terça-feira, 30 de agosto de 2016

LANÇAMENTOS DO ANO - O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 21)











Vou indicar aqui quatro lançamentos de quatro bandas as quais acompanho já algum tempo, eu já vi três delas ao vivo, já indiquei as quatro nesta série sobre rock independente, e após ouvir os quatro trabalhos, ficou notória a evolução, que essa galera do underground vem alcançando no cenário nacional. 

A primeira é a banda paulistana 'O Terno 'com 'Melhor do Que Parece ', a segunda os goianos do 'Hellbenders' com o seu 'Peyote', a terceira os também goianos (como é forte essa cena de Goiais!), a 'Carne Doce' com 'Princesa' e a quarta o duo mineiro de Uberlândia do 'Muñoz' lançando 'Smokestack'. As quatro bandas são totalmente distintas uma das outras em substância sonora porém, muito talentosas e obstinadas, uma resgatando sonoridades dos 60 e 70, de Mutantes à Clube da Esquina, a segunda um stoner rock pesado, com pitadas de grunge e hardcore,  a terceira o doce e amargo da 'Carne Doce', com a sua 'Princesa', um pós punk com sotaque marcante e único, graças a voz e a forma peculiar de cantar de Salma Jô, e a quarta o Muñoz, com um Stoner classudo, com muita influência do hard rock setentista Ouvi os quatro álbuns e gostei muito. 

Antes de escrever li ótimas críticas de sites especializados e por isso resolvi replicar suas resenhas, em vez de escrever as minhas, já que estão em plena sintonia com o que eu achei destes grandes lançamentos de 2016.

O Terno - Melhor do Que Parece (2016)





































O peso das guitarras, a clara evolução na construção dos versos e a busca declarada por novas sonoridades. Com o lançamento do segundo álbum de estúdio, em agosto de 2014, os integrantes d’O Terno deram um verdadeiro salto criativo em relação ao elogiado debut 66 (2012). Nada que se compare ao amadurecimento expresso nas canções de Melhor do Que Parece (2016, Independente), terceiro registro de inéditas da banda paulistana e um delicado conjunto de versos, referências extraídas de diferentes épocas e possibilidades que crescem do primeiro ao último instante do disco.

Descomplicada e leve, como um típico produto radiofônico dos anos 1960/1970, a poesia de Tim Bernardes chega até o ouvinte desprovida de possíveis bloqueios. São músicas que detalham uma variedade de sentimentos essencialmente complexos (Depois que a dor passa), discorrem de forma cômica sobre os principais tormentos na vida de um jovem adulto (Nó), e ainda visitam diferentes cenários de forma nostálgica, marca da sensível Minas Gerais, oitava faixa do disco e uma das mais belas homenagens já escritas para o estado que carrega o nome da canção.

Em Culpa, música de abertura do disco, um perfeito resumo da poesia bem-humorada que abastece a obra. Enquanto guitarras melódicas e vozes em coro apontam para o final da década de 1960, esbarrando de forma respeitosa em clássicos como Pet Sounds (1966), nos versos, Bernardes discute as diferentes manifestações da culpa que bagunçam a mente das pessoas— “Culpa de fazer sucesso / Culpa de ser um fracasso / Culpa sua / Culpa de cristão”. Um mero ponto de partida para o rico catálogo de temas que a banda detalha de forma segura com o passar do trabalho.

























Além do fino toque de humor, o romantismo acaba se revelando outra importante peça para a construção do álbum. “Vem, volta / Que eu estou te esperando desde que eu nasci …  E o amor que eu guardava, eu guardei pra você / E a pessoa que eu sonhava eu vi aparecer”, canta Bernardes em Volta, uma apaixonada reflexão sobre os encontros e desencontros de qualquer casal, conceito também incorporado na tragicômica O Orgulho e o Perdão (“Me desculpe, meu amor / Mas não posso te perdoar”) e Não Espero Mais (“Inventei caminhos, me perdi / Me encontrei quando te conheci”).

O mesmo cuidado explícito na construção dos versos acaba refletindo em toda a base instrumental do registro. Arranjos orquestrais em Nó e Depois que a dor passa, o som empoeirado de Não Espero Mais – música que poderia ser encontrada em qualquer disco do Unknown Mortal Orchestra –, o peso das guitarras em Vamos Assumir e até o samba sujo de O Orgulho e o Perdão. Um colorido acervo de ritmos, como se o mesmo conceito explorado no trabalho anterior fosse ampliado de forma madura, efeito da profunda interação entre os integrantes da banda – completa com Guilherme D’Almeida (baixo) e Gabriel Basile (bateria).

Última canção do disco, Melhor do Que Parece garante o fechamento ideal para o trabalho. Em uma estrutura crescente, guitarras distorcidas se perdem em meio a versos consumido pelo tédio, depressão e descrença. Pouco mais de seis minutos em que o canto angustiado de Tim Bernardes se choca com um imenso paredão de ruídos, arranjos de corda, batidas e instrumentos de sopro, fazendo do ato final do registro uma turbulenta colisão de ideias, síntese inventiva de todo o álbum.
Fonte: http://miojoindie.com.br/resenha-melhor-do-que-parece-o-terno/

  





Hellbenders - Peyote (2016)





































Faz uma cara que publicamos algo sobre o Hellbenders. A última foi tipo dois anos atrás, quando lançamos o clipe de “No Thinking”. Àquela ocasião, a banda stoner já tinha passado pelo Rancho de La Luna, no deserto da Califórnia, onde gravaram o segundo álbum. De lá pra cá a curiosidade só cresceu, e, com ela a expectativa. Findo o suspense, aqui está o produto da experiência, que ganha o mundo com o apropriado nome de Peyote.

Enquanto o primeiro álbum do quarteto goiano era uma compilação de tudo o que eles já haviam composto até então, este segundo trampo vem com músicas que transitam menos pelas diferentes praias do rock. O álbum, ao contrário, é marcado por riffs, andamentos e melodias que invocam uma potente unicidade. “A gente tem a sensação de que nesse segundo disco escrevemos num período de urgência e com influências não necessariamente diretas de artistas ou bandas que escutamos nesse tempo. Influências que transcendem a música”, diz o guitarrista e vocalista Braz Torres.

O Rancho de La Luna, vocês sabem, é o estúdio do David Catching, que fez parte do Queens of the Stone Age e do Eagles of Death Metal como guitarrista e que já gravou bandas como Kyuss, Foo Fighters e o próprio QOTSA. Parece clichê dizer isso, mas tendo o som do Hellbenders tudo a ver com a vibe de um roadie movie pelo deserto, o isolamento e imersão total dos músicos naquele ambiente só veio inspirá-los a registrarem a sua melhor performance. Nas palavras do Braz, “é como se você sentisse a presença de tanta gente que já fugiu da cidade pra fazer música naquele lugar, é bem inspirador. Com certeza se o disco fosse gravado no Brasil soaria diferente.”


























Peyote foi quase todo composto em três meses no estúdio do grupo, em Goiânia. O estúdio já estava agendado e os caras só tinham alguns rascunhos, daí a questão da urgência que o Braz menciona. “A primeira coisa que fizemos questão de fazer foi gravar ao vivo”, conta ele. “Gravamos todas as ‘faixas-base’ de bateria, baixo e guitarra em cerca de cinco dias. Depois fizemos gravações adicionais de guitarras, alguns synths, efeitos, percussões e as vozes. O estúdio tem muito equipamento velho e muita coisa de butique, acho que isso foi o que definiu o som que tiramos lá. Nada muito moderno, nada muito hi tech.”

Algumas curiosidades interessantes do processo de gravação no Rancho: quando a banda chegou na Califórnia, o Mathias (engenheiro de som) disse que era uma tradição do Rancho que as bandas gravassem pelo menos uma faixa que tivesse sido feita do zero lá. Então nasceu “New Jam”. O nome que acabou ficando assim depois de tanto tempo sem um nome oficial. Outro lance: os vocais finais do disco foram quase todos as versões das vozes guias, que servem de referência para a gravação dos instrumentos.

“Quando fomos refazer as vozes acabamos percebendo que os ‘scratch vocals’, como eles chamavam, estavam do caralho. Refizemos poucas coisas”, conta Braz. E eles também conheceram um punhado de gente bacana e tiveram seu momento de realização total quando viram o Chris Goss (que já produziu discos do Kyuss, QOTSA, Stone Temple Pilots) bater cabeça curtindo o riff de “Bloodshed Around”. Segundo o guitarrista, “Tentamos usar o máximo do arsenal de guitarras e pedais do Dave Catching, mas era impossível conseguir testar tudo. É bem massa vê-lo tocando no Eagles of Death Metal com as guitarras que a gente usou no disco.” (Texto de Eduardo Ribeiro)
Fonte: http://noisey.vice.com/pt_br/blog/hellbenders-album-peyote






Carne Doce - Princesa (2016)





































Princesa representa uma ruptura em relação ao disco de estreia do Carne Doce. Diferentemente do debute – que foi concebido na terra natal dos músicos, Goiânia – o mais recente trabalho do quinteto foi registrado em terras paulistanas. Longe de casa, os goianos deixaram o estúdio caseiro e se enclausuraram entre as paredes centenárias da Subestação Riachuelo (atual Red Bull Station) para confeccionar o segundo álbum da carreira. Gravado no intervalo de um mês, o disco se distancia da aridez sonora do trabalho autointitulado de 2014. Esse desligamento em relação ao primogênito está inevitavelmente subordinado à transferência da capital do cerrado para a pauliceia desvairada. No entanto, atribuir a metamorfose musical unicamente à questão geográfica seria limitá-la.

É evidente o aperfeiçoamento do senso de pontualidade entre os integrantes. Essa maior desenvoltura – o saber a nota certa na hora certa – é resultado da convivência sobre e fora dos palcos. Trocando em miúdos, os membros do Carne Doce aprenderam nesses dois anos a conversar melhor como banda. O que não significa, meramente, que hoje em dia eles toquem melhor do que na estreia. Parafraseando Nietzsche: o violino tocado pelo mais virtuoso dos violinistas pode ser confundido com um arranhado qualquer quando a sala é grande demais. É preciso se fazer ouvir. E foi isso o que Salma Jô, Macloys Aquino, João Victor Santana, Ricardo Machado e Aderson Maia fizeram nesse lapso temporal que separa Carne Doce de Princesa.

Como as rupturas deixam marcas perenes, o Carne Doce traz para o segundo disco a ironia ambivalente do primeiro. No entanto, o mais recente trabalho do grupo não surge como um apêndice do anterior, ou então como uma continuação inconsistente que busca viver das reminiscências de uma estreia notável. Pelo contrário. Princesa aparece como uma entidade independente de seu antecessor.

O segundo disco do Carne Doce oscila entre extremos. Na faixa homônima, a intérprete subverte, em uma psicodelia sacolejada e dançante, a lógica do pop romântico – na voz masculina o trecho “princesa, meu jeito vulgar vai te conquistar” soaria como um pastiche de filosofias de botequim. Em “Amiga”, uma balada melancólica marcada pelos teclados pausados, que soam como guitarras, Salma retrata a mulher que flerta com a solidão, mas que se sente sufocada pelas convenções sociais que exigem dela desenvoltura e extroversão o tempo todo.

























Já em “Eu Te Odeio”, o contralto sussurrado da goiana se confunde com o dedilhado cadenciado de Aquino em uma inusitada canção de amor. Na sequência, com “Carne Lab”, o quinteto deixa sangrar sua veia mais experimental e lisérgica. Majoritariamente instrumental e com onze minutos de duração, a sétima faixa de Princesa é a mais longa da carreira e escancara a influência que grupos conterrâneos, como o Boogarins, tiveram na sonoridade da banda nos últimos anos.

Por fim, o disco chega ao clímax com a tríade “O Pai”, “Artemísia” e “Falo”, sendo esta última o ápice do triângulo musical. As três canções se complementam ao dialogarem pungentemente com a questão da desigualdade de gênero. A dominação masculina aparece abertamente em “O Pai” na figura do patriarca, cujo tamanho é a medida de todas as coisas. Nesta canção, o eu lírico reconhece resignadamente na imagem do pater familias um indivíduo opressor e extremamente incisivo. “Artemísia” – referência ao gênero botânico conhecido pelas propriedades abortivas – retoma o assunto nas entrelinhas, mencionando implicitamente os homens que ditam as regras sobre o corpo feminino ao criminalizarem o aborto e colocarem a maternidade como uma obrigação inquestionável.

A dominação de gênero volta a ser tratada explicitamente em “Falo”, momento mais crítico de todo o disco. Na canção, Salma se dá “o luxo de ser verborrágica” e faz um jogo de palavras com o verbo “falar” e o “falo” (símbolo que representa o órgão sexual masculino) que a todo custo tenta silenciá-la enquanto canta. O silenciamento pode ser observado na metáfora para o roubo de protagonismo (ao colocar o eu lírico como backing vocal da performance) ou então quando recorre ao "argumento" de que ela estaria se exaltando por estar “naqueles dias”. Contudo, em um fluxo de consciência crescente, a goiana contorna a situação e se coloca como sujeito de si mesma. “Meu bem, eu sempre fui selvática”, canta para em seguida encerrar vociferando o imperativo: “É bom que você se cuide/ Que não vai ter quem te acuda/ Quando eu quiser te capar!”

Se Carne Doce (2014) apresenta certo senso de universalidade, Princesa revela-se mais confessional ao colocar o sentimento do mundo sob os olhos do feminino. Com seu contralto reverberante e letras que crescem nos ouvidos como pequenas parábolas à la Orides Fontela, Salma conta uma história. Ou histórias. Recortes arbitrários, soltos, mas que ao serem amalgamados ficam prenhes de significado. Como em um álbum fotográfico. É um disco desordenado, como são, de certo modo, as vidas. Vidas que escapam da pena da goiana e ganham consistência nos arranjos do quinteto. Princesa é as vidas das muitas mulheres que habitam Salma. (Texto de Gabriel Nunes)
Fonte: http://rollingstone.uol.com.br/






Muñoz - Smokestack (2016)





































Smokestack é o segundo full álbum do Duo de Heavy/Blues/Rock/Stoner de Uberlândia/MG, radicada em Florianópolis.

O álbum é composto de sete faixas que exploram fortemente os elementos do Blues e do Stoner Rock, além de versões das músicas “Somethimes I’m happy”, do Black Sabbath, e “Maybe, I’m a leo”, do Deep Purple.

























O antecessor de Smokestack, Nebula, lançado em 2014 foi um dos melhores registros nacionais do gênero no seu ano de lançamento, e Smokestack pretende trilhar o mesmo caminho, dando ainda mais notoriedade para a dupla formada por Mauro Fontoura e Samuel Fontoura.

Em várias apresentações pelo Sul do Brasil, os Muñoz já acompanharam várias bandas como Kadavar (Alemanha), Radio Moscow (EUA), Mars Red Sky (França), Truckfighters (Suécia) e Jeremy Irons & Ratgang Malibus (Suécia).
Fonte: http://octoberdoom.com/munoz-lanca-smokestack/

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

KEITH RICHARDS: UNDER THE INFLUENCE (DICA DE CINEMA)













Vou falar de um filme que estreou o ano passado mas só agora eu consegui ver, trata-se de "Keith Richards: Under the Influence ", produzido pela Netflix e dirigido por Morgan Neville. Gostei bastante do documentário, diria até que ele é um filme um tanto sóbrio se levarmos em conta seu protagonista. Antes de escrever eu li algumas críticas, que levando em conta o fato do filme ser de certo ponto muito comportado, frustrou aqueles que esperavam por polemicas e histórias bizarras desta lenda do rock. É um filme feito para fãs de música, para músicos e afins, eu já disse por aqui mais de uma vez, quê não me agrada mais ver apenas as porra-louquices tragicômicas de astros da música e por isso o filme me agradou bastante.

Ontem eu completei mais um ano de vida, e nestas datas eu tenho uma tendência em ficar mais introspectivo e reflexivo do que o normal, fazendo em minha cabeça uma análise fria sobre minha vida, entendi o quanto amadureci, ainda mais nos últimos cinco anos. Durante e após o filme, essa ideia de maturidade bateu forte em mim e pensando na coisa do rock hoje, cheguei a certa conclusão, de quê esse gênero de música que já é um senhor de mais de sessenta anos, diga-se de passagem, tornou-se aquilo que o jazz de certo modo preencheu na história, com o papel de "música requintada e metida a besta" se é que me entendem. Nesse nosso Brasil, já ouvi coisas do tipo: "Só Nerd e coroa é quem ouvem rock", era exatamente o que eu pensava quando mais jovem, sobre as pessoas que ouviam Jazz. E por isso, ouvindo Richards falar no filme, é fácil entender que sua jornada é maior do quê as bobas polemicas em que se envolveu, o qual os críticos tão bobos quanto, não conseguem entender.













Realmente esses caras são como pedras que ainda teimam em rolar, ensinando como é fácil e simples fazer um som bom, são os verdadeiros mestres do rock and roll.

Ver Richards tomando uma surra na sinuca do bluesman Buddy Guy já valeria um ingresso no cinema, ou o tempo na frente da TV, mas ver Richards falando da infância, de uma Inglaterra triste, ainda em escombros da Segunda Guerra, e de ser salvo pelo blues de Muddy Waters, o country music de Hank Williams e o rock'n'roll de Chuck Berry e Elvis Presley, é o que torna o filme emocionante. Aliás, a gratidão mutua entre os medalhões do blues de Chicago e os Stones ficou bem evidenciado no filme:

"Em outra passagem marcante, Richards vai a Chicago, à sede da gravadora Chess (onde se espantou, nos anos 60, ao ver Muddy Waters pintando as paredes do prédio) e encontra o bluesman Buddy Guy, que fala da importância dos Stones para a popularização do blues no mundo.

Guy conta que chorou ao saber que os Stones exigiram, num programa de TV nos anos 60, a presença do bluesman Howlin' Wolf. "Foi a primeira vez que vi Wolf na TV. E foi tudo culpa desses caras", diz, apontando para Richards". (Trecho da matéria da folha ilustrada: ANDRÉ BARCINSKI EM ESPECIAL PARA FOLHA 23/09/2015/http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada)















O filme serviu para que Richards divulgasse seu último álbum "Crosseyed Heart", mostrando o músico e banda em ação no estúdio. Um pouco do processo de Richards para compor, dos gêneros musicais que o marcaram, como o blues, country e o reggae e trazendo na lembrança os amigos que se foram como Gram Parsons e Muddy Waters. Também para mostrar o lado pacato do astro vovô.

Para quem queria ver o mais do mesmo de histórias de sexo, drogas & rock and roll, aguardem o músico partir desta para melhor, se é que este Highlander da vida real chegará lá, para que façam da vida do cantor o circo que quiserem em algum filme póstumo.

Mais um filme que eu recomendo, principalmente para os fãs de música e cinema, aqui neste meu humilde blog.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 20)










Barbarie






























Um produtor musical, um diretor de arte e um artista plástico. A formação peculiar dá corpo à banda Barbarie, o novo lançamento do selo Mono.Tune Records em parceria com a Baticum Discos. Rô Fonseca, Bareta e Edu Marin se unem na criação de seu álbum de estreia como grupo.  Nele, 10 faixas são mostradas, todas com participações ativas do trio, tanto na composição e cantoria quanto na produção.
Fonte: http://movethatjukebox.com/
















Talvez Barbarie possa ser considerado uma espécie de coletivo – o trio é formado por um produtor musical (Rô Fonseca), um artista plástico (Edu Marin) e um diretor de arte (Bareta). Seja coletivo seja banda, Barbarie está com um disco novo em folha na praça. Estreia do grupo em álbum, o trabalho atende também pelo nome Barbarie. Na produção, os três componentes da banda não só compõem como também cantam, criando um cenário ao longo de faixas que, segundo os próprios músicos, “é um misto de Dorival Caymmi passando por Bill Frisell e chegando a Clube da Esquina”.

O disco, lançado pelos selos Mono.Tune Records e Baticum Discos e em download grátis no site do grupo, teve longa maturação. Finalizado em 2014, ficou guardado na gaveta, sendo ouvido apenas por amigos. Durante pouco mais de um ano de maturação do trabalho, clipes foram gravados e outras ideias visuais nasceram.
Fonte: http://kultme.com.br/kt

Discografia

Barbarie – Barbarie (2016)















The Outs




















The Outs é uma banda de rock independente do Rio de Janeiro, formada pelos jovens músicos Tiago Carneiro, Dennis Guedes, Vinícius Massolar e Gabriel Politzer. A banda, que desponta como um dos nomes mais promissores da Nova Psicodelia brasileira, vem refinando seu som vintage desde 2012, quando resolveu embarcar em seu universo interior e definiu a formação que dura até os dias atuais.
  
Com um raro elogio do ranzinza ídolo Noel Gallagher(Oasis) no currículo, um elogiadíssimo 2º lugar no reality autoral Breakout Brasil, promovido pela Sony, aberturas de shows para bandas gringas como os ingleses do Temples e os norte americanos do Phantogram no lendário Circo Voador, dentre outras conquistas, a banda trabalha no lançamento do novo mini-álbum ‘Marmalade Land’, produzido pelo próprio grupo e masterizado pelo australiano Rob Grant, que trabalhou com nomes como Tame Impala, POND e Melody’s Echo Chamber.





















Em 2014 a banda lançou, de forma independente, o bem recebido EP ‘Spiral Dreams’, que teve ótimos reviews em blogs e rádios no Brasil, Inglaterra, EUA, Portugal e Espanha. Também participaram do ‘Rubber Tracks’, projeto musical da marca de tênis Converse, contando com a produção musical do nova-iorquino Aaron Bastinelli, que trabalhou com nomes como Bono Vox, Marky Ramone e Grandmaster Flash.
Fonte: http://www.theoutsband.com/

Agora em 2016 lançam Percipere, é o primeiro álbum completo da banda The Outs.

Discografia

The Outs – Percipere (2016)































Dum Brothers





































Dum Brothers é um duo paulista, que faz um rock com pegada stoner. Agora em 2016 lançam seu primeiro EP, chamado Pt.1.

A mais recente descoberta da cena independente paulista é a Dum Brothers. A banda nasceu em 2015 e é formada por Raul Zanardo (Vocais / Guitarra) e Bruno Agnoletti (Bateria). Com influências de rock setentista, o power duo faz um som vibrante que soa clássico e moderno, e que pode ser conferido nas demos que eles liberaram enquanto preparam o EP de estréia.

Discografia

Dum Brothers – Pt. 1 - EP (2016)






























Stolen Byrds


























Com uma média de 20 anos de idade, possuindo dois anos de existência, a banda Stolen Byrds lançou o seu primeiro álbum, dia 22 do mês de março de 2014, Gypsy Solution, com 11 músicas autorais.

Os fortes riffs de guitarra, solos criativos, vocais viscerais, baixo e bateria cheios de swing e agressividade, fazem da banda uma fonte de imortalidade do bom e velho rock and roll, porém com um gosto diferente, a influência dos novos tempos.

Já tendo tocado para 2 mil pessoas em festivais de música, classificando-se em 2° lugar no 1° Festival de Bandas Independentes – SP (que contava com 500 bandas inscritas), tocando também em diversas casas de show pelo país como: Hooligans (Cascavel-PR), Blood Rock Bar (Curitiba-PR), London Pub (Guarapuava-PR), Bovary (Joinville-SC), Deck 34 (Arapongas-PR), Tribos & MPB Bar (Maringá-PR) entre outras. A Stolen Byrds já dividiu palco com bandas renomadas como Nevilton, Autoramas, Motorocker, Kiara Rocks, (atração do palco principal no Rock In Rio), e como se não bastasse, ainda foram convidados pela própria Kiara Rocks, para fazer shows em parceria por todo o estado do Paraná.

Levando sua essência para o palco, privando sempre pelo sentimento real das coisas, a banda não faz uso de efeitos artificiais e corretores tecnológicos em seu som, não traz shows ‘iguais’ tornando tudo mais espontâneo e visceral, transmitindo a energia e atitude que é, de fato, necessária para todos nós.

Stolen Byrds é formada em Maringá/PR, por Edwardes J. V. Neto (vocais), João Manoel (guitarra solo), Guz Oliveira (guitarra base), Eric Hespanha (baixo) e Bruno Abreu (bateria). Influências de bandas como Led Zeppelin, Guns And Roses, AC/DC, Queen, The Who, Pink Floyd, com muita pegada de blues e o clássico rock n’ roll em suas composições de melodia, riffs, solos e letras.
Fonte: https://nacaoindependente.wordpress.com

























Curitiba é uma cidade tão grande e repleta de bons artistas que, por vezes, fica difícil acompanhar tudo que se passa ao redor. Por sorte, a coluna faz um esforço contínuo em ultrapassar os limites territoriais da capital do estado na busca de fazer um recorte mais honesto sobre a cena musical paranaense.

Nesse caminho, esbarrei com o trabalho da Stolen Byrds, grupo nascido em Maringá, que faz rock and roll de gente grande. Era para ter trazido o grupo muito antes à coluna, mas resolvi esperar o lançamento de seu segundo trabalho, o homônimo Stolen Byrds. Tenho certeza de que a espera valeu a pena. Formada por Edwardes Neto, João Manoel, Guz Oliveira, Adilson Filho e Bruno Abreu, a banda levanta faíscas por onde passa, e isso vem desde Gipsy Solution, álbum de estreia da Stolen Byrds, lançado em 2014.

Do primeiro para o atual disco, a Stolen Byrds caminha de forma segura na trilha do amadurecimento. Muito mais do que referências lógicas em seu trabalho (Black Sabbath, Kyuss e boa parte da boa geração pré-progressiva da década de 1960 e 70), há o florescer de uma banda que captura a força e o mojo da velha guarda e traz à tona um rock puro, sincero, denso e atual.

No novo trabalho, a Stolen Byrds soa tão vital quanto poderia se esperar, despertando em algumas de suas treze faixas elementos que levam a assinatura de coesão do grupo. As guitarras estão robustas, chacoalhando riffs ora progressivos, ora heavy metal, colocados de forma primordial, capazes de imortalizar pequenas transições nos tímpanos do público. Aliás, as pequenas transformações ocorridas nos últimos dois anos impõem maior credibilidade ao grupo, afastando-o de uma possível mimetização (ainda característica do heavy metal atual) e trazendo o poder e emoções mais propícias dos precursores do rock progressivo ou do acid rock. A cadência da bateria em “Beggin’ For You” é tão Cream quanto o próprio Cream, por exemplo.

O álbum não se fixa apenas em ser “sujo”, acertando com versos bem trabalhados, composições harmônicas atrevidas, além de um disco muitíssimo bem produzido. E, dessa forma, o Stolen Byrds ostenta maturidade, uma química instrumental como se tocassem juntos há 20 anos. E essa é uma marca indelével, o provável legado que tanto o disco como o grupo de Maringá podem deixar aos fãs e demais artistas do gênero.

O metal pode ser preciso ser ser robótico, mecânico. Ser orgânico, gracioso, não limita o poder e a força que qualquer headbanger busca. Há beleza em canalizar a sua força para além de como conhecemos o heavy metal ou o progressivo. Uma oxigenação necessário ao gênero? Talvez. Um disco ótimo? Sem dúvida. Vida longa à Stolen Byrds.
Fonte: http://www.aescotilha.com.br/

Discografia

Stolen Byrds - Gypsy Solution (2014)

























Stolen Byrds – Stolen Byrds (2016)
























segunda-feira, 15 de agosto de 2016

JOELHO DE PORCO (HISTÓRIAS DO ROCK NACIONAL)


























O Joelho de Porco é um dos nomes do punk-rock-humor brasileiro. Famoso por seu ecletismo musical e poético, foi uma das bandas mais importantes do rock brasileiro na década de 1970.

"Amadrinhado" pela cantora Aracy de Almeida e precursor do movimento punk no Brasil, o grupo paulistano surgiu em maio de 1972, quando tocaram no TUCA, em São Paulo, e era formado por:

Tico Terpins (violão,voz, guitarra base – ex-Os Baobás)
Walter Baillot (guitarra solo – ex-Provos e Século XX – substituto de Gerson Tatini, convidado pelo baixista Rodolfo Ayres Braga)
Conrado Assis Ruiz (guitarra, piano e vocais – ex-Mona)
Rodolfo Ayres Braga (baixo e vocais – ex-Terreno Baldio, ex-The Jet Black's)
Próspero Albanese (bateria e vocais)

Outros participantes:

Gerson Tatini (baixista que tocou guitarra por alguns meses, em 1972)
Ricardo Petraglia (vocal)
Zé Rodrix pianista




























Com esta formação, em 1972, gravaram o compacto simples "Se Você Vai de Xaxado, Eu Vou de Rock And Roll/Fly America", produzido pelo ex-Mutantes Arnaldo Baptista. Dois anos depois, o Joelho lançou seu primeiro LP, "São Paulo 1554/Hoje"; um dos mais elogiados discos do pop da época, misturando rock pesado e referências tropicalistas em faixas como "Boeing 723897" e "Mardito Fiapo de Manga".

























Em 1976, entrou o vocalista (e, em seguida, ator) Ricardo Petraglia, que participou de alguns shows. Logo após, entra o cantor argentino Billy Bond, com quem a banda partiria para uma linha mais agressiva, próxima do punk rock que explodia naquela mesma época na Inglaterra.

Nesta fase, começa o desmanche da formação original da banda, com a saída dos músicos Conrado Assis Ruiz, Rodolfo Ayres Braga e Walter Baillot.

















Em 1977, o Joelho gravou LP homônimo e, pouco tempo depois, encerrou suas atividades. Tico Terpins partiu para o mercado dos jingles publicitários, montando o estúdio Audio Patrulha.

Em 1983, Terpins – juntamente com Próspero Albanese e o cantor e compositor Zé Rodrix (ex-Sá, Rodrix e Guarabyra) – remontaram o Joelho, que voltou com o LP duplo "Saqueando a Cidade", cujos sucessos são: "Vigilante Rodoviário", "Vai Fundo" e "Funicoli, Funicolá" (versão roqueira da tradicional canção italiana).


























Com o vocalista e fotógrafo David Drew Zingg, a banda ganhou o prêmio de melhor letra do Festival dos Festivais da TV Globo, em (1985), por "A Última Voz do Brasil". Em 1988, o Joelho de Porco lançou o LP "18 Anos Sem Sucesso", com repertório do pop americano pré-rock. Na década de 1990, David tornou-se conhecido pela coluna que escrevia em inglês e que era publicada na Folha de S.Paulo, sob tradução de Clara Allain.





























Em 1998, Tico Terpins morreu de enfarte. Em 2000, foi a vez de David Drew falecer, com falência múltipla de órgãos.
























Em 22 de maio de 2009, no início da madrugada de sexta-feira, o cantor e compositor Zé Rodrix morreu em São Paulo, aos 61 anos de idade. Conforme uma pessoa próxima, o músico havia saído com a mulher mas começou a se sentir mal e retornou para casa por volta de meia-noite. A família acionou uma filha do artista que é médica e que prestou os primeiros socorros ao pai. Ainda quando aguardava a chegada da ambulância para ser removido a um hospital, ele passou mal e faleceu. Zé Rodrix foi responsável por vários jingles de sucesso. No entanto, ficou imortalizado na MPB ao compor “Casa no Campo”, uma das grandes interpretações de Elis Regina e que embalou a geração bichogrilo setentista.






























A banda Joelho de Porco reuniu 3 músicos em sua formação original: Conrado Assis Ruiz – vocalista, guitarrista e pianista; Prospero Albanese – bateria e vocal e Rodolfo Ayres Braga – baixo e vocal, ambos para um show na "Virada Cultural" em São Paulo em maio de 2009, para milhares de fãs na Praça da República. Participaram também Franklin Paollilo – bateria e João Paulo Almeida – piano e vocal (que tocou em um Festival de Música em 66 no Colégio Rio Branco, onde surgiu a ideia do nome Joelho de Porco).


























Discografia

Porcos (1973) [Compacto]
























São Paulo 1554/Hoje (1974)
























Joelho de Porco (1978)
























Saqueando a Cidade (1983)
























18 Anos Sem Sucesso (1988)
























Outras Gravações

Festival dos Festivais, (1985)
Ensaio na TV Cultura, (1997)
Apresentação no Sesc Ipiranga, (2005)
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 7 de agosto de 2016

BIG STAR: NOTHING CAN HURT ME (DICA DE CINEMA)






































Vou falar de mais um documentário musical, este filme está disponível no serviço de streaming da netflix, fácil de encontrar. Trata-se da história da obscura banda que se tornou cult, a Big Star. Como muita gente, eu também nunca tinha ouvido falar desta banda antes de ver o filme. Ao ler a sinopse, fiquei intrigado e curioso, gosto muito destes achados, da mesma forma que gostei muito de Searching For Sugar Man (Procurando Sugar Man), filme que já indiquei aqui no blog, que trouxe a luz a misteriosa história de Rodriguez, aquele que era mais conhecido na África do Sul do que Elvis Presley. Aconteceu também, algo parecido, com a Big Star, uma banda que ganhou toda a crítica musical na época de seu aparecimento, mas que infelizmente, foi um fracasso comercial. Só que anos mais tarde, sua música foi redescoberta por uma nova geração de artistas, que foram influenciados pela banda, onde culminou neste belo documentário, que eu mais do que recomendo, tanto para fãs de boa música como para os os fãs de cinema em geral.  















Sinopse

Este documentário retrata a ascensão e queda de Big Star, uma das bandas norte-americanas mais promissoras dos anos 1970. Embora tenham produzido álbuns elogiados pela crítica, e muito influentes nas bandas de rock atuais, os conflitos entre os membros e as discordâncias sobre o rumo da banda impediram Big Star de ser reconhecida como um marco na história da música.
Direção: Drew DeNicola, Olivia Mori.
Ano de produção 2012. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

IMPACTO CINCO - PERDIDOS NO BAÚ DA HISTÓRIA (PARTE 11)

Impacto Cinco





































Num país sem memória como o Brasil, onde até obras essenciais de ídolos consagrados não foram reeditados em CD, não é de se estranhar que ainda estejam fora de catálogo muitos álbuns de artistas menos badalados. São discos raros, obscuros e/ou ignorados que, em seu tempo, sintonizaram a música nacional com o que estava rolando no exterior ou romperam com os padrões vigentes nas paradas. A seguir, um pouco mais dessas jóias.
Por Fernando Rosa.

Na década de 60, após escutar um disco dos Beatles, Etelvino Caldas resolveu largar tudo para montar uma banda. Detalhe que o tudo para ele era sua vida de seminarista e suas funções eclesiásticas em Natal (RN). Não se tem notícia de qual disco dos meninos de Liverpool ele escutou que o fez mudar tanto, mas com certeza, independente de qual tenha sido, fez toda a onda que varria o mundo na época passar como um furacão em uma voracidade absurda pela sua cabeça. Assumiu o comando de instrumentos como piano elétrico, sintetizador, órgão, além de fazer também os vocais. Se juntou à Lulinha (vocais), Joca Costa (guitarra), Clauton (bateria, percussão e vocais) e Poty Lucena (baixo e vocais) para formar o Impacto Cinco, grupo que pode ser considerado um dos pioneiros do rock no Rio Grande do Norte.

Logo o quinteto ganhou fama e sucesso entre os jovens potiguares como banda de baile, tocando sempre em matinês dominicais na sede do ABC Futebol Clube, com apresentações que chegavam a durar cerca de cinco horas. Foram esses longos shows, os anos de estrada e a experiência adquirida no disco anterior – Impacto V, lançado em 1973 – que fizeram a banda ter segurança suficiente na hora de gravar o álbum seguinte. Lágrimas Azuis foi gravado em 1975, produzido pelo também potiguar, mas radicado no Rio de Janeiro, Gileno Azevedo. Mais conhecido como Leno, da dupla Leno & Lilian. Leno na época era produtor da CBS Records e conhecia bem a capacidade do Impacto Cinco, já  que tinha produzido o primeiro disco deles. Assim os levou até os estúdios da CBS onde gravaram em cerca de uma semana o disco. Na época era considerado pouco tempo, mas a competência e a segurança de anos tocando juntos, permitiram que isso fosse possível.

Durante esse tempo a CBS  tinha em seu cast artistas nacionais consagrados como Roberto Carlos e internacionais como Aerosmith. E estava disposta em apostar uma ficha no grupo potiguar. Segundo Etelvino, em entrevista ao jornalista Rodrigo Hammer da revista Brouhaha, publicada em sua edição de número três, o Impacto Cinco era “Algo muito a frente para a época”. Analisando nos dias de hoje o que era produzido na época, pode-se concluir que a banda se encontrava realmente em uma posição bem interessante. Acima de muita coisa que vinha sendo produzida e que não devia nada a outras de maior expressão no cenário nacional. Mas eles não eram os únicos que estavam a frente da época, tanto que o disco teve uma divulgação fraca, assim como foi baixa as suas vendas, fazendo que o grupo retornasse para sua terra de origem para dar segmento a  carreira como banda de baile e chegar a ser subestimada por alguns desavisados da riqueza musical contida no Lágrimas Azuis.

















Mesmo sem ter obtido sucesso na época, o Lágrimas Azuis é hoje um disco muito cobiçado entre colecionadores, disputadíssimo em sites especializados e de leilões internacionais, chegando a custar mais de 100 euros em sites gringos. Das onze faixas que formam o disco, apenas cinco são composições do Impacto Cinco (“Fuga, “Viver Triste”, “Lágrimas Azuis”, “Um Bom Lugar” e “Muito Tempo de Som”). Completam o trabalho mais três músicas de Leno em parceria com Raul Seixas (“Tudo Vai Mudar (amanhã)”, “Carmem, Carmem” e “Sentado no Arco-Íris”); Um cover  de “Sabado”, de Frederyko, ex-guitarrista da banda Som Imaginário, que também apareceu no primeiro disco do Impacto Cinco; “Lembranças”, composta por Raulzinho e C.H. Gonçalves; E a excepcional “Mãos de Seda. Coração de Ferro”, que abre o disco, composta pelo piauiense Piska e que se insere rapidamente no sistema auditivo, onde cria vida e fica lá, tocando por muito tempo. Mesmo sendo composta por pessoas diferentes, as músicas do “Lágrimas Azuis” parecem ter vindo de uma mesma origem, tanto que não se percebe diferenças entre composições do Leno e Raul Seixas com uma do Impacto Cinco ou dos demais colaboradores. O nível é o mesmo no trabalho,  isso até mostra a qualidade que o trabalho do Impacto Cinco possuia.

Por fim, A capa do disco traz os integrantes da banda na frente, e quase todos fumando, jogando muita fumaça na imagem, lembrando algumas capas de bandas como Creedence Clearwater Revival, Secos e Molhados e Grand Funk Railroad, por exemplo. Coisa que vinha sendo tendência nas capas de discos de bandas que estavam em sucesso nos anos setenta. (Texto: Som Potiguar)
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

Impacto V (1973)

















Lágrimas Azuis (1975)

















Rio Potengi (1983)
































O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 19)









O Berço 

























Folk e Rock, companheiros de longa data e autores de algumas das histórias mais belas já contadas pela música, se encontraram novamente no interior brasileiro. Tomaram banho de rio, sentiram a brisa de um fim de tarde, descascaram o fumo de rolo, e deram o primeiro trago ainda com gosto de café quente e queijo fresco na boca. Nasce assim “O Berço”, banda mineira, natural de Patos de Minas, formada no final de 2010. 
  
Da imersão do Sítio Zé Maria em Patos de Minas, nasceu o primeiro album intitulado “Alto do Vale”. Harmonizando uma mistura sonora peculiar, O Berço faz um resgate às origens de cada músico e suas referências, acrescentando pitadadas do sertanejo e da música caipira brasileira ao rock e toda herança psicodélica que corre veia abaixo e acima. Trazendo também a raiz mineira como tempero e tricotando o cerrado com o sertão, o album de estréia conta com a participação especial de “Leoni” e teve a canção “Leoa” vencedora do Prêmio de Música das Minas Gerais em 2014. 
  
É com carinho e emoção que a banda “O Berço” representa o folk mineiro e toda musicalidade que vivem nas Minas Gerais. (Texto: Psicodalia) 
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

Alto do Vale (2014)





























Bombay Groovy



















A Bombay Groovy é alinhada ao rock dos anos 70, com uma particularidade: no lugar da guitarra, a banda adotou o sitar (rei dos instrumentos na música indiana) para reelaborar, com vigor, rigor e personalidade própria, um novo conceito de rock, ao unir Oriente e Ocidente.

Com uma formação instrumental inusitada, composta por sitar, o timbre encorpado e versátil do órgão Hammond e uma cozinha nervosa de baixo e bateria, a Bombay Groovy combina peso, psicodelia, exoticidade e muito groove.

No verão de 2012, Daniel Costa, músico que já atuou como sitarista para nomes importantes da cena psicodélica nacional, resolveu rumar para o contrabaixo.

Nesse ínterim, conheceu Rodrigo Bourganos, multi-instrumentista que fazia aulas de sitar indiano com seu mesmo mestre. 

Nascia então a ideia da Bombay Groovy, que começou a se concretizar pouco tempo depois com a chegada do baterista Leo Costa. A afinidade de Leo com as percussões étnicas também incrementou o estilo peculiar e visceral do grupo.

A presença constante do sitar é um elemento decisivo para o som da banda e revela seu envolvimento com a música oriental que, com Bombay Groovy, chega revisitada. 

Rodrigo Bourganos, que teve aulas no Oriente com o Guru Chandranath Battacharya, toca o instrumento em pé, como se fosse uma guitarra elétrica, transgredindo dogmas da cultura indiana ao abandonar a postura de lótus. 

Para completar o clima da banda, Jimmy Pappon, pianista prodígio que participa do tributo ao Frank Zappa, Let’s Zappalin’, assume o posto do órgão Hammond, seu instrumento principal. 

A formação instrumental inusitada do grupo, com o som do sitar indiano, o timbre versátil do Hammond e a “cozinha” nervosa revelam uma banda repleta de psicodelia, exotismo e groove. 

Com o time formado, um EP e um clipe já gravados, a banda lança seu primeiro disco contendo dez faixas que passam por diversos gêneros musicais. 

O disco, homônimo, “Bombay Groovy” é uma experimentação sonora que dispensa os elementos vocais, substituídos por linhas consistentes de baixo, solos virtuosos de órgão, melodias transcendentais de sitar e percussão pesada, em uma mistura singular. (Texto: Site Oficial). 
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

Bombay Groovy (2014)
























Dandy do Dendê (2016)






Aeromoças e Tenistas Russas




























Aeromoças e Tenistas Russas é um projeto de música instrumental liberto de rótulos e formatações. Constrói sua autoralidade na livre experimentação estética com base na mistura consciente de elementos rítmicos, timbrísticos, harmônicos e melódicos.

Em 8 anos de carreira o grupo de São Carlos/SP consolidou-se no cenário da música independente brasileira utilizando como principais estratégias a intensa circulação para realização de espetáculos - foram mais de 300 shows realizados em 20 estados brasileiros e nos países vizinhos Argentina e Uruguai; e a constante produção de conteúdo com 3 discos lançados: Kadmirra (2011), A Experiência de Jaque Vilanova (2013) e o Positrônico (2015); 2 DVDs: Insomne (2012) e Kilimanjaro (2014); e 3 videoclipes: Solarística (2008), Jaques Villeneuve Experience (2009) e Insomne (2012).

Integrada atualmente por Juliano Parreira no contra-baixo, Gustavo Palma no sintetizador e samples, Eduardo Porto na bateria e Gustavo Koshikumo na guitarra. (Texto: Site Oficial).
Fonte: http://armazemdorocknacional.blogspot.com.br/

Discografia

Kadmirra (2011)
























A Experiência de Jaque Vila Nova (2013) [EP]
























Positrônico (2015)