segunda-feira, 4 de julho de 2016

BRAINSTORM (DICA DE LIVRO)





















Provavelmente este livro está fora de catálogo, foi lançado em julho de 2005, onze anos atras. Minha história com este livro foi justamente por que, um dos autores de um dos contos desta coletânea foi um grande amigo meu, o Nathanael vulgo Billy, que era muito fã de rockabilly e literatura, e como escritor escreveu contos, novelas e poesia, mas infelizmente teve uma morte prematura e só um de seus contos publicado, aqui nesta obra. 

Em homenagem ao meu amigo, uma das minhas primeiras publicações neste blog, foi justamente o conto do Billy intitulado: "A Velha Casa da Colina" um dos melhores contos do livro. Fora este ótimo conto, que sou suspeito em falar, por conta de minha proximidade com o autor, o livro possui mais de 200 contos diversificados escritos por mais de quarenta autores, uma coletânea de linguagem, estilos e estórias, em sua maioria escritos por autores novos e contemporâneos, uma nata da melhor literatura underground brasileira. 
(Se algum familiar do Billy estiver lendo esta resenha, entre em contato, deixe um comentário, gostaria muito de publicar mais de seu material)

"No conto, é preciso ter uma unidade de efeito. Isso só é possível se a leitura for feita em uma assentada".
Edgar Allan Poe


Sinopse 

BRAINSTORM: Tempestade Elétrica na Linguagem! 

Quando em 1983 foi lançado o filme de ficção cientifica Brainstorm, o diretor Douglas Trumbull talvez não imaginasse a amplitude com que o termo passaria a ser aplicado. Naquele filme, imaginava-se uma máquina que pudesse transferir emoções diretamente entre os cérebros das pessoas. No mundo do gerenciamento de negócios e da administração, o termo hoje é utilizado com base num trabalho de Alex Osborn e se relaciona com um método de criação de idéias relativas a um problema dado, que antes de ser um obstáculo é o gerador das novas ideias. Temos até uma banda de rock alemão com esse nome.

Esta coletânea de contos - Brainstorm - busca, na sua diversidade de cenários, personagens, situações, apresentar-nos elementos que giram em torno do gótico, do fantástico, do limite entre a realidade e o sobrenatural. Twillight Zone! Lembrando aqui H.P.Lovecraft que definira o gênero gótico, então nascente no final do século XIX, bem como rememorando os contos de Hoffman e, no nosso caso tupiniquim, Noite Na Taverna de Álvares de Azevedo, temos nos contos de Brainstorm o envolvimento fantástico que nos leva na ação da leitura a imaginar e a nos deleitar com as possibilidades mágicas e/ou satânicas da linguagem.

Cumpre observar que neste volume de contos não nos deparamos com frequência com elementos que eram característicos desse gênero em outras épocas; os demônios, os fantasmas, ou ainda, em tempos mais recentes, os extraterrestres... Nada disso, nem me parece ser esse o propósito desta coleção de contos fantásticos. 

O que temos aqui é o deslumbramento do entrevisto, do limite da ordem em relação ao caos, a concepção - já conhecida da física moderna - que nossas dimensões costumeiras de espaço e tempo não são as únicas. Aqui, o fantástico surge do cotidiano, surge do déja vu, da falha do sistema na organização da realidade circundante. Temas como a festa de casamento, o rapaz que se "monta" na varanda, o filho que busca encontrar seu pai, a velhinha abandonada e doente que reza toda noite, a pessoa desaparecida na estranha casa, notícias de uma São Paulo do futuro, etc. Assim, neste livro você estará sendo arremessado numa sessão de brainstorning, em que a realidade cotidiana é a geradora de novas ideias, uma vez que ela - a realidade cotidiana - é o problema. A ansiedade, a insatisfação, a loucura, o desejo reprimido, tudo isso, gerado no próprio seio dessa realidade, acaba por se transformar no combustível da corrosão da normalidade e que permite a abertura do fantástico. (Texto do profº Dr. Jairo Nogueira Luna)
Fonte: Livro Brainstorm/Edson Rossatto organização - Andross Editora/julho de 2005
Leia "A Velha casa da Colina" conto do meu amigo Billy: http://blogdeigormotta.blogspot.com.br/2010/10/um-conto-de-nathanael-rodrigues-junior.html

"Tudo o que não tiver relação com a história deve ser impiedosamente jogado fora. Se, no início, se disser que da parede pendia uma espingarda, no meio ou no final, alguém deve dispará-la". - Anton Tchekov
  

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