terça-feira, 12 de outubro de 2010

A OUTRA MARGEM (VELEIRO NOTURNO)

























Olhos sós e atentos,
Caçadores de imagens.
Existe ritmo correndo as tuas veias,
E pensamentos navegando
Em tortuosos mares.

Há uma ilha deserta
Habitando os teus sonhos,
Um instante inquieto
Na imensidão do oceano.

Um espírito de um poeta bêbado,
Entre a sua selva, vagueando,
Em busca de palavras únicas,
No dicionário do desencanto.

Enquanto a sua chuva ensopa
O rio de lágrimas,
As montanhas surgem nuas
Atrás da névoa pálida.

E continuaremos a espera do veleiro noturno,
Dos guardadores de alma;
Economizaremos as nossas poucas moedas,
Para oferecer-lhes como o pagamento:
Para a passagem deste nosso lado para a outra margem!

    20/02/2006                                           
                                                                                                    

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