terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 5)



Carapuça

Neste fim de semana no aniversário de 461 anos da cidade de São Paulo no festival Rock na Cidade, organizado pela rádio rock 89 FM e pela prefeitura de São Paulo, foi onde conheci a banda Carapuça, quando eu e meu amigo fomos abordados no show de encerramento do evento, onde tocava a banda veterana Ira!, por uma figura de cabelo raspado, sem camisa e com o rosto pintado de vermelho sangue, distribuindo um cartão de visita divulgando sua banda, seu nome artístico Annimal Carapuça, vocalista da banda. 

Achei a sua atitude bacana, não vi a apresentação da banda mas fiquei curioso para conhecer seu som, chegando em casa entrei no site da banda e baixei seu primeiro cd "A verdade doa a quem doer", que a banda disponibilizou gratuitamente para download. O som é pesado uma mistura de hardcore, metal e rock nacional, letras diretas que abordam assuntos sérios mas com uma pitada de ironia, a banda é muito competente e os arranjos são ótimos, a produção também é muito boa mas, o destaque além das ótimas letras, são os vocais de Annimal, assim como ele teve a atitude de sair entre a multidão se apresentando pessoalmente e divulgando sua banda, ele também passa essa atitude em sua voz, uma forma de cantar com coração a cada grito e melodia. Há muito tempo não vejo tamanha entrega por parte de vocalistas de bandas de rock, tanto nacional como internacional.

Ao abrir minha página do facebook hoje tive a surpresa da solicitação de amizade de Annimal e achei mais uma vez sua atitude muito bacana, mas só decidi escrever sobre a banda após a audição do seu cd e já posso adiantar que vale muito a pena, pelo que eu li sobre a banda a atitude não para só por aqui, mas também em sua grande presença de palco. Parabéns à toda a banda e em especial ao Annimal e espero que eu contribua com essa publicação para divulgação de mais uma grande banda nacional.



A presença de palco marcante, um som carregado de energia e letras que remetem a assuntos polêmicos são os diferenciais do Carapuça. Dependendo da música ela é transmitida com seriedade ou humor, mas nunca escondendo sua verdadeira intenção: dizer a verdade doa a quem doer. Por onde passa a banda causa forte impressão somando cada vez mais aliados que curtem a ousadia da banda.

As músicas agradam vários tipos de roqueiros, tanto os que gostavam de um som pesado e trabalhado, quanto os que preferiam um som mais agitado e simples.

Um rock nacional forte era o ideal do vocalista e fundador da banda, Animal. Ele queria dizer a verdade nas letras, mas não nas "entrelinhas". Uma mensagem em português que pudesse ser entendida por qualquer um, independente da classe social.

Animal começou cantando covers de bandas famosas do Metal, Grunge, Newmetal entre outros estilos de rock. Com sua experiência decidiu por criar seu próprio som e letras. Trabalhando nisso, procurou por músicos. E foi junto com o guitarrista André (Chamuska - o Bárbaro), o baixista Danilo (Piadista - o Mago), o guitarrista Gustavo (Red - O Sedutor) e o baterista Sérgio Rodrigues (Bazooka - O Dono da banda) que eles alcançaram o objetivo.

O vocal pensou em um nome em português que traduziria a banda, surgiu então "Carapuça". O maior objetivo da banda é levar sua mensagem de Norte a Sul do país e não vai parar de lutar por isso.

Junte-se ao exército Carapuça.

"Eles" podem tentar, mas se depender de nós, a energia do Rock não morre nunca.

Fonte: http://centralrocknet.com.br/
Site oficial da banda: http://www.carapuca.com/





Madalena Moog


Madalena Moog surgiu no início de 2001 e, desde então, vem construindo uma identidade que pretende-se própria, dançando entre o experimental europeu e a música brasileira, que é privilegiada. Guitarras, metais e sintetizadores, principalmente, marcam os sambas, as bossas e as marchinhas que, temperados pelo rock and roll, se fundem numa musicalidade que procura por novidades, sempre. Madalena Moog é: Patativa (voz, guitarra e sintetizadores), Jansen Carvalho (baixo e back-vocal), Valter Pedrosa (guitarras) e Emerson Pimenta (Bateria).

DISCOGRAFIA

* Madalena Moog (EP 2003)
* Stronic Up! (EP 2006.1)
* Júpiter & Seus Satélites (EP 2006.2)
* Universal Park (CD 2009)
* Samba pro seu dia (CD 2010)

Fonte: http://madalenamoog.tnb.art.br/





Os Haxixins


Da Zona LOST de São Paulo para o mundo. Lendo assim, parece a eclosão de mais um grupo de rap para a cena musical. Mas esse seria o último rótulo que você daria a uma banda como Os Haxixins.

Garage punk e rock psicodélico são as grandes influências dos integrantes Alexandre “Alôpra” Romera (órgão), Sir Uly (vocal/bateria), Fabio Fiuza (guitarra/vocal) e Edu Osmédio (baixo), que começaram com a banda por volta de 2003 inspirados pelo livro “Clube dos Haxixins” – obra que fala sobre as loucuras de um grupo de fumantes do alucinógeno, entre eles Charles Baudelaire.

E, convenhamos, o som dos Haxixins tem tudo a ver com lisergia. Você acaba se sentindo nos anos 60, em meio àquela montoeira de ácidos onde o órgão e o barulho das guitarras são os grandes destaques.

Os músicos fazem questão de carregar seus equipamentos antigos por onde vão, seja no Bar do Aranha na Vila Formosa ou em alguns pubs europeus, onde o grupo tem mais reconhecimento. O que vale é recriar o ambiente sessentista, não importa qual seja o público. Isso já acabou se revelando um entrave; eles quase desistiram de gravar um álbum por sentirem-se rejeitados às gravadoras e aos patrocinadores. Felizmente conseguiram assinar em 2007 com o Berlin Estúdio graças aos esforços de Jonas Serodio, que providenciou gravadores de rolo, amplificadores valvulados e instrumentos dos anos 60.

Em 2010, os Haxixins lançaram seu quarto EP, Under The Stones. As faixas têm menos de três minutos e são urgentes, o que reflete a influência punk e garageira do grupo. Algo como misturar The Kinks e The Clash, Country Joe & The Fish e Ramones, Mutantes e Ratos de Porão.

As canções têm letras em inglês e português, com títulos psicotrópicos como “Eu Vou de Novo”, “A Beira da Loucura”, “Pó da Estrada” e “Debaixo das Pedras”. Mas não é a viajeira que se destaca; o som é divertido, anima qualquer festa de época e tem letras bem trabalhadas. Os órgãos são muito bem pontuados, assim como o baixo, proporcionando um verdadeiro clima de festa coletiva – algo que está carente em nossa música pós-anos 2000.

Ao contrário da região perdida de onde vieram, eles se encontraram na música da mesma forma que o hippie muito louco se identifica com o ácido lisérgico. 
Fonte: http://namiradogroove.com.br/





Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta


Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, quarteto formado por Ronei Jorge (voz e guitarra), Edson Rosa (guitarra e vocal), Sérgio Kopinski (baixo e vocal) e Maurício Pedrão (bateria), são representantes da nova safra de artistas baianos que vêm ganhando destaque nacionalmente pela qualidade e originalidade do trabalho. O som da banda combina elementos da música popular brasileira (principalmente samba) ao rock, guardando preocupação poética e temática das letras, arranjos bem cuidados e melodias cativantes, em canções curtas e diretas de Ronei Jorge, que assina todas as composições da discografia (algumas delas, em parceria com Edson Rosa). 

Formado em 2003, o grupo tem seu trabalho desenvolvido de forma independente, trilhando uma história com iniciativas que possibilitam o fortalecimento de sua produção no cenário que está fora da grande indústria fonográfica comercial, com distribuição democrática e liberdade na criação da proposta musical. Neste sentido, a banda já gravou disco, EP e single com recursos próprios e fez dois inusitados lançamentos na internet: versões de músicas gravadas ao vivo em show em São Paulo foram disponibilizadas com exclusividade no MySpace e a canção inédita Vidinha foi apresentada unicamente em formato audiovisual no mesmo site. Foi assim que eles conquistaram respeito da crítica e um público fiel, tendo marcado presença em diversos projetos e festivais de destaque nacional e sido ganhadora de diversos prêmios especializados.

Para o segundo CD, Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta contaram com o precioso patrocínio do programa Petrobras Cultural, conquistado através de seleção em edital que reconheceu o valor de sua obra.
http://www.roneijorgeeosladroesdebicicleta.com/

Seu novo CD Frascos Comprimidos Compressas está disponível gratuitamente no site da banda:
http://www.roneijorgeeosladroesdebicicleta.com/




Carne Doce












Goianos fazem estreia sólida na seara da sonoridade pós-punk. "QUE É QUE FIZEMOS HOJE DE GENIAL?", questiona a vocalista Salma Jô logo na primeira faixa, "Idéia" (com acento proposital), do disco autointitulado do Carne Doce. O debute da banda goiana pode não ser genial, mas revela uma busca por arranjos pouco convencionais e misturas instigantes de gêneros. Nos pontos altos - "Fruta Elétrica", "Sertão Urbano" e "Preto Negro" -, camadas de guitarras encontram-se com batidas ecléticas e letras prosaicas, dando uma atmosfera orgânica e regional às influências do pós-punk.

O álbum ainda escorrega nos exageros e maneirismos vocais de Salma, mas não perde a característica de ser uma das estreias promissoras do Centro-Oeste.

Fonte: Revista RollingStone Nº 101 JANEIRO 2015


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 4)



















Plástico Lunar














Plástico Lunar? É, isso mesmo. Banda de rock que impressiona por fabricar uma música rica, que já beijou o blues e abraçou o progressivo, oscila entre a psicodelia e a Black music e vem se destacando em Aracaju por produzir um som sem afetação dos ritmos regionalistas, mas sim, antes de qualquer rótulo, é autenticamente uma banda de Rock’n Roll. A Plástico Lunar é formada por Daniel Torres (Vocais e Guitarra), Plástico Jr. (vocais e baixo), Leo Airplane (teclados), Júlio Andrade (Guitarras) e Marcos Odara (bateria). A banda tem 2 Eps, “Plastic Rock Explosion” (2003), “Próxima Parada” (2005); lançou em 2009 “Coleção de Viagens Espaciais”, seu álbum oficial pela Baratos Afins, selo consagrado por imortalizar pérolas da psicodelia brasileira, e em 2011 lançou o single “Mar de Leite Azedo” dando uma amostra do som que virá no segundo álbum da banda. 


Integrantes:
Daniel Torres - Vocal e Guitarra
Plástico Jr. - Baixo e vocais
Julio Andrade - Guitarra e vocais
Leo Airplane - Teclado
Marcos Odara - Bateria







Supercordas


Tem um disco do Hendrix pouquíssimo badalado que durante muito tempo foi frequentador assíduo das minhas playlists. Comprei baratinho, mais até pelo nome: 'Psychedelic Voodoo Child'. Cumpre totalmente o título: psicodélico, lisérgico e esfumaçado. Perto das músicas do Hendrix enfileirava Mutantes, Brasões, Zé Ramalho e Lula Côrtes no clássico Paêbirú', temperava o caldeirão com Doors, Zappa, Cream, Velvet e tudo certo, só sonzeira.

Foi assim, atraído pelo rótulo psicodélico, que cheguei ao Supercordas (aliás, um dos melhores nomes de banda já criado). A porta de entrada foi 'A Mágica Deriva dos Elefantes', discaço de 2012, em todas as listas de melhores do ano. Banda formada nove anos antes, em Paraty, litoral sul do Rio, o Supercordas chegava ao seu segundo disco de estúdio (eles tem mais dois EPs; ouça aqui) como uma das principais apostas da novíssima música brasileira com um som encorpado, ao mesmo tempo bucólico e épico, acima de tudo viajante e totalmente inspirado nos anos 60.

Entrou rápido para minha lista de sons psicodélicos e dois anos depois continua lá firme e forte, agora junto com mais revelações de riffs alucinógenos como O Terno, The Outs e, claro, a excelente e top aqui no blog, Boogarins. Mas outro dia mesmo passando pelo disco do Hendrix em casa - por isso a abertura com 'Psychedelic' - veio logo o Supercordas à cabeça: cadê os caras que não mandam notícias? Numa coincidência diria psicodélica, dias depois o Facebook era inundado com posts, matérias e entrevistas anunciando música nova, 'Sobre o amor e pedras', com o vocalista Pedro Bonifrate falando sobre uma 'Odisseia ao contrário, distorcida', 'um mundo sem porteira', 'paralelos interpretativos'... opa, total Supercordas! Ainda não é o aguardado terceiro disco, talvez até menos psicodélico e mais roqueiro que 'Elefantes', mas a qualidade segue fortíssima, letra e vocais viajantes, banda afiada e contribuições luxuosas de Gui Toledo na mixagem e do mago dos moogs Artur Joly na masterização.

Gravado em SP no estúdio do baixista Diogo Valentino (completam a banda Filipe Giraknob na guitarra, Gabriel Ares nos teclados e Digital Ameríndio na bateria e vozes), 'Sobre o Amor e Pedras' é o primeiríssimo single do novo álbum previsto para sair no primeiro semestre de 2015 (Bonifrate antecipa nomes de quatro faixas na entrevista abaixo). A música ganhará clipe nos próximos dias com imagens de arquivo do diretor Giuliano Gerbasi no clima 'road-song'. Saiba mais sobre a produção do disco, novas sonoridades, influências e bastidores da gravação na entrevista exclusiva com o vocalista e guitarrista Pedro Bonifrate. 

Fonte: http://oglobo.globo.com/




Validuaté















Validuaté é uma banda brasileira que surgiu em 2004, em Teresina. Com a proposta de experimentação rítmica sobre o rock e outros ritmos, a banda apresenta sua própria mistura de elementos da música brasileira e mundial. Já dividiu palco com grandes nomes da música brasileira como Caetano Veloso, João Bosco, Bossacucanova, Fernanda Porto, Cachorro Grande, Paralamas do Sucesso e foi indicada recentemente para concorrer ao Prêmio Multishow de Música Brasileira 2014

O grupo Validuaté foi formado em 2004, mas só passou a ganhar mais notoriedade em 2006, quando abriu shows da turnê Cê, de Caetano Veloso. Já em 2007, a banda dividiu palco com diversos artistas conhecidos nacionalmente Paralamas do Sucesso, Luxúria, Cachorro Grande, Tihuana e, em 2008, Fernanda Porto. Nesse ano, participou do festival Teresina é Pop, da Feira Internacional da Música de Fortaleza e da 4ª Feira de Arte e Cultura Nação Piauí, em Brasília.

Somente em 2008, a banda lançou seu primeiro disco, Pelos Pátios Partidos em Festa. Devido à repercursão do disco, a banda chegou ao circuito indie nacional, fazendo algumas apresentações em São Paulo, no Studio SP e no bar Mofo, na ferveção da Lapa, no Rio de Janeiro. 3 . Em 2008, foi a convidada para tocar no palco Torquato Neto, o principal palco do Festival Piauí Pop, que contou com um público de cerca de 30 mil pessoas, juntamente com as bandas Nx Zero, Engenheiros do Hawaii e Capital Inicial.

O segundo albúm da banda veio em 2009, com participação especial de artistas renomados nacionalmente como Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado que compôs uma poesia especialmente para a canção "O Hermeto e o gullar". O cantor, apresentador e ator Zéu Britto, conhecido pela atuação em novelas e seriados da Rede Globo, participou cantando a música brega/hilária "Bruta como antigamente"; Isaac Bardavid, um renomado ator e dublador do estúdio Herbert Richers, também participou recitando em "A lenda do peixe francês".

Em 2014, Validuaté foi indicada para concorrer ao Prêmio Multishow de Música Brasileira.

A banda gravou recentemente um show, com um repertório que traz seus maiores clássicos, e planeja lançar como um DVD para comemorar os 10 anos de existência em 2014. Para financiar a pressagem do DVD, a banda lançou uma campanha no site de crowdsourcing Catarse, e em pouco mais de 1 mês conseguiu arrecadar um valor maior do que o planejado inicialmente para o projeto.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.




Vespas Mandarinas



Vespas Mandarinas é uma banda de rock formada na cidade de São Paulo, no ano de 2009, composta por Thadeu Meneghini, Chuck Hipolitho, André Dea e Flavio Guarnieri.
Seu álbum de estréia, "Animal Nacional", foi indicado ao 14º Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Rock Brasileiro", em 2013

A Vespa Mandarina, inseto nativo da Ásia, igualmente conhecida como Zangão Japonês ou Vespa Assassina, figura no topo da lista dos insetos mais perigosos do Planeta. Essa classe de artrópode possui uma neurotoxina cujo veneno mata, todos os anos, cerca de 40 pessoas ao redor do mundo, além de dizimar outros insetos, como abelhas e louva-a-deuses. Vespas Mandarinas, no plural, também é o nome da banda paulistana – formada por Chuck Hipolitho (guitarra e voz), Thadeu Meneghini (guitarra e voz), André Dea (bateria) e Flavio Guarnieri (baixo) – que lança “Animal Nacional”, seu álbum de estreia pela gravadora Deck. Tanto Vespas Mandarinas quanto “Animal Nacional” são nomes que, nesse primeiro disco, se ajustam como uma carapuça e guardam, ao longo de seus 41 minutos, inoculantes venenos poético-sonoros. 
As Vespas Mandarinas tiveram na populosa e sempre caótica cidade de São Paulo o cenário e a maior fonte de inspiração na qual sorveram seu combustível. No álbum, a urbanidade de megalópole revela-se direta, indireta, sonora e metaforicamente. O conjunto de influências musicais da banda, que inscreve no rock de ascendência brasileira seu traço genético, é amplo: vai da “era de ouro” do rock verde-amarelo, os anos 80, através de bandas que chegaram ao mainstream – Titãs, Ira!, Paralamas do Sucesso e Engenheiros do Hawaii – e outras mais subterrâneas, mas não menos importantes – como, por  exemplo, Gueto, Smack, Picassos Falsos e Violeta de Outono. 

“Animal Nacional” valoriza as letras, o discurso, a poesia e enfatiza, em muitas canções, as guitarras, grandes e robustas, manejadas pela dupla Chuck/Thadeu. O acompanhamento de André e Flavio, baixo e bateria respectivamente, dão corpo à massa sonora das Vespas Mandarinas. As composições, segundo Meneghini, expressam profundidade, a “filigrana dourada” que se perdeu no “desletrado” e superficial rock desses esvaziados tempos. A banda encorpou esse “mojo letrístico” – em certos momentos literário e romântico e, em outros momentos, ríspido e crítico –, contando com novas e antigas parcerias musicais. Uma delas foi a contribuição do compositor de mão-cheia Adalberto Rabelo Filho, da banda Judas,  um dos grandes letristas dessa geração, e outra a participação intelectual de Fábio Cascadura, da banda baiana Cascadura. 
O álbum tem 12 faixas e, dentre elas, “Cobra de Vidro”, já conhecida pelos fãs da banda. A música ganhou videoclipe dirigido pela lente do cineasta Ivan Cardoso, mestre do “terrir”, diretor de filmes seminais como “As Sete Vampiras” e “Escorpião Escarlate”. 
“O Vício e o Verso”, pode-se dizer, é um rock contemporâneo com letra setentista, de versos que põem o ouvinte a refletir: “Ninguém vê a beleza nesse mundo em liberdade vigiada”.

Algumas canções são parcerias inéditas, casos de “A Prova”, que tem o “espirito concretista” do titã Arnaldo Antunes e de “Santa Sampa”, com Bernardo Vilhena (parceiro de longa data de Lobão). “Animal Nacional”, a propósito, é o título de um poema de Bernardo Vilhena, escrito na década de 70. Na música das Vespas Mandarinas, no entanto, a expressão alude à “retomada do rock nacional”.

O álbum ainda traz as canções “O Amor e o Ocaso”, “Um Homem Sem Qualidades” e a já conhecida “O Herói Devolvido”. Além das faixas “Rir no Final” e “Não Sei O Que Fazer Comigo” – versão da música “Ya No Sé Qué Hacer Comigo”, dos uruguaios do El Cuarteto de Nos.  

O disco foi gravado entre os estúdios Tambor (RJ) e Costella (SP) e tem produção de Rafael Ramos. 
Animal Nacional – “‘Animal Nacional’ é um bicho que a gente criou no cativeiro do nosso inconsciente, mas tem muito de consciente nele também”, explica Thadeu Meneghini. “É uma valorização do que é brasileiro sem o lado piegas e chato de ser nacionalista. É a representação de um Brasil possível convivendo com o que é certo e errado, sem a sombra do politicamente correto, sem o medo da intelectualidade e da comunicação popular”.  Um Brasil, ele completa, inserido na cultura pop mundial. O Brasil do Raulzito, Ivan Cardoso, Wally Salomão e Tiririca.  

O guitarrista Chuck Hipolitho diz que o melhor do rock brasileiro dos anos 80 está no DNA das Vespas Mandarinas. Foi, para ele, uma época tão legal e frutífera na arte no Brasil que tudo o que aconteceu na música “infiltrou” em todo mundo – mesmo que indiretamente. “Eu era uma criança e recebi tudo; as crianças estão abertas. Naquela época, no Brasil, eu acho que existia uma equação muito interessante de ingenuidade, sagacidade, vontade e criatividade dadas as limitações comerciais, sociais, políticas e técnicas. O que gosto mesmo naquilo tudo é o poder de penetração e a conexão com o aqui e o agora que tinha na época”.
“Animal Nacional” é a cura para o mundo superficial de nossos dias. Um veneno que, ao mesmo tempo, é um antídoto para as falsas modernidades.
Cristiano Bastos

Fonte: http://www.vespasmandarinas.com.br/ e Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A VIDA NA SARJETA (Dica de Livro)

"Pobreza costumava significar passar fome e não possuir as roupas adequadas para vencer o mau tempo, assim como passar horas em um trabalho desgastante para conseguir pagar as contas no fim de mês. Mas hoje a maioria das pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza oficial não só tem bastante comida como, em geral, é provável que esteja acima do peso. Há tantas vestimentas que os jovens delinquentes brigam por causa de roupas de grife ou tênis de marca. Quanto à ocupação, hoje existe menos trabalho em lares de baixa renda do que entre os mais ricos.

A maioria dos pobres hoje tem televisão em cores e forno de micro-ondas. A pobreza no antigo sentido material está longe de ser tão disseminada quanto outrora. A vida nas camadas mais baixas da sociedade, contudo, não é brincadeira - muitas vezes é um pesadelo.

A Vida na Sarjeta, livro recentemente publicado, retrata com acuidade brilhante a dolorosa situação da subclasse - o vazio, as agonias, a violência e a sordidez moral. Este livro trata de uma região de classe baixa da Grã-Bretanha onde o autor, Theodore Dalrymple, trabalha como médico. Na verdade, isso pode tornar a mensagem mais fácil para muitos norte-americanos, para que compreendam e aceitem. 

A maioria das pessoas sobre quem Dalrymple escreve é branca, de modo que é possível contemplar honestamente as causas e consequências do modo de vida da subclasse, sem medo de ser chamado de "racista".

Essas pessoas que fazem as mesmas coisas socialmente destrutivas e auto destrutivas que são feitas nos bairros de classe baixa dos Estados Unidos não podem alegar que tal comportamento se deve ao fato de seus ancestrais terem sido escravos ou porque enfrentam discriminação racial.

Eliminadas as justificativas, talvez possamos encarar a realidade e argumentar de maneira razoável sobre como as coisas ficaram tão confusas e horríveis. Como médico do serviço de emergência, Theodore Dalrymple atende jovens que foram espancados a ponto de precisar de cuidados médicos - por tentar ir bem na escola. Quando isso acontece nos guetos norte-americanos, as vítimas são acusadas de "agir como os brancos" por buscar uma formação. No outro lado do Atlântico, tanto as vítimas quanto os agressores são brancos. 

A região de baixa renda britânica em que Dalrymple trabalha, assim como sua contrapartida norte-americana, tem como característica o que denomina de um "tipo de jovem egoísta e feroz, de quem manteria distância em plena luz do dia". Ele também observa a "destruição dos sólidos laços familiares nos mais pobres, laços que, pela mera existência, faziam com quê um grande número de pessoas saísse da pobreza".

O próprio pai de Delrymple nasceu em um bairro pobre - mas num contexto social muito diferente daquele da subclasse de hoje. Primeiro, seu pai teve um ensino de verdade. Os manuais escolares nos quais aprendeu seriam considerados muito difíceis na era da educação facilitada. 

O pai de Dalrymple adquiriu ferramentas para sair da pobreza, ao passo que à subclasse de hoje não só são negados tais instrumentos, como ela aprende justificativas para permanecer na pobreza - e as ideologias colocam a culpa dos problemas nos outros, estimulando a inveja e o ressentimento. O resultado geral é uma geração de pessoas que tem dificuldade para escrever palavras simples ou para realizar operações matemáticas elementares, e que não tem nenhuma intenção de desenvolver habilidades profissionais. 

Por ter as necessidades materiais providas por um Estado assistencial, como se fossem animais em uma fazenda, essa subclasse tem "uma vida esvaziada de significado", como diz Dalrymple, já que não pode nem mesmo se orgulhar de conseguir pagar a própria comida e a própria casa como fizeram as gerações que a antecederam. Pior ainda, é abandonada sem nenhum senso de responsabilidade num mundo sem juízos de valor.

Alguns educadores, intelectuais e outros creem estar sendo amigos dos pobres ao justificar ou "entender" esse comportamento autodestrutivo e ao estimulá-los a ter uma visão paranoica do mundo que os cerca. No entanto, a coisa mais importante que alguém pode fazer pelos pobres é ajudá-los a sair da pobreza, assim como o pai de Dalrymple foi ajudado por aqueles que lhe ensinaram e possibilitaram que ascendesse a um nível melhor - tratando-o como um ser humano responsável, não como gado.

Nenhum sumário faz justiça aos vívidos exemplos e às argutas impressões de A Vida na Sarjeta. Precisa ser lido - com o discernimento de que a história desse livro também é a nossa história. 

Apresentação do livro A Vida na Sarjeta de Theodore Dalrymple por Thomas Sowell.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

BEM VINDOS A 2015


Bem vindos a 2015
senhoras e senhores
não digam nada,
nada que se arrependam
não digam nada
são todos tão frágeis 
sentimentos artificiais 

é tudo tão politicamente correto
expostos à sua hipocrisia digital
cuspindo palavras de ordem
aplaudindo a desordem
dos gastos públicos do planalto central

Revista Veja, revista Carta capital
direita e esquerda
vinagre e sal
anarcomunistaneoliberal!

iPod, Hi Fi, Selfie, Face ou deixe
à gasolina subiu, sumiu
à carne inflacionou, flagrou
é caixa dois, é a Petrobrás
que não nos pertence mais!

A "presidenta" falou:
nem que a vaca tussa!
Tossiu...
Cortes nas folhas de pagamento
de todos os benefícios sociais 

narcotráfico, latrocínio, 
baile funk, Sodoma e Gomorra
igreja católica na encruzilhada
galinha preta, pipoca e farofa
"islamofobia"! vê se pode?
me faz o favor minha senhora
permaneça calada!

Ideologia não preciso nenhuma para viver
Meus heróis acordam às cinco da madrugada
Meu partido
é um coração infartado
meus heróis voltaram da reabilitação 
meus amigos, foram todos vendidos
tão baratos que eu nem acredito
eu nem acredito

E aquele garoto tão sujo e imundo
atirou a sangue frio na cabeça do militante
dos direitos humanos, e quem viu?
a vida banalizada morre na estrada
com tiros na madrugada!

"Pedofilia legalizada"?
gayzismo, cinismo, feministas exageradas 
onde andara Sininho?
onde andara os caras pintadas?
onde andará os Black Blocs?
eu vi Feliciano e Jean Wyllys andando de mãos dadas 
na calçada de Copacabana 
e ninguém me engana!

Eu vi Ateus felizes graças a Deus
Eu vi crentes sambando na avenida
Eu vi judeus pedindo esmola
Eu vi americanos democratas
negociando uma nova guerra fria
Eu vi Obama pedir exílio aos irmãos Castro
eu vi um porto brasileiro se afundar numa ilha
aquela da fantasia: pátria o muerte! 
Moeda forte...

Eu vi São Paulo acordar e sacudir o pó da bandeira
Eu vi patriotas, um lobo uivando contra o monumento
Eu vi um militar pedir anistia
E um humorista ser perseguido pela própria piada

Revolucionários reacionários
Negros racistas 
feministas carentes
e egoístas coletivistas

Toca Raul aí 
me passa o Narguilé 
esta tocando bosta nova na TV
estão indo tão a fundo em tudo
e tudo é tão Roots
is all complete nonsense:

Cavalo Piancó, dança de ciranda
o Coco, é Dança de São Gonçalo
Dança do Lelê, e ninguém mais lê
é o Espontão, Frevo de Pernambuco
é o Maculelê, Pagode de Amarante 
Tambor de Crioula, Torém 
bullshit
bota mais carne seca na feijoada,
é o retrocesso da razão
é o futuro esquecido
é o improgresso da nação!

Legalizem já
o meu direito de pensar
de concordar e descordar
de ir  e vir
de gritar ou me calar
de curtir ou não curtir
o mais novo post
daquele vlog
daquela foto no Instagram 
da panicat semi nua
do mais novo flagra daquele artista
da novela das oito
da rede Globo de televisão!
que caiu na rede sem permissão
e virou um viral
que rendeu bem mais de um milhão!

E o que será que dirá em sua defesa meu irmão?
Você vai gritar, você vai xingar, espernear
você vai mentir, caluniar, e escorregar
tropeçar em suas próprias palavras
e vai ser aquela quizumba na rua
uns gritando coxinha, outros frutinha
uns querendo tarifa zero outros bolsa família
pedindo colo e forca ao mesmo tempo
Ó pátria amada idolatrada salve, salve!

O Estado mãe de tetas gordas
derramando leite na boca
daquele cidadão, que desperdício!
quanto leite desperdiçado
esse marmanjo já deveria ter se desmamado
e aprendido algum oficio,
alguma profissão!

São tantas letras que confundem as cabeças
de quem já não quer pensar, não!

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia?
Será que vem da Lei Rouanet o que será
Que nem dez mandamentos vão conciliar
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo!

Igor Motta
06/01/2015