quarta-feira, 28 de novembro de 2012

AS 25 MELHORES CANTORAS DE MINHA PREFERÊNCIA (ATUALIZADO 2015)






















1º Etta James












Etta James, nascida Jamesetta Hawkins, (Los Angeles, 25 de janeiro de 1938 — Riverside, 20 de janeiro de 2012) foi uma cantora norte-americana de blues, R&B, jazz e música gospel, vulgarmente apelidada de Miss Peaches.

Ficou na 22ª posição entre os maiores cantores de todos os tempos, pela revista Rolling Stone, sendo a 3ª mulher mais bem colocada, ficando atrás apenas de Tina Turner (17ª) e de Aretha Franklin (1ª).

Etta James nasceu na Califórnia, filha de Dorothy Hawkins, uma afro-americana, mãe solteira, de 16 anos. Filha de pai branco, Etta procurou saber quem era seu progenitor, desconhecido até então, e que sua mãe diz ser Minnesota Fats, do qual ela recebia uma pensão na condição de manter segredo sobre sua paternidade.

Ela teve o seu primeiro contacto com a música aos 5 anos de idade, tendo aulas com James Earle Hines, director musical da escola Echoes of Eden da Igreja Batista de St. Paul, em Los Angeles.


Sua família mudou-se para São Francisco, Califórnia, em 1950, e, em 1952, Etta e mais duas amigas formaram o trio (As Creolettes), o qual viria a chamar a atenção de Johnny Otis. Otis inverteu as sílabas do seu nome para lhe dar uma melhor sonoridade assim surgindo o seu nome artístico. A partir daí Otis investiu na garota começando a gravar os seus primeiros temas.




2º Janis Joplin












Janis Lyn Joplin (Port Arthur, 19 de Janeiro de 1943 — Los Angeles, 4 de Outubro de 1970) foi uma cantora e compositoranorte-americana. Considerada a "Rainha do Rock and Roll", "a maior cantora de rock dos anos 1960" e "a maior cantora deblues e soul da sua geração", ela alcançou proeminência no fim dos anos 1960 como vocalista da Big Brother and the Holding Company e, posteriormente, como artista solo, acompanhada de suas bandas de suporte: a Kozmic Blues e a Full Tilt Boogie.

Influenciada por grandes nomes do jazz e do blues, como Aretha Franklin, Billie Holiday, Etta James, Tina Turner, Big Mama Thornton, Odetta, Leadbelly e Bessie Smith, Janis fez, de sua voz, a sua característica mais marcante, tornando-se um dos ícones do rock psicodélico e dos anos 1960. Todavia, problemas com drogas e álcool encurtaram sua carreira. Morta em 1970 devido a uma overdose de heroína, Janis lançou apenas quatro álbuns: Big Brother and the Holding Company (1967), Cheap Thrills (1968), I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama! (1969) e o póstumo Pearl (1971), que foi o último álbum com participação direta da cantora.






3º Linda Perry














Linda Perry (Springfield, Massachusetts, 15 de Abril de 1965), é uma produtora musical, compositora e cantora norte-americana. Se tornou conhecida como vocalista e compositora da banda 4 Non Blondes. Fundou duas gravadoras, compôs e produziu músicas para uma série de artistas, como Christina Aguilera, P!nk, Britney Spears, Gwen Stefani, Courtney Love, Celine Dion, Kelly Osbourne, Giusy Ferreri, Vanessa Carlton, Adam Lambert, Grace Slick e James Blunt. Suas influências são principalmente do rock e do soul, mas costuma estar por de trás da composições de músicas pop, como "Get the Party Started", de P!nk, e "Beautiful", de Christina Aguilera.

Linda Perry, nascida em Springfield e criada em San Diego, nos Estados Unidos, é filha de pai português (Alfred Xavier Perry) e mãe brasileira (Marluce Perry). Desde criança demonstrou ter talento para a música. Seu irmão, John Perry, que aprendeu a tocar guitarra, a ensinou a tocar violão e serviu de inspiração para que se dedicasse à música. Apesar de ter sofrido uma doença grave nos rins quando criança; de ter tido conflitos sérios em torno de sua sexualidade quando adolescente; ter tentado suicídio; de ter morado nas ruas depois do divórcio dos seus pais; e ter usado muitas drogas, ela continuou praticando violão.

Em 1986, com 21 anos, Linda se mudou para São Francisco e foi morar em um apartamento pequeno e sem janelas, onde tocava e cantava suas próprias músicas no seu banheiro e nas ruas. Ficou conhecida pela vizinhança como a "a garotinha do vozeirão".







4º Cássia Eller












Cássia Rejane Eller (Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1962 — Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2001) foi uma cantora e violonista do rock brasileiro dos anos 1990.

Foi eleita a 18ª maior voz e 40ª maior artista da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.

Filha de um sargento pára-quedista do Exército e de uma dona-de-casa, seu nome foi sugerido pela avó, devota de Santa Rita de Cássia.

Nascida no Rio de Janeiro, aos 6 anos mudou-se com a família para Belo Horizonte. Aos 10, foi para Santarém, no Pará. Aos 12 anos, voltou para o Rio. O interesse pela música começou aos 14 anos, quando ganhou um violão de presente. Tocava principalmente músicas dos Beatles. Aos 18, chegou a Brasília, para onde sua família se mudou. Ali, cantou em coral, fez testes para musicais, trabalhou em duas óperas como corista, além de se apresentar como cantora de um grupo de forró. Também fez parte, durante um ano, do primeiro trio elétrico de Brasília, denominado Massa Real, e tocou surdo em um grupo de samba. Trabalhou em vários bares (como o Bom Demais), cantando e tocando. Despontou no mundo artístico em 1981, ao participar de um espetáculo de Oswaldo Montenegro.







5º Mercedes Sosa












Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina, uma das mais famosas na América Latina. A sua música, tem raízes na música folclórica argentina. Ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs, devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos "sem voz".

Mercedes Sosa nasceu em San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, cidade onde foi assinada a declaração de Independência da Argentina em 9 de julho de 1816, na casa de propriedade de Francisca Bazán de Laguna, que foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1941.

Nascida no dia da Declaração da Independência, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota. Afirmou inúmeras vezes que "pátria só temos uma". Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.

Criada durante o governo de Juan Domingo Perón e sofrendo - como quase todos da sua geração - uma influência muito grande de Eva Perón, Sosa cresceu embalada pela ideologia peronista.

Sua ascendência era mestiça (mistura de europeus com ameríndios): francesa e dos indígenas do grupo diaguita.

Sua carreira se iniciou em 1950, aos quinze anos de idade, quando Sosa venceu uma competição de canto organizada por uma emissora de rádio de sua cidade natal e ganhou um contrato para cantar por dois meses.







6º Elis Regina












Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945  — São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. Conhecida por sua presença de palco, sua voz e sua personalidade. Com os sucessos de Falso Brilhante e Transversal do Tempo, ela inovou os espetáculos musicais no país e era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música.

Em 2013, foi eleita a segunda melhor voz da música brasileira pela revista Rolling Stone, superada apenas por Tim Maia. Elis foi citada também na lista dos maiores artistas da música brasileira, sendo a mulher mais bem colocada. Em novembro do mesmo ano estreou um musical em sua homenagem Elis, a musical.

Como muitos outros artistas do Brasil, Elis surgiu dos festivais de música na década de 1960 e mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações dramáticas. Seu estilo era altamente influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria, e a fez ser a grande revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou "Arrastão" de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Tal feito lhe conferiu o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da TV. Enquanto outras cantoras contemporâneas como Maria Bethânia haviam se especializado e surgido em teatros, ela deu preferência aos rádios e televisões. Seus primeiros discos, iniciando com Viva a Brotolândia (1961), refletem o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, e que teve exigências de mercado e mídia. Transferindo-se para São Paulo em 1964, onde ficaria até sua morte, logrou sucesso com os espetáculos do Fino da Bossa e encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do Fino da Bossa, e ambos tiveram João Marcelo Bôscoli.

Elis Regina aventurou-se por muitos gêneros; da MPB, passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz. Interpretando canções como "Madalena", "Como Nossos Pais", "O Bêbado e a Equilibrista", "Querelas do Brasil", que ainda continuam famosas e memoráveis, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo e ditadura militar no país. Ao longo de toda sua carreira, cantou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro. Entre outras parcerias, são célebres os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Wilson Simonal, Rita Lee, Chico Buarque e, por fim, seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, com quem teve os filhos Pedro Mariano e Maria Rita. Mariano também ajudou-a a arranjar muitas músicas antigas e dar novas roupagens a elas, como com "É Com Esse Que Eu Vou".








7º Tina Turner














Anna Mae Bullock (Nutbush, 26 de novembro de 1939), conhecida pelo nome artístico de Tina Turner, é uma cantora, dançarina e atriz nascida nos Estados Unidos e, desde 2013, de cidadania suíça, cuja carreira começou há mais de cinquenta anos.

Embora, Turner tenha começado a sua carreira musical, em meados dos anos 1950, só ganhou notoriedade a partir de 1960, quando se tornou membro da dupla Ike & Tina Turner, emplacando hits, como "A Fool in Love", "River Deep - Mountain High" (1986), "Proud Mary" (1971) e "Nutbush City Limits" (1973).

Em sua autobiografia, "I, Tina", publicada em 1986, Turner revelou os abusos domésticos sofridos, de seu então marido, Ike Turner. Após o seu divórcio em 1978 e de praticamente ter desaparecido da cena musical, ela conseguiu reconstruir a sua carreira através de performances ao vivo, marcadas pela sua enérgica presença de palco e seus poderosos vocais. O seu retorno ao cenário musical se deu com o lançamento do single "Let's Stay Together" (1983), seguido pelo lançamento do seu quinto álbum solo de estúdio, "Private Dancer" (1984), que se tornou um sucesso mundial. O single de maior sucesso do álbum, "What's Love Got to Do with It", foi usado como título do filme baseado em sua autobiografia. A sua carreira musical, também a levou a vários papéis de destaque no cinema, como no filme "Tommy" (1975) e uma aparição no filme Mad Max Beyond Thunderdome (1985).

Uma das artistas mais populares do mundo, Turner é considerada "A Rainha do rock 'n roll", sendo a artista feminina mais bem-sucedida nesse gênero, tendo vencido 8 Grammy Awards e vendido mais de 200 milhões de cópias no mundo todo. Também, é uma das artistas que mais arrecadou em bilheterias por suas turnês na história. A revista Rolling Stones classificou, Tina Turner, como uma das "10 Maiores Artistas de Todos os Tempos".







8º Ann Wilson (Heart)












Heart é uma banda norte-americana de rock. Tendo tido diversas mudanças na sua formação, os únicos membros constantes do grupo são irmãs Ann e Nancy Wilson. O conjunto ficou famoso nos anos 70 com a sua música fortemente influenciada por grupos de hard rock, como Led Zeppelin, assim como com o estilo de música folk e pop.

A banda vendeu cerca de 35 milhões de discos no mundo inteiro (cerca de 22 milhões de cópias só nos EUA) e emplacou 9 singles no Top 10 estadunidense. Algumas das músicas de maior sucesso foram a balada "Alone, "What About Love", "Barracuda", "Crazy on You" e "These Dreams".

O Heart ficou no 57° lugar na lista dos 100 Maiores Artistas de Hard Rock, elaborada pela emissora de televisão VH1. Eleita para o Salão da Fama do Rock and Roll em 2013, a banda é uma das mais comercialmente bem sucedidas da história do gênero.







9º Rosemary Butler (Birtha)















Birtha - iniciou suas atividades timidamente no final dos anos sessenta, a junção de ótimas musicistas e uma pitada de coragem (pois naquela época não era fácil para mulherada) formou um super mega quarteto, com influencias de Steppenwolf. A banda excursionou um tempo e com isso conseguiram ajustar seu som para que enfim em 72 lançassem seu primeiro álbum auto-intitulado Birtha. Com o lançamento do disco as garotas de Los Angeles começaram a ganhar a Europa. Depois do grande sucesso resolveram lançar seu segundo e derradeiro álbum Can´t Stop The Madness. Seguem fazendo shows e apresentações nas TVs até que em 1975 cada uma resolve trilhar novos caminhos.

Shele Pinizzotto - guitar and vocal
Rosemary Butler - bass and vocal
Sherry Hagler - keyboard and vocal
Liver Favela - drums and vocal







10º Grace Slick












Grace Slick (nome de batismo: Grace Barnett Wing) (Evanston, 30 de outubro de 1939) é uma cantora e compositora estadunidense, conhecida por ter sido um dos líderes da banda de rock psicodélico Jefferson Airplane e por sua participação nas encarnações posteriores da banda, Jefferson Starship e Starship, além de seu trabalho solo. Slick é considerada uma das mais importantes personalidades a levar o rock psicodélico à mídia.

Ela foi adicionada ao Hall da Fama do Rock and Roll em 1996, como integrante do Jefferson Airplane.

Grace Slick nasceu Evanston, região de Chicago, filha de Ivan W. Wing e sua esposa Virginia Barnett. Ela estudou em um colégio somente para garotas em Palo Alto, Califórnia, próximo a São Francisco, e após graduação estudou em Nova Iorque entre 1956 e 1958 e na Universidade de Miami entre 1957 e 1959. antes de entrar no mundo da música, exerceu a atividade de modelo por um curto período no início da década de 1960.

Ela manteve amizade com Janis Joplin no início de sua carreira musical, durando até o falecimento de Joplin por overdose em 4 de outubro de 1970. Ela também teve um relacionamento amoroso com Jim Morrison, e tinha contatos com Jerry Garcia, do The Grateful Dead.

Grace lançou uma autobiografia em 1998, Grace Slick: Somebody to Love? A Rock and Roll Memoir. Em 2006, a cantora sofreu diverticulite, e após uma cirurgia inicial teve um relapso, o que exigiu nova cirurgia e uma traqueostomia. Ela permaneceu em coma induzido por dois meses e teve que aprender a andar novamente depois.








11º Patti Smith











Patricia Lee Smith (Chicago, 30 de dezembro de 1946) mais conhecida pelo nome artístico Patti Smith, é uma poetisa, cantora e musicista norte-americana. Ela tornou-se proeminente durante o movimento punk com seu álbum de estréia, Horses em 1975. Conhecida como "poetisa do punk", ela trouxe um lado feminista e intelectual à música punk e tornou-se uma das mulheres mais influentes do rock and roll.







12º Sharon Jones














Sharon Jones (4 de maio de 1956) é uma cantora estadunidense de soul/funk e vocalista da banda Sharon Jones and Dap-Kings.

Sharon Jones & The Dap-Kings é uma banda de funk/soul da gravadora Daptone Records. Uma das chaves de propulsão foi a participação da banda em metade das faixas do álbum Back to Black de Amy Winehouse, à convite do produtor Mark Ronson.








13º Amy Winehouse












Amy Jade Winehouse (Londres, 14 de setembro de 1983 — Londres, 23 de julho de 2011) foi uma cantora e compositora britânica conhecida por seu poderoso e profundo contralto vocal e sua mistura eclética de gêneros musicais, incluindo soul, jazz e R&B. Ingressou na carreira musical ainda na adolescência, apresentando-se em pequenos clubes de jazz em Londres.  No fim de 1999, assinou o seu primeiro contrato com uma editora discográfica, a EMI Music, mas, após ter sido descoberta por Darcus Breeze, em 2001, assinou contrato com a Island Records.

A sua primeira aparição no cenário musical britânico foi em 2003, com o seu álbum de estreia, Frank. O disco foi bem recebido pela crítica especialista, mas, inicialmente, não obteve sucesso comercial apesar de ter produzido quatro singles, todos sem êxito. Foi em 2006, com o lançamento do seu segundo álbum de estúdio, Back to Black, que Amy Winehouse ganhou proeminência como uma artista. Esse obteve sucesso crítico e comercial e alcançou as posições mais elevadas no ranking internacional, tendo atingido o número um em 23 países, incluindo o Reino Unido, a Áustria, a Alemanha e a Dinamarca, enquanto nos Estados Unidos chegou à sua posição máxima como número dois. Desse trabalho, foram retirados seis singles, sendo "Rehab" o mais bem-sucedido. Back to Black vendeu seis milhões de cópias e foi o disco mais vendido de 2007. No ano seguinte, o álbum foi indicado em seis categorias à 50.ª edição dos Grammy Awards, das quais venceu cinco, o que fez de Winehouse a artista feminina britânica que mais foi premiada em apenas uma edição.

Considerada a desencadeadora da nova Invasão Britânica, Amy Winehouse é referida como a revolucionária da música soul pela crítica especialista. Ela é citada como influência musical por vários cantores, incluindo Adele, Duffy, Bruno Mars, Lady Gaga e Sam Smith, e foi a intérprete que mais vendeu em nível digital no Reino Unido, em 2007. Ao longo de 2007, acumulou uma renda estimada em dez milhões de libras e foi posicionada no número dez na "Lista dos Ricos" do jornal inglês Sunday Times, em 2008. No mesmo ano, foi eleita a "heroína suprema" dos britânicos pelo canal de televisão Sky News, com base em uma pesquisa realizada entre pessoas com menos de 25 anos de idade e na lista elaborada pela revista Veja, em 2009, das cantoras internacionais que mais venderam em solo brasileiro no ano anterior, ficou na primeira posição com mais de quinhentos mil álbuns vendidos, o que fez dela uma das recordistas de vendas no país.  Ao longo de sua carreira, Winehouse vendeu um número estimado de trinta milhões de CDs e DVDs em todo o mundo, tornando-se uma das artistas que mais venderam em nível global. As suas conquistas incluem três prêmios Ivor Novello Awards e um total de seis Grammy Awards. No entanto, apesar de bem-sucedida, a sua carreira foi muitas vezes ofuscada por seus problemas pessoais, principalmente pelo seu casamento conturbado com o ex-assistente de vídeo Blake Fielder-Civil, uma vez que as brigas do casal foram diariamente comentadas pela imprensa.  Além disso, o seu envolvimento com álcool e drogas e a sua luta para superá-lo também prejudicaram a sua imagem pública.

Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa em Londres, em 23 de julho de 2011. A causa da morte foi intoxicação por álcool. Após o falecimento da cantora, Back to Black tornou-se o disco mais vendido do século XXI no Reino Unido. Posteriormente, foi lançada a compilação póstuma Lioness: Hidden Treasures, que recebeu análises positivas da mídia especializada e teve um desempenho comercial favorável.  Nesse mesmo ano, o periódico sueco Metro International concedeu à cantora o título de "Celebridade do Ano", enquanto o canal VH1 colocou-a na 26.ª posição em sua lista das "100 Grandes Mulheres na Música", em 2012, e a BBC proclamou-a o talento vocal preeminente de sua geração.








14º Joss Stone
















Joscelyn Eve Stoker (Dover, 11 de Abril de 1987) , mais conhecida por seu nome artístico Joss Stone, é uma cantora e compositora inglesa de soul e R&B e actriz, ganhadora de vários BRIT Awards e de um Grammy Award.

Stone vendeu mais de onze milhões de álbuns em todo o mundo. Nos Estados Unidos ela vendeu com três álbuns 2,722,000 cópias de discos e no Reino Unido ela vendeu, com dois álbuns, 2 milhões de discos. Ela foi premiada pela RIAA com disco de platina por Mind, Body & Soul, e disco de ouro por The Soul Sessions e Introducing Joss Stone.

Stone, já vendeu 152 mil cópias de seus três discos anteriores no Brasil, segundo a revista semanal Veja.

Joss Stone nasceu em Dover, Kent, Inglaterra e passou a sua adolescência na vila de Ashill, Devon. Cresceu escutando uma grande variedade de gêneros musicais, incluindo R&B e soul music cantados por artistas como Dusty Springfield e Aretha Franklin. Em interpretando a música de Donna Summer, "On the Radio". "Viciei-me em música soul principalmente por causa dos vocais que exigia. Tem que se ter boa voz para cantar música soul e eu sempre gostei disso, desde pequena", contou à MTV News.

Em 2002, saiu da Inglaterra para uma audição em Nova York com Steve Greenberg, o chefe do setor executivo da S-Curve Records. Ela também assinou um contrato global com a BMG Music Publishing no Reino Unido.

Desde então, ela se apresentou com artistas como Blondie e Gladys Knight. Foi nomeada a porta-voz da varejista Gap, embora, segundo consta, tenha sido despedida por causa de boatos que afirmavam que ela vivia com Beau Dozier (filho do produtor Lamont Dozier), então com vinte e cinco anos, enquanto ela tinha apenas dezessete.









15º Adele














Adele Laurie Blue Adkins MBE (Londres, 5 de maio de 1988) é uma cantora, compositora e multi-instrumentista britânica nascida em Tottenham, Londres e criada no sul da cidade. Foi a primeira artista a receber o prêmio Critics Choice do Brit Awards e foi nomeada "Artista Revelação", em 2008, pelos críticos da BBC. Entre os seus prêmios ganhos estão dez Grammy Awards, quatro Brit Awards, um Golden Globe Award e um Oscar. Alcançou o auge da carreira ao lançar o álbum 21, com o qual bateu vários recordes e dominou as paradas de sucesso dos Estados Unidos e Reino Unido, com o single "Rolling In The Deep".  já vendeu mais de 25 milhões de cópias no mundo todo. O sucesso fez Adele receber várias menções no Guiness Book, por ser a primeira mulher a ter ao mesmo tempo, dois singles e dois álbuns simultaneamente no top 5 das paradas britânicas, fato esse, que só a banda The Beatles tinha alcançado em 1964. Ela sendo a primeira artista a vender mais de 3 milhões de cópias de um álbum em um ano no Reino Unido e depois com o terceiro single do álbum, "Set Fire to the Rain", Adele se tornou a primeira artista da história a liderar a Billboard 200 consecutivamente três vezes no n.° 1. Ela também superou recordes de cantores como Michael Jackson, Whitney Houston, Madonna e Beyoncé.






16º Whitney Houston
















Whitney Elizabeth Houston (Newark, 9 de agosto de 1963 — Beverly Hills, 11 de fevereiro de 2012) foi uma cantora norte-americana de R&B, pop, gospel, além de atriz e modelo. Whitney Houston é a artista feminina mais premiada de todos os tempos, segundo o Guinness World Records,[6] e sua lista de prêmios incluem dois Emmy Awards, sete Grammy Awards, trinta e um Billboard Music Awards, 22 American Music Awards, num um total de 425 prêmios conquistados em sua carreira até 2013. Houston também foi uma das artistas mais bem sucedidas do mundo da música, tendo vendido mais de 200 milhões de cópias em todo o mundo. Inspirada por vários cantores de soul de destaque em sua família, incluindo a mãe, Cissy Houston, as primas Dionne Warwick e Dee Dee Warwick, bem como sua madrinha, Aretha Franklin, Houston começou a cantar com o coral gospel júnior Igreja de Nova Jersey aos 11 anos de idade. Depois que ela começou a atuar ao lado de sua mãe em casas noturnas na cidade de Nova York, ela foi descoberta por Clive Davis, empresário da Arista Records. Até o presente, Houston lançou seis álbuns de estúdio e três álbuns de trilha sonora, todos eles certificados com diamante, multiplatina, platina e ouro pela Recording Industry Association of America (RIAA).









17º Brittany Howard (Alabama Shakes)





Alabama Shakes é uma banda de southern rock e blues-rock formada em Athens, Alabama em 2009. O grupo é composto pela vocalista e guitarrista Brittany Howard, pelo guitarrista Heath Fogg, o baixista Zac Cockrell, tecladista Ben Tanner e baterista Steve Johnson. A banda recebeu três indicações para o Grammy Awards 2013, de "Melhor Performance de Rock" para o single "Hold On" e do prémio de "Melhor Gravação" do seu primeiro álbum, Boys & Girls.







18º Arleigh Kincheloe (Sister Sparrow & The Dirty Birds)
















Sister Sparrow & The Dirty Birds, algo como Irmã Pardal e Os Pássaros Sujos, é uma banda formada em Nova York em 2008 tendo com núcleo principal os irmãos Arleigh Kincheloe (vocal) e Jackson Kincheloe (gaita) acrescidos de Sasha Brown (guitarra), Josh Myers (baixo), Dan Boyden (bateria), Phil Rodriguez (trompete), e Brian Graham (sax). Com três álbuns na mala e quatro anos direto na estrada, o septeto vem chamando atenção por onde passa, merecidamente.

Um pouco do mérito vem de “The Weather Below”, seu terceiro álbum, lançado em maio deste ano pelo selo independente Party Fowl Records. Em entrevistas, a vocalista Arleigh, uma garota ruivinha e franzina, mas com um potencial de voz surpreendente, diz que a principal diferença do novo álbum para os anteriores (“Sister Sparrow & The Dirty Birds”, de 2010, e “Pound of Dirt”, de 2012) é que agora ela já descobriu a melhor maneira de encaixar sua voz, poderosa, nas canções da banda.







18º Rita Lee












Rita Lee Jones, agora Rita Lee Jones Carvalho, mais conhecida como Rita Lee (São Paulo, 31 de dezembro de 1947), é uma cantora, compositora, instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira. Conhecida como a "Rainha do Rock Brasileiro", Rita Lee construiu uma carreira que começou com o rock mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodelia durante na era do tropicalismo, o pop rock, disco, new age, a MPB e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais. Rita Lee vendeu mais de 55 milhões de discos ao longo de sua carreira e já foi premiada com mais de 30 discos de platina, 10 discos de ouro e 5 de diamante.

Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 70, sobretudo as mulheres. Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1968-1972) e do Tutti Frutti (1973-1978), Lee participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina, tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso, sendo "Ovelha Negra", "Mania de Você", "Lança Perfume", "Agora Só Falta Você", "Baila Comigo", "Banho de Espuma", "Desculpe o Auê", "Erva Venenosa", "Amor e Sexo" e "Reza", entre outras, as mais populares. O álbum, Fruto Proibido (1975), lançado juntamente com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima.

Em 1976, Lee começou um relacionamento com o guitarrista Roberto de Carvalho e desde então ele tem sido o parceiro da maioria de suas canções e a acompanhou em todas suas apresentações ao vivo. Ambos tiveram o filho Beto Lee, também guitarrista, que acompanha os pais nos shows. Rita Lee também é vegetariana e defensora dos direitos dos animais.

Com uma carreira que quase alcança os 50 anos, Rita Lee passou da inovação e do gueto musical do final dos anos 60 e anos 70 para as baladas românticas de muito sucesso nos anos 80 e já se apresentou com inúmeros artistas que variam de Elis Regina à banda Titãs.







19º Beth Hart
















Beth Hart (Los Angeles-CA, 24 de Janeiro de 1972) é uma cantora estadunidense.

Ela tornou-se famosa após sua canção “LA Song (Out of This Town)”, tornar-se trilha-sonora de um episódio da 10ª temporada do seriado “Beverly Hills, 90210”.

Seus estilos de músicas são rock'n roll, blues e gospel.







20º Elin Larsson (Blues Pills)














Blues Pills é uma banda formada em dezembro de 2011 que vai na contramão da tendência musical contemporânea: presença constante de blues, soul e hard rock.

Em dezembro de 2011, em Örebro, na Suécia, surgiu a Blues Pills link externo.

Formada pela Elin Larsson (vocal), Dorian Sorriaux (guitarra), Cory Berry (bateria) e Zack Anderson (baixo), a banda sofre influências de nomes como: Fleetwood Mac, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Cream e até mesmo Aretha Franklin, combinando tudo isso com muita facilidade e originalidade.

O que chama atenção na Blues Pills, além da qualidade das músicas e letras, é o vocal intenso e ao mesmo tempo suave de Elin Larson e os riffs sensacionais de Dorian Sourriaux, de apenas 18 anos, que consegue criar um som extremamente denso e poderoso.

Com três EP’s lançados, “Black Smoke” e “Bliss” de 2012, e o terceiro, “Devil Man”, lançado no final de 2013, o quarteto vem acumulando ótimas críticas e se tornando uma promessa no cenário do rock.

O quarteto americano-francês-sueco surpreendeu a cena underground com seu trabalho de estreia. Baixo e bateria bem característicos combinado com solos matadores do guitarrista de apenas 18 anos Dorian Sorriaux harmonizados perfeitamente com a voz marcante de Elin Larsson. O sucesso do trabalho foi tão grande que a gravadora Nuclear Blast logo procurou a banda.








21º Joni Mitchell















Roberta Joan Anderson, mais conhecida como Joni Mitchell (Fort Macleod, 7 de novembro de 1943) é uma cantora, artista plástica e poetisa canadense. Foi considerada a 75º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone.

Alcançou o sucesso na década de 1970, fazendo uma música influenciada pelo jazz e pelo folk rock. Suas letras são introspectivas e de caráter romântico, e estão entre as melhores criadas na história do rock. Gravou dois discos que entraram para a história do rock: Clouds, de 1969, e Blue, de 1971, que ocupa a 30ª posição na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone.







22º Sinéad O'Connor












Sinéad Marie Bernadette O'Connor (Dublin, 8 de dezembro de 1966) é uma cantora irlandesa.

Filha do engenheiro e mais tarde Barrister (advogado) Sean O'Connor e de Marie O'Connor. É a terceira de cinco irmãos: Joseph O'Connor (que é escritor), Eimear, John, e Eoin.

Teve a vida marcada por reveses que moldaram sua personalidade e lhe marcaram para sempre. Tendo sofrido abusos na infância, já tentou suicídio e afirmou ser homossexual em meio à conturbada carreira. Foi excomungada por tentar ser líder de uma seita.

Destacou-se com a voz doce, e ao mesmo tempo rebelde, e com a cabeça raspada, sua marca registrada por muitos anos. Estreou na música em 1987, com o álbum The Lion and the Cobra, dedicado à mãe que falecera havia pouco. Conseguiu se apresentar em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, ganhando grande visibilidade.








23º Nina Hagen














Nina Hagen (nascida Catharina Hagen no dia 11 de março de 1955, na cidade de Berlim, Alemanha), é uma cantora alemã de grande sucesso internacional, especialmente por suas atuações e por suas extravagâncias vocais. Também fez participações como atriz em alguns filmes.

Apesar de ser uma renomada intérprete de Rock, representante da música popular, ela recebeu anteriormente treinamento vocal formal como cantora de ópera (o que transparece, por exemplo, em sua interpretação de New York, New York).








24º Joan Jett













Joan Jett é uma cantora, guitarrista e baixista estadunidense, descrita como uma das figuras mais importantes da história do rock, atingindo o auge nos anos 70 ao lado das suas companheiras de banda The Runaways, e também em carreira solo durante os anos 80 e 90. Além de ser conhecida e constantemente citada como a Rainha do Rock, em 2003, Joan Jett foi nomeada pela Rolling Stone a 67ª melhor guitarrista de todos os tempos. Ela é uma das duas mulheres da lista, a outra é Joni Mitchell, que ocupa a 75º posição.

Ela é conhecida mundialmente principalmente pela canção I Love Rock 'n Roll, que ficou no 1º lugar da Billboard de 30 de marçoaté 1 de maio de 1982, além de ser considerada pela Billboard a 28ª melhor música de todos os tempos. Também é conhecida por outros hits, como "Bad Reputation", "I Hate Myself For Loving You", "Crimson and Clover", "Little Liar", "Do You Wanna Touch Me", "Light of Day", "Love is All Around" e "Everyday People".








25º Emmily Barreto (Far From Alaska)













Far From Alaska (lit. "Longe do Alasca") é uma banda brasileira de stoner rock fundada em 2012 em Natal, Rio Grande do Norte.
Na época da fundação da banda, todos os integrantes moravam em Natal, mas apenas o guitarrista Rafael Brasil e a vocalista Emmily Barreto nasceram lá. A tecladista Cris Botarelli é de São Paulo, o baixista Edu Figueira é de Mossoró e o baterista Lauro Kirsch é de Cuiabá. Além disso, todos os membros vieram de experiências prévias com outros conjuntos antes de se juntarem em uma banda: Cris e Lauro tocaram juntos no Planant; ela também tocou com Emmily no Talma&Gadelha; Rafael já tocou no Calistoga e, juntamente a Edu e Lauro, tocou no Venice.

O Far From Alaska foi formado em 2012, inicialmente apenas como um projeto de Cris e Emily para a última cantar. Chamaram os outros três membros e consideravam a banda apenas um projeto paralelo. No mesmo ano, venceram o concurso Som Para Todos, que lhes garantiu o direito de abrir o Planeta Terra Festival. O festival marcou o segundo show da carreira da banda, que foi elogiada dois meses depois por Shirley Manson, vocalista do Garbage. Segundo Cris, o nome da banda não tem nenhum significado especial; foi apenas uma sugestão da mãe de Emmily que acabou agradando os cinco integrantes, que não conseguiam chegar a um consenso. Na mesma ocasião, a integrante também explicou que a banda não vê problema em fazer letras em inglês e que isso tem boa aceitação no público potiguar. Em outra ocasião, ela disse que a decisão foi natural uma vez que a grande maioria das bandas que o grupo escuta cantam em inglês.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PATTI SMITH SÓ GAROTOS (Autobiografia)




A arte pode transcender a morte, ainda que incapaz de impedir a separação física entre o criador e seu objeto de inspiração. Durante anos, o fotógrafo Robert Mapplethorpe e a cantora Patti Smith mantiveram essa relação de artista e musa, seja como amantes ou apenas parceiros de trabalho; uma comunhão que duraria até 1989, quando Mapplethorpe perdeu sua luta contra a Aids, dois anos e meio após ter sido diagnosticado com a doença. Pouco antes de morrer, ouviu de Patti a promessa de que um dia ela escreveria a história dos dois; lembranças que foram registradas no livro “Só Garotos” (Companhia das Letras).
A partir das anotações de seu diário, Patti recorda o período vivido em Chicago, onde nasceu e de onde partiu, aos 20 anos, rumo a Nova York, deixando para trás família, estudos e um filho, fruto de uma gravidez indesejada. Inspirada por Joana d’Arc, Bob Dylan, Rimbaud e Baudelaire, a aspirante a escritora chegou à Grande Maçã em 1967, onde arranjou emprego numa livraria. Lá, conheceria Robert, um artista plástico em início de carreira. Encontraram-se pela segunda vez quase por acaso, quando Robert salvou Patti de um apuro no meio da rua. Logo se apaixonariam e viveriam sob o mesmo teto, compartilhando discos, livros e influenciando mutuamente suas criações.
Porém, nem tudo seria tranquilo nessa convivência. Sem conseguir vislumbrar um futuro nas artes e sem emprego fixo, a frustração de Robert só aumentava. Patti também teria de lidar com o processo de descoberta da homossexualidade de seu companheiro, que para ajudar a pagar as contas passou a exercer a atividade de michê. Após um breve período separado, o casal, em busca de inspiração e ascensão, se mudaria para o hotel Chelsea, um lugar, segundo Patti, frequentado por “poetas viciados, dramaturgos, cineastas falidos e atores franceses”.
Em 1968, Patti ouviria seu primeiro chamado à música, durante um show do The Doors. No Chelsea, ainda teria contato com Jimi Hendrix, Jefferson Airplane e Johnny Winter. Porém, o encontro mais marcante seria com seu herói Bob Dylan – ou melhor, com o alter-ego do músico, Bobby Neuwirth –, um dos que mais a incentivaram a transformar seus poemas em versos musicais e que a apresentou, em junho de 1970, a Janis Joplin (pra quem escreveu uma canção, nunca gravada, já que a intérprete de “Piece Of My Heart” morreria alguns meses depois).
A jovem artista também conheceria nomes influentes da literatura, como os ícones beat William Burroughs e Allen Ginsberg (que a confundiu com um “menino bonito”), e das artes plásticas e dramáticas, em especial os habitués do restaurante Max's Kansas City, um dos pontos descolados de Nova York na época, onde Robert acreditava que poderiam se inserir mais facilmente no círculo de Andy Warhol, expoente da pop art e um dos frequentadores vip do local.
Após algumas leituras públicas com o suporte do guitarrista Lenny Kaye – em que fundiam poesia e rock and roll – e elogiadas atuações no teatro, Patti se sentiria mais à vontade para cantar suas composições, e logo formaria uma banda com o próprio Lenny mais o pianista Richard Sohl. Com esse line-up, e contando com a ajuda de Tom Verlaine (Television) na segunda guitarra, gravariam o primeiro compacto no lendário Electric Lady Studios, de Jimi Hendrix.
“Temíamos que [o rock] perdesse seu propósito, que caísse em mãos aburguesadas, que patinasse no lodo do espetáculo, das finanças e da complexidade técnica insossa. (...) Nós pegaríamos em armas, as armas da nossa geração, a guitarra elétrica e o microfone”, idealizava Patti, antecipando a estética punk com o álbum “Horses”, de 1975.
Nessa época, Patti e Robert já não eram mais um casal, porém a admiração e a colaboração artística entre ambos permaneceram. Subsidiado pelo namorado – o mecenas e colecionador de arte Sam Wagstaff –, Robert pôde se aprofundar em seu trabalho com a fotografia, vindo a produzir algumas das fotos dos primeiros discos da cantora e ganhando notoriedade ao retratar desde famosos até o universo sadomasoquista/gay. Patti, por sua vez, após relacionamentos com o dramaturgo Sam Shepard e com o tecladista Allen Lanier, do Blue Öyster Cult, se casaria com Fred “Sonic” Smith, ex-guitarrista do MC-5.
A despeito de toda a agitação do período em que os dois protagonistas viveram juntos, “Só Garotos” não é um livro alegre, e dificilmente seria de outra forma, dadas as circunstâncias que levaram Patti a escrevê-lo. “Eu, destinada a viver, ouvindo atentamente um silêncio que demoraria uma vida para expressar”. Robert, em seus últimos meses de vida, criaria a fundação que leva seu nome, com o intuito de promover a fotografia como arte e apoiar pesquisas de combate à Aids.
Fonte: Patti Smith: precursora do punk em autobiografia http://whiplash.net/materias/livros/168133-pattismith.html#ixzz2Cr8CG8cK

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O TERÇO E ENTREVISTA COM SERGIO HINDS (HISTÓRIAS DO ROCK NACIONAL) - ATUALIZADO

Nem lembro quando ouvi a primeira vez a banda O Terço, mas lembro da sensação de alívio de saber que na história do rock nacional, também tiveram bandas com uma sonoridade parecida com as bandas clássicas de Rock, como as Inglesas, e que utilizavam desde os ritmos de nossa própria música e linguagem com as que vinham de fora, principalmente o psicodelismo dos finais dos anos 60 e o rock progressivo com influência da música erudita. 

Além do Terço bandas como O som nosso de cada dia, O som imaginário, os nossos Beatles: Os Mutantes, os Secos & Molhados, O Peso, a Casa das Máquinas, Ave Sangria e etc, uma leva de ótimas bandas que lotavam ginásios e festivais em plena ditadura militar. As letras não eram políticas no sentido mais amplo da palavra, havia censura, mas em termos de som eram sensacionais, em meados dos anos 90 pesquisei muito sobre estas bandas e a minha preferida sempre foi O Terço, possuo boa parte de sua discografia em vinil, comprados na Baratos Afins da galeria do rock em São Paulo e outros demais em CDs reeditados, e gostaria aqui de registrar a história desta banda e uma entrevista com Sergio Hinds, guitarrista e fundador da banda, para o periódico dos anos 90 a International Magazine cedido para os jornalistas e redatores Marcelo Fróes, Nélio Rodrigues e Emílio Pacheco, onde ele conta com detalhes o surgimento da banda e sobre a década de 70.


História

O Terço é uma banda brasileira formada no Rio de Janeiro em 1968 por Jorge Amiden (baixo), Sérgio Hinds  (Guitarra) e Vinícius Cantuária (bateria). A banda começou tocando rock clássico, mas logo tendeu ao rock progressivo e ao rock rural e MPB caracterizando o som e a diversidade musical da banda. Segundo o guitarrista Sérgio Hinds (único membro presente em todas as formações da banda), a palavra terço foi escolhida como nome da banda porque é uma medida fracionária que corresponde a três ou a "terça parte dealguma coisa", como num rosário. O Terço caiu como uma luva devido a primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra, baixo e bateria). Inicialmente, o nome escolhido tinha sido "Santíssima Trindade", mas para evitar atritos com a Igreja Católica, foi adotado "O Terço". 

Origem

O Terço originou-se basicamente de dois grupos, o Joint Stock Co. (que integrava Jorge Amiden, Vinícius Cantuária. Cezar de Mercês e Sérgio Magrão) e Hot Dogs (que integrava Sérgio Hinds). Todos eles viriam a fazer parte da banda em diversas ocasiões. O Terço surgiu no final da década de 1960 e a primeira formação foi: Sérgio Hinds no baixo, Jorge Amiden na guitarra e Vinícius Cantuária na bateria. Esta formação gravou o seu primeiro LP em 1970, com uma mistura de rock 50, folk e música clássica.

O Terço nesta época tocava em diversos festivais. Com a canção "Velhas Histórias", composta por Renato Côrrea e Guarabyra, o grupo ganhou o Festival de Juiz de Fora. Em um festival universitário, a banda ficou em 2º lugar defendendo a música "Espaço Branco" de Vermelho e Flávio Venturini (que mais tarde viria a integrar o grupo). A banda também classificou as músicas "Tributo ao Sorriso" (3º lugar) e "O Visitante" (4º lugar), em duas edições do Festival Internacional da Canção (FIC), o que levou a banda a se tornar o grupo revelação pela mídia especializada, com destaque para o vocal trabalhado em falsete, que era uma das características da banda. 

Primeiras mudanças 

Sérgio Hinds havia se afastado do grupo para tocar com Ivan LIns. Foi então que Jorge Amiden chamou  Cezar de Mercês para integrar o grupo como baixista. Sérgio Hinds voltou logo depois para completar o quarteto. Em parceria com Guarabyra, o grupo criou o violoncelo elétrico (tocado por Sérgio Hinds) e a guitarra de três braços (apelidada de "tritarra", tocada por Jorge Amiden. Foi assim que O Terço lançou um compacto duplo com 5 músicas, entre elas, um tema de Bach, que mostrava a influência clássica da banda.


Logo depois, Jorge Amiden que até então era a principal mente criadora de O Terço, se desentende com o grupo e o deixa. Em acordo entre os outros três integrantes, Sérgio Hinds registrou o nome "O Terço" para que Jorge Amiden não o fizesse. Após a saída do grupo em 1972, Amiden criou um novo grupo chamado Karma, junto com os músicos Luiz Mendes Junior (violão) e Alen Terra (baixo). O Karma gravou um belo disco ainda neste ano e depois se desfez.

O Terço passou então a ser Sérgio Hinds (guitarra), Cezar de Mercês (baixo) e Vinícius Cantuária (bateria). Ainda em meados de 1972, O Terço participou da gravação do disco Vento Sul de Marcos Valle. Também participaram em algumas faixas o trio "Paulo, Claudio e Maurício", formado pelos irmãos gêmeos Paulo e Claudio Guimarães (flauta e guitarra) e pelo arranjador Maurício Maestro, além do guitarrista Frederiko (Fredera), ex-Som Imaginário. O Terço junto com Marcos Valle fizeram uma turnê por todo país e tocaram no Festival do Midem em Cannes, na França.

Ascensão ao rock progressivo

Influenciados pelo rock progressivo inglês, O Terço mudou a sua sonoridade e em 1972 lançou um compacto mais pesado com as músicas "Ilusão de Ótica" e "Tempo é Vento". No ano seguinte O Terço lançou o segundo disco (homônimo). No disco o grupo mostra que queria mesmo era tocar rock progressivo e psicodelico. O disco continha uma longa suíte chamada "Amanhecer Total" (com 6 temas), composto pelos três integrantes e que conta com a participação de Luiz Paulo Simas nos teclados sintetizadores (Módulo 1000), Patrícia do Valle com a voz na introdução do tema "Cores", Chico Batera na percussão e Maran Schagen encerrando o tema "Cores Finais" no piano. O músico Paulo Moura também participou do disco, tocando saxofone alto na música "Você aí".


Nova mudança no grupo e aproximação com o rock rural

Após a gravação do segundo disco, Vinícius Cantuária deixou a banda para tocar com Caetano Veloso. Entraram na banda Sérgio Magrão (baixo) e Luiz Moreno (bateria) para tocar junto com Sérgio Hinds (guitarra) e Cesar de Mercês (guitarra base). A aproximação do grupo com Sá e Guarabyra deu uma guinada na carreira de O Terço. Na época, eles foram convidados a gravar um disco com a dupla (Nunca, 1974). Esta proximidade com o chamado "rock rural" da dupla influenciou muito a sonoridade da banda em sua fase posterior. Sérgio Hinds pediu a indicação de um tecladista para Milton Nascimento, que indicou Flávio Venturini. Com o novo tecladista, O Terço começou, já em 1974, a gravar o terceiro disco da banda. Cezar de Mercês deixou o grupo, mas continuou como compositor e colaborador da banda.

Fase Áurea
Em 1975, Sérgio Hinds (guitarra), Sérgio Magrão (baixo), Luiz Moreno (bateria) e Flávio Venturini (teclado e viola), concluíram a gravação de seu terceiro disco, o Criaturas da Noite. A capa do disco foi elaborada por Antônio e André Peticov e foi chamada de "A Compreensão". O disco começa com o pulsante baixo de Magrão, introdução do simples rock "Hey Amigo", composição de Cezar de Mercês que se tornou um dos maiores clássicos da banda. A influência do rock rural é bastante presente nas faixas "Queimada" e "Jogo das Pedras" (ambas de Flávio Venturini e Cezar de Mercês). A faixa-título (Flávio Venturini / Liz Carlos Sá), conta com os arranjos de orquestra do maestro Rogério Duprat. O disco traz as instrumentais "Ponto Final" (do baterista Luiz Moreno, que toca piano na introdução da música) e a suíte instrumental "1974", composta por Flávio Venturini. Visando mercado internacional, a banda gravou o vocal deste disco em inglês e lançou o Creatures of the Night. Em 1976, o grupo foi morar em uma fazenda, em São Paulo. 

Lá foi concebido todo o novo disco do grupo, que levou o nome de Casa Encantada. O disco segue a linha do anterior, com rock progressivo, músicas instrumentais e a influência do rock rural. O percussionista Luiz Moreno faz a voz solo das duas primeiras faixas do disco, "Flor de La Noche" e "Luz de Vela" (ambas compostas por Cezar de Mercês). A faixa "Sentinela do Abismo" (Flávio Venturini / Márcio Borges) é uma música solo do tecladista no disco (cantada e tocada apenas por ele) com um arranjo de cordas regido por Rogério Duprat. Cezar de Mêrces participou como flautista na faixa-título "Casa Encantada" (Flávio Venturini / Luiz Carlos Sá). O disco é encerrado com uma faixa da dupla Sá e Guarabira, "Pássaro". Durante concertos, a banda tocava músicas inéditas que ainda não haviam sido gravadas ainda, como a instrumental "Suíte" (Flávio Venturini) e "Raposa Azul" (Flávio Venturini / Sérgio Hinds).


Mudança de Tempo

Em meados de 1977, Flávio Venturini decidiu deixar o grupo para fazer um trabalho junto com Beto Guedes. Cesar de Mercês voltou ao grupo e trouxe com ele o tecladista Sérgio Kaffa. Ainda neste ano, com a nova formação, o grupo lançou um compacto com as músicas "Amigos" e "Barco de Pedra", ambas compostas por Cezar. A sonoridade do grupo se voltou mais para a MPB, mas sem esquecer suas raízes rock-progressivas. 

O quinto disco da banda, "Mudança de Tempo", foi lançado 1978. O disco segue praticamente a linha dos dois anteriores, com músicas instrumentais, progressivas, mas sempre com diversidade musical. O disco contou com as participações do maestro Rogério Duprat e de Rosa Maria (que canta uma música chamada "Minha Fé", uma canção ao estilo gospel norte-americano).Nesta época O Terço fez o seu primeiro concerto internacional, no chamado "Concerto Latino-Americano de Rock". Foram três concertos no Brasil (São Paulo no Ibirapuera, Campinas e Belo Horizonte) e dois concertos na Argentina (em Buenos Aires, no Luna Park e em Rosário).


O fim da unidade final
O Terço vinha cumprindo a sua agenda de concertos normalmente. Mas o desgaste com a gravadora e com gravação do último disco e com as críticas foi desgastando o grupo também. Além disso, Sérgio Hinds havia sofrido um acidente o que o impossibilitou de continuar a tocar por um bom tempo. Para a ocasião, a banda contratou Ivo de Carvalho para ocupar a guitarra e terminar os possíveis compromissos. Ainda em 1978, o grupo chegou ao fim. Luiz Moreno foi tocar com sua nova banda "Original Orquestra" e depois foi com Elis Regina. Sérgio Hinds e Cezar de Mercês gravaram discos solos no ano de 1979. Sérgio Magrão junto com os irmãos Flávio e Cláudio Venturini, Vermelho e Hely Rodrigues decolaram com a nova banda 14Bis.


O retorno

Em 1982, Sérgio Hinds reatou O Terço com Ruriá Duprat (teclados), Zé Português (baixo) e Franklim Paolillo (bateria), lançando o disco "Som Mais Puro". O disco contou com a participação de Vinícius Cantuária, tocando e compondo em parceria com Hinds algumas faixas do disco. A banda gravou neste disco uma versão mais compacta da música instrumental "Suíte", composta por Flávio Venturini que o grupo costumava tocar nos concertos mas nunca havia gravado. Depois o grupo teve um novo recesso. Sérgio Hinds lançou seu segundo disco solo, intitulado "Mar", no ano de 1986. Na década de 1990 Sérgio Hinds reuniu o grupo periodicamente, com formações diversas, para a gravação de novos trabalhos.


O retorno definitivo

Por volta de 2001, Flávio Venturini fez um concerto no DirecTV Hall em São Paulo e convidou seus velhos companheiros d'O Terço. O público pode ver (ou rever) Sérgio Hinds, Cezar de Mercês,Sérgio Magrão e Luiz Moreno novamente juntos no palco e tocando as músicas do grupo nos anos 1970. O Terço, ao menos por um breve período de tempo, estava reunido novamente. A partir daí, os músicos começaram os ensaios para o retorno definitivo do grupo. A idéia era a gravação de um disco ao vivo com algumas faixas inéditas. Porém um acontecimento interromperia os planos da banda: o baterista Luiz Moreno sofreu uma parada cardíaca e faleceu, levando o grupo a desistir temporariamente da idéia do retorno. Com o apoio da esposa de Moreno, Irinéa Ribeiro, o grupo resolve continuar o projeto. 

O trio Sérgio Hinds, Flávio Venturini e Sérgio Magrão, junto com o baterista Sérgio Mello resolvem seguir em frente. Em 2005, enfim, o grupo marca as datas dos 3 concertos (no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais). O primeiro foi dia 4 de maio no Canecão (RJ), onde foi gravado o DVD do grupo também. Nesta noite o grupo tocou quase todas as músicas dos discos "Criaturas da Noite" (75) e "Casa Encantada" (76), além de "Tributo ao Sorriso" (70), "Suíte" (75) e "P.S. Apareça" (96), e o concerto contou com as ilustres participações de Marcus Vianna, Ruriá Duprat, Irinéa Ribeiro e o quarteto de cordas Uirapurú. 

Na ocasião, foi lançado um CD de um concerto que O Terço fez em 1976, no Teatro João Caetano (Rio de Janeiro). Em 2007, o CD e DVD foram enfim lançados. O Terço continua fazendo concertos periodicamente em 2008 para divulgação do DVD e pretende ainda lançar um disco de estúdio com músicas inéditas, sem previsão para gravação e lançamento.Irinéa Ribeiro, viúva do baterista Luiz Moreno, está escrevendo um livro sobre a fase de O Terço em que seu marido tocou na banda. Em fevereiro de 2013, o baterista Fred Barley substitui Sergio Melo na bateria. 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Em 2015 sai o DVD e CD duplo O Terço 3D com Fed Barley na bateria e a participação de Cesar de Mercês no violão e vocais.



Entrevista com Sérgio Hinds:
- Seu primeiro grupo foi o Hot Dogs, em 1966, com Paulinho Jobin, primo de Tom,na bateria. Você uma vez comentou que naquela época o grupo aparecia mais na televisão do que O Terço conseguiu em toda sua carreira. Por quê?

-Na década de 70, o rock ficou num esqueDma meio underground e meio maldito.As empresas tinham medo. Na época em que Rita Lee descolou o patrocínio das calças Lee, ela foi presa no camarim e deu aquele puta rolo. Cancelaram o patrocínio e deu uma merda fodida no mercado. Era difícil conseguir patrocínio, até para cartaz e show. Em compensação, naquela época tinha muito público mesmo. A gente botava 15 mil pessoas! A produção era caríssima, tinha 5 iluminadores e iam duas jamantas com equipamento. Tinha muito público pra show. Neguinho dormia, chegava às 9 horas da manhã com mochila, na porta do ginásio, pra assistir a um show às 9 da noite. Tinha uma curtição. Naquela época a gente não fazia televisão, quase não tocava no rádio mas tinha um puta público pra show mas não fazia parte da grande mídia. Jamais íamos na TV Globo...

- Quer dizer então que Hot Dogs foi fixo no programa do Flávio Cavalcanti?

- É, teve uma época em que rolou isso. A gente até tinha um programa de rádio chamado "Hot Dogs Show", na Rádio Roquete Pinto. A gente apresentava bandas.

- E quanto ao Vinícius Cantuária e o Jorge Amiden?

- Existia um grupo que era bem coligado e amigo, que era o Joint Stock Co, do qual faziam parte Vinícius Cantuária, Jorge Amiden, César das Mercês, Sérgio Magrão e mais um guitarrista, que mais tarde foi diretor de programação do Aeroanta.

- E quem era o baterista?

- João, um cara que sumiu do mercado. Depois, teve Mário Celso, um outro cara que também sumiu.

- Foi daí que surgiram Os Libertos?

-Foi um grupo com o qual a gente viajou pro Mato GrossoEsse grupo era formado por mim, pelo Jorge, pelo Vinícius e pelo João, além de um outro cara. A gente viajou, fez uns shows e pá pá pá. O Terço surgiu assim: a gente tava fazendo shows lá no Mato Grosso e eu vim pro Rio, pra entregar uma Kombi. Eu estava passando pela Avenida Rio Branco e, ao final da avenida, vi o Paulinho Tapajós na esquina, querendo pegar um táxi. Eu o conhecia por causa do Paulinho Jobim, pois eles eram amigos e moravam perto. Eu falei: "E aí cara? Quer uma carona?" Ele entrou na Kombi e falou: "E o grupo? Como é que tá?" "Estou lá no Mato Grosso, fazendo show, mas o grupo tá demais". E ele falou: "Olha, eu estou fazendo minha primeira produção lá na Phonogram, Ivan Lins. Pô, a gente podia ouvir o trabalho de vocês. Quem sabe?" Marcamos e foi ele e um outro cara que foram ao nosso ensaio, ouviram e começaram o negócio. Pra surgir um nome, foi assim: tinha uma amiga do Paulinho Tapajós que fazia publicidade. Ela sugeriu vários nomes. Primeiro saiu Santíssima Trindade. A Censura vetou...

- Mas Os Libertos também haviam sido censurados, não?

- Também.


- Vocês iam gravar pra Forma já como Os Libertos, certo? Na hora de pensar em lançar o primeiro disco, é que vocês foram mudar o nome?

- E aí essa menina sugeriu O Terço. Porque era um trio e também porque a ideia de Santíssima Trindade devia-se ao meu apelido ser Jesus Cristo. Ivan Lins me chama de Jesus até hoje! Eles me chamam só de Jesus... E eu parecia mesmo! Tinha um quadro da minha tia que era igual! Eu usei uma puta barbona por sete anos. E os outros também usavam uns puta cabelões e tal, pareciam uns apóstolos. Foi daí que surgiu a ideia de Santíssima Trindade. Era um negócio pra chocar mesmo, mas aí a Censura também vetou. O Terço também sugeria um pouco isso. Era um trio e também o terço do rosário é um símbolo de união. A gente passou a usar o terço como um símbolo. Toda capa de disco tinha sempre um terço, de alguma forma. O nome surgiu desse jeito.  


- César das Mercês participou daquele primeiro álbum?

- Não, mas tinha uma parceria. Ele já estava envolvido, já era amigo. Porque ele cantou no Joint Stock Co. junto com o Vinícius. Os dois eram cantores do Joint Stock Co.!(...) Com aquele nosso primeiro disco, tivemos um compacto da Forma em 1970, com Velhas Histórias música com a qual a gente ganhou o Festival de Juiz de Fora. O primeiro show  de O Terço como O Terço e ao vivo foi neste Festival de Juiz de Fora. E a gente ganhou o festival, o que empolgou mais ainda a gravadora. Foi aí que as coisas começaram a rolar mais. E também a gente virou "pé quente" de festival: todos os compositores queriam que a gente os representasse. A gente conheceu o Flávio Venturini defendendo uma música dele e do Vermelho no Festival de Belo Horizonte, que a gente ganhou. 

- Depois vocês também foram pro Fic, né? 

- É, duas vezes. Tiremos terceiro lugar com Tributo Ao Sorriso numa edição e quarto com Visitante, na outra. 


- Visitante saiu num compacto-duplo que curiosamente já veio com uma música do Ivan Lins. Jorge Amiden parecia ser um excelente compositor. Por quê ele saiu logo depois?

- Teve uma briga mesmo, na época. Tipo assim, ele queriafazer um negócio e a gente queria fazer outro. Pintou uma briga e ele saiu. E aí, nunca mais... Mas depois disso a gente ainda continuou amigo, ele foi pra São Paulo pra trabalhar num estúdio. Depois eu nunca mais o vi, o último contato que tive foi com seu irmão... Já faz muito tempo. Ele sumiu do mercado.

 - Também teve uma época em que você saiu do conjunto, ainda que por um curtíssimo período? 

- Eu não cheguei a sair do conjunto. O grupo tava fazendo pouco show e aí o Ivan me convidou pra gravar o disco dele e fazer a excursão. Eu fui... e aí o grupo ficou parado; quer dizer, não ficou parado, não teve show. Quando tinha show, eu estava. 

- Amidem foi então o primeiro a sair, do primeiro para o segundo disco?

- A primeira grande mudança em O Terço foi a saída do Jorge Amidem.

- E o "Som Livre Exportação"?

-Era o programa do Ivan Lins e  a gente o fez duas vezes. Inclusive, nós saímos em dois volumes daqueles discos do "Som Livre Exportação". 


- Entre o primeiro disco e o segundo, que só saiu em 1973, vocês fizeram muitos shows. Aquele segundo disco já representou uma guinada, né? 

- Sim, foi eu, Vinícius e César das Mercês, naquele disco que saiu pela Continental. Inclusive ele já tinha uma viagem legal de progressivo, com aquela música Cores.

- Taí a grande diferença para o primeiro disco. Essa mudança deve-se a quê? 

- Toda vez que a gente mudava a formação, também mudava um pouco o formato. Porque todo mundo vinha com uma contribuição musical, de composição e tal. Normalmente era assim. Por exemplo, César de Mercês era uma cara que tava meio em casa, compondo pra caramba. Na hora em que entrou para o grupo, veio com uma bagagem de composição. Flávio Venturini a mesma coisa. Ele tava lá em Minas, só compondo; e, na hora em que entrou para a banda, veio cheio de música. Então aí O Terço ficou a cara do Flávio, naquela época. Ele veio com uma bagagem musical enorme...


- Por quê vocês saíram da Forma? O primeiro disco teve problemas de distribuição?

- A gente saiu por uma bobagem. A gente ia fazer uma excursão pelo Brasil inteiro e eles programaram fazer um compacto. Nós viajamos, caímos na estrada e não tinha o compacto em lugar nenhum. Não foi chegando e não chegou.

- Ele nunca saiu?

- Não. Nem me lembro se ele saiu depois... Na verdade, a briga foi essa. Nós saímos de lá por causa disso. Esse foi o motivo.

- Mas Tributo Ao Sorriso ainda saiu pela Forma. Como é que foi a experiência de tocar no FIC? Ele parecia ter muita importância naquela época.

- Tinha, revelava mil artistas e compositores. Era um negócio muito forte do cenário musical... mundial até, porque vinham os caras internacionais.

- Aquilo rendeu algum fruto de início de carreira internacional?

- Ainda não, (...) Minto, minto. Tributo Ao Sorriso foi gravado na Alemanha, teve uma coisa interessante com essa música: ela foi considerada a melhor música do ano. Tá lá no Museu da Imagem e do Som.

- Ela foi considerada em 3º lugar, tendo sido a primeira com a qual vocês participaram do FIC.

- Visitante já foi no ano seguinte. 

- Adormeceu tem influência de Bach e no próprio compacto-duplo vocês tocam um minuto e pouco da "Suíte em Ré Maior". Fale um pouco sobre essa influência da música clássica.

- Cara, eu acho que a gente sempre gostou do progressivo, que na verdade é um passeio por vários estilos. Na Europa, o rock progressivo é chamado de rock sinfônico, né?


- Quem influenciava naquela época?

- Eu ouvia música clássica... porque meu pai ouvia música clássica. Então a gente curtia música clássica. Eu sempre achei que na verdade o clássico tem a ver com o rock, porque essa coisa de você pesar o som e ser agressivo em determinados momentos não existia na MPB. A Bossa Nova nunca tinha agressividade, ela era sempre uma coisa suave. O rock tinha agressividade e o clássico também. Eu sempre imaginei essa união e já tinham grupos começando a desenvolver esse trabalho - Yes, Pink Floyd e o cacete. Eles faziam aquelas putas viagens, faziam frases eruditas. Yes, Pink Floyd, Genisis e Emerson, Lake and Palmer, eles tem um monte de frases eruditas no trabalho deles. Se vocês forem ver... Pega qualquer maestro , que o cara vai falar. Essa paixão pelo rock progressivo vem desde essa época, pois naquela época a gente nem tinha noção do que estava fazendo. Não tinha nem título de rock progressivo. Ninguém sabia exatamente o que estava fazendo. Todo mundo pesquisava, inventava coisas. Era uma liberdade musical total.

- No segundo disco, constam algumas parcerias com um certo Ezequiel. Era o Ezequiel Neves, né? Além disso, você gravou  coisas do Guarabyra e do Renato Correa. Além disso, a formação clássica de O Terço tem uma forte ligação com Sá & Guarabyra, né?

- É. Independente das condições artísticas e de show, a gente foi pra São Paulo porque existia uma proposta do estúdio do Rogério Duprat e de Sá & Guarabyra. Eles estavam juntos num estúdio e a ideia era a gente gravar jingles, para ganhar uma grana extra durante a semana.

- Nessa época vocês já gravaram os vocais em falsete. Antes mesmo da entrada do Flávio Venturini. Será que ele entrou exatamente porque cantava neste estilo?

- Não, o negócio dele foi assim. Nós ligamos pro Milton Nascimento, pedindo recomendação de um tecladista. Ele recomendou o Flávio. Só que nessa época nós já o conhecíamos. Nós já havíamos defendido sua música e já tinha ganho o festival. Só que nós nunca mais havíamos visto o cara. Dois anos depois, ele o recomendou. Nós não ligamos o nome à pessoa. Ele chegou em São Paulo, de malinha e cuia e tal. Ele foi pro estúdio onde nós estávamos ensaiando e ficou que nem um mineirinho, esperando acabar o ensaio com sua malinha. Quando nós fomos falar, lembramos de tudo. Era ele e ele ficou. 

- Aí vocês já saído da Continental?

- É, mas eu não sei porque a gente saiu da Continental. A Copacabana foi super-legal pra gente. 

- O "Criaturas da Noite" já estava pronto, né? Parece que vocês bancaram o projeto...

- Isso mesmo, a gente gravou e já chegou na Copacabana com o disco pronto. Quem negociou foi um empresário, na época o Mário. Eu acho que ele contribuiu muito para o sucesso de O Terço, naquela época. Eu acho que o empresário tem uma função super importante, é ele que leva o artista pra outros lugares dentro do país. O Brasil é um país muito grande. 

- Este disco fez com que vocês fossem eleitos pela crítica especializada como o melhor conjunto de 1974. Nessa época, surgiu a notícia de que havia um interesse de ver o disco gravado em inglês, para lançamento internacional.

- Na época, logo em seguida, a gente já o gravou e inglês. Só a voz foi gravada. As diferenças existentes são devidas à masterização. Foi lançado no Chile, na Argentina e na Europa - Itália, Portugal e, anos depois, um selo chamado Vinyl Magic o relançou em CD juntamente com "A Casa Encantada". A gente fez um show no Luna Park de Buenos Aires, para 11 mil pessoas.

- As pessoa já o conheciam bem? 

- Foi uma loucura, porque a cultura do argentino é copiadada Europa. Enquanto a gente copia americano, eles copiam o europeu. Eles leem muito e tinha uma revista que dissecava a nossa carreira, falando tudo. Tanto é que no camarim ficou uma puta de uma fila. O pessoal veio conversar com a gente, perguntando mil detalhes de coisas que nenhum brasileiro perguntava. A gente ficou espantado com isso.

- Vocês voltaram?

- O mercado não estava tão aberto quanto está agora. A gente também fez show em Rosário. Mas foi só na Argentina, apesar de ter saído na imprensa um monte de coisas que não se concretizaram. Chegou a sair que a gente tinha ido fazer uma excursão pela Europa, mas a gente não tinha ido porra nenhuma. Eu me lembro bem disso.

- Na época do "Criaturas da Noite", quando vocês já estavam sob nova formação, vocês estavam fazendo turnês com os Mutantes. Numa delas, após os sets de cada banda, vocês se reuniam para tocar músicas dos Beatles? Foi gravado pela TV Bandeirantes. 
- É, e um áudio disso chegou a ser gravado. Mas eu não sei onde é que foi parar. Foi uma coisa do Estúdio Vice-Versa, uma iniciativa de Marcus Vinícius - técnico de som que virou diretor comercial da Warner, durante um tempo. Ele morreu de overdose... Eu não sei onde é que esta fita foi parar.  Ninguém nunca a procurou, não houve interesse de nenhuma das partes. 

- Como é que eram estas excursões com os Mutantes? 

- Naquela época, aconteciam muitos festivais de rock. Era costumeiro você pegar um ginasião e botar Mutantes, O Terço, Som nosso de cada dia e Secos & Molhados. Depois que Rita se separou dos Mutantes, também tinha Rita Lee. Existia um bando que andava junto e fazia shows em conjunto. Um dos incentivadores e produtores destes eventos era o próprio Mário, nosso empresário. Ele montou vários shows grandes. Dava o maior pé, enchia e chapava. 


- E quanto a saída do Vinícius Cantuária? 

- Ele tinha umas propostas e oportunidades, como foi a proposta do Caetano - que foi uma puta oportunidade. E a  gente não estava numa fase muito boa, não tava rolando muita coisa. Isso também é um problema. No Brasil, você sobe e desce morro um monte de vezes. 

- O quê acontece? 

-Se você está num grupo e de repente param os shows e não rola grana nem nada, você começa a olhar para o outro lado. Eu ainda consegui manter o grupo porque eu sempre mexi com outras coisas. Desde 1972 eu mexo com publicidade. Então eu sempre tive uma alternativa de sobrevivência, independente do grupo, o que não acontecia com a maioria dos músicos. Se O Terço ficava parado, o cara ficava puto porque não tinha trabalho e nem como sobreviver. Ele ia procurar outra alternativa, tentar outras coisas.

- Principalmente porque vocês levavam um longo período entre cada disco.

- A nossa média era de dois em dois anos. 

- A saída de César rolou antes do "Criatura da Noite", mas o disco ainda trouxe parcerias com ele.

- Na verdade, a maioria dessas mudanças não rolou com briga. Por exemplo, o Franklin também tocou no disco que a gente fez na Warner. Depois, ele saiu de O Terço e agora voltou, pra fazer dois discos com a gente: "Time Travels" e "Live At The Palace". Ele saiu de novo... porque eu não aguentava as duas horas que ele nos fazia espera! (risos) Mas ele continua super-amigo da gente. São contingências da vida, né?


- "Mudança de Tempo" é o único disco da Copacabana que não foi relançado em CD na Itália. No Brasil, a Movieplay aproveitou apenas a capa, para fazer uma coletânea. Você acha que isso é devido às críticas da época, em função das mudanças decorrentes da saída de Flávio Venturini? 

- Eu acho que sim. Eu também não curti muito ele como disco, eu acho que não foi um puta disco. Então eu acho que ele não deu certo em nenhum sentido. Quer dizer, não deu certo nas vendas, na divulgação... 

- Porque de repente a Copacabana talvez também não estivesse mais dando certo...
(risos)

- Também! Já existia um desgaste com a própria gravadora. 

- Naquela época, rolou um boato de que vocês gravariam um disco ao vivo com a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. 

- Isso, existia um projeto. Este projeto é muito antigo. Inclusive, eu falei mele em São Paulo, quando a gente tava trabalhando para fazê-lo. Eu estava com este projeto engavetado, morto mesmo. Na época, a gente não conseguiu tocá-lo no Rio. Paulo Moura estava envolvido e Júlio Medaglia também. A gente vinha tentando, vinha buscando patrocínio mas não conseguia. Não conseguíamos nem orquestra. Só viríamos a realizá-lo anos depois.

- Por que somente em 1983 você voltaria a lançar um disco de O Terço? Você havia abandonado O Terço, como um projeto de banda?

- Não. Na verdade, quando O Terço parou em 78-79, foi um desgaste geral... de cansaço mesmo. Naquela fase, a gente fazia uma média de 150 a 200 shows por ano. A gente estava de saco na Lua, eu não sabia onde é que eu morava. Eu não aguentava mais. De 74 a 79, a média foi de 150 a 200 shows por ano. Foram muitos anos seguidos de vida na estrada, o tempo todo.

- As gravadoras não estavam pressionando naquele final dos anos 70, para que vocês mudassem um pouco o estilo?

- Nada disso. Olha, veja bem, no finalzinho a gente presenciou o começo da dance. Talvez por isso tenha ficado esse espaço em branco.Não tinha mercado para eu aparecer de novo com O Terço. E aí eu inclusive tentei - na verdade, nem tentei, apenas tive vontade de fazer - algumas coisas. Fiz um negócio, que foi uma puta cagada musical. Eu morava no Rio de Janeiro, na Barão de Macaúbas - que é uma ferradura debaixo do Morro de Santa Marta. Fui criado ali e tinha um envolvimento com o samba, porque as escolas-de-samba desciam para ensaiar na minha rua. Os meus primeiros instrumentos foram percussão e tal. Aí, porra, eu sempre tive vontade de misturar. Quando eu entrava no meio de uma bateria de escola-de-samba, aquilo me contagiava... Era emocionante e eu também achava que aquela porra tinha a ver com rock' n' roll. Eu falava: "pô, vou misturar essa merda". Mas eu fiz uma grande cagada porque - veja bem - o público inteiro esperava que Sérgio Hinds se lançasse sozinho fazendo o som de O Terço, que era sua característica. Afinal, o grupo tinha uma forte contribuição minha: o som da guitarra, o jeito de compor etc. Então eles esperavam que eu fizesse aquele som... e não que eu viesse misturando samba com o cacete! (risos) Foi aquele delírio e naquela época eu tava cagando pra marketing, tava cagando pra tudo. Eu fazia o que dava na veneta. Aí eu fiz um disco completamente fora...

- O que você achou do 14 Bis, grupo que Flávio Venturini lançou naquela época?

- Ah, eu gostei... Eu sempre gostei do 14 Bis.

- Você nunca foi convidado para o grupo?

-Não, não. Porque aquilo até envolvia um sonho do Flávio de tocar com seu irmão na guitarra. Na verdade, a história de bastidores que eu sei é que o Flávio ia lançar um disco solo e na última hora tirou o pé do acelerador. Eles resolveram montar um grupo, pois ele achava que ainda não estava pronto pra lançar-se sozinho. Sua carreira solo viria a concretizar-se mais na frente.

- Por quê então O Terço voltou em 1983? 

- Na verdade, na minha cabeça, O Terço nunca havia acabado. Eu sempre achei que eu ia continuar com O Terço o resto da vida. Eu sempre amei fazer grupo e em tocar em grupo, muito mais do qualquer coisa. Eu sempre achei que eventualmente poderíamos mudar. Eu sempre vou estar com O Terço vivo, fazendo shows e discos. Até porque, como eu sempre fui super-honesto nos discos - com relação à musicalidade - e todo mundo sempre respeitou isso, apesar das mudanças de O Terço, nós sempre fomos respeitados... pelas gravadoras e pelo público. Nunca fomos grandes vendedores de discos, nunca fomos um puta sucesso, mas sempre existimos no meio. Sempre conseguimos um patamar legal. Eu tenho uma abertura legal nas gravadoras, não tenho grandes dificuldades em gravar e lançar discos e nem em fazer shows. Sempre temos público. Vou seguindo.


- Quando vocês voltaram em 83, o disco contou com uma parceria desconhecida. Mas teve uma série de parcerias com Vinícius e Amiden. Eram sobras ou durante a parada vocês encontraram para compor? 

- Não, foram feitas especialmente para o disco.

- Mas só Vinícius fez uma participação. Vocês nã tiveram vontade de aproveitar para remontar o grupo?

- Nesse meio de campo também teve vezes em que a gente se encontrou com o Flávio e o Magrão. A gente chegou a falar em voltar àquela formação "original", que não era a original mas que foi a que ficou. Mas todo mundo tava sempre fazendo coisas. O momento já tinha passado, seria difícil voltar a ser o que era. 

- Depois você levou mais um monte de anos para lançar o próximo disco. De 83 a 90, mais um espaço enorme. Você não estava tão cansado do grupo, estava? 

- Foi mais por falta de oportunidade. Agora tá mais frequente, tá mais regular! (risos)

- E o De Bone? Quando entrou?

- Ele entrou no "Time Travels", idéia que surgiu do André - um cara que sempre foi nosso amigo e que sempre esteve com a gente na década de 70. Uma vez a gente estava conversando e ele falou que estava querendo montar um selo, para distribuí-lo no mundo inteiro. "Pô Serjão, por que você não faz um disco bem progressivo mesmo?" Eu falava:  "No Brasil não tem mercado pra isso!" Ele disse: "A gente faz um disco só pra lançar no exterior!" Eu estava sem tecladista, então ele me apresentou a um amigo seu - o De Bone, que eu já conhecia de vista. Quem havia feito a capa do "Mudança de Tempo" é Zé de Bone, irmão dele. (...) Aí a gente remontou O Terço, voltando o Franklin.

- E quanto ao disco?

- Quando o De Bone entrou e a gente fez os primeiros ensaios, Flávio Pimenta pirou. Não achou que o projeto era legal, havendo uma dissidência. Ele saiu, o outro saiu e aí a gente teve que reformular O Terço. No primeiro dia de ensaio, rolou tudo isso. O "Time Travels" foi algo que nós sempre quisemos fazer, só que teve que ser voltado totalmente para o mercado internacional. (...) Entrou legal na Europa e no Japão, mas nos Estados Unidos nada. O mercado Americano é muito difícil.

- Alguma possibilidade de show na Europa?

- A gente tentou, cara. Mas não rolou.

- Depois rolou o "Live At The Palace"  depois "Compositores". (...) E quanto aos relançamentos dos discos originais de O Terço em CD?

- Sabe o que é que é? O negócio é o seguinte: o mercadodo disco nunca me deu grana. Nunca. A grana sempre foi rídicula, mesmo naquela época. Então eu nunca me preocupei. Todo mundo tem a consciência de que grava disco para usá-lo como argumento para fazer shows e ganhar dinheiro. Ninguém nunca ganhou dinheiro com disco. Ganha-se dinheiro com disco se ele vende milhões de cópias. E no Brasil, como toda empresa subfatura tudo e a gente não tem controle sobre número de discos, o lojista liga pra gravadora e pede: "Olha, me veja aí 50 discos do fulano!" O Vendedor pergunta: "Você quer nota de quanto?" "Ah, de dez!" Vai pagar o artista em cima de quê? Dos dez, né? O grande rolo de que todo mundo reclama é o subfaturamento.


Discografia 

O Terço - 1970
1. Nã
2. Plaxe voador
3. Vesúvio
4. Longe sem direção
5. Flauta
6. I need you
7. Antes de você... Eu
8. Imagem
9. Meia noite
10. Saturday dream
11. Velhas histórias
12. Ho Suzana


Compacto - 1971 
1. Visitante
2. Adormeceu
3. Doze avisos
4. Mero ouvinte
5. Trecho da ária extraída da suíte em ré maior de Bach


Compacto - 1972
1. Ilusão de óptica
2. Tempo de vento


Terço - 1973 
1. Deus
2. Você aí
3. Estrada vazia
4. Lagoa das lontras
5. Rock do Elvis
6. Amanhecer total


Criaturas da Noite - 1975
1. Hey amigo
2. Queimada
3. Pano de fundo
4. Ponto final
5. Volte na próxima semana
6. Criaturas da noite
7. Jogo das pedras
8. 1974



Teatro Philadelphia Ao Vivo - 1975 
1. 1974
2. Sangue novo
3. Solaris
4. Velho silêncio
5. Suíte
6. Rock do Elvis
7. Pano de fundo
8. Ponto final
9. Queimada
10. Imensidão azul
11. Tributo ao sorriso
12. Rock do Elvis (Reprise)
13. Hey amigo


Casa Encantada - 1976
1. Flor de la noche
2. Luz de vela
3. Guitarras
4. Foi quando eu vi aquela lua passar
5. Sentinela do abismo
6. Flor de la noche II
7. Casa encantada
8. Cabala
9. Solaris
10. O vôo da Fênix
11. Pássaro


Compacto - 1976 
1. Field on fire
2. Shining days, summer nights


Creatures of the Night - 1976 

1. Friend
2. Fields on fire
3. Back drop
4. Ending
5. I’ll come back
6. Shining days, summer nights
7. Stones
8. 1974


Compacto - 1977 
1. Amigos
2. Barco de pedra


Mudança de Tempo - 1978 
1. Não sei não
2. Gente do interior
3. Terças e quintas
4. Minha fé
5. Mudança de tempo
6. Descolada
7. Pela rua
8. Blues do adeus
9. Hoje é domingo


Som Mais Puro - 1982 
1. Viajante noturno
2. Linda imagem
3. Asa delta
4. Suíte
5. Coração cantador
6. Tambores da mente
7. Nunca duvidar
8. Luzes


O Terço - 1990 
1. Última geração
2. Alienígena
3. Metamorfose ambulante
4. Prisioneiro
5. Tudo muito simples
6. Sonho
7. Hey Joe
8. Rap
9. Liquidação
10. Girando lâmpada


Time Travellers - 1992 
1. Space
2. The last journey
3. Time travelers
4. Crucis
5. Lost in time affaire
6. The rhythm of the universe
7. Marear
8. The guardians
9. Suíte


Live at Palace - 1994 
1. Space
2. 1974
3. The last journey
4. Lost in time affaire
5. Criaturas da noite
6. The rhythm of the universe
7. Crucis
8. Luzes
9. Metamorfose ambulante
10. Hey amigo
11. Suíte


Compositores - 1996 
1. Time
2. PS apareça
3. Sangue latino
4. Folhas secas
5. Poeira
6. Mágica
7. Quem mata a mulher mata o melhor
8. Mundaréu
9. O braço da minha guitarra
10. Deus
11. Mãe Terra
12. As vezes
13. Menino da rua
14. Prazer e fé
15. Elza


Spiral Words - 1998 
1. Smile in a wave
2. Sete
3. The song
4. Beyond the real
5. My universe
6. Crucis
7. O homem do tempo
8. Spiral words
9. Balão
10. Pregnant
11. 1974


Tributo a Raul Seixas - 1999 
1. Eu nasci há dez mil anos
2. Roxixe
3. Maluco beleza
4. Sociedade alternativa
5. Rock das aranha
6. Al Capone
7. Como vovó já dizia
8. Gitã
9. Aluga-se
10. Mosca na sopa
11. Metamorfose ambulante
12. Trem das sete


Ensaio - 2005
1. Intro
2. 1974
3. Tributo ao sorriso
4. Guitarras
5. PS apareça
6. Jogo das pedras
7. Queimada
8. Quando eu vi aquela lua passar
9. Pássaro
10. Flor de la noche II
11. Casa encantada
12. O vôo da Fênix
13. Ponto final
14. Sentinela do abismo
15. Criaturas da noite
16. Suíte
17. Cabala
18. Hey amigo


Ao Vivo - 2007 
1. Introdução
2. 1974
3. Tributo ao sorriso
4. Guitarras
5. PS apareça
6. Pássaro
7. Casa encantada
8. O vôo da Fênix
9. Ponto final
10. K
11. Sentinela do abismo
12. Criaturas da noite
13. Suíte
14. Cabala
15. Antes do sol chegar
16. Entrevista com Sérgio Hinds
17. Entrevista com Sérgio Magrão
18. Entrevista com Flávio Venturini


O Terço 3D - 2015 
1. Hey Amigo
2. Tributo ao Sorriso
3. Criaturas da Noite
4. Flor de la Noite
5. 1974
6. Cabala
7. Casa Encantada
8. Foi quando eu vi aquela Lua passar
9. Jogo das Pedras
10. Queimada
11. Pássaro
12. Suite
13. PS: Apareça
14. Antes do Sol chegar
15. Ponto Final

Atualizado em 03/10/2015

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