quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SOLITUDE


Recluso nos meus sonhos
quieto no meu canto
vendo a vida pela janela
a chuva rala lá fora assola
meus pensamentos devaneios

ouço gritos silenciosos
ecoando de minha mente
solitude e imagens
de ritos do ocidente
refúgio dos solitários

meus livros na estante
cantam em meus ouvidos
a cada palavra que leio
em frente decifro os signos
me encanto com a sombra
de meus dedos

Gótica interpretação do mundo
a cidade é lúgubre
armadilhas se enfileiram
nas esquinas na madrugada
não escapamos dos olhos 
que nos fitam!

Desejos são mortais
Não há mais sentido 
em procurar prazeres enlatados
a culpa só aumenta
a cada passo que se alivia

Permaneço atento e calado
a escrita é minha mania
se faz cair em dedilhados
criando alguma harmonia 
para acalmar tempos tempestuosos

Me exercito em não olhar para trás  
por mais de alguns segundos
como um poema inacabado
que devemos continuar
vejo a vida de uma redoma, 
hoje muito mais lúcido

E por hora é só isso que tenho a dizer...

Igor Motta

2015

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