sábado, 9 de novembro de 2013

O SOM DAS DUNAS DO CEARÁ


Quero prestar aqui minha homenagem para estes compositores da música Brasileira, que tantos conhecem, mas que hoje caminham na obscuridade dentro da chamada MPB. Nunca gostei deste título "MPB", para mim toda e qualquer música composta dentro do país é música brasileira, independente de rótulos, lógico que há a boa música e a ruim, sou um roqueiro brasileiro que cresceu ouvindo música brasileira, graças a minha família que contribuiu para quê eu ouvisse de tudo, já o rock está na veia na minha identidade.

Os anos 60 e 70 a meu ver, foram as décadas de maior inspiração da nossa música, e destaco aqui a história de quatro músicos e compositores cearenses, que fizeram uma música rica em poesia, melodia e que representam o estado do Ceará dentro da dita"MPB".

EDNARDO
















José Ednardo Soares Costa Sousa, cujo nome artístico é Ednardo (São Benedito, Ceará, em 17 de abril de 1945), é um cantor e compositor brasileiro.


Ednardo iniciou a carreira musical em Fortaleza, Ceará, no início da década de 1970, juntamente com outros artistas conterrâneos, como Fagner, Belchior e Amelinha. Já no início da carreira, venceu o Festival Nordestino da Música Brasileira, momento a partir do qual passou a ter maior projeção na cena musical cearense. Atualmente possui projeção internacional, sendo suas músicas tocadas em vários países da América Latina, Europa e EUA. Lançou 14 álbuns musicais e fez várias parcerias, possuindo mais de 300 músicas compostas. Atua também no cinema e teatro, onde compõe inúmeras trilhas musicais.

Ednardo teve importantíssimo papel no cenário musical cearense, com grande contribuição para a promoção da cultura, música e artistas do Ceará. Em 1979, em plena Ditadura Militar, foi protagonista do movimento Massafeira, que reuniu vários artistas cearenses, inclusive o poeta sertanejo Patativa do Assaré, no Teatro José de Alencar, onde foi gravado o disco homônimo. Dentre seus maiores sucessos constam: Terral, Ingazeiras, Lagoa de Aluá, Longarinas, Artigo 26, Pavão Mysteriozo, Enquanto Engoma a Calça, Flora, A Manga Rosa, Beiramar, Carneiro, etc. Suas músicas tem sido interpretadas por vários cantores da MPB, como Elba Ramalho, Fagner, Belchior, Ney Matogrosso, Vânia Abreu, Amelinha, Nonato Luiz, dentre muitos outros.


A música "Pavão Mysteriozo", teve grande projeção após sua utilização como tema da novela "Saramandaia" (1976), havendo hoje mais de 20 regravações. Inspirada no romance de cordel "O Romance do Pavão Misterioso", continha críticas veladas ao governo militar.2 A música é considerada sagrada pelos índios do Xingu nos rituais religiosos; tem regravações na Europa orquestrada por Paul Mauriat; por grupos chilenos (Inti-Aymará e Nacha), por Elba Ramalho, Ney Matogrosso, por bandas de rock e maracatu, e muitos outros. Também usada por outros tantos como hino à liberdade, a beleza humana e sua capacidade de realizar a vida acima das aparentes impossibilidades.

Ednardo é pai da atriz Joana Limaverde.

BELCHIOR















Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, conhecido simplesmente como Belchior (Sobral, 26 de outubro de 1946), é um cantor e compositor brasileiro.


Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional, em meados da década de 1970.

Durante sua infância, no Ceará, foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acaci Halley. Seu pai tocava flauta e saxofone e sua mãe cantava em coro de igreja. Tinha tios poetas e boêmios. Ainda criança, recebeu influência dos cantores do rádio Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney. Foi programador de rádio em Sobral. 

Em 1962, mudou-se para Fortaleza, onde estudou Filosofia e Humanidades. Começou a estudar Medicina, mas abandonou o curso no quarto ano, em 1971, para dedicar-se à carreira artística. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como Fagner, Ednardo, Rodger Rogério, Teti (cantora), Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.

De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.


Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na gravadora Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais (depois regravadas por Elis Regina) e Apenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa)e Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues). Em 1979 no LP Era uma Vez um Homem e Seu Tempo (Warner) gravou Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon), também gravada pela cantora Bianca. Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vicio elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.

AMELINHA


Amélia Cláudia Garcia Collares (Fortaleza, 21 de julho de 1950), mais conhecida como Amelinha, é cantora e compositora brasileira.

Iniciou a carreira na década de 1970 ao lado de outros cantores cearenses como Fagner, Belchior e Ednardo, o grupo ficou conhecido no meio artístico como o pessoal do Ceará. Partiu de sua terra natal, no ano de 1970, para cursar Comunicação na cidade de São Paulo. Cantando inicialmente como amadora, Amelinha participou de shows do cantor e compositor cearense Fagner, de quem é amiga.

A partir do ano de 1974, inicia sua carreira profissional na música, se apresentando em programas televisivos. Em 1975, viaja para Punta del Este, no Uruguai, na companhia de Vinícius de Morais e Toquinho.

Dois anos depois, Amelinha lança o disco "Flor da Paisagem", sob produção de Fagner, e foi apontada como cantora revelação da MPB. Em 1979, ganha o disco de ouro com o lançamento do LP "Frevo Mulher". Mas foi em 1980 que Amelinha foi consagrada como grande intérprete da música popular brasileira, com a canção "Foi Deus que fez você", composta por Luiz Ramalho, no festival MPB 80, da Rede Globo. A canção foi classificada em 2º lugar, e vendeu mais de um milhão de discos compactos, alcançando o 1º lugar nas paradas das rádios FM e AM.

Em 1980 ganhou o 2° prêmio do Festival da Rede Globo (MPB-80) com a música "Foi Deus que fez você". Consagrou-se em 1982 cantando o tema "Mulher Nova, Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor". Nessa época já possuía diversas gravações e alguns discos produzidos por Zé Ramalho.


Em 1982, interpreta a canção tema da minissérie "Lampião e Maria Bonita", exibida na Rede Globo, intitulada "Mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem sentir dor", e o disco homônimo ficou entre os 50 mais vendidos do ano de 1982. "Romance da lua, lua", lançado em 1983, é uma tradução de um poema de Garcia Lorca em Romanceiro Cigano (no original em espanhol, Romancero Gitano).

Em 2011, lançou seu mais recente trabalho, "Janelas do Brasil", com canções de Belchior, Zeca Baleiro, Ednardo, Fagner, Geraldo Espíndola, Alceu Valença e uma das mais recentes revelações da MPB, Marcelo Jeneci.

Em 2012 Amelinha gravou seu primeiro DVD, também intitulado "Janelas do Brasil", contando com as participações dos cantores e compositores Fagner, Zeca Baleiro e Toquinho.
Foi casada com o cantor e compositor Zé Ramalho.

FAGNER


Raimundo Fagner Cândido Lopes mais conhecido apenas como Fagner (Orós, 13 de outubro de 1949) é um cantor, compositor, instrumentista, ator e produtor brasileiro.

Mais jovem dos cinco filhos de José Fares, imigrante libanês, e Dona Francisca, Fagner nasceu na capital cearense, embora tenha sido registrado no município de Orós.
O nome de Fagner vem sendo incluído na lista dos maiores cantores de música latina, principalmente pela sua filiação com outros músicos latinos não-brasileiros, como Mercedes Sosa.

Raimundo Fagner nasceu em 13 de outubro de 1949 foi registrado na cidade de Orós, no interior do estado do Ceará e batizado em 27 de dezembro na Igreja do Carmo em Fortaleza. Aos seis anos ganhou um concurso infantil na rádio local, cantando uma canção em homenagem ao dia das mães. Na adolescência, formou grupos musicais vocais e instrumentais e começou a compor suas próprias músicas. Venceu em 1968 o IV Festival de Música Popular do Ceará com a música "Nada Sou", parceria sua com Marcus Francisco. Tornou-se popular no estado em 1969, após comparecer em programas televisivos de auditório na TV Ceará, e juntou-se a outros compositores cearenses como Belchior, Jorge Mello, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra, o grupo ficou conhecido como "o pessoal do Ceará". Também no ano de 1969, após ganhar o 'I Festival de Música Popular do Ceará - Aqui no Canto', Fagner saiu em excursão junto com o grupo de música e teatro do Capela Cistina, foram para Buenos Aires de ônibus, a viagem durou 45 dias de estrada.


A carreira nacional deste nordestino começava de forma bastante imprevisível. Mudou-se para Brasília em 1970 para estudar arquitetura na Universidade de Brasília, participou do Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília com "Mucuripe" (parceria com Belchior), e classificou-se em primeiro lugar. No mesmo festival, recebeu menção honrosa e prêmio de melhor intérprete com "Cavalo Ferro" (parceria com Ricardo Bezerra) e sexto lugar com a música "Manera Fru Fru, Manera" (também com Ricardo Bezerra). A partir de então, Fagner consegue despertar a atenção da imprensa do Sudeste, sendo suas canções intensamente executadas nos bares da  capital do país.

Nos anos 1980 Fagner manteve o lado nordestino, e se dividia ao mesmo tempo com o romantismo. O primeiro LP dos anos 1980 foi Eternas Ondas, que teve na parte instrumental Zé Ramalho, Dominguinhos, Naná Vasconcelos, e muitos outros. Neste mesmo disco, Fagner fez uma versão, com ajuda de Frederico Mendes, do clássico de John Lennon e Yoko Ono "Oh My Love", do álbum Imagine de 1971. Aproveitando o auge de Fagner em sua carreira, a gravadora Continental lançou o disco Juntos - Fagner e Belchior, uma compilação que continha faixas do disco Ave Noturna, o único de Fagner lançado pela Continental. A Polydor, por sua vez, recolocou para venda o disco Manera Fru Fru Manera. Em 1981, Fagner gravou o álbum Traduzir-se um grande marco em sua carreira .


O Disco foi lançado em toda a Europa e América Latina, vendeu mais de 250 mil exemplares em pouco tempo, e recebeu disco de platina. Também em 1981, lançou um álbum em espanhol, um antigo sonho de carreira. Em 1982 lançou Sorriso Novo, que tinha como canções, poemas de Fernando Pessoa e Florbela Espanca musicados por Fagner. Em 1983 gravou Palavra de Amor, que teve participação do grupo Roupa Nova, e Chico Buarque. Nos anos seguintes, gravou os discos A Mesma Pessoa e Semente,os [últimos com a gravadora CBS. Ao lado da Banda Blitz, Gonzaguinha e outros, Fagner participou do 12º Festival Mundial da Juventude, realizado entre julho e agosto de 1985, em Moscou. Em 1986 lançou seu primeiro disco pela gravadora RCA, com o nome de Fagner - A lua do Leblon, o disco superou a marca de 300 mil cópias vendidas. Em 1987, Fagner lançou mais um disco: Romance no Deserto (título em português de uma canção composta e gravada por Bob Dylan no álbum Desire). Este disco superou a marca de 1 milhão de cópias vendidas, e foi lançado também nos Estados Unidos, importado pela BMG music/Nova Iorque; as canções "Deslizes" e "À Sombra de Um Vulcão" ficaram por mais de 700 dias entre as mais tocadas do Brasil. O último disco da década, O Quinze, décimo quinto disco da carreira de Fagner, recebeu o Prêmio Sharp de melhor álbum do ano.

O primeiro álbum da década, Pedras Que Cantam de 1991 teve como primeira canção de trabalho "Borbulhas de Amor", que tornou-se imediatamente sucesso nacional. O disco recebeu disco de platina tripla por vender 750 mil exemplares, e as canções "Borbulhas de Amor", "Pedras Que Cantam" e "Cabecinha no Ombro" ficaram durante oito meses nos primeiros lugares nas rádios do Brasil. Fagner passou dois anos sem lançar um disco novo. Foram vinte meses de preparo até que o disco Demais fosse lançado em maio de 1993. O disco revive os principais temas da Bossa Nova, com versões de canções de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Dorival Caymmi. No ano seguinte lançou o disco Caboclo Sonhador, desta vez com clássicos do forró, com versões de canções de Dominguinhos, Luiz Gonzaga e vários outros. O disco não possui nenhuma canção de sua autoria. Em 1995 fixou moradia em Fortaleza, e lançou mais um álbum: Retratos. O álbum recuperou canções do fim dos anos 1970, ainda não gravadas por Fagner. O vigésimo álbum de sua carreira foi lançado em 1996 com o título de Pecado Verde. neste mesmo ano, Fagner completava 23 anos de carreira artística. O último disco da década de 1990 foi Terral, que não possuía nenhuma canção de sua autoria.

Em 2001, gravou o álbum que tem o título apenas de Fagner. Tem canções em parceria com Zeca Baleiro, Fausto Nilo, Abel Silva e Cazuza. A parceria de Fagner e Zeca Baleiro rendeu em 2003 um álbum de estúdio e um DVD ao vivo com o título "Raimundo Fagner & Zeca Baleiro" além de uma série de shows pelo Brasil. Em 2004, pela Indie Records, Fagner lançou o álbum Donos do Brasil. O Penúltimo disco lançado por Fagner foi Fortaleza, em 2007.Posteriormente lançou "Uma canção no Rádio" contendo nova parceria com Zeca Baleiro em 2009.

Em 2007 em entrevista a revista QUEM, Fagner assume que já teve relacionamentos com homens. Questionado quanto a ser bissexual ele deixa claro que não gosta de rótulos.

Em 2011 Fagner foi considerado um dos 30 cearenses mais influentes do ano, de acordo com uma enquete realizada pela revista Fale!
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.