Terminei de ler o livro biográfico da banda Alice in Chains, que em minha humilde opinião foi e ainda é, a banda mais original daquela cena dos anos 90 conhecida como Grunge, onde juntamente com outros grandes expoentes da época, como as bandas Nirvana, Pearl Jam e o Soundgarden, formaram uma espécie de big four de Seattle.
Antes de falar do livro, que por sinal gostei muito, gostaria de falar do impacto que o dito movimento Grunge teve em mim. Eu sou um fã do gênero musical rock desde muito cedo, ainda na infância, e foi na minha pré-adolescência e adolescência que influenciado pela onda metaleira pós rock in rio, tornei-me um aspirante a Headbanger. Antes do metal o hard rock era a minha praia, Kiss, Guns and Roses, Europe e etc, eram as bandas que eu mais ouvia, sempre fui muito eclético em se tratando de rock e hoje música em geral, porém como todo adolescente queria fazer parte de algum grupo. E os grandes lançamentos daquele final dos anos 80 e começo dos 90, é que me fizeram a começar ouvir metal, a pedra fundamental foi o Sepultura, daí vieram outros nomes como Iron Maiden, Metallica, Saxon, Judas, Ozzy, Dio e etc, apesar de eu gostar de Thrash/Death Metal, foi na onda New Wave of British Heavy Metal que eu me identifiquei mais, até hoje. Então no visual não poderia ser diferente, camisetas de banda, calças pretas, correntes, anéis, tênis de cano alto, botas e coturno, eram praticamente nossos uniformes, mais o cabelo comprido e ensebado. Só que na periferia de São Paulo daquela época, as turminhas eram bem divididas, Punks, Skinheads e Metaleiros se viam como rivais. Mas por incrível que pareça eu sofri bullying dos próprios Headbangers mais velhos, que era normal, até como uma espécie de rito de iniciação, mas no meu caso as intimações (termo como era conhecida na época, onde você teria que provar seus conhecimentos musicais), tornaram-se rotineiras, me valendo algumas camisetas e porradas, que recebia dos famosos “corredores polonês”, porém não eram estas coisas que me desanimavam mais e sim o fato de não ser aceito, havia um grande preconceito com a minha aparência, parecia que eu tinha "muito boa aparência" para fazer parte daquela turma, me chamavam de "cara de boyzinho", e essa rixa aumentou mais, quando comecei a namorar uma garota Headbanger cobiçada no meio dessa galera. Lembrando destas histórias, as acho hilárias, até por quê sou amigo de muitos destes caras até hoje.
Falei de tudo isso para que tenham a ideia de como o movimento Grunge foi libertador, na época ainda não usávamos este termo e sim o termo "Alternativo", as bandas que surgiram no começo dos anos 90 e culminaram no Mainstream, fizeram com quê, a grande parte da juventude da época, abrissem suas cabeças para novas possibilidades, mudando não apenas os gostos musicais, mas também o comportamento de uma geração. O grunge é geralmente caracterizado por ser um estilo livre, fundiu vários elementos do rock em seu som, Hard, Metal, Punk, Classic Rock e etc, e por isso é interessante observar as grandes diferenças entre as bandas do mesmo movimento. O grunge tornou-se comercialmente bem-sucedido na primeira metade da década de 1990, devido principalmente aos lançamentos de Nevermind, do Nirvana, Ten, do Pearl Jam e Dirt do Alice in Chains, as três bandas possuem estilos tão próprios que se não houvessem inventado o termo grunge seria muito difícil classificá-las. Paralelamente, eu já estava ouvindo e conhecendo mais o nosso rock nacional, que por si só já era um movimento mais despojado e livre do que outros, no visual também, Renato Russo foi o grande ídolo juvenil roqueiro, mas com o visual de professor de geografia. O visual do grunge assim como seu estilo musical também foi o dos mais livres. Segundo a Wikipédia:
"As roupas comumente usadas pelos músicos grunge em Washington consistia de itens de brechós e típicas roupas (principalmente camisas de flanela) da região, bem como uma aparência geralmente desleixada. O estilo não desenvolve uma tentativa consciente de criar uma moda atraente; o jornalista musical Charles R. Cross disse: "Kurt Cobain era muito preguiçoso para lavar o cabelo", e Jonathan Poneman, da Sub Pop, disse: "Isso [roupas] é barato, durável e é uma espécie de intemporal. Também corre na contramão da estética toda chamativa que existia na década de 1980."
Então eu entrei de cabeça, cortei o cabelo, larguei meu visual Headbanger, comprei camisas de flanelas e voltei a usar minhas calças velhas surradas e desbotadas, meu gosto musical deu um salto e mergulhei não só no som da época mas em toda história do rock, aí veio a literatura e um olhar menos preconceituoso pela nossa própria música. Foi assim que o grunge me libertou.
Quanto ao livro, o Alice in Chains foi uma daquelas bandas que deixei de ouvir por muito tempo evitando me deprimir, passei por períodos nebulosos e o som da banda além de toda áurea sinistra dos músicos, ajudava baixar completamente meu astral, coisa que superei hoje. Voltar a ouvir Alice in Chains depois de um tempo é muito inspirador e revelador, como talentosos estes caras foram e ainda são no que fazem! Sua música é climática, pesada, melodiosa, suas letras são profundas, as harmonias vocais criadas pelo vocalista Layne Stanley e pelo guitarrista Jerry Cantrel são únicas e sensacionais, a cozinha perfeita de Mike Starr (baixo) e Sean Kinney (bateria) éra outro ponto alto da banda, que continuou com a ótima qualidade com os outros dois componentes posteriores Mike Inez (baixo) e William DuVal (Vocal/Guitarra). A história do Alice in Chains é trágica mas também é uma história de aprendizagem, foi muito bem contada neste livro de David de Sola e por isso eu o indico hoje neste meu humilde blog. Abaixo um trecho de uma resenha do site www.opoderosoresumao.com e o prefácio do livro, tenham uma boa leitura.
Quanto ao livro, o Alice in Chains foi uma daquelas bandas que deixei de ouvir por muito tempo evitando me deprimir, passei por períodos nebulosos e o som da banda além de toda áurea sinistra dos músicos, ajudava baixar completamente meu astral, coisa que superei hoje. Voltar a ouvir Alice in Chains depois de um tempo é muito inspirador e revelador, como talentosos estes caras foram e ainda são no que fazem! Sua música é climática, pesada, melodiosa, suas letras são profundas, as harmonias vocais criadas pelo vocalista Layne Stanley e pelo guitarrista Jerry Cantrel são únicas e sensacionais, a cozinha perfeita de Mike Starr (baixo) e Sean Kinney (bateria) éra outro ponto alto da banda, que continuou com a ótima qualidade com os outros dois componentes posteriores Mike Inez (baixo) e William DuVal (Vocal/Guitarra). A história do Alice in Chains é trágica mas também é uma história de aprendizagem, foi muito bem contada neste livro de David de Sola e por isso eu o indico hoje neste meu humilde blog. Abaixo um trecho de uma resenha do site www.opoderosoresumao.com e o prefácio do livro, tenham uma boa leitura.
"Dotada de uma pesquisa meticulosa, principalmente nos anos iniciais, a fluída e reveladora narrativa traz à tona detalhes preciosos da banda que fora a primeira da cena de Seattle a obter um contrato com uma grande gravadora, a conquistar sucesso mercadológico e, tempos depois, ajudaria a alavancar toda a cena alternativa mundo afora. Outro ponto positivo é o fato de De Sola não se ater somente a carreira da banda em si, já que o autor busca as raízes históricas, mesmo que de forma breve, da infância e adolescência de cada um dos integrantes. A atenção a este ponto ajuda a elucidar muitos aspectos que futuramente fariam parte da composição sonora do grupo.
Como era de se esperar, a trajetória de Laney Stanley ocupa grande parte da obra e demonstra a degradação do artista que, quando em sã consciência, era uma pessoa doce, amável e carinhosa, mas se transformava em alguém sombrio sob efeito de drogas. De certo é que a força motriz do Alice in Chains resida justamente neste aspecto nebuloso, o preço por levar ao extremo de excessos acabou por consumir um dos maiores e mais versáteis vocalistas da história do rock.
Por mais que o livro careça de uma profundidade maior daquele período, marcado por inúmeras transformações sociais através da música no qual a banda fora umas das protagonistas, Alice in chains: a história não revelada é leitura obrigatória para compreender não só que Alice In Chains é uma das melhores bandas de todos os tempos como também serve como exemplo de superação e perseverança. Prova disso é que hoje a banda segue na ativa tendo Willian Duvall nos vocais e Mike Inez no baixo." (Texto de Bruno Lisboa em 16/11/16)
Fonte: http://www.opoderosoresumao.com/
A HISTÓRIA NÃO REVELADA
David de Sola
(Edições Ideal, 2016)
O Alice in Chains esteve entre as vozes mais altas de Seattle. Foram pioneiros icônicos que mesclaram o grunge ao metal de maneiras que continuam a influenciar os artistas contemporâneos, e sua história envolve trabalho duro, autodestruição, um renascimento das cinzas e o prosseguimento de um legado duradouro.
Quatro anos depois de seus integrantes se reunirem pela primeira vez num depósito sob a Ballard Bridge, em Seattle, o Alice in Chains se tornou o primeiro dos quatro gigantes do grunge – antecedendo o Nirvana, o Pearl Jam e o Soundgarden – a conseguir um disco de ouro e alcançar reconhecimento nacional. Com o carismático Layne Staley ao microfone, se tornaram uma das mais influentes e bem-sucedidas bandas provindas da cena musical de Seattle. Porém, à medida que a banda crescia, cresciam também seus problemas.
O renomado jornalista David de Sola se aventura sob os segredos, as fofocas e os rumores em torno da banda para contar sua história completa pela primeira vez. Baseando-se numa vasta gama de entrevistas com pessoas com conhecimento direto sobre a banda, muitas das quais falaram em público pela primeira vez, o autor explora como as drogas quase destruíram a banda e levaram as vidas de Staley e do baixista original, Mike Starr, e relata a ressurreição da banda com o novo vocalista, William DuVall.
Dos esforços anônimos até o topo das paradas com hits como “Would?”, “Man in the Box” e “Rooster”, Alice in Chains: a história não revelada mostra os membros da banda não como caricaturas de rock stars, mas como seres humanos brilhantes, imperfeitos e dotados de nuances, cujos anos de trabalho duro levaram ao sucesso que pareceu chegar da noite para o dia e mudou a cultura musical para sempre.
Sobre o autor:
David de Sola é um jornalista norte-americano e já atuou na CNN, no programa 60 Minutes e na agência Reuters, além de ter trabalhos publicados em The Atlantic, The Huffington Post e outros veículos impressos e digitais. Vive em Los Angeles.
Visite seu site www.daviddesola.com e siga-o no Twitter, @daviddesola.
“David de Sola explica em detalhes fascinantes como o Alice in Chains se tornou uma das bandas mais importantes a emergir da cena roqueira de Seattle e lança nova luz sobre os impulsos obscuros que os levou tanto à grandeza quanto à tragédia. Para ler compulsivamente.”
– John Jobling, autor de U2: The Definitive Biography
IMPRESSÕES SOBRE O LIVRO
“Uma abordagem estelar de fontes documentais intercalada com uma profundidade incrível por entrevistas totalmente novas é o que faz desta a primeira biografia abrangente do Alice in Chains. A maioria das bandas de rock só pode almejar este nível de respeito e dedicação ao ter sua história contada.”
– Nick Soulsby, autor de I Found My Friends: The Oral History of Nirvana
“Uma história bem documentada de uma das bandas mais importantes e influentes a emergir da cena de Seattle. O livro vai agradar tanto aos fãs do grunge quanto aos de metal.”
– Mark Yarm, autor de Everybody Loves Our Town: An Oral History of Grunge
“David de Sola traz uma sensibilidade refinada à história do Alice in Chains… O autor situa habilmente a sonoridade, a atitude e o estilo de vida da banda no contexto de uma época e um lugar particulares… Um livro de fontes pesquisadas à exaustão.”
– Kirkus Reviews