segunda-feira, 30 de maio de 2016

CONVERSAÇÕES COM RENATO RUSSO (DICA DE LIVRO)





















Eu sou o irmão mais velho entre três de minha família, hoje eu tenho a idade deste cara quando ele se foi, e minha dica hoje é sobre um livro, acho que ele está fora de catálogo, mas ainda deve se achar em sebos por aí. Trata-se de Renato Russo, o líder, vocalista e letrista da banda Legião Urbana

Antes de falar do livro quero aqui contar um pouco da minha relação com essa banda e em especial com Renato Russo. Na minha pré-adolescência eu conheci a Legião Urbana das rádios, Faroeste Caboclo foi a primeira música que ouvi, o fato de conter palavrões em sua letra era o que fascinava a garotada, uma música de mais de 8 minutos, sem refrão e que foi um sucesso inesperado, não consigo imaginar algo assim hoje em dia. Já na adolescência tive um entendimento melhor das coisas que Renato dizia em suas letras, estava mais antenado sobre a cultura pop da época, MTV, rádios rock, literatura, filosofia e poesia, antes disso a única arte que me interessava era desenhar. 

As letras de Renato eram tão sintonizadas com a cabeça da juventude da época, que em muitas ocasiões davam a impressão que foram escritas diretamente para mim, foi a primeira banda que fiquei ansioso por ouvir álbuns inéditos para esperar aquelas letras, que me serviam como conselho e outras que falavam por mim, das minhas frustrações juvenis, revoltas e claro as românticas que faziam pensar na namorada. 

Infelizmente não consegui ver nenhum show da Legião e nem Renato ao vivo, lembro quê da ocasião de sua morte, eu trabalhava em uma pequena fábrica de componentes eletrônicos, junto com uma garotada também jovem, os mais velhos estavam na casa dos vinte anos e todos gostavam muito da banda, minha mãe fazia salgados para vender e complementar nossa renda e sempre fazíamos aquela vaquinha e encomendávamos coxinhas para lanchar a tarde. No dia da morte de Renato encomendamos 100 coxinhas que meu irmão trazia de bicicleta, neste fatídico dia, foi meu irmão que trouxe a notícia de quê Renato tinha morrido, a galera não acreditou, disseram: esse moleque tá louco, Renato Russo morto? infelizmente meu irmão não mentiu e então fomos atingidos pela realidade. 

Como eu disse no começo sou eu o irmão mais velho de minha família, mas aquele dia meu sentimento foi de ter perdido o irmão mais velho que eu nunca tive. Era assim que eu via Renato Russo, um irmão mais velho, que mesmo sem me conhecer pessoalmente, parecia saber do que eu precisava ouvir e me dizia sempre, em sua música, em seus discos e em suas entrevistas. Tenho este livro a muito tempo e ontem eu o peguei da prateleira para folhear e acabei o relendo, e é este livro que indico hoje por aqui.

Prefácio:

Este livro é, antes de tudo, uma homenagem ao talento de um artista que conseguiu traduzir, em letras inesquecíveis, as aspirações, as dúvidas, as angústias, os sonhos e as utopias de gerações de jovens brasileiros. Morto aos 36 anos por complicações decorrentes da Aids, Renato Russo pode ter desaparecido da nossa ambiência física, mas em hipótese alguma se apagou a chama espiritual de seu inconformismo e de sua rebeldia diante das melancolias e dos vazios que caracterizam o final do século XX. O líder da Legião Urbana constituiu e constituirá uma sólida referência no quadro cultural dos anos 80 e 90. Recusando tanto os preconceitos e as hipocrisias, como as desigualdades e as exclusões, ele combateu o bom combate por uma luz no fim do túnel, na antevisão iluminada de um mundo em que as fronteiras entre o humano e o vivido possam se entrelaçar.

Pois é esse rico imaginário de inquietações, lutas e integridade artística que emerge da seleção das melhores entrevistas concedidas por Renato Russo a jornais e revistas de todo o País. Organizados em ordem cronológica, os diálogos de Renato com destacados jornalistas da área cultural oferecem um amplo painel de seu pensamento sobre variados temas - da música à sexualidade, passando pela política, pelo comportamento e pelas drogas. A edição dos textos fixou-se nos trechos mais elucidativos das entrevistas, para compor uma espécie de roteiro da evolução criativa e intelectual do precoce roqueiro punk que acabaria se transformando em estrela guia da juventude com causa. 

Conversações com Renato Russo pretende, assim, integrar-se a todo e qualquer esforço que vise preservar a memória do grande poeta do Rock Brasil, por si só assegurada na formidável discografia da Legião Urbana e de seus dois trabalhos solo. Ao converter em páginas impressas as ideias de Renato, cremos estar reforçando uma fé que era principalmente dele - a fé na arte como forma insubstituível de conhecimento dos nossos valores mais transcendentes.
Fonte: Livro Conversações com Renato Russo, Letra Livre Editora, dezembro de 1996.


 

 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

AMY (DICA DE CINEMA)





















Vou falar de mais um documentário musical, é o terceiro que enfim consegui assistir neste mês. Trata-se do documentário Amy, que conta a trajetória trágica e de sucesso da cantora e compositora inglesa Amy Winehouse.

Sinto dizer que este filme ao contrário dos últimos que indiquei por aqui, não foi nada agradável de ver. Não que o filme seja ruim, longe disso, é muito bem filmado e muito bem contado, acontece quê, eu não vejo graça nas trágicas histórias de ídolos que morreram cedo, consumidos pelo sucesso, pela depressão, pelos abusos químicos, que há tempos vem fazendo vítimas no mundo da cultura pop mundial.














Não há nada de romântico ver seres humanos se deteriorando, pessoas públicas ou não, cada vez mais expostos na vida moderna, explorados por uma industria vampira de celebridades, uma mídia cada vez mais fria e insensível. Pessoas que não tiveram condições de se salvarem sozinhas.

O que ficou conhecido como o "clube dos 27 ou a maldição dos 27" hoje chamo de: "padrão". Padrão este que se repete tanto em anônimos quanto na vida de artistas e pessoas públicas. Talvez um especialista em psicanálise poderá explicar melhor do que eu, apenas estou expondo uma opinião particular sobre o assunto.
















Sei que o assunto é delicado, culturalmente complicado de discutir, principalmente dentro deste meio artístico. Exemplos não faltam e no caso de Amy, ficou claro para mim que ela em muitas ocasiões, e o filme me passou essa impressão, de que desesperadamente pedia socorro, não explicitamente, está subentendido em sua música, em suas letras e em sua linda voz. O filme me passou também, a impressão de quê houve por parte de sua família e principalmente seu pai, uma negligência, talvez por ganância e oportunismo. Os sinais estavam todos ali, eu mesmo na época, acompanhando as notícias sobre a cantora, cheguei a dizer que a cantora não viveria muito. A expressão afogar as angustias está certa, as pessoas tendem tratar suas angustias de forma perigosa, a depressão é uma doença muitas vezes incompreendida, a dependência química também, é necessário que as pessoas deem atenção ao assunto com mais seriedade, principalmente a grande mídia que indiretamente ou diretamente, em alguns casos, também é responsável. 











Tirando toda essa parte ruim da história, no campo musical o filme é puro deleite, a menina Amy é uma artista completa, foi a melhor coisa que surgiu no mundo da música nos últimos tempos, uma cantora que dominava o jazz, o soul, ela era atemporal, uma compositora de mão cheia e uma voz única e marcante que ficará na memória, na história e no Hall da fama, junto com outras grandes cantoras que já passaram por este planetinha azul. 

Abaixo deixo uma ótima crítica do filme publicada no site cineweb:

Crítica Cineweb
23/09/2015








Qualquer pessoa que não esteve fora do planeta Terra entre, digamos, 2009 e 2011, ouviu falar de Amy Winehouse. A questão é que se ouviu falar tanto dela – de sua música, de seus problemas com álcool e drogas e sua morte prematura – que acabamos perdendo a real dimensão do talento e da pessoa. Amy, documentário de Asif Kapadia (Senna), vencedor do Oscar da categoria em 2016, tem, entre outras qualidades, lembrar-nos disso, além de mais uma vez mostrar o talento e a voz superlativos dessa moça que morreu aos 27 anos.

O filme começa com um vídeo caseiro, no qual Amy com apenas 14 anos canta Parabéns a você com outras duas amigas. Não demora muito e ela sobressai, e percebe-se o potencial daquele vozeirão. O documentário do inglês nos ganha logo de partida – especialmente pelo carisma, inteligência e beleza peculiar da biografada. Conhecemos seu lado solar e rebelde e o começo de sua carreira. Só depois se irá tocar nos problemas que a afetaram: a relação tensa com o pai, que deixou a família, a bulimia, o relacionamento doentio e perturbado com Blake Fielder-Civil e as drogas que, então, dominaram sua vida.
















Seguindo a ordem cronológica dos fatos, resgatando imagens de arquivo e outras inéditas, os principais depoimentos de Amy vêm de um grupo de amigos de infância e do pai, Mitch Winehouse, que, a certa altura, explora o talento da filha para ganhar dinheiro, mesmo estando ela visivelmente fragilizada.

Amy diz que fará o que seu pai mandar, irá onde ele mandar – e, durante as gravações de seu segundo álbum, “Back to Black”, o filme deixa claro que, se ela tivesse procurado tratamento naquele momento, é pouco provável que sua história tivesse o desfecho que teve. Mas seu pai a apoia e diz que está tudo bem – então, para ela, está tudo bem. Quando na música Rehab, ela diz “meu pai acha que estou bem”, é sintomático.
























É o começo do fim, com separações e brigas com Fielder-Civil e mergulho em drogas pesadas. As diversas tentativas de se livrar do vício se tornam cada vez mais difíceis de serem levadas até o fim – sendo vigiada em tempo integral e cruelmente massacrada na mídia (com direito a piadas grosseiras com seus problemas). O filme mostra a cantora como uma grande mulher, mas frágil, e, como deixa claro um figurão do mercado musical: ninguém está preparado para esse tipo de fama.

Talvez não seja apenas a mídia a culpada por tudo – o pai de Amy, por exemplo, vai visitá-la na Ilha de Santa Lucia, quando ela foi passar uma temporada longe de tudo e começa a ficar melhor. Ele, no entanto, não vai sozinho, e leva consigo uma equipe de televisão de um reality show. Na exibição do filme no Festival de Cannes, em maio passado, Mitch Winehouse contestou a história, e disse que o filme tirou o episódio do contexto. Mas há fatos suficientes no documentário para desconfiar das intenções dele – como quando, por exemplo, a coloca dentro de um jato praticamente dormindo para ela acordar na Sérvia, onde passou um de seus maiores vexames no palco, pouco antes de morrer.


















Numa premiação do Grammy, quando ela ganhou por Back to Black, derrotando entre outros Justin Timberlake e Beyoncé, enquanto toda sua família e amigos celebram, ela chama sua melhor amiga num canto e diz: “Nada disso tem graça sem drogas”. Quais opções ela tinha? E as pessoas de seu convívio? Kapadia não toma partido, não indica possibilidades – ele deixa isso ao público. O que o filme nos entrega é o legado da voz poderosa de Amy Winehouse – uma das maiores artistas que o século XXI conheceu até agora. (Texto de Alysson Oliveira)

Sinopse

Amy Winehouse foi uma das cantoras mais brilhantes e talentosas dos últimos tempos, cuja morte precoce deixou uma lacuna na cultura pop. Este documentário resgata a trajetória da artista, contando com imagens inéditas e depoimentos de pessoas que conviveram com ela.
Fonte: http://cineweb.com.br/filmes/filme.php?id_filme=5003

quarta-feira, 25 de maio de 2016

TOP 15 MÚSICAS SOBRE GUERRA



























1º Fortunate Son - Creedence Clearwater Revival, de ‘Willy and the Poor Boys’ (1969)














"Fortunate Son" é uma música da banda de rock Creedence Clearwater Revival, do álbum Willy and the Poor Boys, de 1969. Foi lançada como single no final de 1969, com "Down on the Corner" como Lado B.

Foi considerada, pela Revista Rolling Stone, a 99º melhor música de todos os tempos.

É uma música de protesto, criticando o envolvimento americano na Guerra do Vietnã e supostos privilégios dados aos filhos da "elite", que não seriam mandados para o combate. John Fogerty afirmou na história não-oficial do C.C.R., Bad Moon Rising, escrita por Hank Bordowitz, que a inspiração foi David Eisenhower, neto do ex-presidente americano Dwight D. Eisenhower. David se casou com a filha de Richard Nixon, outro ex-presidente, em 1968.

Para Fogerty, os filhos da elite, como David Eisenhower, dificilmente seriam mandados para a guerra. O teor da letra é pró-classe trabalhadora e anti-privilégios.






2º For What It’s Worth - Buffalo Springfield (1967)














For What It's Worth é uma música composta por Stephen Stills e gravada pela banda folk-rock norte-americana Buffalo Springfield, lançada em janeiro de 1967.

O single atingiu o sétimo lugar na parada da Billboard Hot 100 daquele ano e ocupa o 63º lugar na lista das 500 melhores canções de todos os tempos da Revista Rolling Stone.

Apesar da canção ter se tornado mundialmente um símbolo de uma época turbulenta e de confrontação que acontecia durante os anos 60, particularmente com relação a Guerra do Vietnã, Stills explicou que ela na verdade foi feita por ter presenciado confrontos entre a polícia e jovens hippies na Califórnia.

Seu título jamais aparece na letra, mais conhecida pelo refrão "Stop, children, what's that sound? Everybody look what's going down."

Usada hoje geralmente como música de fundo em filmes da época da guerra ou que se passam no fim da década de 60, ela faz parte da trilha sonora de filmes como Forrest Gump e Amargo Regresso, entre outros.







3º The Night They Drove Old Dixie Down - The Band (1969)




















"The Night They Drove Old Dixie Down" é uma canção composta pelo músico canadense Robbie Robertson, gravada originalmente pelo The Band e lançada em seu álbum homônimo em 1969. No mesmo ano, apareceu também como lado-B do single "Up on Cripple Creek".

A letra fala sobre os últimos dias da Guerra da Secessão e suas consequências. O soldado confederado Virgil Caine "serviu no trem Danville" ("served on the Danville train"), a principal rota de suprimento na capital confederada de Richmond, Virgínia. O Exército da Virgínia do Norte do general Robert E. Lee tomou posse da rota durante o Cerco de Petersburg e, como parte de uma campanha ofensiva, a tropa do general da União George Stoneman "rompeu as linhas novamente" ("tore up the track again"). O cerco durou de junho de 1864 a abril de 1865, quando tanto Richmond quanto Petersburg caíram em mãos inimigas, enquanto as tropas de Lee passavam fome - "Tínhamos fome / Mal estávamos vivos" ("We were hungry / Just barely alive"). Virgil termina relatando e lamentando a perda de seu irmão: "Ele só tinha dezoito anos, orgulhoso e corajoso / Mas um Yankee o deitou em sua cova" ("He was just eighteen, proud and brave / But a Yankee laid him in his grave").

Robertson afirma que tinha o ritmo da canção em sua cabeça, mas não fazia idéia do que escrever. "Em certo ponto, o conceito me ocorreu. Então eu fiz algumas pesquisas e compus a letra. Quando eu visitei o sul dos Estados Unidos pela primeira vez, me lembro que uma expressão muito usada era, 'Não se preocupe, o Sul vai se reerguer novamente'. Das primeiras vezes que ouvi isso achei uma coisa meio engraçada de se dizer, mas depois fiquei tocado por isso. Pensei, 'Deus, de tanto ouvir isso percebo que há uma dor, uma tristeza aí'. Na terra americana, é uma espécie de tristeza bonita".







4º War Pigs - Black Sabbath (1970)














War Pigs é uma canção da banda britânica de heavy metal Black Sabbath. Abre o álbum Paranoid, de 1970, e tornou-se o terceiro single do mesmo. É uma das canções mais conhecidas da banda.

A letra é sobre líderes que instigam a guerra (os Porcos da Guerra do título), causando morte e destruição, mas que terminam recebendo seu castigo. Originalmente a canção chamava-se Walpurgis em referência à Noite de Santa Valburga (ou Noite das Bruxas), tendo seu título sido mudado mais tarde.

Trata-se de uma canção anti-guerra mas, ao invés da atmosfera festiva hippie típica da época, a letra sombria e os riffs de Tony Iommi dão à canção uma atmosfera pesada, típica da banda.






5º The Unknown Soldier - The Doors (1968)















"The Unknown Soldier" é o primeiro single do álbum de 1968 dos The Doors, Waiting for the Sun, e foi também alvo de um dos poucos vídeos musicais da banda. A canção consiste na reação de Jim Morrison à Guerra do Vietname e à forma como este conflito era abordado pela media norte-americana na altura. Versos como "Breakfast where the news is read/Television children fed" fala da maneira como as notícias eram apresentadas à população em geral, onde as pessoas, fossem crianças ou adultos, era levadas a acreditar incondicionalmente no que lhes era transmitido.

A meio da canção, os Doors produzem o som do que aparenta ser uma execução (em performances ao vivo Robby Krieger costumava apontar a sua guitarra na direcção de Morrison como se tratasse de uma espingarda, enquanto John Densmore simulava o disparo na bateria e então Morrison caía no chão). Após esta secção, volta a parte com letra e termina com a celabração de Morrison por causa do fim da guerra.

O single chegou ao 39º lugar nos Estados Unidos, provavelmente devido ao seu tema controverso, mas qualquer sinal de eventuais dificuldades comerciais para os Doors foram esquecidas quando o segundo single de Waiting for the Sun, Hello, I Love You, foi lançado, chegando ao 1º posto.







6º War - Edwin Starr (1969)





















War é uma canção escrita por Norman Whitfield e Barrett Strong em 1969. A música que se tornou um hino de protesto contra a Guerra do Vietnã foi gravada, originalmente, pela banda The Temptations, mas se popularizou na voz de Edwin Starr. Aliás,  a versão de Starr era muito mais vibrante do que a original e traduzia, na sua voz, toda a raiva e desgosto do movimento anti-guerra.

Trecho: Oh guerra, é um inimigo para toda a humanidade / O pensamento de guerra sopra minha mente / Guerra causou agitação na geração mais jovem / Indução, a destruição então quem quer morrer.






7º When the Tigers Broke Free - Pink Floyd (1982)

When the Tigers Broke Free" (também descrita como When the Tygers Broke Free) é uma canção do grupo inglês Pink Floyd, escrita pelo baixista Roger Waters, descrevendo a morte de seu pai, Eric Fletcher Waters, morto durante a Segunda Guerra Mundial.

A música foi escrita ao mesmo tempo do álbum The Wall, portanto a copyright é datada de 1979, mas não foi lançada antes da versão do filme. A música foi lançada em faixa separada, em um single de 7" no dia 26 de julho de 1982, com 2 minutos e 55 segundos de duração. A música foi incluída na edição especial do álbum The Final Cut, lançado em 2004, sendo uma de suas primeiras faixas.

A canção retrata a campanha britânica conhecida como Operação Shingle, onde as forças Aliadas desembarcaram nas praias de Anzio visando libertar Roma do controle do III Reich, no contexto da Campanha da Itália, Segunda Guerra Mundial, em 1944. As forças britânicas incluíam a Companhia C de Fuzileiros Reais, a qual o pai de Roger Waters, Eric, serviu. Waters conta que o comando da operação pediu que as tropas recuassem diante do avanço dos tanques Tiger I alemães, mas os generais recusaram, e "A ponte de Anzio foi controlada ao preço de centenas de vidas comuns", quando os tanques quebraram as linhas britânicas, matando toda a Companhia C, incluindo o pai de Roger Waters.

A segunda parte da canção retrata Roger recebendo uma carta de condolência do Rei George, e ressentimento com os militares, pois "o Alto Comando tirou papai de mim".








8º Run to the Hills - Iron Maiden (1982)












"Run to the Hills" (em português: Corra para as Colinas) é o sexto single da banda britânica de heavy metal Iron Maiden. É a sexta faixa do álbum The Number of the Beast, tendo sido lançada como primeiro single daquele álbum. Foi um dos primeiros sucessos da banda, atingindo a sétima posição no UK Singles Chart e a décima sexta no Irish Singles Chart. Em 2002, a versão da canção presente no álbum Rock in Rio atingiu a nona posição no UK Singles Chart e a sexta na parada da FIMI.

A canção fala sobre a expulsão forçada dos nativos americanos para o Oeste dos Estados Unidos presumivelmente durante a presidência de Andrew Jackson, quando as expulsões foram conduzidas pelo Exército dos Estados Unidos. Também é possível que a canção seja sobre as Guerras Sioux, quando a terra de Lakota, nas Dakotas, foram tomadas à força pelo Exército dos EUA. A canção foi escrita por Steve Harris, baixista e fundador da banda.

A canção foi lançada como single em 12 de fevereiro de 1982, como um prelúdio para o álbum. Este é o primeiro single da banda após a entrada do atual vocalista Bruce Dickinson. O lado B possuia a música "Total Eclipse", que não estava na primeira versão do álbum. Mais tarde a banda se lamentou por adicionar "Total Eclipse" ao lado B desse single, pois a música com certeza faria mais sucesso se fosse lançada junto com álbum. A canção então foi adicionada na versão de 1998 do álbum The Number of the Beast.







9º Masters of War - Bob Dylan (1963)












Masters of War é uma canção de Bob Dylan, escrita durante o inverno de 1962 e 1963 e lançada no álbum “The Freewheelin Bob ‘Dylan”, na primavera de 1963. Mais do que uma música contra a Guerra do Vietnã, a letra faz uma crítica à corrida armamentista no início da década de 1960, em plena Guerra Fria.

Trecho: Venham seus senhores da guerra / Vocês que constroem as grandes armas / Vocês que constroem os aeroplanos da morte / Vocês que constroem todas as bombas / Vocês que se escondem atrás das paredes.







10º The War Drags On - Mick Softley (1965)





















The War Drags On foi composta pelo cantor de folk britânico Mick Softley. Conta a história de Dan, um soldado que foi enviado para o Vietnã e lá tem um pesadelo com um guerra nuclear que destrói o planeta. A música aparece no álbum de Softley “Songs for Swinging Survivors”, mas foi o cantor Donovan que a popularizou em 1965.

Trecho: Deixe-me contar a história de um soldado chamado Dan / Saiu para combater o bom combate no Vietnã do Sul / Saiu para lutar pela liberdade, paz e tudo / Saiu para lutar pela igualdade, espero, vamos.







11º Machine Gun - Jimi Hendrix (1970)













Machine Gun foi gravada também por Hendrix, meses após o festival de Woodstock. A guitarra, o baixo e a bateria simulam, em determinado momento, os disparos de uma metralhadora. A música culpa os “homens malvados” dos governos por forçarem os soldados a terem que matar uns aos outros. A igualdade entre os povos é ressaltada, em detrimento de posicionamentos políticos e ideológicos.

Trecho: Do mesmo modo que você atira em mim, baby / Você logo receberá o mesmo / Três vezes a dor / E a culpa é sua / Hey, metralhadora.







12º Holy Wars… The Punishment Due - Megadeth (1990)














"Holy Wars... The Punishment Due" é a primeira música do álbum de 1990 Rust in Peace da banda de speed / thrash metal, Megadeth.

A canção tem uma estrutura pouco comum, mudando aos 2:26, depois de uma passagem acústica de Marty Friedman para uma secção diferente, mais lenta e pesada chamada "The Punishment Due", e volta próximo do fim para a "Holy Wars" depois de um solo de Dave Mustaine. A música inteira é popularmente conhecida como "Holy Wars".

A letra de "Holy Wars" fala do conflito Israel-Palestina. Numa entrevista para a revista britânica Guitarist, Mustaine diz que foi inspirado para escrever a música na Irlanda, quando descobriu que blusas não oficiais dos Megadeth estavam à venda e ele foi dissuadido de fazer algo para resolver a situação porque elas faziam parte de um fundo para "The Cause" (i.e. conflito na Irlanda do Norte). Dave disse também, recentemente, num concerto em Nottingham, U.K., em 18 de fevereiro de 2008 que foi ali que ele escreveu Holy Wars, depois de ter viajado da Irlanda num autocarro à prova de bala. "The Punishment Due" foi inspirada na personagem The Punisher, dos Marvel Comics.

A canção é a última a ser tocada no encore de todos os concertos de Megadeth.







13º One - Metallica (1988)












"One" é uma música vencedora do Grammy Award da banda de heavy/thrash metal Metallica, uma das músicas mais conhecidas da banda. É a quarta música do álbum ...And Justice for All.

One" foi escrito em novembro de 1987 pelos principais compositores do Metallica - o guitarrista e vocalista James Hetfield e pelo baterista Lars Ulrich. A canção foi lançada em 1989 como o segundo single retirado do álbum (o primeiro foi "Harvester of Sorrow" nos EUA, e "... And Justice for All" na Europa).

A música-tema é baseado no romance de Dalton Trumbo's, 1939 Johnny Got His Gun. Diz o conto de um soldado cujo corpo é severamente danificado depois que ele é atingido pela artilharia alemã durante a Primeira Guerra Mundial. Seus braços, pernas, olhos, boca, nariz e orelhas se foram e ele não pode ver, falar, cheirar ou ouvir, porém a sua mente funciona perfeitamente, deixando-o preso em seu próprio corpo. O livro foi suspenso de impressão por muitos anos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Trumbo dirigiu a adaptação para o cinema em 1971, a partir do qual as imagens para o clipe "One" foram usadas.







14º Civil War - Guns and roses (1989)














"Civil War" é uma canção do grupo de hard rock norte-americano, Guns N' Roses, originalmente gravada para Nobody's Child, um disco para arrecadar fundos para crianças órfãs da Romênia, e depois incluída no álbum Use Your Illusion II. É uma canção-protesto contra guerras, dizendo que guerras "civis" apenas "enterram os pobres enquanto alimentam os ricos".

A canção começou a ser gravada em meados dos anos 80, como um instrumental escrito por Slash antes de embarcarem para o japão pela turnê de Appetite for Destruction. Axl Rose mais tarde incluiu letras, e a canção foi terminada na cidade de Melbourne, Austrália. O outro compositor da faixa, Duff McKagan, diz que ele acrescentou letras baseadas em suas experiências de vida, como uma marcha para Martin Luther King ("Did you wear the black arm band when they shot the man who said: 'Peace could last forever'"?). Foi a última faixa gravada pelo baterista Steven Adler, que aconteceu em dezembro de 1989. As dificuldades de Adler com as drogas levaram as gravações de "Civil War" a demorar mais de 30 takes.[2] A música tem dois samples, um discurso do filme Cool Hand Luke no começo, e um discurso de um general peruano no último solo. Trechos da marcha "When Johnny Comes Marching Home" aparecem no começo e final da música. Nas apresentações ao vivo de "Civil War", Slash costumava abrir a faixa com o riff de "Voodoo Child", de Jimi Hendrix. Foi lançada no CD demo 'Rumbo Tapes' de 1987 e como single em 1989, e depois mais tarde remasterizada e lançada junto ao álbum Use Your Illusion.







15º Give Peace a Chance - John Lennon (1969)















Give Peace a Chance é uma música composta por John Lennon em conjunto com Timothy Leary, Allen Ginsberg, Tommy Smothers e Dick Gregory. A letra, relacionada a temas e pessoas que estavam em evidência à época, contava com um refrão que se tornaria o grito dos pacifistas. Contrariamente aos assuntos que as pessoas falavam, tudo o que aqueles desejavam era uma chance à paz.

Trecho: Dois, um, dois, três, quatro / Todos estão falando sobre / Bagismo, Shaguismo, Draguismo, Madismo, Ragismo, Tagismo / Esse ismo, Aquele ismo, ismo, ismo /Tudo o que estamos dizendo é dê uma chance a paz.



Fontes: Wikipédia, a enciclopédia livre e http://www.historiadigital.org/  

domingo, 22 de maio de 2016

PROCURANDO SUGAR MAN (DICA DE CINEMA)






















Vou falar aqui de mais um filme, um documentário, o qual eu também já tinha ouvido falar muito bem e finalmente consegui assistir. Trata-se de Searching For Sugar Man (Procurando Sugar Man, título que saiu em português), uma história no mínimo surreal e totalmente verídica.

Este filme me fez pensar e muito, fiquei bastante emocionado, a primeira questão que me veio a cabeça no decorrer do desenrolar da história foi: "O que é ser um artista?". Depois "Qual a força que a música de qualidade pode ter?', a terceira "O que é a fama?", são questões que martelaram em minha cabeça e por isso faço questão de escrever sobre o filme aqui. 

O filme conta uma história simplesmente sensacional, acreditar que alguém com tamanho talento, quê em algum lugar do mundo era mais famoso do que Elvis Presley, que se tornou um mito e esteve por tanto tempo no anonimato para o restante do planeta, realmente é surreal.

Imaginem vocês leitores: ouvir músicas de um artista que suas letras e melodias são tão boas que te seduzem de imediato numa primeira audição, imaginem mais, que este artista vende em seu país milhares de discos, ao longo dos anos, vendendo sempre, mas não há informações sobre este "superstar" em nenhum lugar, não há artigos em revistas especializadas, não há fotos, vídeos, entrevistas, nada, o pouco de informação que você consegue está nos encartes dos discos que não contam muito, se quer o nome completo deste artista, você consegue imaginar algo assim? pois é, este artista se chama Rodriguez. 



A música é um tipo de arte que eu defino como sendo mágica, ela tem o poder de tocar uma pessoa tão profundamente que quando muito boa, não precisa ter necessariamente um rosto, um grande nome artístico ou produções exageradas por trás dela. A fonte desta música é um homem apenas, é isso que o filme me fez pensar: o que é o artista se não um homem? entendo as comparações que fazem de Rodriguez e Bob Dylan, pessoalmente Rodriguez me cativou muito mais, só que não consigo separar Dylan o artista rockstar do homem simples, retratado muitas vezes em suas letras. Já Rodriguez sempre foi o homem simples de suas letras, o anonimato o manteve assim e enquanto Dylan se manteve nos holofotes, Rodriguez se quer existia para a maioria em seu próprio país, os Estados Unidos da América. Já na África do Sul a música de Rodriguez era mais popular do que o próprio Dylan.   

Acho que já deu para sacar que este filme realmente é intrigante. Fora isso tudo, o filme é muito bem contado e muito bem filmado, não é a toa que ele ganhou alguns dos prêmios mais importantes do cinema. Abaixo vou deixar uma ótima resenha do site namiradogroove.com.br e aqui a minha indicação para mais este grande documentário, para os fãs de música e cinema como eu.

FATOS FRIOS E EMOCIONANTES








Searching For Sugar Man conta a misteriosa história de Rodriguez, compositor tão bom ou melhor que Bob Dylan.

Tudo bem se você não conhece a obra de Rodriguez. A proposta do documentário Searching For Sugar Man é realmente impactar tanto àqueles que ovacionam canções como “Crucify Your Mind” e “I Wonder”, quanto àqueles que jamais ouviram falar do cantor que tinha a habilidade de compor como um Bob Dylan ou Nick Drake (estes, sim, você conhece!).

Em menos de 1h30, o diretor Malik Bendjelloul faz mais do que apresentar a obra de um músico misterioso. Ele consegue criar a mitologia de Rodriguez dentro do próprio longa-metragem para, no meio dele, surpreendê-lo com os fatos frios que permearam a sua obra.

Para chegar a isso, o diretor usa do artifício de investigar – o que justifica bem a escolha do título. Começa mostrando a grande proporção que a obra de Rodriguez teve na África do Sul no ápice do apartheid, para então vasculhar o cenário e o contexto que estavam por trás de seus dois únicos discos: Cold Fact (1970) e Coming From Reality (1971).
















Segundo um vendedor de discos, Rodriguez era mais conhecido na África do Sul do que Elvis Presley (Ninguém sabe dizer direito como uma cópia do álbum chegou lá; especula-se que uma garota foi visitar o namorado que estudava no país e levou uma cópia. Os amigos gostaram e não demorou muito para cópias e mais cópias da fita se espalharem.)

Enquanto os Estados Unidos ignorava a grandiosidade de seus álbuns, em pouco tempo criou-se uma mitologia na África do Sul. De acordo com Stephen ‘Sugar’ Segerman, vendedor de discos, Rodriguez era mais conhecido em seu país que Elvis Presley. Há uma estimativa de que seus álbuns tenham vendidos mais de meio milhão de cópias por lá, servindo como uma obra motivadora para contestar a repressão desenfreada do apartheid (principalmente pelo tema da faixa “This Is Not a Song, It’s an Outburst: Or the Establishment Blues”).
















Numa reedição de Coming From Reality em CD, de 1996, Segerman escreveu um encarte instigando os pesquisadores musicais a irem atrás de Rodriguez. Isso porque só se sabia do impacto de suas canções. Agora, quem era o homem por trás delas… só havia mitos e boatarias (uma delas dizia que ele havia ateado fogo no próprio corpo durante um show).

O andamento do doc Searching From Sugar Man leva o espectador a naturalmente se emocionar. Não há recursos dramáticos ou dramalhões embutidos nas declarações dos entrevistados; é que a história de Rodriguez é pura e simplesmente espetacular.

Depois de perceber que não havia vendido nada com os discos, o compositor filho de mexicano voltou a trabalhar com demolição de edifícios na caótica Detroit – cenário mais que apropriado para suas canções soturnas e reflexivas.

Ele não criou expectativas grandiosas de ser um superstar ou tornar-se milionário com o seu trabalho. O jeito tímido e levemente simpático de Rodriguez entrega sua verdadeira causa: estar ao lado dos trabalhadores sendo um verdadeiro operário. A música funciona apenas como porta-voz.














Foi o encarte desafiador de Segerman que levou o jornalista Craig Bartholomew-Strydom a investigar a fundo o que realmente aconteceu com Rodriguez. Ele entrou em contato com os produtores de seus discos (Mike Theodore e Steve Rowland, que conta uma história profética duma canção de Rodriguez), mas não encontrou pista alguma dele.

Chegou a contestar o papel do publisher Clarence Avant, que era apontado como o detentor dos royalties de suas canções divulgadas em grande escala na África do Sul. (O próprio documentarista conversa com Avant que, apesar de se dizer emocionado por relembrar de Rodriguez, tergiversa, dá bronca e nega ter recebido algum ‘cheque’ das gravadoras sul-africanas que estavam divulgando os discos.)















No entanto, as pistas mais eficazes foram encontradas nas próprias composições de Rodriguez. Elas entregavam localidades geográficas e, depois de uma pequena campanha na web, levaram-no à sua grande descoberta.

O enredo disso tudo é tão bem catalisado em Searching For Sugar Man, que iria estragar se contasse como se desenrolou tudo isso.






















A grande contribuição do documentário é fazer um passeio investigativo com fatos e declarações, enquanto o neófito vai se adentrando com o clima de suas composições ao longo do filme.

Quase todos os entrevistados se dizem emocionados ao terem vivenciado e trabalhado com Rodriguez. Em menos de 1h30 é o espectador que começa a fazer parte desse time.

Uma história fabulosa de um compositor grandioso que não teve e provavelmente não terá o reconhecimento que merece. Não deixe de assistir. (Texto de Tiago Ferreira | 11 maio, 2013)
Fonte: http://namiradogroove.com.br/filmes-musicais/rodriguez-searching-for-sugar-man-documentario-rese

sábado, 21 de maio de 2016

SOUND CITY (DICA DE CINEMA)






















Faz tempo que ouço ou leio sobre este filme, mas apenas agora e finalmente, consegui ver Sound City. Documentário dirigido pelo músico Dave Grohl, o carismático líder da banda Foo Fighters e o eterno baterista da banda Nirvana. 

O filme poderia muito bem se chamar: Mesa de Som Neve. Rupert Neve era o engenheiro responsável pela Neve Eletronics que fabricava as melhores mesas de mixagem analógica existentes. A mesa é a grande estrela do filme, ela é quem faz neste filme o grande elo entre todos artistas envolvidos.















Realmente o filme é tudo e um pouco mais do que eu tinha ouvido falar, eu como músico amador, sempre questionei sobre as qualidades de equipamentos analógicos e os digitais e neste documentário, você conseguirá tirar uma conclusão definitiva. 

Mais um ótimo documentário para quem é fã de música que eu recomendo aqui, vou deixar uma resenha abaixo do site monkeybuzz.com.br da época de seu lançamento em 2013:

A NOSTALGIA ANALÓGICA DE SOUND CITY

Tudo começou com uma mesa de som. Rupert Neve era o engenheiro responsável pela Neve Eletronics que fabricava quase que artesanalmente aquelas que foram por muito tempo consideradas as melhores mesas de mixagem analógica existentes.















Segundo o documentário recém-lançado Sound City, foi esse equipamento que trouxe os primeiros grandes artistas para gravarem alguns dos maiores clássicos da música no estúdio. Depois, acabou tornando-se pretexto para novos artistas viajarem até Van Nuys, Califórnia para participar e incluir seu nome na história da música.


















O dessa vez diretor Dave Grohl fala durante o filme: "Tudo começou com a ideia de contar a história da mesa, mas a conversa virou algo bem maior. Na era da tecnologia onde podemos simular ou manipular tudo, como vamos manter o elemento humano?". É dessa pergunta que parte o documentário, uma homenagem à música feita analogicamente, crua, sem chance para erros que consagrou nomes como Fleetwood Mac, Metallica, Rage Against The Machine, Nirvana, Queens Of The Stone Age e tantos outros que tornaram o documentário uma espécie de documento sobre a história do Rock nos últimos 40 anos e uma declaração de amor à música.















O filme não inova muito em seu formato e é dividido em diversos capítulos com temas diversos, como um que apresenta a lendária mesa Neve 8208, outro sobre os anos 80 e o surgimento do CD, um sobre bateira e diversos dedicados a artistas específicos como Rick Springfield, Nirvana e seu Nevermind ou Fleetwood Mac. No entanto, assim como a música que era feita lá, o documentário sobre o estúdio não precisou de muitos enfeites e soube trabalhar apenas com o contéudo, a emoção e as lembranças de uma época em que segundo um depoimento no filme, "não permitia que pessoas que nem deveriam estar no ramo da música se tornassem ídolos de uma geração". Segundo Shivaun O'brien, que trabalhava no Sound City, lá era onde "homens de verdade faziam discos".















Ao chegarmos nos momentos musicais finais, percebemos que a frase de Shivaun não podia ser mais verdadeira. Rick Springfield, Josh Homme, Trent Reznor, Dave Grohl, o restante do Foo Fighters e Nirvana e até Paul Mccartney se juntaram a outros nomes incríveis para gravar um disco novamente na nostálgica, mas ainda impecável, mesa de som que, após o fechamento do estúdio em 2011, foi comprada por Dave para seu próprio Studio 606. Stevie Nicks, da Fleetwood Mac, também fez parte do projeto e protagonizou um momento único, deixando até o produtor Butch Vig boquiaberto, passando a fazer parte do grupo seleto de "homens de verdade" no verdadeiro sentido da expressão.














Em um período fértil, mas em que é necessário desviar de muito lixo para encontrar verdadeiras pérolas, vale a reflexão sobre essa era analógica, em que não havia computadores ou Pro Tools e a criatividade deveria obrigatoriamente se sobressair à técnica na produção de um álbum de sucesso. Concordando ou não, o documentário é o retrato de uma época em que a produção musical era diferente, mas ao mesmo tempo mais cara, menos democrática. A postura do filme é bastante nostálgica, mas ao assistir a todos aqueles talentos juntos, fica difícil pensar que todos seus discos de ouro e platina teriam ficado menos geniais caso existisse a tecnologia atual.

Para qualquer fã de música, é um filme indispensável e para um fã de Rock nascido nos últimos 50 anos, ganhará um querido lugar na prateleira (ou no HD). (Texto de Lucas Repullo, 19/02/2013)
Fonte: http://monkeybuzz.com.br/artigos/3813/a-nostalgia-analogica-de-sound-city/

terça-feira, 17 de maio de 2016

GAROTOS DA RUA (HISTÓRIAS DO ROCK NACIONAL)


















Garotos da Rua foi uma banda brasileira de Rock'n'Roll, formada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e que alcançou sucesso nacional nos anos 80 com a canção "Tô de Saco Cheio", que tornou-se um clássico do Rock gaúcho.

O Garotos da Rua, nome inspirado numa música de Carlos Caramez e Sérgio Mello, foi criado em julho de 1983, em Porto Alegre por Bebeco Garcia, o baterista Edinho Galhardi, o saxofonista King Jim e o baixista Mitch Marini. Iniciaram tocando como banda da casa no bar Rocket 88, reduto do Rock'n'Roll na cidade.

Seis meses mais tarde, com a entrada do Geraldo Freitas (baixo) e do Justin Vasconcelos (guitarra), o grupo faz sua primeira demo, Sabe o Que Acontece Comigo?, e inicia uma série de shows em Porto Alegre e em mais de 50 cidades do Rio Grande do Sul.

Em 1985, é lançado o primeiro compacto da banda: Programa, pela Gravadora ACIT. No mesmo ano, participam do LP Rock Garagem e apresentam-se no festival MPG, que reúne 40.000 pessoas no Parque Marinha do Brasil, em Porto Alegre.

Ainda em 1985, são contratados pela gravadora RCA e tornam-se nacionalmente conhecidos através do hit "Tô de Saco Cheio", cujo sucesso os convence a se transferirem para o Rio de Janeiro.

Empolgados, lançam seu primeiro álbum pela RCA, Garotos da Rua, que também inclui as músicas "Você é Tudo que Eu Quero", "Sabe o Que Acontece Comigo?", "Babilina", "Não é Você" (com a guitarra de Celso Blues Boy) e "Gurizada Medonha".

No ano seguinte, gravam o disco Dr. em Rock 'n' Roll, e a música "Eu Já Sei" vira hit em todo o país, ao figurar na trilha da novela Mandala, da Rede Globo.
















Em 1988, com um repertório mesclando o blues e o rhythm and blues com o rock, os Garotos gravam o LP Não Basta Dizer Não, consolidando-se ainda mais no mercado brasileiro. Os destaques do disco são "Meu Coração Não Suporta Mais", "Harley Davidson Blues" e "Só Pra Te Dar Prazer". Apesar disso, integrantes dissolvem a banda e decidem partir para projetos individuais.

Em 1996, Justin Vasconcelos, que estava morando em Los Angeles, retorna ao Brasil. Juntamente com Ricardo Cordeiro, o "King Jim", que assume definitivamente os vocais, Edinho Galhardi (bateria) e Cristiano Crochemore (guitarra), os Garotos resolvem reorganizar-se e seguir em frente.


















A banda passa por algumas formações, que incluíram Gabriel Guedes (guitarra), Alexandre Loureiro (bateria), que permanece até 1999, cedendo o posto para Diego Silveira, e também o baixista Marcelo Granja.

Em 1999, pela gravadora BMG, a coletânea de sucessos Hot 20 que vende, apenas no sul do país, mais de 35.000 cópias. No ano seguinte, entram Edu Meirelles (baixo) e Cláudio Mattos (bateria) completando definitivamente a equipe.

Em 2004 os Garotos da Rua lançaram o CD Caminho da Estrada, fiel ao estilo que consagrou o grupo, mas com espírito de renovação. O álbum é composto de 11 faixas inéditas, mais a versão de "Canos Silenciosos", do Lobão. Destacam-se "Não Posso Mais" (já em execução nas principais rádios do sul do país), "Boneco de Mola", "A Portas Fechadas" e "Não Dá Mais Pra Ficar" (com participação de Rafael Malenotti, do Acústicos & Valvulados).
















Em 19 de maio de 2010, após uma operação para retirada de um tumor no cérebro no mês anterior, Bebeco Garcia não resistiu às complicações pós-operatórias e faleceu no hospital da PUC-RS vítima de uma infecção generalizada. Durante seu sepultamento Egisto Dal Santo, seu amigo e parceiro musical, fez uma homenagem ao cantor. 


Por fim, no ano de 2015, os integrantes Justin Vasconcelos e King Jim anunciam que deixam de utilizar-se do já consagrado nome Garotos da Rua por questões de marca, alegando que não renovaram o registro da mesma e que, portando, não possuem mais os direitos de uso.

Na edição de nº 172 da revista Guitar Player brasileira de 2010, saiu essa matéria sobre o músico Bebeco Garcia:

HOMENAGEM - BEBECO GARCIA: 1953-2010
















A música perdeu o guitarrista Bebeco Garcia, fundador da banda Garotos da Rua, que fez muito sucesso nos anos 1980. Ele foi submetido a uma perigosa cirurgia para retirada de um tumor no cérebro e, apesar da bem-sucedida operação, contraiu uma infecção hospitalar e morreu em 19 de maio.

Se você era adolescente na década de 1980, com certeza ouviu o grudento refrão da canção Tô de Saco Cheio: "Lá em casa continuam os mesmos problemas. Lá em casa continuam me enchendo o saco". Naquela época, o rock brasileiro absorvia as novidades vindas da Inglaterra pós-punk, mas Bebeco gravou e fez sucesso com um autêntico rock à la Rolling Stones: riffs pegajosos, bateria pulsante e letras bem-humoradas.


O apelido ele ganhou do pai, quando nasceu, na cidade de Rio Grande (RS), em 11 de setembro de 1953. Foi também o pai quem deu o empurrão para a carreira do músico. "Ele curtia rock e pediu uma guitarra. O nosso pai disse que daria o instrumento desde que ele fosse para uma escola e aprendesse de verdade", conta Lúcia Garcia, uma das duas irmãs do músico.

O problema é que, no final dos anos 1960, professor de guitarra por aquelas bandas, nem pensar! A escola de Bebeco acabou sendo os discos de vinil aos quais tinha acesso antes de muitos brasileiros. "Morávamos em uma cidade portuária e ele estava sempre em contato com as pessoas no porto, sabendo das novidades que chegavam do mundo", conta Lúcia.














Nesses anos, ao lado de Edinho Galhardi, futuro parceiro no Garotos da Rua, Bebeco iniciou sua primeira banda, Farinha do Bruxo. Mudou-se para a capital Porto Alegre na década de 1970 e, ao formar o grupo Caos do Porto, tornou-se um dos precursores do que mais tarde seria chamado de rock gaúcho. Ele tocou também com Carlos Hartlieb, uma de suas grandes influências. Hartlieb foi fundador da banda Liverpool, embrião da famosa Bixo da Seda. Segundo o amigo Egisto Dal Santo, baixista que acompanhou Bebeco entre 1998 e 2009, ele foi convidado a tocar no Bixo da Seda, mas não aceitou o convite, apesar de ser fã da banda. 

Em 1983, ele e seus Garotos da Rua (Galhardi na bateria e Mitch Marini no baixo) surgiram no cenário. Pela gravadora RCA/BMG, o grupo gravou os álbuns Garotos da Rua (1986), Dr. em Rock and Roll (1987) e Não Basta Dizer Não (1988). A banda se estabeleceu no Rio de Janeiro e a canção Eu Já Sabia ganhou as FMs de todo o Brasil. O disco Dr. em Rock and Roll, segundo Egisto, vendeu 88 mil cópias e a música foi incluída na trilha sonora da novela Mandala, da Rede Globo. O hit Tô de Saco Cheio (do disco Garotos de Rua) mostrou ao país os riffs possantes que Bebeco extraía de suas guitarras favoritas: Gibson Flying V e Fender Telescaster. 
















Na década de 90, o músico fundou o Bebeco Garcia e o Bando dos Ciganos, com Egisto no contrabaixo e o filho Pedro Garcia na bateria. Pedro, mais tarde, saiu da banda do pai para integrar o Planet Hemp e, hoje, toca com o RockZ. Com o Bando dos Ciganos, Bebeco registrou cinco trabalhos.












Além de seus projetos, o guitarrista costumava se apresentar em shows e gigs pelo país ao lado de músicos renomados. "Toquei com Bebeco em algumas ocasiões, como uma inesquecível no Bar Opinião. Ele também esteve em minha casa e falamos muito sobre a Gibson Firebird Johnny Winter, um modelo que nós dois tínhamos e gostávamos", conta Luiz Carlini, líder da banda Tutti Frutti. "Era um músico incrível, tinha uma técnica especial e tocava lap steel em pé! Foi o único cara que vi tocando esse instrumento nessa posição", diz Carlini.

Os bends certeiros de Bebeco encaixavam-se perfeitamente às bases que pareciam pensadas e elaboradas por alguém que conhecia profundamente o blues e o rock and roll. Tudo o que Bebeco fez ao longo de seus 51 anos foi tocar. E muito bem. "Meu pai vivia de guitarra. Tocava durante o dia inteiro, todos os dias. Não largava nunca o instrumento", conta Pedro Garcia.

Segundo a irmã Lúcia, Bebeco também tocava violoncelo e teve contato com artes cênicas. "Ele chegou a cursar faculdade de artes dramáticas e, ultimamente, falava em tocar piano. Amava a música".(Texto de Heverton Nascimento)
Fontes: Wikipédia, a enciclopédia livre, revista Guitar Player nº 172-ano15-2010 e acervo pessoal.


Discografia

Sabe o Que Acontece Comigo? (1983)
Programa (1985)
Garotos da Rua (1986)
Dr. em Rock 'n' Roll (1987)
Não Basta Dizer Não (1988)
Caminho da Estrada (2004)

Álbuns ao vivo

Garotos da Rua ao Vivo (1992)

Coletâneas

Rock Garagem (Vários artistas) (1985)
Rock Grande do Sul (Vários artistas) (1986)
Hot 20 (1999)

Primeira Formação:

Bebeco Garcia - vocal e guitarra
King Jim (Ricardo Cordeiro) - vocal e saxofone
Mitch Marini - Baixo
Edinho Galhardi - Bateria

Ex-integrantes

Evandro Demari - Guitarra
Cristiano Crochemore - Guitarra
Justin Vasconcelos - Guitarra e Vocal de apoio
Gabriel Guedes - Guitarra
Pedro Marini - Baixo
Geraldo Freitas - Baixo
Marcelo Granja - Baixo
Sérgio Mello - Baixo
Edu Meireles - Baixo
Cláudio Mattos - Bateria
Alexandre Loureiro - Bateria
Diego Silveira - Bateria