quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 12)









Facção Caipira











Uma banda que toca o passado para encontrar o futuro. Pode parecer bobo, mas isso é só um pouco de toda a mistura de influencias, ritmos e nomes que descrevem o som cru, divertido e dançante da Facção Caipira. A Facção nasceu em 2009, em Niterói, composto por Jan Santoro (Voz/Resonator), Daniel Leon (Gaita), Vinicius Câmara (Baixo) e Renan Carriço (Bateria), com a simples intenção de tocar o que gosta e cantar o que quiser.

Com seu primeiro registro, um EP autointitulado com duas prensagens esgotadas que apresentou a banda ao público a partir de 2012, o quarteto alcançou várias partes do território brasileiro e acumulou prêmios em festivais de música, mirando sempre a explosão de seus shows. Essa catarse musical de suas apresentações pode ser assistida no Youtube sob os nomes Facção Caipira no Teatro Municipal de Niterói e o Ao Vivo no Circo Voador – ambos emblemáticos pela loucura do show, do público, lotação esgotada e os 80 mil views ultrapassados.














Foi em vídeo também que eles despontaram no reality show “Mais Vinícius, Por Favor”, promovido pela Multishow em homenagem ao centenário de Vinícius de Moraes em 2014, contando ainda com as bandas Baleia e Mahmundi, outros artistas requisitados no cenário independente brasileiro.

Mas o ápice do crescimento da Facção acontecerá em 2015, com o lançamento do álbum de estreia da banda. O trabalho foi gravado nos estúdios da Toca do Bandido (Maria Rita, O Rappa, Raimundos), com produção de Felipe Rodarte (Ava, Nervoso e os Calmantes, Lafayette e os Tremendões) e mixagem do nova iorquino Aaron Bastinelli, que já trabalhou com Bono (U2), Marky Ramone (Ramones), Mark Foster (Foster The People) e vários outros. O que se espera é um registro atemporal e explosivo, como uma mistura das músicas da banda e suas apresentações ao vivo.
















A Facção Caipira se destaca justamente pelo seu jeito despretensioso de fazer pop, indo ao passado para ilustrar o futuro, brincando de fazer o blues parecer menos complexo e o country mais acessível. É o rock britânico, com influência do Alabama e perfomance à brasileira.

Discografia

Homem Bom – 2015




















Fonte: Site oficial da banda
Baixe o disco gratuitamente: http://www.faccaocaipira.com.br







Dingo Bells













Quem rola a timeline do Facebook e bate o olho na imagem que estampa a capa de Maravilhas da Vida Moderna (2015, Independente), primeiro registro de estúdio da banda gaúcha Dingo Bells, talvez se espante com a sonoridade explorada no interior do trabalho. Longe do ambiente “cinza” reforçada na fotografia de Rodrigo Marroni – praticamente a capa de um álbum punk -, cada uma das composições que movimentam o disco apontam a construção do um som nitidamente pop, talvez sombrio em se tratando dos versos, mas não menos colorido. 
  
Como o próprio título indica, Maravilhas da Vida Moderna utiliza de versos fáceis para reforçar tormentos típicos de um (jovem) adulto. Músicas ancoradas em conceitos existenciais (Dinossauros), maturidade (Mistério dos 30), a necessidade de conviver em sociedade (Eu Vim Passear) e até personagens (Funcionário do Mês) que cercam o universo irônico/realista do grupo – hoje composto por Rodrigo Fischmann (voz, bateria e percussão), Diogo Brochmann (Voz, guitarra e teclados) e Felipe Kautz (voz, baixo). 














  
Cercado por diferentes colaboradores da cena de Porto Alegre – entre eles o produtor Gustavo Fruet (Chimarruts, Pública) e Felipe Zancaro (Apanhador Só) -, o debut está longe de ser encarado como um típico fragmento do “Rock Gaúcho”. Da abertura ao fechamento do disco, não é difícil perceber o movimento leve executado pela trio, sempre atento, desviando com naturalidade da sonoridade lançada por veteranos da década de 1980 (como Nenhum de Nós e Engenheiros do Hawaii), porém, ainda íntimos das melodias e canto sarcástico explorado há mais de uma década por artistas como Bidê ou Balde e Wonkavision. 
  
De fato, a explícita relação do coletivo com a música (pop) lançada no começo dos anos 2000 está longe de parecer uma “coincidência”. Mesmo entregue ao público como o primeiro álbum oficial do grupo gaúcho, Maravilhas da Vida Moderna ultrapassa com naturalidade os limites do presente cercado temporal, crescendo e dialogando como o produto final da longa trajetória da banda, em atuação há mais de uma década.















Tamanha maturidade e enorme carga de referências em nenhum momento interfere no caráter jovial que preenche a obra. Brincando com o pop na medida certa, marca que lentamente ultrapassa os limites dos versos e cresce de forma expressiva nos arranjos (elétricos e acústicos) do trabalho, o grupo sustenta com naturalidade um catálogo de 11 faixas  essencialmente pegajosas. Músicas de apelo (quase) imediato como Olhos Fechados Pro Azar e Eu vi Passar, tão íntimas do som plástico de Lulu Santos na década de 1980, como das mesmas melodias descomplicadas assumidas pela também conterrânea Video Hits em Registro Sonoro Oficial (2001).
  
Em um estrutura marcada pelo continuo equilíbrio dos versos e arranjos, cada uma das faixas carrega no bom humor uma ferramenta de rápida comunicação com o público. São versos que mesmo amargurados, como em Dinossauro – “Já nem lembro como era no começo / Quando sabia tudo o que me esperava / E acreditava ser alguém especial”, em nenhum momento tendem ao exagero típico de obras do gênero. Fragmentos líricos que poderiam ser extraídos de uma simples conversa rápida pelo WhatsApp ou mesmo pinçados de uma noite de lamúrias alcoólicas em mesa de bar. (Texto: Miojo Indie). 

Discografia

Maravilhas da Vida Moderna (2015)




















Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/









Quarto Sensorial













Desde sua formação no ano de 2007 o Quarto Sensorial (Carlos Ferreira/Guitarra, Bruno Vargas/Baixo, Martin Estevez/Bateria) mantém-se fiel a ideia de funcionar como um “laboratório sonoro”. Apesar das evidentes características de rock progressivo e jazz contemporâneo, o power trio instrumental de Porto Alegre/RS extrapola as noções de gênero e nao demonstra qualquer necessidade ou desejo de enquadrar seu trabalho em um determinado nicho – dizem-se influenciados pelo mundo ao redor. De maneira descompromissada, o grupo mostra-se livre para elaborar composições multifacetadas, redefinindo as limitações do formato guitarra-baixo-bateria por meio de diferentes ritmos, texturas e fórmulas composicionais aplicadas intuitivamente, em um método coletivo de criação. Destaque na nova e prolífica cena instrumental de Porto Alegre, o Quarto Sensorial segue mantendo seu trabalho em constante movimento, a parte de regras musicais rigidamente estabelecidas, e sem receio algum de gerar controvérsias. (Texto: Dia da Música).

Discografia

EP (2009) [EP]















A + B (2012)















Halteroniilismo (2014)




















Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/







Ardil













Banda formada em Curitiba em 2013 mas, nenhum integrante nasceu em Curitiba, um é carioca, um paulista e um nascido na Italia. Se definem como um power trio com influências meio indie, meio índio, modernista. Vem com um rock forte e ainda não domesticado.














A banda toca essencialmente músicas autorais cantadas em português. Gravaram as primeiras 8 músicas e lançaram somente na Internet. 

Ardil é:
Antonio - Guitarra e voz
Osmar - Baixo
Jaron - Bateria

Conheça Ardil
https://ardil.bandcamp.com/releases
https://www.facebook.com/ardilbanda
https://www.youtube.com/channel/UCKtjsZIztcX-X8Rc-sL2KQg







Turbo














A banda já tem quase dez anos e é reconhecida pelo shows performáticos e por manter um ritmo em seu trabalho gravando e lançando novas músicas com frequência a partir de um selo próprio, o Rajada Records. A banda conta com 2 álbuns de estudio, 2 Ep's e Um Compacto.

A banda paraense de rock Turbo lançou o segundo álbum da carreira. O disco intitulado com o nome forte “Eu sou Spartacus” parece ser a própria afirmação da banda que galga cada vez mais espaço como referência no cenário musical local. O novo álbum da banda formada por Camilo Roayle (voz e guitarra), Neto B (bateria), Wilson Fujiyoshi (baixo) e Bruno Cruz (guitarra) traz a melhor receita do rock do Pará com muito barulho e refrões pops pegajosos.

Segundo o vocalista e guitarrista Camilo Royale, mesmo sem muitas pretensões o resultado final foi bem satisfatório. “Essas músicas tem cinco anos da minha vida. Eu fui fazendo o queria para que o ‘Eu Sou Spartacus’ fosse sobre vidas comuns, qualquer pessoa poderia ter vivido o que está no disco. O Turbo é uma banda muito urbana, as pessoas acham que uma banda de rock tem glamour, mas não, somos pessoas normais que pegam ônibus, que a casa enche. A última música fala sobre isso, sobre as pessoas comuns”, explicou.

















Um outro diferencial do álbum é a gravação feita na Suécia em parceria com Chips Kiesbye, que trabalhou com grupos de renome mundial como Hellacopters, Millencollin e Sahara Hotnights. A banda ficou 18 dias no local, trabalhando 12 horas por dia no estúdio Music-a-Matic, um dos mais importantes de lá. A banda também produziu um diário em vídeo que resultaram no clipe da música “Já”. A direção ficou por conta de Vanja Von Seke.

“Foi um período de muito aprendizado, trabalhar com caras que trabalham com grandes bandas. Lá eles foram perceber o quanto eram famosos, já que tem três caras de Belém do Pará disseram que queriam gravar com eles. Eles disseram borá lá fazer essa história o produtor e o engenheiro de som. Até hoje gente sempre se fala”, relembra Royale.

Para o vocalista, este é um dos momentos mais profícuos do rock paraense com o surgimento de novas bandas e, ao mesmo tempo, com o fortalecimento do cenário musical através de uma rede de ajuda entre as bandas mais consolidadas. “Eu gosto do momento e espero que venham mais e mais bandas que tenham prazer de se divertir”, diz. “Temos a sorte de morar em uma cidade em que as pessoas ainda se ajudam. Tem cidades que não são mais assim. Belém é uma cidade legal pelo fato da gente estar longe tendo algo que é especial, porque não liga tanto para os modismos”, complementa.

















No site oficial da banda (www.turbooficial.com) as pessoas podem encontrar todas as faixas do álbum “Eu Sou Spartacus” para ouvir ou baixar gratuitamente e ainda ver o clipe da música “Já” presente no álbum. 

Discografia

2006 - Turbo














2015 - Eu Sou Spartacus




















Fontes: http://rocknacionaldownloadsbr.blogspot.com.br/ e http://www.ormnews.com.br/

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

GUILHERME LAMOUNIER - PERDIDOS NO BAÚ DA HISTÓRIA (PARTE 8)

Num país sem memória como o Brasil, onde até obras essenciais de ídolos consagrados não foram reeditados em CD, não é de se estranhar que ainda estejam fora de catálogo muitos álbuns de artistas menos badalados. São discos raros, obscuros e/ou ignorados que, em seu tempo, sintonizaram a música nacional com o que estava rolando no exterior ou romperam com os padrões vigentes nas paradas. A seguir, um pouco mais dessas jóias.
Por Fernando Rosa.

Guilherme Lamounier































Guilherme Lamounier (Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1950) é um ator, cantor e compositor brasileiro.

Começou no Grajaú onde morava e viveu ate chegar ao estrelato solo.

Teve vários sucessos de rádio e televisão. Participou de novelas e filmes e suas musicas foram temas de novelas da Globo, como "Será que botei um grilo na sua cabeça?", "Enrosca" e "Seu melhor amigo".

Participou inicialmente do D. D. Sharp, grupo de seu clube de origem (Grajaú Tênis Clube), onde venceu o principal festival de música com "Seu Melhor Amigo".

Teve outros parceiros, agora famosos, como Dulce Quental (na época do D.D.Sharp e depois do Sempre Livre), Antonio Adolfo e Tibério Gaspar.
Como ator, atuou no filme Capitães de Areia.
É neto do compositor Gastão Lamounier.

O compositor carioca Guilherme Lamounier é um nome tão pouco lembrado que nem teve tempo de se tornar uma "lenda" - raras vezes seu nome foi mencionado em revistas de música e o disco em questão seria bem pouco citado, apesar de ser uma obra-prima do pop nacional. Seus maiores sucessos, "Enrosca" e "Seu melhor amigo", foram eternizados por um cantor cujo nome já afasta fâs de pop-rock: Fábio Jr. ("Enrosca" também foi gravado por... bem... Sandy & Junior). Seu papel durante os anos 70 acabou restrito, em vários momentos, aos bastidores - ele compôs outras inúmeras canções, numa linha que trafegava entre o rock, a MPB e a soul music nativa, que acabariam gravadas por Zizi Possi, Rosa Maria, Roupa Nova, Frenéticas, Jane Duboc e outros. Também responsabilizou-se por vários temas de novelas globais, além de trabalhar ao lado da dupla Robson Jorge & Lincoln Olivetti em várias empreitadas.

Guilherme vinha de família de músicos: o avô, Gastão Lamounier, era compositor e o primo, Gastão Lamounier Junior, também tornou-se compositor e músico, trabalhando com Erasmo Carlos, Banda Black Rio, grupo Karma e vários outros ("Tem que ser agora", gravada por Pedro Mariano em 2000, é de Gastão e Luiz Mendes Junior). Outro primo famoso era Ricardo Lamounier, DJ da boate setentista New York City Discothéque. Antes de Guilherme Lamounier, Guilherme já havia gravado um outro disco, hoje também obscuro, pela Odeon - lançado em 1970 com produção de Carlos Imperial e participação de Dom Salvador e Maestro Cipó, o disco é definido por um site de venda de discos raros como "uma versão crua e rude de Wilson Simonal", contendo "funks pesados" como "Cristina" e "A casa onde ela mora". O álbum de 1973, um dos raros discos nacionais lançados pelo selo Atco, da WEA - que era representada no Brasil pela Continental, durante os anos 70 - pode ser definido como um feliz encontro entre folk, pop, rock (pesado em alguns momentos) e o acento soul que marcaria praticamente tudo feito por Guilherme. Era uma coleção de 10 belas melodias que, ouvidas hoje, dão pena por quase não terem frequentado as rádios. De lá para cá, este disco jamais seria reeditado.













Guilherme Lamounier foi fruto de uma parceria entre o cantor e Tibério Gaspar, que assinou as letras de todas as músicas - as fotos do encarte, sempre trazendo a dupla, dão a entender que Tibério, mais conhecido por suas parcerias com Antonio Adolfo ("Sá Marina", "Juliana") foi fundamental para o desenvolvimento do álbum. Tocado ao violão e ao piano, com discretas guitarras, o disco abria com uma balada quase Beatle, "Mini-Neila". A melodia, de matar Noel Gallagher de inveja, era acentuada pelo belo arranjo de cordas - creditado, no encarte, a um tal de Luiz Claudio - e completada por um belo refrão, um dos melhores do disco. Depois vinha o som folk e viajante de "GB em alto relevo", uma melodia cheia de surpresas e de acordes escondidos, que mostram a excelência de Lamounier como artesão pop. "Patrícia", outra balada folk, entra no álbum lembrando Lô Borges e traz uma letra cheia de imagens fortes, sexuais. "Os telhados do mundo" é quase progressiva, trazendo percussão, efeitos sonoros, guitarras, órgão e uma letra psicodélica, libertária ("não me interessa saber o que vocês pensam de mim por aí/só interessa saber quem sou ou o que não sou por aqui"). Todas as letras do álbum oscilavam entre o romantismo e uma espécie temática jovem dos anos 70, com imagens de teor quase hippie.

Bem distante do tal "Wilson Simonal cru" do primeiro disco, Guilherme cantava de uma forma quase black, alternando tons rockeiros com vocais roucos e gritados, lembrando por vezes uma versão carioca de Arnaldo Baptista (com quem até se parecia fisicamente). Esse modo de cantar aparecia em músicas como "Freedom", soul acústico pesadíssimo, com linhas de baixo vigorosas e um forte trabalho de metais, quase lembrando uma trilha de filme. Ou mesmo em "Cabeça feita", hard rock doidaralhaço que, dois anos depois, seria gravado pelo grupo carioca O Peso - e que fechava o disco com guitarras na cara do ouvinte e uma letra bandeirosa e libertária. O disco ainda trazia baladas com um pé no soul, como "Capitão de papel" (cuja letra, bem anos 70, citava personagens de histórias em quadrinhos) e a belíssima "Amanhã não sei", conduzida por violão, piano e órgão Hammond e explodindo em um forte arranjo de cordas no final. Completando, ainda havia a curiosa "Será que eu pus um grilo na sua cabeça?" - balada hippie com letra bucólica e romântica, que não citava em momento algum o longo nome da música - e a balada hard "Passam anos, passam anas", seis minutos de fazer os Black Crowes roerem os cotovelos de inveja (a música até lembra um pouco "Descending", do Amorica).

Na época de Guilherme Lamounier, o cantor já colaborava com músicas para trilhas de novelas - ele já havia gravado, na onda dos cantores brazucas que pagavam de inglês, o tema "What greater gift could there be" para a novela global O homem que deve morrer. Continuou assinando outros temas, como a disco-track sacana "Requebra que eu curto" (O pulo do gato, 1978) e até mesmo "Enrosca", cuja versão original era um pop-rock pesadinho (da novela Locomotivas, 1977). Guilherme também escreveu músicas para filmes dos anos 70, como a pornochanchada Cada um dá o que tem (de Carlo Mossy). Sua carreira discográfica é que permaneceu no pára-e-anda por um belo tempo. Ainda na Continental, Guilherme lançou um single com "Vai atrás da vida (que ela te espera)" e deu uma sumida, lançando apenas outros compactos. Em 1978 sairia outro Guilherme Lamounier, desta vez pela Som Livre - revelando "Serenatas perfumadas com jasmin", da trilha de Pecado rasgado.

De lá para cá, pouco se ouviria falar de Lamounier - a não ser por uma ou outra regravação. Seu ultimo disco sairia em 1983, um single com a zoada "Eu gosto é de fazer o que ela gosta". Pouco se sabe sobre a vida de Guilherme hoje, o que ele anda fazendo e se ainda trabalha - pesquisando na internet, é impossível achar informações sobre a vida dele e até mesmo o site Cliquemusic, que possui um bom material para pesquisa sobre MPB, não tem um verbete com o nome do cantor. As fofocas e boatos sobre a vida de Lamounier se acumulam até entre alguns de seus antigos amigos, já que não há muita informação. E Guilherme Lamounier permanece inédito em CD, mesmo com os vários projetos que a WEA vem fazendo para reeditar discos do catálogo da gravadora Continental. Para quem quiser conhecer o álbum, há cópias em CD-R rolando por aí.
Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.
Fontes: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/ e Wikipédia, a enciclopédia livre

Discografia

Guilherme Lamounier (1970)














Guilherme Lamounier (1973)
























terça-feira, 22 de dezembro de 2015

STAR WARS O DESPERTAR DA FORÇA (DICA DE CINEMA)














Como é bom aos 36 anos poder voltar a ser criança novamente, foi isso o que aconteceu comigo ontem, quando fui assistir com o meu irmão o filme 'Star Wars O Despertar da Força' no cinema. 

Rever os personagens, as naves, as criaturas, os sabres de luz e ouvir a trilha sonora criada por John Williams novamente não tem preço. Me emocionei, fiquei com nó na garganta em algumas cenas, lágrimas escorreram no meu rosto e também dei muita risada. O diretor J.J. Abrams conseguiu resgatar na tela a áurea da saga original da primeira trilogia de George Lucas, coisa que o próprio Lucas não conseguiu fazer nos episódios I, II e III. 






























O drama da família Skywalker que começou em 1977 com o título de 'Uma Nova Esperança' é renovada em o 'Despertar da Força' e uma nova jornada do herói é iniciada agora em 2015. Uma jornada de uma heroína chamada Rey, interpretada pela jovem atriz de 23 anos, Daisy Ridley, que foi a grande e a melhor surpresa deste filme. Essa space opera épica estadunidense, criada por George Lucas, que trouxe jovens e desconhecidos atores pelo grande público em 1977, que nos fez apaixonar por personagens tão icônicos como Darth Vader, Luke Skywalker, Yoda, Han Solo, Chewbacca, Princesa Leia, C-3PO, R2-D2 e etc, agora, mais uma vez e pelas mãos de  J.J. Abrams, novos e cativantes personagens que acredito eu se tornaram também ícones da cultura pop, fizeram um ótimo trabalho.













Este é o primeiro grande papel da atriz inglesa, Daisy Jazz Isobel Ridley, ela recebeu elogios da crítica pela sua atuação em o despertar da força e merecidamente, a personagem de Daisy: Rey em uma das cenas de ação onde, exclamei alto para o meu irmão: "Essa menina tem sangue nos olhos!" foi a melhor surpresa do filme. 


Após o filme eu disse para o meu irmão, que essa atriz teve muito mais carisma que o ator Mark Hamill teve, em sua estreia no cinema. O olhar de Rey é penetrante, ela consegue ir da meiguice frágil à guerreira forte e implacável, da inocência juvenil à austereza e ao mesmo tempo um ser sensível que se emociona, chora e até diverte, o único termo que consigo achar para definir a atuação da atriz é o 'Sensacional!'. 






















































Outra agradável surpresa foi a atuação do ator John Boyega que interpretou o Stormtrooper desertor, Finn. Ele foi o grande alívio cômico além é claro, de Harrison Ford com o seu Han Solo e seu inseparável companheiro Chewbacca, interpretado pelo mesmo ator Peter Mayhew, os robôs BB-8 e C-3PO que nos fizeram rir bastante.














O ator Oscar Isaac que fez o piloto Poe Dameron também é muito carismático e divertido, ver ele pilotando um X-Wing aliás, rever as batalhas das naves espaciais como a X-Wing, TIE Fighter e claro a incansável Millennium Falcon nos faz brilhar os olhos, realmente o diretor conseguiu fazer um filme de fã para fãs.




























Acredito que o maior desafio do diretor, tenha sido a tentativa de conseguir trazer um vilão tão icônico como Darth Vader para as telas novamente. Acho que isso será muito difícil alguém conseguir mas, a atuação de Adam Driver com o seu Kylo Ren foi muito bom, ele conseguiu transmitir a ideia de fiel seguidor, um crente que idolatra, venera a figura de Vader e claro o lado negro da força. 






























Outros novos e não menos importantes personagens do filme foram o General Hux, interpretado pelo ator Domhnall Gleeson, a Capitã Phasma interpretada pela grande atriz Gwendoline Christie (a guerreira Brienne de Tarth na série Game of Thrones), o mestre Snoke interpretado por Andy Serkis e claro o pequeno robô BB-8. 













Um dos grandes feitos de J.J. Abrams neste filme, foi trazer um robô tão carismático e divertido tanto quanto foram os C-3PO e R2-D2 da trilogia original, paras as telas. BB-8 por incrível que pareça é um robô expressivo, muito divertido e que fez as meninas e mulheres da sala de cinema suspirarem, me lembrou muito um outro pequeno robô de um outro filme o Wall-E da Pixar.
























Após tantos anos rever Han Solo, Chewbacca, Princesa Leia, C-3PO, R2-D2, Luke Skywalker e algumas criaturas conhecidas da série em algumas cenas, já vale o ingresso mas, o filme é muito bom, uma ótima estória, cheio de referências e homenagens é claro, o que importa é que J.J. Abrams fez jus à obra de George Lucas. 



































Assistir esse filme com o meu irmão mais novo, não sei o quanto eu o influenciei na nossa infância, devo ter tido alguma influência, foi a melhor coisa do dia. Espero sempre poder repetir essas experiências boas com os meus queridos irmãos.  











Sinopse

Décadas após a queda de Darth Vader e do Império, surge uma nova ameaça: a Primeira Ordem, uma organização sombria que busca minar o poder da República e que tem Kylo Ren (Adam Driver), o General Hux (Domhnall Gleeson) e o Líder Supremo Snoke (Andy Serkis) como principais expoentes. Eles conseguem capturar Poe Dameron (Oscar Isaac), um dos principais pilotos da Resistência, que antes de ser preso envia através do pequeno robô BB-8 o mapa de onde vive o mitológico Luke Skywalker (Mark Hamill). Ao fugir pelo deserto, BB-8 encontra a jovem Rey (Daisy Ridley), que vive sozinha catando destroços de naves antigas. Paralelamente, Poe recebe a ajuda de Finn (John Boyega), um stormtrooper que decide abandonar o posto repentinamente. Juntos, eles escapam do domínio da Primeira Ordem.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O HOMEM QUE AMAVA OS CACHORROS E OPERAÇÃO TROTSKI (DICA DE LIVROS)


A exatamente duas semanas meu amigo Romeu me emprestou este livro, que conta uma história que eu já conhecia mas, de uma forma diferente. Romanceada pelo escritor cubano Leonardo Padura Fuentes, este livro me fez mergulhar em suas mais de quinhentas páginas, de uma forma que não lembrava quando, foi a última vez que me dedicara a ler em tão pouco tempo um livro deste tamanho. 

Confesso que o livro sepultou definitivamente o meu eu jovem, que aos quinze anos, lendo o manifesto comunista de Karl Marx e estudando a revolução russa na escola, tornei-me um socialista convicto, romântico como todos são, sonhando com uma revolução neste meu Brasil de tantas crises. Não tem como não acompanhar a narrativa de Padura, sem comparar o cinismo dos soviéticos, com os cinismos de nossos políticos líderes da esquerda nacional, esta herança stalinista que herdaram muitos dos personagens que estampam as páginas dos nossos jornais, afundados em escândalos de corrupção. 

A história da morte do líder bolchevique eu já conhecia do livro de José Ramón Carmadella: "Operação Trotski", um ótimo livro para a introdução de "O homem que amava os cachorros", nele há um ótimo registro de fotos que nos ajudam a conhecer a cara dos principais personagens desta história.  Chamo de história "O homem que amava os cachorros" por que, apesar de Padura ter usado a ficção para sua narrativa, o livro é rico em pesquisa. 

Não posso deixar de falar da forma que o autor escreve, mesmo para quem pouco importa assuntos relacionados à política, lendo como um romance, que é a maneira correta de se ler esta obra, vai se deparar com uma narrativa que nos prende a atenção ao qual, a todo momento nos faz acelerar o coração e só parar de ler quando as vistas já não aguentam mais, ou por alguma interrupção externa qualquer.  Sem dúvida nenhuma este livro foi um dos melhores livros se não, o melhor que já li até então. 


Resenha

Esta premiadíssima e audaciosa obra do cubano Leonardo Padura, traduzida para vários países (como Espanha, Cuba, Argentina, Portugal, França, Inglaterra e Alemanha), é e não é uma ficção. A história é narrada, no ano de 2004, pelo personagem Iván, um aspirante a escritor que atua como veterinário em Havana e, a partir de um encontro enigmático com um homem que passeava com seus cães, retoma os últimos anos da vida do revolucionário russo Leon Trotski, seu assassinato e a história de seu algoz, o catalão Ramón Mercader, voluntário das Brigadas Internacionais da Guerra Civil Espanhola e encarregado de executá-lo.

Esse ser obscuro, que Iván passa a denominar “o homem que amava os cachorros”, confia a ele histórias sobre Mercader, um amigo bastante próximo, de quem conhece detalhes íntimos. Diante das descobertas, o narrador reconstrói a trajetória de Liev Davidovitch Bronstein, mais conhecido como Trotski, teórico russo e comandante do Exército Vermelho durante a Revolução de Outubro, exilado por Joseph Stalin após este assumir o controle do Partido Comunista e da URSS, e a de Ramón Mercader, o homem que empunhou a picareta que o matou, um personagem sem voz na história e que recebeu, como militante comunista, uma única tarefa: eliminar Trotski. São descritas sua adesão ao Partido Comunista espanhol, o treinamento em Moscou, a mudança de identidade e os artifícios para ser aceito na intimidade do líder soviético, numa série de revelações que preenchem uma história pouco conhecida e coberta, ao longo dos anos, por inúmeras mistificações.

As duas trajetórias ganham sentido pleno quando Iván projeta sobre elas sua própria experiência na Cuba moderna, seu desenvolvimento intelectual e seu relacionamento com “o homem que amava os cachorros”. A narrativa das histórias entrelaçadas dá o ritmo a uma leitura tensa, influenciada pela experiência de Padura na literatura policial, sob a sombra do final trágico que se aproxima a cada página. “Mesmo para quem não se interessa pelos fatos históricos subjacentes à narrativa de Padura, seu romance impele o leitor a uma tensão permanente em torno dos preparativos para a realização de um crime de repercussões mundiais”, afirma Frei Betto na orelha do livro.

Ao narrar um dos crimes mais reveladores do século, Padura realiza uma ambiciosa e fascinante investigação sobre as contradições das utopias libertárias que moveram o século XX. Três processos mitológicos – a Revolução Espanhola, a Revolução Russa e a Revolução Cubana – são vistos com lupa neste romance, que combina perfeitamente o rigor histórico com o talento ficcional. O autor retrata os conflitos no stalinismo e a luta entre o socialismo e o fascismo, apresentando ainda uma perspectiva honesta da vida cubana nas últimas três décadas. “Este romance é como um espelho retrovisor que permite ao leitor mirar, com olhos críticos, as contradições do socialismo e por que a morte de Trotski, decidida por Joseph Stalin, contribuiu para favorecer a queda do Muro de Berlim e o desaparecimento da União Soviética”, conclui Frei Betto.

Trecho do livro

“– Sim, diga-lhe que sim. Ramón Mercader recordaria pelo resto de seus dias ter descoberto a densidade doentia que acompanha o silêncio no meio da guerra segundos antes de pronunciar as palavras destinadas a mudar sua existência. O estrépito das bombas, dos tiros e dos motores, as ordens gritadas e os uivos de dor entre os quais tinha vivido durante semanas tinham se acumulado em sua consciência como os sons da vida, e a súbita queda daquele mutismo espesso, capaz de provocar um desamparo muito parecido com o medo, transformou-se numa presença inquietante quando compreendeu que, atrás daquele silêncio precário, podia esconder-se a explosão da morte. Nos anos de prisão, dúvidas e marginalização a que o conduziram aquelas cinco palavras, Ramón se dedicaria muitas vezes ao desafio de imaginar o que teria acontecido com sua vida se tivesse dito que não. Insistia em recriar uma existência paralela, um trajeto essencialmente romanesco no qual nunca deixara de se chamar Ramón, de ser Ramón, de agir como Ramón, talvez longe de sua terra e suas lembranças, como tantos homens de sua geração, mas sendo sempre Ramón Mercader del Río, de corpo e, sobretudo, alma.”

Crítica internacional

“Leonardo Padura confirma seu status como o melhor escritor de ficção-policial em língua espanhola, um digno sucessor a Manuel Vázquez Montalbán.”
– The Times

"Um excelente romance, rico em sugestões sobre a condição humana e sobre nosso mundo que vão além da estória narrativa direta."
– El Mundo

"Melhor romance histórico do ano. O assassinato de Trotski com uma picareta como o ponto de partida de um dos melhores romans noirs sobre o século XX."
– Lire

"Uma narrativa de tirar o fôlego, uma obra prima"
– Le Figaro

“Um grande romance habilmente construído sobre uma rigorosa base histórica.”
– Livres-Hebdo

“Um romance magnífico, o mais poderoso desse autor. É crítico, sem recorrer a fanatismos, e tem uma grande densidade humana e um intenso dinamismo narrativo.”
– La Vanguardia

“Um romance que exala a experiência narrativa dos bons contadores de histórias.”
– El Correo Español

Fonte: http://www.boitempoeditorial.com.br/



Leia também:

Operação Trotski

Levantando o véu de mistério que cobria o brutal assassinato ordenado por Stalin.

O assassinato de Leon Trotski, comandado a distância por Stalin, foi um dos estranhos e marcantes acontecimentos históricos e políticos do século XX. 

Mas a importância do fato insólito, em virtude da personalidade da vítima, fez com que permanecesse sempre na penumbra a figura do homem que realizou a façanha e que passou à História simplesmente como "o assassino de Trotski". O autor de Operação Trotski decidiu mostrar ao público leitor que Frank Jackson ou Jacques Mornard era antes de tudo Ramón Mercader, um homem de convicções e personalidade próprias. 

A análise minuciosa dos acontecimentos que levaram à tragédia de 1940 é a principal característica desta obra. Ao apresentar objetivamente Ramón Mercader dentro do quadro de circunstâncias concretas que o cercaram, muitas das quais permaneciam ocultas até agora, e ao revelar uma série muito interessante de fotografias, em sua maioria inéditas, José Ramón Garmabella lança nova luz sobre o drama de Coyoacán e abre novos caminhos para as pesquisas que buscam determinar a verdade dos fatos que ali aconteceram.

O interesse da trama e a agilidade e simplicidade da exposição somam-se às demais qualidades da obra, para não permitir que o leitor feche o livro antes de terminar a sua leitura.

de José Ramon Garmadela

Editora: Record