Cores,
São tantas.
E pequenas são as asas da borboleta.
Flutua,
Sobre o jardim,
Como se estivesse à espera de algo;
O futuro nunca foi tão indecifrável.
E os dias correm,
A soma dos dias
Resultam em nossas imagens no espelho.
Nunca foi tão difícil sonhar como hoje,
Nunca foi tão misterioso.
Devemos seguir como a corrente de um rio,
E ultrapassar as pedras no caminho.
Nunca fomos assim tão individuais ao ponto de não nos vermos,
De não acompanharmos as estações do ano,
De não nos darmos conta do estrago;
De ainda temer ultrapassar a ponte entre os nossos abismos.
Há um monstro dentro de nosso eu solitário,
Mastigando por dentro tudo o que somos;
A fogueira nunca mais foi acesa,
E nunca foi tão abafado o som do nosso canto.
Devemos temer a nossa própria bondade,
A nossa total falta de ganância;
Somos feras reprimidas, em jaulas moldadas
Por arquitetos cegos.
Há uma força que ainda existe,
No vácuo de nossos pensamentos,
Querendo encontrar razão no absurdo,
Teimando ainda em respirar.
Uma força surda!
Que nos empurra,
Sempre perto, do nosso lado,
Sempre a flutuar:
Colorida,
E cheia de vida!
Rompe as paredes viscosas do casulo,
E toma de assalto o ar.
Sobre o jardim,
Sobrevoa uma linda borboleta.
02/2006
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