quinta-feira, 1 de setembro de 2016

THE OTHER ONE: A INCRÍVEL TRAJETÓRIA DE BOB WEIR (DICA DE CINEMA)






















Vou falar de mais um filme musical, acho que já deram para notar que gosto muito de documentários e/ou filmes biográficos que tratam especificamente do tema: música. Desta vez vou falar de mais um filme que eu vi através do serviço de streaming da Netflix, filme este produzido pela própria Netflix de 2014 lançado ano passado no Brasil.

Trata-se da história desta lenda viva da guitarra, Bob Weir, co-fundador da banda Greateful Dead junto com Jerri Garcia. O filme foi dirigido por Mike Fleiss e traça a trajetória deste mestre nas variações de acordes e da guitarra harmônica, um cara que foi além das simples bases de guitarra, construindo uma maneira toda sua e bem peculiar de tocar, fazendo uma bela cama para os solos de Jerri Garcia, influenciado muito pelos acordes de jazz, de gente com o cacife do pianista Bill Evans, por exemplo.














O filme tem a duração de um pouco mais de uma hora e meia, é bem dinâmico e embalado pela música da banda até o fim. Você literalmente embarca na viajem de seu protagonista com seu irmão de estrada Jerri Garcia. A parceria dos dois realmente pareceu como a de um irmão mais velho com o seu caçula, desde as primeiras experiências lisérgicas de ambos até a morte prematura de Garcia aos 53 anos em 1995. 













O filme é praticamente narrado em primeira pessoa pelo próprio Bob Weir, com muito material de arquivo, emocionantes depoimentos de parentes, de ex-integrantes da banda e de músicos convidados. O Grateful Dead teve uma trajetória bem progressiva musicalmente, sempre lembrados como representantes do dito movimento Flower Power dos anos 60, fundindo em suas composições elementos do Folk Rock, Country, Rock psicodélico, Space Rock, além das performances que se transformavam numa longa sessão de improvisações; esta característica os fez serem caracterizados como uma jam band. Chegaram no auge de sua popularidade nos anos 80 aos 90, onde fãs mais fanáticos criaram uma espécie de culto em relação a figura de Jerri Garcia.

"Tanta singularidade deu origem a fãs que chegavam a seguir a banda de show em show durante anos. Os admiradores mais fanáticos do Grateful Dead ficaram conhecidos como "deadheads". A louvação é tanta e tão duradoura que leilões realizados em 2007, com objetos pessoais de um dos principais expoentes da banda, Jerry Garcia, morto em 1995, chegaram a arrecadar mais de um milhão de dólares. Banheira, pia e até mesmo o vaso sanitário do guitarrista e vocalista do Grateful Dead foram arrematados por fãs, interessados em guardar algum souvenir de uma das lendas do rock". 
(Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.)


Como bem escreveu Gabriel Affatato do site updateordie sobre suas impressões do filme: "Em The Other One: The Long, Strange Trip of Bob Weir, vemos que Garcia normalmente é visto como o ícone máximo do Dead (até com muita naturalidade, afinal, era um artista pra lá de icônico). Porém é interessante ver o quanto Bob é fundamental para a trajetória da banda, justamente, sendo “secundário”, uma vez como o guitarrista base e conseguindo ser inovador tendo por função apenas o acompanhamento dos geniais solos de Garcia que só se saiam virtuosos por conta da maestria com que ele engendrava os acordes. Para além de artista completo, Bob sintetiza muitos elementos da vida hippie, sendo um grande ícone de contracultura. O documentário aprofunda no amplo universo do músico e de como o mesmo via a vida.

Já aos 16 largara a escola para ingressar na vida musical. Filho adotivo, revoltado com um mundo que não lhe compreendia, mergulhou de vez na busca implacável pelo prazer a partir daquilo que mais fazia sentido na sua vida: a música. Sendo virtuoso e proativo, logo ingressara em diferentes bandas e, junto com Jerry Garcia, fundou o Grateful Dead, talvez a banda mais hippie da história americana. Justamente por estar no epicentro de tudo que rolava no romântico São Francisco da virada da década de 60 para 70 a banda se sintonizou profundamente nos valores e nos elementos do universo libertário e psicodélico. Nenhum integrante da banda abdicava de fazer parte do imaginário em questão.
















Por volta dos 18 anos Bob ingressou em uma caravana regada a orgias e LSD. Uma emocionante aventura guiada por um ônibus velho, repleto de hippies e dirigido por nada mais nada menos do que Neal Cassady! O imortal protagonista Dean Moriaty de On The Road. Inclusive a conexão entre os dois é explorada de forma cativante pelo filme. Bob colocou Neal como um de seus principais mentores inclusive dizendo que o mesmo havia lhe incentivado a começar a compor. Uma das suas primeiras obras, “The Other One” (uma das sugestivas razões para o título do documentário), segundo o músico, fora gravada na noite em que Neal morrera.














A sua rebeldia natural era um elemento que transitava por sua ideologia e desembocava diretamente em sua música. Bob era um instrumentista original, que pulava de gênero em gênero, renegando rótulos e formulando progressões de características psicodélicas e ao mesmo tempo espontâneas, possuindo um espírito jazzista. Antes de tudo, um grande defensor das improvisações, tendo ajudado a música dessa virada de gerações a mergulhar afundo na busca por experimentações e variações sonoras, sendo assim um artista de vanguarda ousado. Em uma mesma música ele foi capaz de dar cerca de 10 variações para o mesmo acorde de Mi, ondulando sonoridades e dando um toque difuso à estrutura que jamais seria a mesma sem a capacidade que ele tinha em criar arranjos e acompanhamentos expressivos.














Para além do mítico Jerry, estava em Bob os elementos essenciais da rebeldia musical e artística do Grateful Dead que por décadas arrastou uma legião de fiéis fãs que valorizavam o indiscutível fato de que cada show da banda era uma joia única e rara, justamente por conta da liberdade de total falta de organização dos integrantes em relação ao repertório e ao estilo a ser tocado. Todos esses aspectos muito bem ilustrados em um documentário que analisa a vida pessoal do músico também interpretado como uma personalidade de espírito livre. Desde sua infância imperativa, quando derrubou um martelo na cabeça de um amigo de pré-escola, ao seu amadurecimento após a morte de Garcia, procurando contato com seu pai biológico, Bob representa a essência do simples viver a partir dos desejos mais primitivos, evocando os elementos humanos mais primordiais e, em meio a simples busca pela alegria, sintetizando os pilares mais estruturais da contracultura".
Fonte: http://www.updateordie.com/














Sinopse

A história do guitarrista Bob Weir começa com sua paixão pela música, a amizade com Jerry Garcia e acompanha os sucessos do icônico Grateful Dead.








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