sábado, 9 de fevereiro de 2013

CINEMA NACIONAL: 2 COELHOS E O SOM AO REDOR


O ultimo filme nacional antes destes que eu vou citar o qual gostei muito, foi o Tropa de Elite 2, há muitas exceções é claro, mas sempre achei que o cinema Brasileiro pecava principalmente nos roteiros, estes dois filmes não, achei ótimos, tanto roteiro como montagem e tudo mais. Posso listar alguns filmes nacionais desde Cidade de Deus que eu curti realmente, mas vou focar nestes dois mais recentes.
O primeiro é 2 Coelhos um filme brasileiro de 2012 dirigido e escrito por Afonso Poyart. O filme caracteriza-se pelas inovações não muito comuns no cinema brasileiro, incluindo explosões, animações, elaborados efeitos visuais e referências de cultura pop. O filme também possui um roteiro elaborado e intrigante com uma narrativa não-linear que leva o espectador a um final inesperado. 



Sinopse:
Após se envolver em um grave acidente automobilístico, no 
qual uma mulher e seu filho são mortos, Edgar (Fernando 
Alves Pinto) é indiciado, mas consegue escapar da prisão 
graças à influência de um deputado estadual. Logo em 
seguida ele parte para uma temporada em Miami, onde 
retorna com um elaborado plano em que pretende atingir 
tanto o deputado Jader (Roberto Marchese) que o ajudou, 
símbolo da corrupção política, quanto Maicon (Marat 
Descartes), um criminoso que consegue escapar da justiça 
graças ao suborno de políticos influentes, além de junto a 
eles, roubar o cofre público. Instigado, Edgar resolve colocar 
seu plano em prática e se aventura no mundo da ação em 
busca de recuperar a grana do cofre e colocar os criminosos 
atrás das grades. Enquanto isso, ele se envolve com Júlia, 
uma promotora pública, que decide ajudá-lo nesta 
perseguição ao cofre público.

O  próximo quis me estender um pouco, pelo fato da 
notoriedade que este filme está tendo dentro e fora do país, 
um filme simples se levando a questão orçamentária, 
percebe-se que não foi gasto tanto quanto o primeiro aí de 
cima, é claro. Vi este filme por indicação de uma pessoa 
muito querida que me levou ao cinema para ver está 
pequena obra. Chegamos ao consenso no fim do filme que 
realmente os brasileiros estão acertando a mão, não sou 
crítico de cinema sou fã, mas sempre achei que o cinema 
brasileiro pecava, se não no roteiro nos clichês como favela 
e criminalidade, policia e ladrão, corrupção e ditadura militar, 
assuntos mais que explorados, bom esqueci de falar o nome 
do filme, trata-se de O Som ao Redor de Kleber Mendonça 
Filho:
  
Autor: Eduardo Escorel

Beirando a unanimidade, O som ao redor vem recebendo verdadeira consagração crítica, iniciada no exterior e que prossegue, passado quase um ano, no Brasil. Kleber Mendonça Filho, autor do roteiro e diretor, além de assinar em parceria a montagem, o desenho de som, a preparação do elenco, a pesquisa das fotografias de acervo, e a produção da finalização, merece cumprimentos por sua façanha e tem todo direito de estar felicíssimo com a rara receptividade alcançada pelo filme.
Ao se transformarem em surto de ufanismo patrioteiro, porém, os elogios podem acabar mais prejudicando do que beneficiando o filme, seu autor e eventuais leitores. Adjetivação hiperbólica pouco contribui para a compreensão de O som ao redor e das questões que ele levanta. Nos termos em que passou a ser feito recentemente, o enaltecimento chega a soar mal. Em vez de contribuir para uma avaliação crítica, o palavreado pode não passar de um estímulo à vaidade.
É verdade que Kleber Mendonça Filho deve ter condições melhores do que a maioria dos diretores estreantes em longa-metragem de ficção para não ser tragado por tamanhos louvores, além de ter maturidade suficiente para desconfiar de opiniões volúveis por natureza. Segundo a crítica da Variety, Deborah Young, conta no filme anterior de Kleber Mendonça Filho, o documentário Crítico, gravado entre 1998 e 2007, Abbas Kiarostami odeia fazer parte de júris por que a opinião que tem um dia pode não ser a mesma oito horas depois, e encerrado o festival pode nem gostar do filme premiado.
O SOM AO REDOR
Também em Crítico, Paulo Caldas, codiretor de Baile perfumado, diz que críticas desfavoráveis “ensinaram muito mais do que as favoráveis”. E para Richard Linklater, diretor de Antes do amanhecer e Antes do pôr-do-sol, “uma crítica favorável pode ser negativa por que lhe faz pensar que você é melhor do que é […].”
Kleber Mendonça Filho não deve ter esquecido desses depoimentos e, sendo ele próprio crítico de cinema, por mais que gratifiquem seu ego, deve prezar mais análises que propiciem um diálogo entre quem comenta e quem faz filmes do que apologias insensatas. Também incluído em Crítico, o diretor de Cada um com seu cinema e O que resta do tempo, Elia Suleiman diz que “se o crítico é um escritor, isso quer dizer um investigador de si mesmo, o filme ou a obra de arte para ele é uma investigação de si mesmo, então se torna um diálogo, e então, é claro, é construtivo, por que aí, você [o crítico] está procurando por si mesmo e eu [o cineasta] estou procurando por mim mesmo, e nós estamos debatendo um certo tópico. Então, você [crítico] não é um juíz, ninguém é o juíz. Então, é apenas o caso de levantar questões, e se reconciliar com certas coisas que estamos fazendo, não só a maneira que eu estou fazendo o filme, mas a maneira que estou ‘lendo’ o filme, e a maneira que o crítico está ‘lendo’ o filme.”
Não terá sido por acaso que Kleber Mendonça Filho escolheu o depoimento de Babak Payami, premiadíssimo diretor de Voto secreto e Silêncio entre dois pensamentos, para ser um dos primeiros de Crítico: “Eu penso que a verdadeira essência da crítica é a análise, que a essência do trabalho do crítico é sua análise do filme, é sua capacidade de determinar a premissa e como o filme opera a partir da premissa, e os diferentes aspectos técnicos, emocionais e dramáticos da história…”.
O som ao redor é sobrecarregado de intenções, formuladas em vários enredos paralelos, alguns ficando apenas esboçados. Esse transbordamento de ideias torna o filme pesado e estende sua duração além do habitual na tentativa de dar conta dos vários subtemas.
Ao contrário do que foi escrito, não é um “thriller sem trama”. Ainda que só comece a ser explicitada no terço final, a vingança planejada acaba dominando todo o enredo de O som ao redor. Dessa maneira, durante os cerca de 80’ iniciais, quase tudo que antecede a eclosão da trama principal, em especial a relação do casal de namorados, João (Gustavo Jahn) e Sofia (Irma Bown), que percorre o filme do início ao fim, acaba parecendo menos relevante. Desequilíbrio prejudicial ao ritmo e que torna O som ao redor, além de longo, lento.
Desde a primeira sequência, os surdos e a percussão da música de abertura, sobre fotografias antigas, criam a expectativa de algo momentoso que está por acontecer. Essa impressão é confirmada, à medida que O som ao redor progride, por outros sinais premonitórios, plantados de maneira esparsa na trilha sonora e na imagem, que vão se acumulando ao longo da narrativa – a irritante serra elétrica, o não menos incômodo uivo dos cães etc. Mas é preciso transcorrer mais de duas horas para saber afinal do que se trata.
Ao dividir O som ao redor em três partes de durações desiguais, identificadas por legendas brancas sobre fundo preto, Kleber Mendonça Filho parece ter pretendido fracionar a progressão da linha dramática para evitar que a sequência em que a trama afinal se explicita, faltando poucos minutos para o fim do filme, tivesse função de clímax. A banalidade deliberada de quase tudo que a precede, porém, causa efeito contrário – acentua o impacto da revelação final.
A dificuldade de sustentar o interesse pelo que ocorre durante os 80’ iniciais de O som ao redor, decorre também da apatia do elenco, formado ao que parece, ao menos em parte, por não-atores. A opção de Kleber Mendonça Filho por atuações em tom monocórdico empobrece os personagens. As exceções são Irandhir Santos, no papel do chefe dos seguranças; Maeve Jinkings [foto ao lado], como Bia, a mãe de família que entre outras proezas dopa o cão de guarda do vizinho; e W.J.Solia, como Francisco, dono de engenho e de grande parte dos imóveis da rua onde se passa a ação.
O grande mérito de O som ao redor talvez seja o de se diferenciar não só dos filmes produzidos por seus colegas, no Recife, como do cinema brasileiro em geral. Com grande empenho, Kleber Mendonça Filho cria uma vertente pessoal, distante do mimetismo da televisão, do melodrama musical e da comédia escrachada dominantes.
A tentativa de tratar com realismo moradores comuns – patrões, empregados e prestadores de serviço – de uma rua qualquer, próxima ao mar, em um bairro de classe média de uma grande cidade do Nordeste, além de ser prova de coragem, tem o valor de explicitar a violência do cotidiano, deixando implícita uma ameaça indefinida, prestes a eclodir, que paira sobre todos.
Fonte: http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-cinematograficas/geral/o-som-ao-redor-violencia-latente

ERIC CLAPTON - A AUTOBIOGRAFIA (DICA DE LIVRO)























Este é um livro que eu pedi e ganhei em um amigo secreto de empresa, foi o melhor presente de amigo secreto que já ganhei. 

Essa é a autobiografia mais sincera, envolvente e bem escrita que já li e por isso eu mais do que o recomendo, é obrigação de todo fã de boa música e de literatura de biografias, que leiam essa grande obra. Abaixo uma ótima resenha do site G1:  

Nos idos de 1960, quando as pichações de Londres anunciavam "Clapton é Deus", o brilhante guitarrista inglês, na verdade, estava vivendo no inferno. Eric Clapton trocou o vício em heroína pelo álcool, passou por relacionamentos afetivos desastrosos e pensou em suicídio segurando uma garrafa de vodka em uma mão e um revólver na outra. 

A divindade da guitarra há muito tempo se entregou a uma força superior. Aos 62 anos, Clapton está sóbrio há 20, é feliz no casamento e tem três filhas. Este é, sem dúvida, um ótimo momento para refletir sobre uma vida extraordinária, e é exatamente isso que faz o músico do hall da fama do rock em "Eric Clapton: Autobiografia", que foi lançada no Brasil pela editora Planeta. 

Ao contrário de trabalhos desse tipo realizados por diversas estrelas do rock, este não inclui lendas Zeppelianas de tietes taradas ou textos encomendados de autores anônimos contando histórias musicais e pessoais. Clapton apresenta uma visão inexoravelmente sincera e crítica sobre sua vida, narrando a proximidade da morte e a recuperação, intercaladas com histórias de uma carreira musical inigualável. 

Clapton, bebendo uma garrafa de água em uma sala da Rádio Pública Nacional antes de participar de um programa da rádio, contou que fugiu intencionalmente daquele tipo mais comum de autobiografia de celebridades. 

"Para seguir aquele molde, nem saberia por onde começar", explica Clapton. "Nem sei o que aquilo significa, pra ser bem sincero. A palavra 'celebridade' perdeu qualquer que fosse seu real significado. Na verdade, tentei descobrir por mim mesmo como faria esse trabalho". 

Em princípio, Clapton planejava conceder uma batelada de entrevistas sobre sua vida, deixando as tarefas de compilação e organização do livro a cargo de um colaborador. Mas uma leitura atenta da primeira versão fez com que o guitarrista sentisse vontade de se envolver mais a fundo no projeto. 

"Percebi que não era o que eu queria fazer de forma nenhuma", diz Clapton. "Então reescrevi o texto e depois pensei, 'Eu mesmo vou escrever tudo'". 
 Robert Johnson

A inspiração de Clapton nas cordas, Robert Johnson, cantava sobre um cão monstruoso e demoníaco que surgiu em seu caminho ("Hellhound on my trail"). No caso de Clapton, havia uma matilha inteira o perseguindo, até que uma segunda passagem pela reabilitação mudou sua vida em 1987. Johnson morreu aos 27 anos, e houve um período em que Clapton teve certeza de que sua própria vida não duraria muito mais do que isso. 

"Eu acreditava naquela idéia quando era jovem e tentava me identificar com esses caras", Clapton diz se referindo a Johnson e outras lendas do blues. "É o tipo de fantasia incorporada que se agrega ao vício, uma forma de justificar a necessidade que eu tinha de ficar chapado. Algo do tipo: 'É isso que os meus heróis faziam'". 

Apesar de tudo, Clapton criou um legado musical indelével, passando por diversos gêneros e, ao mesmo tempo, inspirando gerações. Os títulos dos capítulos da autobiografia servem como um roteiro da vida do músico: "The Yardbirds", "Cream", 
"Blind Faith", "Derek and the Dominos". 

Clapton, desde o início da carreira com os Bluesbreakers, de John Mayall, rapidamente assumiu uma posição de total entrosamento no universo da música. Saía com os Beatles e os Rolling Stones, participava de jams com Muddy Waters e Duane Allman, influenciou Stevie Ray Vaughan, Derek Trucks e milhares de outros guitarristas. 

Ele confessa, sem constrangimento, que não consegue se lembrar de tudo o que aconteceu. 

"Minha memória dos acontecimentos do final da década de 60 até o início da década de 80 é bastante fragmentada", conta Clapton. "Escrevi aquilo que consegui me lembrar e precisei de colaborações também". 
 Mick Jagger

O livro de Clapton não é totalmente desprovido daquelas histórias adoradas pelos tablóides. Ele se recorda de como Mick Jagger roubou sua namorada, uma modelo italiana, provocando delírios homicidas em Clapton ao final dos anos 80. 

"Eu fiquei mentalmente perturbado", recorda-se Clapton. "Queria matá-lo. Passei um bom tempo tramando maneiras de destruí-lo ou simplesmente fazê-lo desaparecer. Foi aquele tipo de fantasia insana, típica de um alcoólatra em recuperação". 

Ele também mergulhou no relacionamento com Pattie Boyd, que se uniu a Clapton depois de sua separação do beatle George Harrison. O relacionamento entre os dois, que viria a ter um triste fim, fez de Pattie a musa inspiradora de algumas das canções mais famosas de Clapton, como "Layla" e "Wonderful Tonight", antes de o romantismo se transformar em amargura. 

Clapton contou sobre uma ida recente, em um domingo de manhã, ao mercado perto de sua casa. Na banca, viu que os jornais ingleses haviam publicado trechos da recém lançada autobiografia de Pattie, "Wonderful Tonight". Ao pegar o jornal, foi impossível ignorar a manchete da primeira página: "O ALCOOLISMO DE ERIC CLAPTON DESTRUIU MEU CASAMENTO". 

"O editor da manchete optou por me castigar com tudo", diz Clapton com uma polidez tipicamente britânica. "Estou no mercadinho do bairro e fico pensando, 'Será que os vizinhos estão me vendo ler isto?'". 

Clapton recebeu seu convidado sozinho, sem aquela tropa de secretárias ou assessores de imprensa. Usa óculos e sua audição começa a ficar prejudicada. Os cabelos estão cortados bem curtos e a barba é rala. Vestindo camiseta e calça jeans, Clapton é despretensioso e acessível. Ora pensando, contemplativo, ora dando risada. 

Para escrever o livro, ele consultou os diários que escrevia durante os anos 80. Os pensamentos, encaixotados no sótão durante anos, reavivaram memórias dolorosas. Clapton se lembrou que escrevia os diários com a caneta em uma mão e a bebida na outra. 

"Eu tinha delírios de grandeza", diz ele com uma risada de autocensura. "Eu pensava que tinha algo de importante a dizer. É disso que a bebida era capaz: ela me dava uma idéia distorcida e iludida de que eu era super importante". 

"Depois que eu me calibrava com a minha dose diária de álcool, ficava fácil dedicar algumas horas para escrever pensamentos ruins. Hoje em dia, acho que não ocuparia meu tempo com isso". 
 Tempo ocupado
Hoje em dia, na verdade, o tempo dele já está ocupado. Além da dedicação à família, Clapton continua trabalhando ativamente em prol do centro de tratamento de dependentes Crossroads, que fundou há quase uma década em Antigua. Há alguns meses, um enorme show foi organizado para arrecadação de fundos para o centro. E, embora pense em parar de se apresentar, Clapton não planeja se aposentar. 

"Não posso parar com as turnês. E não vou", diz ele enfaticamente. "Acredito que eu tenho uma responsabilidade de tocar para as pessoas". 

Com o passar dos anos, Clapton viu diversos amigos e colegas morrerem, de Jimi Hendrix a George Harrison, de Duane Allman a Bob Marley, de Stevie Ray Vaughan a Muddy Waters. Perguntado sobre como conseguiu sobreviver, Clapton já tinha uma resposta na manga. 

"Sempre supus que, na verdade, foi porque até hoje não consegui alcançar a organização e a eficiência ideais", responde ele, gargalhando. "Talvez seja melhor não aperfeiçoar demais, porque daí sim será o momento de parar". 

"Fico feliz que tenha acontecido assim. Ainda não acho que cheguei ao máximo. Ainda estou aprimorando minha música". 

O que? Eric Clapton ainda está acertando os acordes? 

"É", responde ele, cuja risada tomava conta da sala. "Ainda estou em busca do som perfeito". (Texto: Larry McShane)
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Musica - 22/10/07 - 08h33 - Atualizado em 22/10/07 - 08h33


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O BEIJO DA MORTE



Foram mais de duzentas almas,
num beijo infernal,
trancadas a própria sorte,
jovens atras de diversão.

Teve festas nas emissoras de televisão,
notícia para mais de um tele jornal,
tanta especulação e desenformação,
temos que crucificar os culpados.

Ainda me pergunto e o Estado?
negligente como sempre,
sempre de olhos tapados,
fazendo sua política do remediar.

Onde andavam a fiscalização?
até quando vamos esperar?
São mais de duzentas famílias,
sufocadas por está névoa.

Fumaça não se respira,
a morte de cada um começou,
bem antes da noite raiar,
com a falta de estrutura daquele lugar.

Violência nas ruas,
a morte anda conosco de bar em bar,
esperando a sua hora de atuar,
mas tudo bem, já é carnaval.

O preço que pagamos,
por tanta diversão,
será que vale a pena se arriscar?
Será?

Vamos preparar um samba enredo,
para casa Kiss, um beijo de matar,
Vamos celebrar, uma coisa compensa a outra,
isso é o quanto nos vale a vida?

É o retrocesso do bom censo,
a inversão de nossos valores,
enquanto acendemos o fogo,
tiramos lagrimas maternas.

Cada cidadão brasileiro,
é um pouco culpado,
pelas mais de duzentas e trinta almas,
pois é o próprio cidadão quem elege o Estado.

Mas como eu disse antes,
é carnaval, está notícia já é de ontem,
bora pra rua comemorar,
vamos preencher as estatísticas.

Com mais desgraça,
haverá morte nas estradas,
overdoses ao luar,
ou vamos definitivamente aprender a nos cuidar?

Em respeito as famílias das vítimas do incêndio da Boate de Santa Maria.

2013


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

DICAS DE CINEMA: ARGO, O LADO BOM DA VIDA E CAINDO NO MUNDO

Vou dar três dicas de cinema, estes dois primeiros concorrem ao Oscar, uma curiosidade dos três filmes é que neles em sua trilha sonora há músicas de Led Zeppelin, sei o quanto a America ama está banda porém o Led Zeppelin não gostava de ceder suas músicas para o cinema, coisa que deixaram pra trás algum tempo, lembro que o primeiro filme que ouvi uma música do Zeppelin foi a comédia Escola de Rock e depois na trilha de Quase Famosos. Os três filmes tratam de coisas delicadas de uma forma leve, Argo já é um pouco mais tenso, no começo me impressionei com o ar de denuncia principalmente em relação aos Estados Unidos, como ele manipulava e exercia seu poder no Irã causando revolta, depois claro aponta o herói americano ao salvar refugiados, uma história verídica e bem contada, Ben Affleck se saiu muito bem e cresceu em meu conceito. 


Argo é o novo filme dirigido e estrelado por Ben Affleck.
A trama de Argo se baseia em um artigo de 2007 da revistaWired, "How the CIA Used a Fake Sci-Fi Flick to Rescue American from Tehran", de autoria de Joshuah Berman. O texto relembra uma história ocorrida em 1979, quando a CIA, com a ajuda de Hollywood, inventou que uma equipe de filmagem procurava locações para um filme em Teerã, chamado Argo, para conseguir evacuar seis diplomatas dos EUA da capital do Irã, na chamada crise dos reféns de 79.
Em Argo, Affleck vive o mentor do plano, o agente da CIA Tony Mendez, subalterno de Jack O'Donnell (ex-guarda-costas do presidente Eisenhower e atual chefe na CIA, interpretado porBryan Cranston). Alan Arkin faz o produtor de Hollywood Lester Siegel, veterano da OSS, o serviço de inteligência dos EUA durante a Segunda Guerra. Já John Goodman interpreta o oscarizado especialista em maquiagens John Chambers.
Tate Donovan (Boa Noite e Boa Sorte), Nelson Franklin (Scott Pilgrim) e Taylor Schilling (da série Mercy) também estão no elenco de Argo. George Clooney produz o filme com Grant Heslov. O roteiro foi escrito por Chris Terrio.
Argo foi exibido no Festival de Toronto e estreou no Brasil em 9 de novembro de 2012.
O Próximo é o Lado Bom da Vida, um filme delicado ao tratar problemas psicológicos de seus protagonistas, belo filme, porém acho exagero o que dizem sobre como ele é espetacular, bom fiquei tocado com o filme, pois não há como não nos identificar com seus personagens, de maluco todo mundo tem um pouco, somos afetados pelas circunstâncias da vida o tempo todo, mas o filme defende que nossa maluquice deve ser tratada de forma otimista.
O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook) é novo filme do diretor David O. Russell (O Vencedor).
A  trama de O Lado Bom da Vida acompanha Pat Peoples (Bradley Cooper), um professor de colegial delirante que, ao ser liberado da prisão para ficar sob custódia de sua mãe, acredita que ficou preso apenas por alguns meses ao invés dos quatro anos que passou em uma instutuição mental. Ele então desenvolve uma relação com uma vizinha (Jennifer Lawrence) igualmente problemática. Julia Stiles, Jacki Weaver, Robert De Niro, John Ortiz e Chris Tucker também estão no elencode O Lado Bom da Vida, entre outros.
A produção da Weinstein Co., que teve sua première durante o Festival de Toronto, estreou em 21 de novembro nos EUA, de olho no Oscar 20130. No Brasil, O Lado Bom da Vida estreia em 1º de fevereiro de 2013.  
O ultimo e não menos importante é um filme de 2010, Caindo no Mundo é uma comédia que trata de problemas juvenis característicos aos problemas que uma juventude de baixa renda sofre em qualquer lugar do mundo, especificamente este, trata de uma molecada da Inglaterra atrás de seus sonhos, da amizade e de como encarar a vida. Hilário e reflexivo.

Caindo no Mundo: Pequena pérola sobre rito de passagem da juventude

Quem quiser pode tomar o filme como um fascinante 

compêndio de sociologia

Por Sérgio Vaz (19/03/2012) V

Uma beleza de filme, este “Caindo no Mundo”. Uma pequena pérola sobre o rito de passagem da juventude para a idade adulta na classe trabalhadora da Inglaterra dos anos 1970, os conflitos de classes sociais e de gerações – um show de competência, com um gosto amargo, mas alguma réstia de esperança.
Quem quiser pode tomar o filme como um fascinante compêndio de sociologia. É também uma lição de cinema, embora sem qualquer tom pretensioso ou professoral.
Como é de praxe nos filmes ingleses, traz belas, admiráveis interpretações, tanto as dos atores consagrados, Ralph Fiennes e Emily Watson, quanto de garotos das novíssimas gerações, Christian Cook, Felicity Jones, Tom Hughes, Jack Doolan.
Um jovem que sonha em não ser como seu pai, e ficar rico. Um letreiro informa que a ação se passa em 1973, em Cemetery Junction – e o nome do lugar, o título original do filme, é apresentado ao espectador como um bairro um tanto desolado de Reading, a cidade poucos quilômetros a Oeste de Londres.
As primeiras tomadas mostram um bairro suburbano, uma fábrica – uma metalurgia – e um escritório de uma grande empresa de seguros. Na empresa de seguros, um rapaz bem jovem, de terno, espera para falar com alguém visivelmente muito importante na hierarquia. O rapaz, veremos em seguida, chama-se Freddie Taylor (Christian Cooke), e é o protagonista da história. O homem que vai recebê-lo, o sr. Kendrick (o papel de Ralph Fiennes), é o chefão da empresa de seguros em Reading. - “Freddie Taylor” – diz Kendrick. “Vejo que você cresceu em Cemetery Junction. 
Estudou em Stonemead, uma das piores escolas do Sul da Inglaterra. Eles esperam que você saia de lá aos 14 anos, sem qualquer qualificação, e vá direto para a sucata da vida. 
Está certo?”Freddy concorda. E então Kendrick prossegue:- “Eu sei disso, porque eu cresci em Cemetery Junction, e freqüentei aquela escola.”
E então Freddie diz:
- “Eu sabia disso, senhor. É uma das razões pelas quais gostaria de trabalhar para o senhor.”
E, depois de uma interrupção, diz que Kendrick sempre foi uma inspiração para ele; sabe que Kendrick saiu do mesmo bairro onde ele, Freddie, nasceu e sempre viveu, e hoje tem um Rolls-Royce e uma mansão de 40 milhões de libras. Ao que o futuro patrão faz uma correção: 42 milhões de libras.
- “É isso que eu quero”, diz Freddie. Não quero acabar como meu pai.”
No escritório de Kendrick, assistindo à conversa, está um rapaz aí de uns 30 anos, Mike (Matthew Goode), um dos melhores vendedores de seguros da firma. Duas frases pronunciadas por Mike explicam o por que de seu sucesso: é um vendedor nato, alguém que não sente nada pelos demais seres humanos, um sujeito que seria capaz de vender a mãe se alguém pagasse um preço razoável por ela.
Três jovens amigos da working class, brincalhões, irreverentes O pai de Freddie, o sr. Taylor (interpretado por Ricky Gervais, um dos dois roteiristas e diretores) trabalha na mesma fábrica onde o filho já trabalhou, e onde continua a trabalhar Bruce (Tom Hughes), um dos dois maiores amigos do rapaz que agora se esforça para ganhar mais, subir na vida. O outro grande amigo é Snork (Jack Doolan). Os três sempre foram inseparáveis; Bruce e Snork gozam a cara de Freddie por causa de sua opção de sair da fábrica, procurar outro tipo de emprego.
São grandes gozadores, brincalhões, jovens irreverentes, todos os três, naquela Inglaterra pós-Beatles e Rolling Stones. Naquela altura da vida, na faixa dos 20, 23 anos, no entanto, as diferenças entre eles estão ficando cada vez mais nítidas, mais visíveis.
Snork é um piadista, um cuca fresca, que fala demais sobre sexo, provavelmente porque não o pratica, e adora chocar as pessoas falando palavrões. Bruce é briguento, violento, revoltado com a vida. A mãe fugiu de casa com outro homem, o pai se afundou na bebida e na inação, e Bruce culpa o pai pela ausência da mãe. Fala frequentemente em sair de Cemetery Junction – mas nunca faz qualquer movimento para de fato mudar a vida.
Freddie também não gosta muito da família – e o que o espectador vê das relações entre o pai, a mãe e a avó paterna é de fato absolutamente desagradável. Mas, ao contrário de Snork e Bruce, está fazendo os movimentos para o que considera que pode ser uma vida diferente, e melhor.
Mas são, os três, jovens e cheios de energia, e volta e meia se metem em brigas ou confusões, e são levados presos para a delegacia de Cemetery Junction. Lá, no entanto, têm um protetor, o sargento Davies (Steve Speirs), que conhece bem os pais de todos eles.A mulher do milionário leva para ele uma xícara de chá.
Ele não olha para ela, não agradeceUm dia qualquer, na sede da empresa de seguros, Freddie se encontra com Julie (Felicity Jones, na foto ao lado). Não se viam desde que tinham 12 anos; fica muito claro que foram amigos na escola, e muito possivelmente tiveram uma paixonite adolescente um pelo outro. Julie é agora uma bela jovem mulher, assim como Freddie é um belo rapaz. Só que Julie agora é filha de rico: seu pai é Kendrick, o patrão.
Está noiva, ela informa a Freddie – e logo em seguida ele vê de quem. De Mike, o vendedor impiedoso, o braço direito do patrão. Num momento em que Julie não os pode ouvir, Freddie diz que não sabia que Mike estava noivo da filha do patrão – e Freddie responde, sem um pingo de sentimento na voz, que isso ajuda.
Mais tarde, Freddie vai conhecer a mãe de Julie, a mulher do patrão. A sra. Kendrick é interpretada por Emily Watson, aquela maravilha de atriz e mulher (na foto abaixo). Freddie notará que ela entrega uma xícara de chá ao marido e ele não agradece, nem sequer olha para ela.
Jovens atores que já tem estrada e demonstram muito talento. Dos quatro atores que interpretam os jovens Freddie, Bruce, Snork e Julie, só me lembrava de Felicity Jones. Ela está em “Chéri”, de Stephen Frears, de 2009, e em “Reflexos da Inocência”, de Baillie Walsh, de 2008.
E é uma fantástica coincidência que essa garota, nascida em Birmingham, em 1983, tenha sido escolhida para os papéis nesses dois filmes, “Reflexos da Inocência” e este “Caindo no Mundo”, porque os dois se passam na Inglaterra dos anos 70, em meio de gente da working class, e nos dois a importância do rock é muito grande. Em “Reflexos da Inocência” Felicity Jones faz o papel de Ruth, a garota mais bonita e interessante da cidadezinha, absolutamente apaixonada pelo glam rock de David Bowie e Roxy Music. 
Tanto Bowie quanto Roxy Music estão na trilha sonora de “Caindo no Mundo” – além, é claro, de T. Rex e Elton John. A Inglaterra produz bons atores às pencas – dá mais bom ator naquela ilha do que chuchu na cerca –, mas acho que Felicity Jones ainda vai dar muito o que falar. A moça ainda não fez 25 anos e já está com 23 filmes e/ou séries de TV no currículo.
Christian Cooke, o jovem ator que faz Freddie, também deve dar o que falar. É mais jovem ainda do que Felicity Jones – nasceu em Lees em 1987. Vem de uma carreira firme na TV inglesa, mais de 15 séries, e tem uma fina estampa.
Mary, e também nossa amiga Andrea, que viu o filme conosco, ficaram também impressionadas com a figura de Tom Hughes, que faz Bruce, o rebelde violento. Como os outros garotos, já mostra talento. 
Diálogos de pais e filhos, um sem ouvir o que o outro diz. Por se passar em 1973, por mostrar o conflito de gerações, por tratar dessa coisa de jovens que não querem ter o mesmo destino que os pais, este filme belo, sensível, honesto, amargo mas com uma ponta de esperança, me fez lembrar “Father and Son”, a belíssima canção que Cat Stevens compôs e gravou em “Tea for the Tillerman”, de 1970. Cat Stevens tinha ridículos 22 anos quando criou o diálogo impossível, de surdos, entre um pai que dá conselhos e um filho que não quer saber de conselho algum. Com uma maturidade inimaginável, inexplicável, o wonder boy conseguiu apresentar belos argumentos tanto para o pai quanto para o filho – pena que, em 1970, nenhum dos dois fosse capaz de ouvir o que o outro tinha a dizer.
“Caindo no Mundo” tem alguns diálogos assim, entre Freddie e o pai, entre Bruce e o pai. O mais forte, impactante de todos, no entanto, acontece entre o sargento Davies e Bruce, depois que este último é levado preso mais uma vez. É uma sequência difícil de esquecer. Como acontece bem próximo do final da narrativa, creio que não cabe transcrevê-lo.
Também é difícil de esquecer o rápido diálogo – quase sem palavras, feito mais de subentendidos do que de explicitude – entre a sra. Kendrick e sua filha Julie, também muito próximo do final do filme.
A sensação que se tem é de que os autores-diretores Ricky Gervais e Stephen Merchant estão falando de coisas bem conhecidas por eles. De que foram jovens da classe trabalhadora nos anos 60 ou 70, viveram aquela época de imensas mudanças, de choques espetaculares entre gerações, entre classes sociais.
Beleza, beleza de filme. 
CAINDO NO MUNDO

(Cemetery Junction, Inglaterra, 2010).

Direção e roteiro: Ricky Gervais e 
Stephen Merchant.

Elenco: Christian Cooke (Freddie Taylor), 
Tom Hughes (Bruce Pearson), Jack 
Doolan (Snork), Felicity Jones (Julie), 
alph Fiennes (Mr. Kendrick), Emily Watson (Mrs Kendrick),
 Matthew Goode (Mike Ramsay), Ricky Gervais (Mr. Taylor), 
Steve Speirs (sargento Wyn Davies).

Comédia / Drama.
95 minutos.
Fonte: http://cinezencultural.com.br/