Definitivamente eu não acho justo,
Esta decadência já existia,
muito antes de eu vir ao mundo,
Nasci entre o fascínio e as facilidades,
dos vícios e do consumo,
mas sem estrutura, vi um pequeno castelo desmoronar,
O pai que eu achava possuir tudo,
mas que na verdade só tinha tomado emprestado,
Um dia o tudo que eu via foi devolvido,
devidamente ao seu verdadeiro dono.
Então entre a infância e a mocidade,
pra mim foi um pulo, a inocência,
a virgindade; e as dores dos adultos,
sentia e os tomava como se a mim pertencia,
brinquei de Deus correndo sobre corda bamba,
pois bem, sim foi por Deus que deveras não cai.
O tempo nunca foi tão amigo assim, sim ele cura chagas ,
mas também nos cria rugas, ele carrega as mágoas e em contra ponto,
nos deixam as culpas.
Conheci ainda muito cedo, a cor de sangue, está cor que me ainda repugna,
quando ainda criança na madrugada ouvia, estalos, como bombinhas, morteiros,
e vi na casa vizinha uma poça vermelha e um corpo carregado do velho comerciante,
que por não ter pago aquela velha propina, fora fuzilado e seu corpo deixado debaixo do chafariz.
Da mocidade até minha vida adulta, ainda não entendo como as coisas são,
pra que tamanha crueldade se da vida tudo fica, a morte não carrega coisas,
nem mármore, nem carros, nem statos e coisa alguma, apenas sua degenerada alma.
Não acho justo,
já haviam guerras, drogas e ganancia antes no mundo,
Nenhuma Mãe ou Pai gosta daquela velha malcriação de criança,
quando presenciando suas inúmeras brigas,
diz, eu não pedi pra nascer, e quando os filhos lhes vem pedir ajuda,
muitas vezes ficam em cima do muro.
Não tardou, pintou a fuga em rabos de saia,
gravidez, abortos e mais sangue!
Noivado forçado, trabalho sujo.
Traição! Ah fera maldita,
não se trata uma ferida de uma traição, está fica,
você pode perdoar mas tudo pela frente já não é confiável,
Nem amigos, mulheres nem nada, tudo te ameaça.
Mas enfim quando um dia você realmente vê, ela passa.
Pinta uma nova cilada, paixão, devoção e quando os planos surgem novamente, um banho de água fria.
Esfria, você chega a não achar mais graça, e ao seu redor, todos estão ali,
a desfrutar, sei que todos sofreram ou sofrem algo, mas realmente a minha frente só desgraça.
Sei que pinto um quadro obscuro, mais de muitos, crio piada.
Mas não sou palhaço e acabo sendo rude e assusto desavisados.
A grana não vem, o carro, a casa e o maldito statos,
sou bom em encher folhas de palavras, mais nada.
Vida injusta, me prega peças, quando deparo com mortes na "estrada"`
àquela namorada, que deixei plantada, que em uma carta me culpava por toda a sua dor.
O amigo e os planos de escrever juntos, a doença o levou,
e a pouco, a morte novamente bateu nas portas do meu novo amor.
Porque Deus destas amarras? não pude fazer nada, vida desgraçada
de quem ainda roga por paz.
Não acho justo,
vir ao mundo sem um manual explicando como é que se faz.
Igor Motta
24/10/2012
ALÉM, VEM SER
Além, vem ser...
Que o futuro venha
e que nos dê uma nova manhã
que arraste as grades que nos norteiam
da violência cega de nossas vidas afã
que a rebelião das ruas
sejam a pronunciação,
de uma nova era
de paz e evolução.
Que cada ser encontre em si
a clarificação,
entendam que unir-se
já é uma revolução!
Os bravos bradam,
os covardes atacam,
mas sempre vence
a razão!
Na luta,
vencem os ousados,
e quem recua,
é quem está acostumado à submissão,
Vencer não está em dados,
e nem só em apontar culpados,
é enxergar o que está errado,
e propor uma alteração!
Os dias cantam ao nosso lado,
o amor é um resultado.
quando se tem a união,
vencer é apenas um detalhe da canção.
Além, vem ser
o que nos espera,
um porvir de uma primavera
em meio a tiros de canhão!
Igor Motta
2013