quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 11)










Chic Hernandez e Batuqueira Band




























A banda ribeirão pretana CHIC HERNANDEZ & BATUQUEIRA BAND surgiu em outubro de 2009 a partir do encontro entre amigos que queriam se divertir com seus instrumentos, fazer fusão entre ritmos e dar vazão às músicas que vinham compondo. O nome do grupo é resultado dessa brincadeira, mas revela muito do som buscado por seus integrantes. A mescla de influências latinas, caribenhas e africanas cruzadas com sons brasileiros dá a cara do som do grupo, que tem composições que transitam pelo ijexá, rock, brega, funk, axé e afrobeat.

Com cinco anos de estrada a Banca CHIC HERNANDEZ & BATUQUEIRA BAND lança seu primeiro DVD ao vivo, que leva o nome da banda. O DVD é composto somente por músicas autorais e leva uma proposta diferente dos shows tradicionais. Gravado no atelier do artista plástico Jair Correia, num espaço sem palco onde o público fica muito mais próximo da banda e pode interagir com os músicos, o resultado é um show intimista onde o público se mescla com a banda.
A produção do DVD foi feita de maneira colaborativa. E a direção do projeto leva a assinatura de Gabriel Mendeleh.

















Quem é Chic Hernandez:

Chic Hernandez foi um personagem criado pela banda. Um cubano de 66 anos, lendário maestro, que após um tour pelo mundo, desembarcou no Brasil e, a partir do encontro com tal grupo, resolveu misturar salsa com samba, brega, ijexá e rock - tendo a Batuqueira Band como sua banda de apoio. Essa sugestão lúdica virou sonora, inspirou a banda e deu liberdade pra brincar com os ritmos sem preconceitos. O personagem de Chic Hernandez voltou a percorrer o mundo e a banda segue seu rumo desde então, recriando no imaginário do público a concepção desta figura, a qual não se sabe ao certo se é verdadeira ou não, numa proposta de misturar a realidade e a ficção, onde a narrativa das peripécias vividas pelo grupo alinhava um repertório diversificado de canções. Segundo contam, a Batuqueira Band se esforça por reencontrá-lo a cada show, na esperança de que tocando seu som, Chic Hernandez possa ser imortalizado e compartilhado.

DVD de Trabaho
























Youtube: www.youtube.com/user/bandachbb

Soundcloud: https://soundcloud.com/chbb







Metá Metá

























Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França reinventaram a herança africana com o primeiro registro em estúdio do Metá Metá. Autointitulado, o álbum amarra de forma experimental todas as experiências que há anos delimitaram o universo individual de cada membro. Minimalista na forma como parecia brincar com as vozes, acordes e encaixes ruidosos de saxofone, o registro serviu para apresentar a proposta por vezes incompreensível do trio, que se arremessa em direções opostas faixa após faixa, estabelecendo curiosos encontros entre a extensão irregular e nunca óbvia de cada nova canção. A medida não somente apresentou a arquitetura que envolvia o trabalho da trinca, como hoje parece revelar de forma decisiva o que a banda entrega com o segundo e mais novo registro em estúdio.

Tão incerto e curioso quanto o registro que o antecede, MetaL MetaL (2012, Independente) assume uma particularidade densa em oposição ao primeiro trabalho do grupo, fundindo como metal derretido cada característica do trio de forma sóbria e ainda mais instigante. Grandioso na maneira como o instrumental percussivo, baixo ou mesmo os já tradicionais elementos do grupo são acrescidos, o álbum encontra na medida entre o samba, rock, jazz, noise e punk (!) uma medida antes impossível de ser prevista ou sequer imaginada dentro do recheio tribal que ecoava há menos de um ano. Como o título já aponta, o novo álbum da tríade paulistana parece pronto para agredir ou talvez soterrar sob um composto sujo e acinzentado os tímpanos do espectador.

Posicionando Marçal em um segundo plano, quanto mais adentramos o interior do registro, mais a instrumentação toma o controle do álbum, quebrando de forma consciente com boa parte do que fora tramado no decorrer do primeiro disco. Dentro desse cenário de valorização do instrumental, o entrelace constante entre as guitarras, a percussão quente e o saxofone desgovernado de França aproximam o trio de muito do que fora concebido por Miles Davis ao longo de toda a década de 1970. Tanto Man Feriman quanto o primeiro single, Oya, se tornam íntimas do que marca a construção de clássicos como Bitches Brew (1970) e Live-Evil (1971), principalmente pela maneira como o ritmo surge quebrado e intencionalmente sujo na formação de ambos.

Tão logo inicia ao som desconcertante de Exu, fica clara a proposta da banda com o lançamento do novo disco. A cada nova música, o registro soa dono de um som que se prontifica raivoso, esquivo e intenso, como se o rock fosse devorado por alguma entidade africana e depois vomitado, coberto por uma massa de novas experiências e sensações. O resultado floresce o aparecimento de vozes esquizofrênicas que se esbarram em sons opacos, rompendo de maneira decisiva com as amarras líricas e o encaixe quase delicado que tanto decidiu Metá Metáe músicas comoObatelá. Mesmo os vocais de Marçal (outrora melódicos e límpidos) parecem poluídos pelo clima sombrio da obra, agravando a proposta complexa do registro.

De todos os elementos que aproximam o atual projeto do primeiro álbum (e mais especificamente as faixas concentradas na segunda etapa do lançamento), provavelmente a religiosidade seja o principal e mais decidido deles. Expressa para além do título das composições, cada verso concebido ao longo do registro entrelaça santos, demônios, espíritos e manifestações ocultas de forma a transformar o álbum em um concentrado de preces e canções de proteção – algumas até de maldição. Tudo ordenado de forma coerente com o tom cinza do realce “rock” e “urbano” que tanto corta os laços e possíveis associações com o hoje tímido primeiro álbum do trio.

Com uma estrutura ainda difícil de ser compreendida, o disco amplia de forma bastante visível o que fora concebido previamente por Dinucci (dentro do Passo Torto), como por Thiago França (na execução do recente primeiro álbum do Sambanzo). Fica na extensão de MetaL MetaL a sensação de que tudo o que foi produzido de maneira individual pelos músicos (além da própria vocalista) se manifesta como um aprendizado para o que é concluído pelo trio no presente instante. Um registro que até permite uma parca compreensão e possível entendimento, mas que mantém oculto ou revelando em doses grande parte do que mantém submerso nas camadas de cada composição. (Texto: Miojo Indie).

Discografia

Metá Metá (2011)














MetaL MetaL (2012)














EP (2015) [EP]




















Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/







Bike











O músico e produtor Julito Cavalcante gosta de colocar a cabeça pra trabalhar. Desde a extinta The Vain, passou pela banda Sin Ayuda, formou o duo Negative Mantras e, recentemente, assumiu um dos baixos do Macaco Bong - que acaba de lançar seu Macumba Afrocimética. Junto com a tour do disco, Julito vai mostrar o primeiro projeto solo: “1943", um fruto de suas experiências com alucinógenos.

A psicodelia do álbum já começa pelo nome, uma homenagem ao Dr. Albert Hoffman, que criou o LSD em abril de 1943 e deu uma volta de bicicleta ao tomar a primeira grande dose. É também uma homenagem a uma canção de Syd Barret, uma das inspirações musicais para o disco. “Mas tem Pond, Walter Franco, Jards Macalé…Ou pode ser um passeio entre o ‘Verão do Amor’, do Greatful Dead, e o obscuro psych britânico de ‘Piper at Gates Dawn’, do Pink Floyd”, diz Julito. Viagem conduzida por referências a descobertas lisérgicas, à cosmologia de Carl Sagan e as teorias dos Deuses Astronautas de Erich von Daniken.

O álbum foi produzido por Julito e mixado em conjunto com Taian Cavalca (Cabana Café) no estúdio MonoMono, em São Paulo. A masterização foi feita por Rob Grant, que assina as masters de bandas como Tame Impala, Pond, Death Cab for Cutie e Melody’s Echo Chamber, no Poons Head Studio em Perth (Austrália). Como produto, ondas sonoras e distorções que derrubam qualquer barreira ou vínculo com o terreno, o mundano. Compondo o clima transcendental foi montada a BIKE, banda que acompanharáo músico durante os shows. Formada por Diego Xavier (guitarra e voz), Gustavo Athayde (bateria e voz), Hafa Bulleto (baixo e voz) e Julito Cavalcante (guitarra e voz). (Texto: Estúdio Show Livre).

Discografia

1943 (2015)


















Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/









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