Egos digitais
Narcisos eletrônicos
Vitrines vivas
Atrás de uma tela
Se auto retratam
Felicidade enlatada
O pequeno universo
Particular
Se expande
Lamentações
Paixões
Voyeurismo
O homem máquina
Se conecta
Se espalha
O ser
Se multiplicou
Viralizou!
O mundo
Agora
Google
Covardia
Coragem
Camuflada
Guerra
Política
Plásticas
Futilidade
Realidade
Reacionária
Informatizados
Neo religião
Deus megabytes
2015
É quando na hora mais turva
em que toda luz se apaga
o lado escuro da lua
o cheiro de guerra
o sangue na rua
Chuva ácida
de lágrimas e culpa
os sonhos perversos
o sexo e o vinho
as curvas no caminho
A morte, esperança
o forte e o fraco
a descrença na fé
a cruz e o fuzil
o fogo e o pavio
As almas, música
medo, poesia
fracassos, sucessos
soldados, os porcos
que governam
Os povos,
iluministas
sem mais horas
espectro vibrante
espíritos vagantes
Nos escapa
pelas frestas
escoam pelo ralo
os ratos
as serpentes
Mulher
me ouça
se cale
se vista
Ventríloquos
discursam na TV
plateia cheia
marionetes apostos
O circo,
palhaços bêbados
vadios
cicuta
2015
Vagarosa névoa que no céu se expande,
desce ao chão numa neblina fina,
assusta o gato que no beco se esconde,
molha a minha face com sua garoa fria!
Ouço passos que a mim se aproximam,
calculo quatro passos sob a lua que ilumina,
uma lâmpada se apaga no poste de luz,
sensações me tomam de medo e adrenalina!
Um casal que em largos passos, passam por mim ligeiros,
em seus rostos semblantes de apavoro e receio,
dou-lhes um boa noite para quebrar o gelo
e continuo minha jornada rumo ao nevoeiro!
2015