI, se transfere para o êxito e a prestação de contas na terra o que a humanidade ocidental, alentada pelo Sacerdócio, suponha residir no céu. 
Face à morada confortável do burguês e à sua vida faustosa, Marx coloca revolucionariamente o cortiço. Entre ambos a fábrica. É tal a força profética desse Moisés que, como o outro, cai às portas da Terra Prometida, que imediatamente se fixam bases dogmáticas para a luta do proletariado.(...)
As premissas de Marx vieram produzir a atualidade da URSS. É que o estado de Negatividade, o segundo termo de Kojeve, que devia ser superado, consolidou-se no sectarismo obreiro. O operariado evoluiu, não é mais o que Marx fixou na páginas lancinantes d'O Capital, (...) Que é hoje o proletariado? Nas suas indefinidas fronteiras junta-se uma humanidade estuante que reclama a repartição da mais-valia. Seria esconder a realidade, afirmar que, fora da URSS, por meio das leis sociais, não se realiza um fenômeno ascensional de redistribuição dos lucros. Evidentemente, certos grupos detêm ainda na mão privilégios abusivos. E contra isto se luta de todas as maneiras.
Mas o mundo mudou. O que era messianismo, fenômeno de caos na sucessão de crises de conjuntura que deu afinal a crise da estrutura do regime burguês, tornou-se sacerdócio empedernido e dogma imutável na URSS. Houve uma grosseira escamoteação do problema. Evoluída a classe trabalhadora, perdidos os seus contornos, a ditadura de classe se substitui pela ditadura de partido. O fenômeno que deu o fascismo instalou-se no coração revolucionário da URSS e produziu o colapso de sua alta mensagem."

"No prenúncio atual de um novo Matriarcado, que se processa na crise do parentesco, onde quase ninguém mais procura ser pai, esposo, filho - o marxismo militante fixou-se no setor da propriedade. O Estado que se reforçara para se extinguir, prolonga e fortalece os seus arsenais armados, no argumento, sem dúvida exato, de que luta contra o imperialismo."


"O marxismo militante engajou-se na economia do Haver (Patriarcado), escapando às injunções históricas da economia do Ser (Matriarcado). 

E na alienação, no dinheiro, na filosofia do dinheiro, prossegue, dentro da atualidade russa, o surto enunciado pela economia do renascimento. O Estado assume a idolatria do dinheiro. E para ligar com férreas ataduras policiais a massa sufocada, dentro da fórmula áspera de Paulo, "quem não trabalha não come", utiliza a lógica de Aristóteles e a metódica de Sorel, dentro da cortina de ferro de seus limites geográficos e políticos." 

"Quem poderia prever, quem ousaria sonhar que o messianismo em que se bipartiu a religião do Cristo (Reforma e Contra-Reforma) iria medras no terreno sáfaro das reivindicações materialistas do marxismo? Uma pequena correção no texto dos Exercícios Espirituais daria esta proclamação comunista: "Minha vontade é conquistar os povos que estão sob domínio da burguesia. Que lutem todos como eu para que depois dos sofrimentos venham as festas da vitória". No fundo, refulge a promessa messiânica."


"Pelas condições históricas do progresso técnico e social, o trabalhador deixou de ser o pilar das teses românticas de Marx. Mas a autocrítica  desapareceu. Toda a crítica naufraga no sectarismo. O perfeito militante é o mesmo boneco farisaico do puritanismo - socrático ou americano - que se apresentou ao mundo para edificá-lo, pedante, cretino, faccioso. E não seria mais estranho ouvirmos, uma noite, pela boca universal da Rádio-Moscou, que foi proclamado o Dogma da Imaculada Revolução."


Bom o texto não termina aí, mais é neste ponto que eu pretendia chegar, este texto é da década de cinquenta já próximo a morte de Oswald, ao ouvir discursos esquerdistas hoje vejo que este texto é tão atual quanto se parece, fui um aficionado na minha adolescência pelos pensamentos de Marx e os ideais comunistas. No decorrer da vida até os dias atuais foi crescendo em mim as ideias comparativas do uso da ideologia e de pensadores que de alguma forma como a Igreja procuravam com suas palavras mudar ou moldar o pensamento humano, e com estes pensamentos vivos, vimos tanto a Igreja quanto os Partidos políticos angariar seguidores, porém também vi morrer a autocritica, a dialética sugerida, e hoje com todos os avanços tecnológicos e as mudanças das formas de trabalho o discurso revolucionário me parece pedante e ultrapassado, ainda há desigualdades, lutas de classe e muito, mas muito fascismo, minha ideia com estes textos é levar a discussão para as redes sociais e quem sabe encontrar uma nova forma "revolucionaria" de mudar e melhorar nossas vidas.