sábado, 2 de outubro de 2010

O VENTO E A CURA


O vento seco e impuro,
Bateu de leve na face,
Deitado torto e curvo,
Rasgou com os dentes a frase.

Ergueu em punhos com lógica,
E desenhou sem tinta a razão,
Sentou-se a beira da forca,
Ajoelhou-se pedindo perdão!

Com os olhos amargos suspirou,
Uma pequena gota de magoa,
Com as lágrimas gritou alto,
Pela morte mantenho a palavra:

De que haverá paz!
E conheceremos o amor,
Porque nunca fora tarde demais,
Para que haja cura é preciso existir dor.


2003

Um comentário:

  1. Ler suas poesias é agora crucial, é a permissão velada (mas não omissa) pra conhecer mais de você, afundo de você, sua sensibilidade, visão de mundo e razão.
    Adorando tudo isso!

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