Preciso urgentemente alienar-me
A ignorância é uma dadiva
O saber um castigo,
em dois me divido e me desfaço,
Preciso marcar os meus passos,
Andar em linhas retas, o meu fracasso,
lidar com o contínuo,
saber se digo ou apenas finjo!
A verdade afasta
o falso concilia
deixarei à arrogância
pra confraternizar alguma alegria!
Preciso me entorpecer
com toda facciosa ideologia,
voltar a crer em contos de fadas
e na bondade do ser.
Preciso urgentemente alienar-me
sem alvoroço ou alarde,
Juntar-me a massa festiva
tapar os olhos em imediatismo,
Não preciso de tanto realismo,
preciso que decidam minha vida,
mergulhar nessa euforia
ficar embevecido sem sabedoria!
Preciso calar-me
dançar e cantar em frenesi,
Ser o braço de qualquer trabalho,
e louvar em todo carnaval:
O poeta tosco,
O gênio imaginário,
O herdeiro de qualquer Aurélio,
Vibrar com o seu cancioneiro.
2014
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