por Fernando Rosa
Disputado por gringos
A Rolling Stone, em sua edição nacional de número 4 (21 de janeiro de 1972) publicou um anúncio de página inteira com o disco. Está escrito: "Nosso som é o som do mundo para ser sacado e curtido - Módulo 1000", com a foto do quarteto e a capa do disco trazendo apenas o nome da banda e da obra, Não Fale Com Paredes. Uma estréia que prometia, mas que encontrou barreiras até dos setores mais roqueiros da mídia, inclusive da versão brasileira da famosa revista americana.
A razão da reação adversa de alguns é, ao mesmo tempo, o grande trunfo do álbum: o som progressivo, altamente técnico, que, ao contrário das críticas, não deixava de manter o pé no rock e na psicodelia. Em suas nove músicas, Não Fale Com Paredes é um exercício de criatividade instrumental que, atualmente, pode se nivelar aos melhores discos do gênero produzidos no exterior. Um aviso no LP reflete a preocupação do grupo com a qualidade da produção: "O tempo de duração de cada face do disco foi limitado a 16 minutos para proporcionar uma excelente reprodução sonora". Objetivo alcançado, pois ainda hoje causa surpresa aos novos ouvintes o resultado do álbum, gravado por jovens que tinham idade média de 20 anos e com as conhecidas (e precárias) condições técnicas nacionais da época.
Não Fale Com Paredes também é assíduo frequentador das want lists (procurados) de colecionadores internacionais de discos raros de psicodelia e de progressivo. Sua capa está no livro 2000 Record Collector Dream e uma de sua músicas - "Lem-Ed-Êcalg" (glacê de mel invertido) - integra a coletânea Love, Peace & Poetry - Latin American Psychedelic Music, ao lado do conterrâneo Som Imaginário.
Mesmo assim a sina de Não Fale Com Paredes parece ser permanecer no anonimato. Tanto que já é candidato a se transformar em disco perdido também na era digital. Remasterizado, com capa original de papel e encarte com as letras, ganhou versão em CD, sem que ninguém tenha dado conta. Originalmente gravado pela Tope Tape, a reedição caprichada, limitada e provavelmente esgotada é da Zaher Zein/ Projeto Luz Eterna.
Fonte: revista Show Bizz edição 182 - Ano 15 nº9 - Setembro de 2000, velhos recortes de meu arquivo pessoal e Google.
Recebi via Facebook uma atualização de dados sobre a banda por um dos fundadores do Módulo1000, Daniel Cardona o qual público aqui na íntegra:
Daniel Cardona Romani
Integrantes
Luiz Paulo Simas (Órgão, Piano e Vocal)
Eduardo Leal (Baixo)
Daniel Cardona Romani (Guitarra e Vocal)
Candinho (Bateria)
PARABÉNS MODULO 1000.
ResponderExcluirSOU FAN DE VOCÊS DESDE O INÍCIO DA CARREIRA.
QUERO SABER MAIS NOTICIAS DE VOCÊS E DOS PRÓXIMOS PASSOS.
UM ABRAÇÃO E SUCESSO!!