Tudo acabou se exauriu com o tempo,
Não sobrou nada amor,
Esvaiu-se com o vento.
E o que há em mim além de dor e tormento?
E o que há em nós?
E o que há de haver deste nosso sentimento,
Desmazelado?
Este nosso coração negligente,
desmerecido!
Esta nossa fraqueza,
Este meu decadentismo?
E quando novamente
Encararmo-nos de frente,
Será tão estranho amor!
Encarar a verdade assim,
Repleta de paixão e sofrimento.
O que será de nós?
Este meu jogo lúdico que faço hoje
Com quem não merece penar assim,
É o meu refúgio covarde.
Descontar minha angustia
Com filosofice de bar,
Não é lá muito saudável,
Mas é o que eu tenho.
Amor eu lhe suplico
Que quando chegar a minha hora,
Você me prepare um belo epitáfio.
E eu lhe darei as mais belas rosas
Que estão no canteiro,
Só para você lembrar
Que não se deve chorar um choro terno,
Apenas para dizer adeus.
14/12/2005
II
Quando já não somos nós
Quando eu não for mais uma lembrança recente,
É porque vou estar entrando no limbo de seu esquecimento,
Quando me olhares em alguma fotografia antiga
E você me notar como apenas um rosto entre outros,
É por que não passei de alguém comum que passou pela tua vida.
E quando a tua vida já estiver estabelecida
Você notará que eu não fiz diferença alguma,
Quando você se tornar importante ou tiver filhos,
É porque definitivamente já estarão mortos os nossos velhos planos,
Mas quando se sentir abandonada,
Lembre-se que nem tudo é o que parece ser,
Nem sempre optamos pela escolha certa.
Porque quando já não somos nós,
Tentamos ser outro alguém
Que desconhecemos,
E o que deveras fomos,
Um dia se torna desconhecido
E não nos enxergamos mais no espelho.
Ai então nos veremos como pássaros fora do ninho.
Em minha oculta verdade eu optei em ficar sozinho,
Vivendo das mentiras para suportar a dor de tudo o que eu perdi.
De tudo em quê acreditei,
o amor.
07/07/2005
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