segunda-feira, 25 de julho de 2016

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 18)









Luiza Lian 





































A música de Luiza Lian nasceu cedo. Quando seus pais, também músicos, ainda moravam em Trancoso, e quando a cidade era apenas um vilarejo com mil pessoas. Assistindo seus pais tocando, Luiza tomou gosto pela coisa e assim foi nascendo sua carreira musical. Várias bandas e caminhos depois, a cantora paulista lança seu primeiro disco no Itaú Cultural, em São Paulo, no dia 2 de abril.

Nesse disco, Luiza reviveu músicas dessa época em que vivia na Bahia, como “Ônibus Lotado”, “Luz da Vela” e “Gula”. “Estas provavelmente são as primeiras músicas que aprendi a cantar na vida e, como elas nunca foram gravadas, tinha este desejo em registrá-las”, explica Luiza em entrevista à MTV Brasil.

No show, ela mostra essas e outras canções do seu trabalho de estreia, homônimo, além de outras composições próprias que ficaram de fora.

“Luiza Lian” foi gravado e mixado no estúdio Canoa por Gui Jesus Toledo. O processo inteiro foi bem meticuloso e o projeto levou três anos, entre escolha de repertório e montagem da banda. E ela reuniu um time de peso. Martim Bernardes na guitarra (O Terno), Guilherme d’ Almeida no baixo (O Terno e Grand Bazaar), Tomás de Souza nos teclados (Charlie & os Marretas e Grand Bazaar), Charles Tixier na bateria (Charlie & os Marretas) e Juliano Abramovay no violão (Grand Bazaar, Noite Torta e Orkestra Bandida). Todos eles sobem ao palco com ela.

Segundo Luiza, a gravação do disco foi um processo bem divertido. “Foi muito fácil e gostoso levantar essas músicas com os meninos. Tudo fluiu. É uma baita banda, então os arranjos saíram com muita facilidade. Depois disso, começamos a fazer os shows, pensamos que seria bom tocá-las ao vivo e esquentar a banda, para gravar a parte instrumental ao vivo também e capturar esta sonoridade de banda”, contou. (Texto: MTV).
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

Luiza Lian (2015)






























Augustine Azul





















É raro, mas pode acontecer. Você alguma vez já pegou um disco (seja ele no formato físico ou digital) e ficou encarando a capa? Não sei se existe um pensamento ''exato'' por trás desse ato, mas quando faço isso, geralmente penso: será que o conteúdo refletirá o que vejo na arte?

Por vezes é uma viagem sem volta. Como poderia saber que um prisma refletiria tanto Prog na forma de Pink Floyd? Jamais imaginaria que o Jeff Beck arrebataria meus ouvidos com um som tão futurista, ostentando uma maçã na capa de seu Jeff Beck Group, ou que o Led Zeppelin, fosse derreter minha mente da mesma forma que aconteceu com a carcaça do dirigível em chamas do Led I.

Não é um sistema à prova de falhas, muitas vezes as artes dos discos são trabalhos paralelos que tentam unir teias por conceitos diferentes. É uma maneira que propõe um novo ângulo de observação artístico para linkar um trabalho. A ideia é criar um signo, algo que você olhe e imediatamente pense: essa mina de Black Power é do ''Maggot Brain''.

Volto a repetir o mantra: é complicado achar um todo bem sincronizado, mas quando você acha e aprecia as notas, o baque é ainda maior. Você escuta o disco e frita de uma maneira quase conceitual. É como se você se identificasse com aquilo, da mesma maneira que o músico que está nos créditos o fez. É algo limpo e que não tenta se esconder, o groove é reto.

E se tem um registro que vai lhe atingir como um porrete, desde a capa e desnorteará sua bússola psicológica, meu amigo, esse trampo será o EP dos paraibanos do Augustine Azul. O autointitulado lançado (virtualmente) no dia 01 de julho de 2015 é extremamente fiel ao que é relatado na capa e, digo mais, se eu deixei de falar algo, desculpem-me, desde que saquei essa jam, possuo dois martelos cravados no meu cérebro. A fritação Prog-instrumental do trio é violenta.

Se teve um registro nacional que me pegou pelo pé foi esse aqui. A pegada do trio é assustadora. A bateria pesa, mas com técnica, bombeia o sangue da síncope para todos os instrumentos e mostra uma versatilidade notável, deixando claro desde a base, que o que temos aqui é uma cozinha bastante inventiva, livre e casca grossa.

O baixo de Jonathan Beltrão não caminha com a bateria de Edgard Moreira o tempo todo, ele desafia a guitarra, joga novos graves, deixa tudo mais torto e adiciona um groove bastante ácido em meio à tantas influências diversas. Insights que surgem desde o Stoner, passando pela psicodelia e um groove Funky que encerra o EP com ''Aquele Arregaço'', literalmente.

Na guitarra, João Yor fecha o pack, servindo como o norte de tudo que acontece aqui. Só que cuidado com essa frase, durante os quase 25 minutos que as notas surgem como um choque de taser, todos os instrumentos disputam espaço de maneira contundente.

Só que a fagulha que fará deste som, algo único nos seus fones, é justamente a criatividade de cada música. A diversidade de influências e a técnica crua de cada um dos envolvidos, que com um conceito muito bem definido, impressionam pela exatidão das timbragens.

Falei tanto das artes antes do texto por que você vai olhar pra essa daqui pra frente e lembrar: vish. É um trabalho marcante, seco e que define a força de um grupo que conseguiu achar um conceito e extendê-lo de forma rica sem se perder.

Aqui tem muito Blues, aquelas Hardeiras obscuras, música brasileira, ácido e no fim das contas o estrago chega com a força de um ''Mesclado'' mesmo. A química da banda é fervorosa, o baque é ''3>1'' na entrada, a pancadaria é vertiginosa e no fim parece que você vai cair, mas quando tudo ficar turvo, só verás um ''Teto Preto'' batizando jams ao vivo (a especialidade deste trio), como se a vida fosse uma eterna brisa num festival qualquer em 1900 e ''Setenta e Quatro''.

A cena underground brasileira vai muito bem (obrigado) e são grupos como esse, que além de evidenciarem o tato de nossos músicos e o alto nível das gravações made in Brazil (sem trocadilho), ressaltam ainda mais o puro néctar da música instrumental, nos provando por A + B, como é possível falar muito, sem precisar necessariamente cantar algo concreto. 

Uma bomba de estilhaços com um laço Prog para amarrar a ideia, esse é o Augustine Azul e seu EP. Depois da primeira audição parece que você saiu correndo e atravessou uma porta de vidro temperado. Que muqueta, é tão bom que até o nome do ''Nando Reis'' passa batido! (Texto: Macrocefalia Musical).
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

EP 2015 (2015)










Bruno Souto

























O pernambucano Bruno Souto é um veterano na cena independente nacional e um eterno aprendiz e entusiasta, assim como na vida, no território da canção. Após 10 anos como vocalista e principal compositor da banda Volver, o cantor apresenta agora seu primeiro disco solo, Estado de Nuvem. 
  
Produzido por Regis Damasceno (Cidadão Instigado e Marcelo Jeneci) e pelo próprio Bruno, Estado de Nuvem traz dez canções autorais que foram compostas ao longo dos últimos anos e capturam, em sua essência, impressões íntimas do compositor sobre suas relações num cotidiano de incertezas afetivas e existenciais. Um exemplo pode ser notado num trecho da faixa título, “Sempre digo que é pra sempre / E eu aqui nesse estado de nuvem”. O disco conta com as participações especiais de Fabio Góes, Guizado, Regis Damasceno e das cantoras Luz Marina e Julia Valiengo (Trupe Chá de Boldo). 
  
Expondo confidências e vulnerabilidades em suas canções encharcadas de uma corajosa carga emocional, Bruno Souto nos entrega versos como “Mastigo sua língua num gesto tão terno” (Dentro), “Meus olhos vão comer você” (Aurora), “E até no perder mostre o teu melhor pra mim” (Dance), “Uma faca em cada fala” (Avesso) e “Que o sol explode em gozo num verão sereno” (Eu e o Verão). Esses são apenas exemplos de sua poética inegavelmente confessional, por vezes erótica, por vezes pungente, mas sempre inspirada e inteligente. 
  
Estado de Nuvem é um disco solar sem deixar de ser melancólico. Esteticamente, as músicas abrangem um espectro diversificado de intenções, como Synth Pop, Soul, Rock, e até Reggae, e inspiradas também nas estruturas melódicas do cancioneiro pop brasileiro e da MPB. Mas não se engane: esse disco é a cara e as entranhas de Bruno Souto, um dos mais talentosos compositores da nova geração. (Texto: Site Oficial).
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

Estado de Nuvem (2013)








Into The Dust





































Das cinzas da banda Death/Thrash Grothesc (92- 97), o ITD (Into the Dust) surgiu do interesse de Santos e Nossat em criar músicas calcadas em elementos dos grandes mestres do som obscuro como Black Sabbath, Saint Vitus e Candlemass. 
  
Baseado na cidade do Gama, Distrito Federal, o ITD lançou duas demos-tape, “Into the Dust” (2000) e “March of Believers” (2006), que entre suas faixas já possuía duas músicas em português, demonstrando este novo direcionamento, fazer música pesada com letras totalmente em português. 
  
Após um breve hiato em suas apresentações e várias mudanças em sua formação, o trio recomeça o processo de composição em 2012, já com formação estabilizada, e lança seu EP no começo de 2014. 
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Integrantes: 

Nossat - Voz e Distorção 
Santos - Graves 
Marra – Pulso 

Discografia

Into The Dust (2014) [EP]
























segunda-feira, 18 de julho de 2016

JANIS: LITTLE GIRL BLUE (DICA DE CINEMA)






































Coisa muito difícil, é alguém que realmente goste de música, principalmente fãs de rock, blues ou soul, não ficar arrepiado ao ouvir a cantora Janis Joplin. A primeira vez que me arrepiei foi quando adquiri o meu primeiro LP da cantora nos anos 90, "I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!", meu álbum preferido dela, de 1969, não é o mais famoso álbum, mas para mim, é perfeito, Já começa numa explosão sonora soul de Try (Just a Little Bit Harder), lindas canções como os blues: "One Good Man" e "Little Girl Blue", essa última é a que dá o título, do mais novo documentário sobre a cantora, o qual assisti hoje e que vou indicar aqui. 

Renato Russo escreveu na letra de "Love In The Afternoon", que os "Bons Morrem Jovens" provavelmente para alguém querido(da) do músico que morreu jovem e que ele considerava uma boa pessoa. Eu a interpreto dessa forma e também no sentido de quê "é estranho que os bons, os mais talentosos e verdadeiros em seus respectivos trabalhos, morrerem jovens". Assim foi com o próprio Renato, que também nos deixou cedo demais. 

Neste "seletivo" e sinistro "clube dos 27", onde Janis se juntou com artistas igualmente talentosos da história do rock como Jimi Hendrix, Jim Morrison, Brian Jones, Kurt Cobain, Amy Winehouse, para ficarmos nos mais conhecidos, é como uma maldição, mas como eu disse antes em outra postagem, sobre o filme "Amy", são tragédias típicas de um padrão de comportamento, inclusive neste "Zeitgeist" que foram os anos 60.

Agora falando do filme, o que posso dizer é que eu simplesmente adorei; como sempre em documentários bem feitos como este, me emocionei e fiquei com um nó na garganta, além de mais uma vez sentir aquele arrepio bom, igual o que senti da primeira vez que ouvi a voz de Janis

Pelo que eu li, este documentário, da diretora Amy J. Berg, consumiu sete anos de pesquisa e pelo jeito, valeu muito a pena, o documentário é recheado de imagens raras, muitas inéditas, da cantora em ação, cantando, dando entrevistas e dos bastidores, além de um arquivo de fotos incríveis. O filme é narrado pela roqueira Cat Power, assim como foi feito no filme "When You're Strange" sobre a banda The Doors, onde o ator  Johnny Depp narrou os eventos do filme. Ambos deram um sotaque Rocker bem legal aos respectivos documentários. No caso de "Litle Girl Blue" são narradas cartas e textos escritas pela cantora, principalmente cartas para sua mãe e família, uma riqueza em se tratando de documentos históricos. 

Como disse muito bem Thales de Menezes, em sua crítica do filme, na Ilustrada do Jornal Folha de São Paulo:
"Antes de morrer de overdose de heroína em 1970, Janis passou por quatro anos intensos. Mais do que seu sucesso pessoal, ela construiu um caminho para as meninas no rock. Antes dela, mesmo nomes importantes como Grace Slick, do Jefferson Airplane, que parecia cantar numa banda como se os rapazes estivessem fazendo um favor a ela".    

Realmente Janis, além de ser uma força da natureza, como uma pira, queimou rápido demais e que mesmo em pouco tempo, conseguiu abrir passagem para que as mulheres, também figurassem neste mundo até então, masculino do rock














Eu vi um vídeo antes de ver o filme de uma vlogueira que acompanho na internet, onde ela disse ter gostado muito do filme, mas achou que a parte das drogas na vida da cantora não foi muito enfatizado. Discordo, acho que o filme retrata as drogas na vida da cantora sim, só que ao contrário de outros documentários, o assunto não é posto com tanta relevância, e isso para mim, é um grande ponto positivo do filme. Apesar de Janis ter sido uma menina triste, interiormente falando, ela se mostrava muito alto astral, sempre com um sorriso largo na face. Por este mesmo motivo, o filme demonstra muito bem isso, de que era muito difícil perceber que as drogas eram tão determinantes na vida da cantora. Ficou claro quê, determinante mesmo era a solidão que a menina Janis sentia, está lá nas cartas, documentado, nas letras de música que cantava, nos discursos que fazia nos shows em meio as canções. Quando aquela euforia dos concertos acabava, a iluminação baixava, o público e banda iam todos embora, sobrava apenas a cantora, os quartos de hotéis, as garrafas de bebida e as drogas. Ela continuava com a adrenalina, com a falta de um companheiro, e a profunda solidão que sentia sempre. Um dos últimos romances da cantora, onde me pareceu que ali realmente rolava um sentimento verdadeiro, aconteceu justamente aqui no Brasil, mas não vou dar Spoiler, vejam o filme. Mais uma indicação que faço aqui para os fãs de música e para os cinéfilos de plantão. 

Sinopse

O documentário gira em torno de Janis Joplin, uma estrela do rock norte-americana. Porém, é abordado uma visão fora da música, revelando a mulher doce, sensível, confiável e poderosa que era por trás da lenda. Um relato de uma vida épica e turbulenta que mudou o mundo da música para sempre.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

PENNY DREADFUL (DICA DE SÉRIE)





















Uma fórmula boa, talvez até apelativa, para se obter sucesso com uma série, é você juntar as mais famosas criaturas de terror da literatura e do cinema, lado a lado um do outro, em uma mesma trama. Não que esse tipo de coisa já não tenha sido feita antes nas telonas, acontece que no caso da série Penny Dreadfull, a fórmula não só funciona perfeitamente bem, como também seduz, com um elenco cheio de talentos, interpretações magníficas, um tom gótico de uma Londres cinzenta e vitoriana.

Poético em certo nível, shakespeariana em outro, psicologicamente aterrorizante, onde vemos até em que ponto um ser humano pode ser comparado com os monstros que enfrentam e até aqueles criados por eles mesmos. A religião, os pecados capitais, o peculiar, o pitoresco, todos ali, representados num circo de horrores, por anti-heróis tão sedutores: o frio caçador, a sensitiva noiva da besta, o cientista louco e suas criaturas, bruxas, vampiros, o licantropo, o jovem de eterna beleza e imortal, capaz de seduzir homens e mulheres, demônios internos e externos, um museu de cera que reproduz cenas de crimes, vodu, sangue, amor, o sexo e a paixão. 












Penny Dreadful foi uma série de terror e fantasia exibida nos Estados Unidos pelo canal Showtime e no Brasil pela HBO. Foi criada por John Logan e produzida por ele e Sam Mendes. A série entrelaça as origens de vários personagens famosos da literatura de terror como o Dr. Victor Frankenstein (do romance Frankenstein, de Mary Shelley), Van Helsing e a figura do vampiro (personagens presentes em Drácula, de Bram Stoker) e Dorian Gray (da obra O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde), além de trazer também lendas urbanas (Jack o Estripador) e seres místicos (lobisomens e bruxas) que, juntos, espalham sua monstruosa alienação pela Londres vitoriana.

O título se refere aos Penny Dreadfuls, publicações de ficção e terror que eram vendidas na Inglaterra do século 19. Por serem histórias que custavam um centavo, tinham como apelido "centavos do terror".

A série estreou no dia 9 de Maio de 2014 no Showtime OnDemand, e logo depois, no dia 11 de Maio no canal Showtime. Passou a ser transmitida no Brasil no dia 13 de Junho de 2014 pelo canal pago HBO. Em Portugal, o seriado começou a ser exibido no dia 25 de Maio de 2014 pelo canal premium TVSéries.

A segunda temporada de Penny Dreadful estreou em 20 de Abril de 2015. Seu último episódio foi exibido em 31 de Junho de 2015. A terceira temporada estreou no dia 1 de Maio de 2016 nos Estados Unidos e dia 6 no Brasil. O último episódio foi ao ar em 19 de Junho de 2016.

Penny Dreadful foi finalizada em 2016, contando com três temporadas.   
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

DIA MUNDIAL DO ROCK (UMA BREVE PASSAGEM NA HISTÓRIA)


























O dia 13 de julho é conhecido no Brasil como Dia Mundial do Rock. A data celebra anualmente o rock e foi escolhida em homenagem ao Live Aid, megaevento que aconteceu nesse dia em 1985. A celebração é uma referência a um desejo expressado por Phil Collins, participante do evento, que gostaria que aquele fosse considerado o "dia mundial do rock". O evento também ficou conhecido por contar com grandes artistas do gênero, como Paul McCartney, Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood, Elton John, Queen, David Bowie, entre outros.

Em 13 de julho de 1985, Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos Estados Unidos. O objetivo principal era o fim da fome na Etiópia. O evento chamou a atenção por contar com a presença de muitos artistas famosos na época. Entre os participantes, estavam The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.

Os shows foram transmitidos ao vivo pela BBC para diversos países e abriram os olhos do mundo para a miséria no continente africano.

Em 2005, 20 anos depois do primeiro evento, Bob Geldof organizou o Live 8, uma nova edição com estrutura maior e shows em mais países. Dessa vez o objetivo foi pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres e erradicar a miséria do mundo.

No Live 8 o Grupo de Rock Britânico Pink Floyd se reuniu em sua formação clássica pela primeira vez depois de 20 anos de separação.

Apesar de se chamar "Dia Mundial do Rock", a data só é comemorada no Brasil. Ela começou a ser celebrada em meados dos anos 1990, quando duas rádios paulistanas especializadas em rock - 89 FM e 97 FM - começaram a mencionar a data em sua programação. A celebração foi amplamente aceita pelos ouvintes e, em poucos anos, passou a ser popular em todo o país. Entretanto, essa data é completamente ignorada em todo o resto do mundo.

Em 13 de julho de 2001, também ocorreu a estreia oficial da rádio rock Kiss FM na cidade de São Paulo, que opera na frequência 102.1 MHz em FM para ouvintes da Região Metropolitana de São Paulo. Mantendo o gênero rock como carro-chefe de sua grade, que ajudou a consolidar uma audiência fiel em São Paulo, a Kiss FM completa 15 anos de trabalhos ininterruptos no mercado paulistano este ano.

Outros países e localidades não têm uma data específica para celebrar esse estilo musical ou têm outras datas. Nos EUA, poucas pessoas comemoram a data no dia 9 de julho, em homenagem ao programa "American Bandstand, de Dick Clark, que estreou nessa data. O programa ajudou a popularizar o rock and roll nos EUA.

Por ser uma data definida arbitrariamente e sem respaldo em outros países, especialistas em música contestam essa escolha. Eles sugerem outras datas que seriam mais significativas para a história do rock e que, portanto, mereceriam ser o verdadeiro Dia do Rock. Entre elas, estão o dia 5 de julho, quando, em 1954, Elvis Presley gravou uma versão mais rápida do blues That's All Right e 9 de fevereiro, quando, em 1964, a banda The Beatles se apresentou pela primeira vez nos EUA.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


UM DOS MAIS IMPORTANTES FENÔMENOS DE MASSA DO SÉCULO 20 


Apenas em 1979 o velho roqueiro canadense Neil Young sentiu-se seguro para cantar, na canção My My. Hey Hey, que "o rock and roll veio para ficar". Esta frase simples e definitiva esperou 29 anos para ser pronunciada, desde que em 1950 surgiu esse ritmo febril e rebelde. Quando em 1954, Elvis Presley gravava That's all Right e Bill Haley lançava Rock Around the Clock, o novo gênero parecia a todos apenas uma moda passageira. Para os jovens era apenas diversão e, para os pais, um escândalo com perigosas conotações sexuais. Hoje, quando o rock já é considerado uma das mais importantes manifestações culturais surgidas no século passado, além de ser um dos mais lucrativos ramos da indústria do entretenimento, ainda há muito o que se aprender e discutir sobre ele, como atestam importantes biografias, filmes, documentários, livros e discos, os quais possibilitam desde um melhor conhecimento de suas raízes musicais até um mergulho mais aprofundado nos contextos sociais em que se desenvolveu.

















O rock já enfrentou todo tipo de oposição, desde o puritanismo em sua primeira fase até a concorrência de outros gêneros de grande popularidade, como a disco music, o hip-hop e o eletrônico. Por vezes, é seu próprio esgotamento que parece condená-lo à extinção. No entanto, sempre surge algum movimento ou estilo para renová-lo. Foi assim com o movimento hippie, com o punk e com o grunge. Como exemplo local, pode-se até citar o movimento mangue beat, profundo devedor do visceralismo, da densidade sonora, da liberdade e experimentalismo do rock. Ritmo de capacidade canibalizante, sobrevive também das boas qualidades de outros ritmos. O rock ramificou-se em mil direções, advindo daí sua capacidade de agradar a todo tipo de público. Nota-se a distância que há, por exemplo, entre uma comportada fã da fase romântica de Elvis e um metaleiro fanático pelo Sepultura.















Esse poder de adaptação é uma das características do gênero. Lembremos do rock progressivo do Yes e Pink Floyd; do glitter do camaleônico David Bowie; e do industrial do Neubauten, ou, ainda da influência do rock sobre a música eletrônica dos já clássicos Ministry e Prodigy. Esta meleabilidade já estava nas próprias origens do rock, como mostra o lançamento em 2002 de When The Sun Goes Down - The Secret History of Rock & Roll, um pacote de quatro discos que traça maravilhosamente a pré-história do rock, já fora de catálogo. A coleção, cronologicamente didática, recupera gravações em 78 e 45 rotações do selo Bluebird. No disco um, Walk Right In, estão os ritmos da virada do século 19 para o 20, como as works e as prison songs. A audição deste disco já deixa claro como a riqueza sonora que cerca o mundo pop e rock deve absolutamente tudo às suas raízes. Veja-se The Midnight Special, de 1940, em que o guitarrista Leadbelly e o Golden Gate Quartet dão aula de plangência harmônica e swing, que apenas décadas depois seriam popularizadas pelo rock; ou o country-folk ao mesmo tempo rústico e melodicamente sofisticado de Carter Family, em Worried Man Blues, de 1930, que pode colocar muitas composições de Dylan no seu devido lugar. Ou, ainda, os diálogos de vozes negras em introito em Garbage Man Blues (1934); e os jogos de chamada-e-resposta na impagável, irônica, e cheia de orgulho negro Somebody's Been Stealin', do reverendo J.M. Gates (1928), recursos hoje usados exaustivamente pelo rap. No volume seguinte, The First Time I Met the Blues, tem-se o blues urbano dos anos 20 e 30, como Mississippi Matilda cantado com voz aguda a emocionante Hard Working Woman, gravada em 1936 num quarto de hotel de New Orleans. No terceiro disco, That's Chicago's South Side, está o blues de Chicago nos anos 30 e 40, com belezas como a mais antiga gravação (1935) do sucesso de B.B. King, Every Day I Have Blues, com Pine Top; e Jazz Gillum cantando e tocando gaita em Key to the Highway. O último disco, That's all Right, entra na eletrificação do blues e nos ritmos mais acelerados que marcariam o surgimento do rock and roll, como My Baby Left Me, de Arthur Crudup (1950), em que uma bateria ganha peso e se livra da marcação feita por um baixo de acordes jazzísticos. A última faixa traz um iniciante Little Richard, em 1951, tocando um rhythm & blues (Get Rich Quick). Ao todo, são cem gravações que constituem um tesouro para o estudioso interessado em mapear os caminhos e descaminhos do rock; além de ser um deleite para qualquer apreciador de boa música, dada a atemporalidade da maioria dos arranjos e melodias.












Parte deste precioso material sonoro é utilizado pelo acadêmico americano Paul Friedlander em seu livro Rock and Roll - Uma História Social, que começa do mesmo ponto da coleção. Ele situa o rock em seus contextos sociais e lança luzes sobre os processos de fusões rítmicas, além de mostrar como o racismo colocou sua pesada mão sobre o rock. Ele explica que artistas como os que estão nas gravações da Bluebird eram pouco conhecidos nos próprios Estados Unidos, onde seus discos eram vendidos apenas para o público negro. Mas no inicio dos anos 50, jovens brancos de classe média, entediados com a música melosa que tocava nas rádios, começaram a frequentar as lojas de race records (gravações para negros). "Em 1952, na Dolphin Record Store de Los Angeles, 40% dos compradores de discos de R&B da loja eram brancos", diz Friedlander.

A demanda era tanta que no ano seguinte as gravadoras começaram a contratar cantores brancos para regravar sucessos de R&B. "Se conseguisse encontrar um branco que tivesse o som e o feeling negros, poderia ganhar milhões", dizia nessa época Sam Phillips, dono da pequena Sun Records. A "sorte grande" não demorou a bater em sua porta, e se chamava Elvis Presley, "o garoto branco e pobre do norte do Mississippi que viveu o sonho americano", segundo Friedlander. O fato de Elvis ter ficado com o trono e a coroa do rock, embora antes dele já houvesse artistas igualmente talentosos, o autor credita às características de seus concorrentes: Bill Haley não causava histeria em fãs adolescentes por ser um tanto "velho" (28 anos); Chuck Berry tinha problemas com a lei (foi preso duas vezes); em Fats Domino faltava o devido espírito de rebeldia; e Little Richard era, ao contrário, "simplesmente chocante demais, selvagem demais e negro demais".














A primeira fase do rock era predominantemente negra, formada por Fats Domino, Chuck Berry e Little Richard. Já a segunda geração do rock clássico começa com Elvis em 1956, e na esteira vem nomes como Jerry Lee Lewis e Buddy Holly. Segundo Friedlander, esta segunda geração garantiu ao rock and roll a vitória sobre a música popular como ritmo de massa; vitória conseguida à custa da troca da cor de pele e de uma suavidade provisória no ritmo, seguidos de uma temática mais voltada para o amor e os prazeres da vida do que para suas dificuldades e tristezas, estando aqui mais um distanciamento do rock de suas raízes negras. Bom exemplo disso é o rock suave e lúdico dos Beatles.


















Tudo mera consequência social e histórica, portanto, o fato de todos os grandes ídolos do rock, Dylan, os integrantes dos Stones, Led Zeppelin, The Who, The Doors, Nirvana e Red Hot Chili Peppers - para ficar apenas em alguns nomes - serem brancos.

















Outra importante contribuição do livro de Friedlander é mostrar cabalmente porque o rock transcende seus característicos acordes. Para uns, é um estilo de vida que influencia o modo de pensar e agir. Para outros, um meio de vida, garantido pelos bilhões de dólares que movem a indústria cultural. Com esta visão sociocultural, amplia-se a compreensão do fenômeno. Na verdade, a maioria das fases do rock não pode ser compreendida sem um apurado exame da sociedade. Veja-se o chamado "som de São Francisco", trilha sonora do flower power, do movimento hippie e dos protestos contra a Guerra do Vietnã. Friedlander vai longe em sua pesquisa: "Desde a Corrida do Ouro em 1849, a cidade ganhara a reputação de ser um lugar onde tudo é permitido". O clima de liberdade começou a atrair para a cidade, a partir dos anos 50, artistas e intelectuais de vanguarda, dedicados ao "estudo do existencialismo e das filosofias do Oriente, escrevendo poesia, ouvindo Jazz e música folk, adotando uma filosofia sexual sem preconceitos e expandindo a consciência através do uso de drogas". Com um pouco de cada um desses ingredientes (e ainda o ativismo sindical e político que já era uma tradição na cidade) surgiu a música psicodélica, livre e contestadora de grupos como Jefferson Airplane, Grateful Dead e personalidades cheias de talento como Janis Joplin e Jimi Hendrix. O punk é outro estilo que não pode ser encarado apenas do ponto de vista estritamente musical, mas sim como porta-voz de uma geração. Na Inglaterra de meados dos anos 70, vivia-se uma fase de desemprego e a educação não era universalizada. Não por acaso, foi nesse contexto de marginalização de parte da juventude que surgiram os Sex Pistols cantando No Future e cuspindo no público. 









Mas esse comportamento frequentemente contestatório e/ou chocante sempre foi contrabalançado pela aguçada visão comercial das gravadoras. Embalar e vender um produto autêntico e honesto parece ser a receita infalível para a perpetuação do rock. "A vendagem de discos, que alcançara pela primeira vez a marca de um bilhão em 1967, alcançara dois bilhões em 1973 e quatro bilhões em 1978. A renda das vendas de discos e fitas ultrapassou outros tipos de ganhos da indústria do entretenimento, incluindo esportes e cinema", diz Friedlander. E esta é outra vitória do rock que apenas o Jazz - em certa medida - conseguiu: agradar a jovens em busca de diversão, de respostas a seus anseios e de enriquecimento cultural, e também propiciar a empresários nem tão jovens o desejado enriquecimento financeiro. 

















O envolvimento da indústria no rock gerou outro fenômeno social: a vida excêntrica e desregrada dos astros milionários, personagens do chamado "circo do rock". A biografia de Bob Dylan, de Howard Sounes, dá uma boa dimensão desse mundo extravagante e ostentatório: só nos anos 70, ele gastou dois milhões de dólares na reforma de sua mansão; fretou um avião com duas suítes e um bar, e alugou uma fábrica desativada para montar um complexo de trabalho com estúdio, escritórios e um quarto. Tudo condizente com uma reputação que, segundo o autor, baseia-se muito no sucesso comercial: "Durante seus 40 anos de carreira, Dylan vendeu, no mundo todo, mais de 56 milhões de discos, incluindo mais de 23 milhões de álbuns nos Estados Unidos". São números impressionantes, mas nem tanto, se lembrarmos que os Beatles têm vendas mundiais estimadas em 600 milhões de discos. Mas para além das cifras, a alentada biografia de Sounes mostra o gigantismo artístico de Dylan, com suas mais de 450 composições originais. Neste aspecto, a coleção de CDs When the Sun Goes Down mostra em quais fontes Dylan bebeu, e a quais artistas ele deve seu papel como agente transformador do panorama musical dos anos 60, por ter trazido letras poéticas à música pop. Sounes diz que entre tantos compositores que devem algo a Dylan estão Lennon e McCartney, lembrando que bem antes dos Beatles fazerem sucesso Dylan já era um astro. 





















Na história do rock, a longevidade de Dylan só se compara à dos Rolling Stones, banda surgida em 1963 e batizada com nome retirado de um blues de Muddy Waters. Atualmente, Mick Jagger e sua turma, após uma longa trajetória que fundiu música e revolução comportamental, comemoraram seus cinquenta e três anos de carreira. As circunstâncias em que os Stones se mantêm ativos e fazendo sucesso apenas lhes acentuam o mérito. Afinal, já se passaram mais de vinte e cinco anos desde a explosão do grunge, último movimento significativo do gênero, e agora o rock em geral adentrou o século 21 amargando mais uma de suas entressafras.



De resto, todos os lançamentos possibilitam fazer frente, com argumentos estéticos e históricos, aos aficionados de gêneros musicais que se irmanam na busca de uma sofisticação quase ascética, os quais costumam desprezar o rock and roll por conta da simplicidade de sua estrutura harmônica. Nesse sentido, o livro de Friedland traz importantes contribuições para acabar com esta injustiça de buscar entender o rock a partir de parâmetros que lhe são estranhos; equívoco de método que leva muita gente supostamente esclarecida, como o crítico Lester Bangs, a dizer que "em sua essência o rock and roll é um monte de merda alucinante". O estudo de Friedlander ajuda muito na tarefa de entender quem são os verdadeiros alucinados. Ele divide a abordagem de uma peça musical em dois tipos, a analítica e a intuitiva, para depois mostrar como ambas são dignas de crédito, tornando-se mais valiosas ainda quando mescladas pelo conhecimento e bom senso. Na verdade, o que ele sugere é o óbvio, que o preconceito musical o impede muitos de ver: o rock deve ser analisado levando-se em conta desde origem social e histórica do músico até os instrumentos utilizados e a estrutura harmônica, bem como a temática e as mensagens das letras, (o rock desde sua origem só fez evoluir e se ramificar em vários outros gêneros e estilos, criando vários outros subgêneros).    









No seu messianismo a favor do rock, entra, por exemplo, na audição do rock dos anos 50, lembrando que há ali séculos de tradição musical da África e Europa. "Na mesma música, há os padrões de chamados-e-respostas vindos de uma aldeia africana e harmonizações da música erudita da Europa do século 18. "Esses elementos contribuíram para o surgimento dos estilos afro-americanos como o blues rural, o blues urbano, o gospel e o jump band jazz, os quatro estilos que, juntamente com os estilos brancos do country e folk, são as maiores fontes do rock and roll. O estudioso vai aos detalhes. Fala, por exemplo, da importância da base rítmica 2/2 (a "backbeat") da música gospel para o desenvolvimento do R&B; para depois afirmar que o rock and roll, em seu surgimento, não era, de fato, musicalmente complexo: "Havia uma acentuação nos tempos dois e quatro dos compassos (um-DOIS-três-QUATRO); balançava-se (rock) nos um e três e rolava-se (roll) nos DOIS e QUATRO". Esta arqueologia musical - corroborada pela coleção When the Sun Goes Down - aponta para um gênero que, em vez de tosco, vem de uma longa depuração musical. Ao contrário do que os simplistas pensam, a simplicidade do rock encerra sofisticação. (Por Helton Ribeiro e Marco Frenette)
Fonte: Revista BRAVO!, DEZEMBRO 2002 - ANO 6 (matéria de capa especial: É só rock?), Google e arquivos pessoais.



O ROCK TAMBÉM FEZ HISTÓRIA EM TERRAS TUPINIQUINS














No Brasil, mesmo com advento da internet e inúmeras publicações de gente especializada no assunto, ainda há aqueles que acreditam que o rock começou por aqui na década de 80, mas já havia gente graúda da nossa música cantando rock na década de 50. Nos anos 60 a Jovem Guarda e a psicodelia dos Mutantes. Nos 70 temos de Raul Seixas à Secos & Molhados, de Casa das Máquinas à A Bolha. Nos 80 a explosão do gênero que vai do pós-punk da Legião Urbana ao rock and roll do Barão Vermelho. Nos anos 90 a onda era experimentar, seja com a Manguebeat de Chico Science & Nação Zumbi ou à mistura de rap, rock psicodélico e hardcore do Planet Hemp, e a irreverência do forró-core dos Raimundos. Passados os 2000 até os dias atuais, o rock voltou a ser independente e deu um salto significativo em qualidade, seja ela nos estilos, no profissionalismo, em sua linguagem, em técnica e produção. Exemplos bons e atuais não faltam, bandas como Far From Alaska, O Terno, Project46, Los Porongas e etc    


















O rock brasileiro (mais conhecido no Brasil como rock nacional) teve início no final da década de 1950, conquistando maior popularidade na década de 1980.

O "pontapé inicial" do rock no Brasil foi Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) quando gravou o considerado primeiro rock, "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets (trilha do filme Sementes da Violência), em outubro de 1955, para a versão brasileira do filme. Em uma semana a canção já estava no topo das paradas (mas Nora Ney nunca mais gravou nada no gênero, tirando a irônica "Cansei do Rock", em 1961). Em dezembro, a mesma canção recebia versão em português, "Ronda das Horas" (por Heleninha Ferreira) e outra gravada por um acordeonista, não tão bem sucedidas quanto a "original".

Em 1957, foi gravado o primeiro rock original em português, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo (futuro autor de "Pra Frente Brasil") e gravada por Cauby Peixoto.

O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958). O grupo acompanhou Cauby na canção That's Rock, composta por Carlos Imperial.

Entre 57 e 58, diversos artistas gravaram versões de músicas americanas, como "Até Logo, Jacaré" ("See You Later, alligator"),"Meu Fingimento" ("The Great Pretender" dos The Platters) e "Bata Baby" (Long Tall Sally de Little Richard).

Embora em 57 o grupo Betinho & Seu Conjunto, de "Enrolando o Rock" (também gravada por Cauby Peixoto) tenha alcançado grande fama, os primeiros ídolos do rock nacional foram os irmãos Tony e Celly Campelo que, em 1958, lançaram o compacto Forgive Me/Handsome Boy, que vendeu 38 mil cópias. Tony gravaria mais dois singles até seu álbum em 1959, e Celly estourou em 1959 com "Estúpido Cupido" (120 mil cópias vendidas), chegando a ter boneca própria (com a qual aparece na capa de seu LP "Celly Campello, A Bonequinha Que Canta").

Os Campello também apresentariam Crush em Hi-Fi na Rede Record, programa totalmente voltado para a juventude, que revelou diversas bandas. Outros programas também surgiram para aproveitar a "febre" como Ritmos para a Juventude (Rádio Nacional-SP), Clube do Rock (Rádio Tupi -RJ) e Alô Brotos! (TV Tupi). Em 1960, surgira até a Revista do Rock.

Década de 1960














O começo da década foi marcado pelo surgimento de grupos instrumentais como The Jet Blacks, The Jordans e The Clevers (futuros Os Incríveis), e do cantor Ronnie Cord, que lançaria dois "hinos": a versão "Biquíni de Bolinha Amarelinha" e a rebelde "Rua Augusta".

Até que surge um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira: Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e "Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como "É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque". Aproveitando o sucesso, a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão") e Wanderléa ("Ternurinha"). Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.

Seguindo o sucesso do programa Jovem Guarda , surgem outros artistas, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo, Ronnie Von e Dick Danello, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo (rock and roll e rockabilly). A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Adventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help! dos Beatles).


Apesar disso, os artistas da MPB "declararam guerra" ao iê-iê-iê da Jovem Guarda, chegando a um protesto de Elis Regina, Jair Rodrigues, entre outros, conhecido "Passeata contra as guitarras elétricas". O programa terminaria em 1968, com a saída de Roberto Carlos.

Então, surgiria a Tropicália. Em 1966, surgiram Os Mutantes: Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, com seu deboche e som inovador. Em 1967, a dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil faria as canções "Alegria, Alegria" e "Domingo no Parque", apresentadas no III Festival da Rede Record. No ano seguinte, o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band fascinou a dupla, levando a apresentações vaiadas em festivais de Record e Excelsior, e ao álbum coletivo Tropicália ou Panis et Circensis, com Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, Torquato Neto, Capinan, Rogério Duprat e Nara Leão, considerado um dos melhores álbuns brasileiros da história.


















Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a partir de 1968 e chegando a influenciar até Kurt Cobain, do Nirvana. O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.

Década de 1970

















O endurecimento do Regime militar levou Caetano e Gil ao exílio em Londres, onde viveram de 1969 a 1972. Durante o período, gravaram dois discos considerados dos seus melhores, Transa (Caetano), e Expresso 2222 (Gil).

Após sair dos Mutantes no final de 1972, Rita Lee iniciou uma muito bem sucedida carreira solo, acompanhada do grupo Tutti Frutti. É nesse período, que ela lança o seu mais memorável álbum: o Fruto Proibido de (1975), disco este, que contém os sucessos "Agora só falta você", "Esse tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra". Arnaldo Baptista também gravou o aclamado Loki? (1974). Os Mutantes ainda atravessaram a década convertidos ao rock progressivo, passando por várias formações e dissolvendo-se em 1978.

Havia também o Made in Brazil que é uma das bandas de rock mais antigas em atividade no Brasil. Devido à sua longevidade e importância no panorama roqueiro dos anos 70, é considerada uma lenda do gênero. A banda foi formada em 1967 no bairro da Pompeia, na cidade de São Paulo pelos irmãos Oswaldo Vecchione e Celso Vecchione.


















Em 1973, surgiram Secos & Molhados, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, que faziam a chamada "poesia musicada", com canções muito bem elaboradas como "Rosa de Hiroshima" ou "Prece Cósmica", apesar de alguns flertes menos poéticos e mais divertidos como "O Vira". Dois álbuns e um ano depois, em 1974, o grupo com sua formação clássica (João, Ney e Gerson Conrad) se desfez.
















Em 1973 surgiu outro ícone: Raul Seixas, que vendera 600.000 compactos de "Ouro de Tolo" em poucos dias e se tornaria "bardo dos hippies" com músicas debochadas como "Mosca na Sopa" e "Maluco Beleza", esotéricas como "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e "Gita", e as motivacionais "Metamorfose Ambulante" ( que compunha aos 14 anos) e "Tente Outra Vez".

Movimentos surgiram em outros locais do Brasil: em Minas Gerais, o "Beatlesco" Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento e Lô Borges; e no Nordeste, a "nova onda" dos Novos Baianos, além da chamada "Invasão Nordestina": artistas que misturaram o sertanejo ao rock, como Fagner, Zé Ramalho e Belchior.






















Mesmo com o pouco espaço na mídia, várias bandas e estilos se destacavam no circuito underground da época, como o progressivo regional de O Terço (que chegou a gravar um álbum em inglês voltado para o mercado italiano), o hard rock do Made in Brazil, o rock rural de Sá, Rodrix e Guarabyra e o hard progressivo do Casa das Máquinas.






















No verão de 1975 foi organizado o pioneiro festival de rock no Brasil, o "Hollywood Rock", patrocinado pela companhia Souza Cruz, no Rio de Janeiro. Participaram os grupos Vímana, O Peso, Rita Lee & Tutti Frutti, além dos cantores Erasmo Carlos, Celly e Tony Campelo e Raul Seixas. As apresentações foram registradas no documentário Ritmo Alucinante, lançado no mesmo ano.

Década de 1980
















Atribui-se a esta década a popularização do rock brasileiro, movimento que surgiu para aproveitar a onda do estilo musical (rock) que já havia se consagrado mundialmente nos anos 70. Muitas bandas deste estilo, como os Titãs e Os Paralamas do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por todo o Brasil. Outras bandas e artistas da época, como Engenheiros do Hawaii e Legião Urbana, foram imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o público, principalmente adolescentes.

Na década de 1980, ocorreu a verdadeira "explosão" do rotulado "BRock". Isso se deve em parte à criação de casas de show, como Noites Cariocas e Circo Voador (Rio) e Aeroanta, Napalm e Madame Satã (São Paulo). As primeiras bandas a fazerem sucesso foram os irônicos Blitz ("Você não soube me amar").













As bandas mais cultuadas dos anos 80 formam um "quarteto sagrado"[carece de fontes]. São elas: Os Paralamas do Sucesso, originários do Rio de Janeiro, haviam se conhecido antes em Brasília e começaram a tocar na garagem de um dos integrantes, Titãs, paulistas (mais tarde "suavizados"). Inicialmente, juntavam as estéticas da new wave e do reggae com a da MPB. De 1982 a 1984 a banda era formada por nove integrantes - além dos músicos que continuam no grupo, fizeram parte do conjunto: Ciro Pessoa (vocais), Arnaldo Antunes (vocais), Marcelo Fromer (guitarra) e Nando Reis (baixo/vocais), logo se tornando um octeto, numa formação que duraria até 1992, com a saída de Arnaldo. O baterista do grupo Ira!, André Jung, tocou seu instrumento no primeiro trabalho titânico, depois cedendo seu posto a Charles Gavin, os cariocas Barão Vermelho, surgidos em 82 e liderados por Cazuza. Com a saída dele (que teve carreira solo bem sucedida), o guitarrista Frejat assumiu os vocais, e a mais influente Legião Urbana, liderada por Renato Russo, surgida em 82, emplacando alguns sucessos como "Faroeste Caboclo", "Será" e "Eduardo e Mônica", que chegaram ao topo das rádios. A banda acabou com a morte de Renato Russo, em 1996. Os outros legionários que compunham a banda eram: Marcelo Bonfá (bateria) e Dado Villa-Lobos (Guitarra). Renato Rocha foi baixista da banda até 1988.


Tiveram outros grupos de grandes sucessos na época, como as bandas Sempre Livre, Gang 90 e as Absurdettes, Biquini Cavadão, Hanói Hanói, Hojerizah, Lobão e os Ronaldos, Metrô, Magazine, Grafitti, Ed Motta & Conexão Japeri, além de cantores(as) como Marina Lima, Leo Jaime, Ritchie, Kid Vinil, Fausto Fawcett, entre outros.

Vários locais do Brasil tinham suas bandas surgindo no Rio de Janeiro, surgiram as bandas Kid Abelha, Heróis da Resistência e Leo Jaime, Uns e Outros e o fim da banda Vímana revelou Lulu Santos, Lobão (também ex-Blitz) e Ritchie. Em São Paulo, o Festival Punk de 81 revelou Inocentes, Cólera e Ratos de Porão. Além dessa cena, surgiram as principais bandas paulistas, como Ultraje a Rigor (no qual Edgard Scandurra tocou antes do Ira!), Ira!, Titãs, RPM, Zero, Metrô, e Kid Vinil (então vocalista da banda Magazine), sem se esquecer da cena independente muito bem representados pelo Fellini, Cabine C, Agentss, Smack, Voluntários da Pátria, Akira S e As Garotas Que Erraram, e Mercenárias. Em Brasília, o Aborto Elétrico (em que Renato Russo tocara) virou o Capital Inicial (que acabou se fixando em São Paulo), e a Plebe Rude teve o sucesso "Até Quando Esperar" e "Proteção". No Rio Grande do Sul, os "cabeças" Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós chegaram ao sucesso nacional. Também estouraram bandas gaúchas de rock como TNT, Taranatiriça, Cascavelletes, Os Replicantes, Os Eles, Bandaliera, Garotos da Rua, DeFalla. Na Bahia, chegou ao sucesso o Camisa de Vênus.














No heavy metal, originou-se em Minas Gerais a banda brasileira de maior sucesso internacional, o Sepultura, que toca o gênero extremo thrash metal, com letras em inglês. Outra banda a conseguir algum destaque no exterior (Japão) foi a paulista Viper, que também escrevia letras em inglês, e que ajudou a desenvolver um estilo que viria a ser chamado de metal melódico no Brasil. O Viper foi também responsável por revelar o vocalista Andre Matos, que participaria de duas grandes bandas brasileiras: Angra e Shaman.

Década de 1990
















Dentre as novidades da década, está o surgimento da MTV Brasil, em 1990. O período ficou marcado pelo enorme crescimento da indústria do videoclipe no Brasil, além da emissora musical oferecer oportunidades de divulgação pra inúmeras bandas que estavam em início de carreira. Com isso, todos os grupos de destaque na época, tiveram seus clipes veiculados no canal.

Surgiram também festivais alternativos importantes para a divulgação do cenário independente, como o Abril pro Rock, em Recife e as grandes gravadoras voltaram a apostar em grupos novos, através de pequenos selos, como Chaos, pertencente à Sony Music e Banguela Records, criado pelos Titãs em parceria com o produtor Carlos Eduardo Miranda e distribuído pela Warner Music.


















O primeiro grande grupo da década foram os mineiros Skank, que misturavam rock e reggae. Ao longo dos anos, outros grupos mineiros surgiriam, como Pato Fu, Jota Quest, Virna Lisi e Tianastacia.

Em Recife despontou o movimento Mangue beat. Liderados por Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, as bandas misturavam percussão pernambucana com guitarras pesadas, conquistando a crítica.

Entre 1994 e 1995 surgiram dois grupos bem sucedidos pelo humor, os brasilienses Raimundos, com o ritmo forrocore (forró+hardcore) e os guarulhenses Mamonas Assassinas, parodiando do heavy metal ao sertanejo, que chegaram a fazer 3 shows por dia e venderam 1,5 milhão de cópias.
















Alguns rappers tiveram ligação íntima com o rock, como Gabriel o Pensador, o Planet Hemp (que pedia a legalização da maconha) e o Pavilhão 9 (que falava de violência policial).

O Sepultura teve um crescimento de popularidade nos anos 90, culminando no álbum Roots, que fez da banda uma das principais do heavy metal mundial na época e lhes rendeu razoável exposição no mainstream. Pouco tempo depois, Max Cavalera, membro fundador e front man, saiu da banda, dando lugar a Derrick Green.















Seguindo o caminho do Sepultura, o Angra também gravou músicas em inglês, misturando power metal com ritmos tipicamente brasileiros. A banda alcançou sucesso na cena heavy metal brasileira e reconhecimento mundial, sendo muito bem recebidos na França e principalmente no Japão.

Outros destaques da década são O Rappa e Cidade Negra, representando a ligação do reggae com o rock, Charlie Brown Jr., com influências do skate punk e vocais rap, Cássia Eller, com um repertório de Cazuza, Renato Russo e Nando Reis, e Los Hermanos, que surgiram com Anna Júlia, canção pop que não combinava com a imagem intelectual da banda.














Outro fato da década é que todas as bandas do "quarteto sagrado" do rock da década de 1980 (exceto a Legião) tiveram de se reinventar para reconquistar o grande público. Os Paralamas, depois de uma fase experimental, voltaram às paradas com Vamo Batê Lata (1995), o Barão Vermelho, com o semi-eletrônico Puro Êxtase (1998) e os Titãs, com seu Acústico MTV (1997).

Depois de um tempinho, surgiram Wilson Sideral e Flávio Landau (ambos irmãos de Rogério Flausino vocalista do Jota Quest). Sideral emplacou nas rádios brasileiras sucessos como Não Pode Parar e Zero a Zero. Já Landau obteve maior reconhecimento na década seguinte.

O rock gaúcho continuou muito bem representado pela banda Cidadão Quem, pelos cantores Wander Wildner (ex-Replicantes) e Júpiter Maçã (ex-Cascavelletes), entre outros nomes de projeção local.

Também tiveram grupos de carreira mais curta, como Rumbora, Skuba, Virgulóides e O Surto, banda conhecida pelo hit A Cera. Outros alcançaram status de artistas cult, como Little Quail and The Mad Birds e Mulheres Q Dizem Sim.

A década também ficou marcada pela perda de Cazuza, em 1990 e Renato Russo seis anos depois, dois dos maiores ícones da história do rock brasileiro, além da morte de Chico Science, em 1997 e o trágico acidente de avião que vitimou o grupo Mamonas Assassinas um ano antes.

Década de 2000
















O ano de 2001 foi um ano "trágico" para o rock brasileiro. Herbert Vianna, dos Paralamas, sofreu acidente de ultra-leve e ficou paraplégico (mas voltou a tocar); Marcelo Frommer, dos Titãs, morreu atropelado, Marcelo Yuka, baterista do O Rappa, foi baleado e ficou paraplégico (saiu da banda) e Cássia Eller faleceu.

Algumas bandas da década de 1990 passaram por muitas mudanças: o líder dos Raimundos, Rodolfo, converteu-se ao protestantismo e saiu da banda para formar o Rodox (que também acabaria algum tempo depois) e atualmente faz carreira solo com músicas gospel. A banda Skank buscou um estilo mais britpop e cheio de experimentalismo nas músicas o que foi visto nos discos Cosmotron (2003) e Carrossel (2006), mas que mais tarde voltaria às origens no álbum Estandarte (2008).

Também surgiram as bandas Detonautas Roque Clube, Reação em Cadeia, CPM 22, Tihuana, Cachorro Grande e a cantora Pitty, que tomaram a atenção da mídia durante toda a década. No cenário underground se destacaram grupos como Autoramas, Matanza, Dead Fish, Hateen, Gram, Moptop, Forgotten Boys, Vanguart, Móveis Coloniais de Acaju, Cidadão Instigado, entre outros.





















No heavy metal brasileiro, embora permaneçam underground, viu-se o surgimento de novas bandas que conseguiram projeção internacional: Shaman, Hangar, Mindflow, Hibria, Torture Squad, Burning in Hell, Shadowside, entre outras. As bandas consagradas da década passada, como Dr. Sin, permaneceram como grandes nomes na cena metálica, que teve Sepultura e Angra ainda como suas principais figuras. Igor Cavalera deixou o Sepultura em 2006, sendo substituído por Jean Dolabella, que também saiu do grupo e foi substituído por Eloy Casagrande, que era da banda de Heavy Metal católico Iahweh. O Angra também passou por mudanças em sua formação: Andre Matos, Luis Mariutti e Ricardo Confesori saíram, sendo substituídos por Eduardo Falaschi, Felipe Andreoli e Aquiles Priester, respectivamente. Andre Matos, juntamente com os outros ex-membros do Angra, formaram o Shaman, que logo alcançou o status de grande banda. Atualmente, Andre Matos segue em carreira solo.

A partir dos anos 2000, começaram a surgir bandas de rock com influências do emocore, do hardcore melódico e do pop punk, que ganharam muito destaque graças à internet e as redes sociais, como o Orkut e Fotolog. Entre os maiores destaques estão as bandas Nx Zero, Fresno, Forfun, Strike, Gloria, entre outros, contendo letras simples e que tratam de sentimentos e emoções, altamente populares para o público jovem.

Década de 2010










Na última década surgiram no cenário alternativo bandas como Vivendo do Ócio, Selvagens à Procura de Lei, Vespas Mandarinas, O Terno, Boogarins, Maglore, Far From Alaska, Project46,  Apanhador Só, Los Porongas, Rinoceronte, para ficar em alguns nomes mais expressivos; aqui neste blog escrevo uma série intitulada "O Rock Independente Brasileiro", onde dou dicas de bandas que estão fazendo muito barulho na cena underground, bandas com influências no Rock Brasileiro, Metal, Indie Rock e etc.

Surgiram também artistas que vêm se destacando por homenagearam nomes da geração 80 do rock nacional, como os grupos Nem Liminha Ouviu, que interpreta bandas obscuras que surgiram naquele período, e Urbana Legion, em referencia à Legião Urbana e formada por integrantes do Tihuana, Charlie Brown Jr., A Banca e Bula. A última citada também faz parte do circuito roqueiro atual.














Outra tendência que entrou em destaque no cenário musical brasileiro foram as chamadas Bandas coloridas, especialmente dedicado para o público feminino jovem e tem como suas principais características as roupas coloridas, óculos new wave, uso de sintetizadores e letras agitadas e alegres. No início da década, o movimento rotulado como Happy Rock, dominou as paradas de sucesso através das bandas Restart, Cine e Hori. A moda, criticada por nomes como Dinho Ouro Preto, Lobão e Tico Santa Cruz, acabou perdendo força pouco tempo depois, sendo que a maior parte desses grupos não permaneceram na grande mídia ou encerraram suas atividades.

Talvez o único fenômeno roqueiro recente, Malta, vencedora da primeira temporada do programa Superstar, da Rede Globo, se tornou uma das bandas de maior popularidade do país, tendo seu álbum de estreia, intitulado Supernova, como um dos mais bem sucedidos do ano de 2014, com a certificação de disco de platina triplo, equivalente a 300 mil cópias vendidas. O grupo venceu a atração musical com 74% dos votos, mas o sucesso foi efêmero e o vocalista Bruno Boncini deixou a banda em junho de 2016 .

O talent show também revelou o grupo folk Suricato e as bandas Supercombo, Scalene e Versalle, que se destacaram nas primeiras edições do programa, realizadas em 2014 e em 2015. Ambas conquistaram prestígio no cenário indie e também no mainstream, participando de grandes festivais, como as últimas edições do Rock in Rio e do Lollapalooza. Já a terceira temporada foi exibida em 2016, onde os grupos Preto Massa, Playmobille, Pagan John, Powertrip, Valente, e os finalistas Bellamore, Plutão Já Foi Planeta e OutroEu puderam mostrar seus trabalhos.
















Apesar do gênero estar ausente da grande mídia e fora das FMs nacionais, a década também se destacou pela volta das chamadas Rádios Rock, como a 89 FM a Rádio Rock, em São Paulo e a Rádio Cidade FM, no Rio de Janeiro, em 2012 e 2014 respectivamente. Ao lado do Superstar e da internet, as emissoras de rádio citadas têm sido os principais veículos de divulgação da cena roqueira atual. Contudo, 2015 foi o primeiro ano da história em que o rock brasileiro não esteve entre as 100 canções mais tocadas nas rádios do país, segundo pesquisa da Crowley Broadcast Analysis.

Nos últimos cinco anos, algumas bandas retomaram suas atividades, entre elas RPM, Ira!, Picassos Falsos, Viper e Gram. Outras voltaram para eventuais turnês comemorativas, como Barão Vermelho, Kid Abelha, Camisa de Vênus e até mesmo Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, novamente dividindo palcos e celebrando 30 anos do lançamento do primeiro disco da Legião Urbana.















A década também teve mortes de figuras notórias, como Chorão e Champignon, vocalista e baixista do Charlie Brown Jr. respectivamente, Renato Rocha, ex-baixista da Legião Urbana, e o músico gaúcho Júpiter Maçã.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.