sexta-feira, 2 de junho de 2017

MOTO PERPÉTUO & VÍMANA (HISTÓRIAS DO ROCK NACIONAL)

































Pra quem ainda acha que o rock nacional nasceu nos anos 80 ainda hoje, mesmo bombardeados por informações de tudo que é mídia, sem dúvida nenhuma, realmente podemos afirmar que o povo brasileiro não tem memória. Já se fazia rock aqui até antes da Jovem Guarda, mas nos anos 70, houve não só aqui mas, em grande parte do mundo, uma explosão de bandas fazendo o que chamamos de rock progressivo (Rock progressivo também abreviado por prog rock ou prog, é um subgênero do rock que surgiu no fim da década de 1960, na Inglaterra. Tornou-se muito popular na década de 1970 e ainda hoje possui muitos adeptos.) foi um verdadeiro Zeitgeist pós hippie. E alguns ícones da música pop nacional e da MPB também beberam desta fonte, influenciados em grande parte pelas bandas gringas como Yes, Genesis, Pink Floyd,  Emerson, Lake & Palmer, King Crimson e etc. Das figuras mais notórias do cenário nacional, duas bandas abrigaram hitmakers do pop nacional e do que chamam de BRrock dos anos 80, como Guilherme Arantes, Lulu Santos, Ritchie e Lobão, foram essas Moto Perpétuo e Vímana, bandas que hoje figuram nas listas de colecionadores do gênero e curiosos fãs de música como eu.

Moto Perpétuo





























Moto Perpétuo foi uma banda brasileira de rock progressivo dos anos 1970. Participaram da banda o cantor e compositor Guilherme Arantes (piano e vocais), Egydio Conde (guitarra solo e vocais), Diogenes Burani (percussão e vocais), Gerson Tatini (contra-baixo e vocais) e Cláudio Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocais).

A banda foi formada em 1973, quando Guilherme Arantes e Cláudio Lucci se conheceram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Logo convidaram Diógenes Burani, velho amigo de Arantes, e em seguida Gerson Tatini e Egydio Conde. A banda contou com o apoio do empresário Moracy do Val, que havia acabado de lançar o grupo Secos e Molhados, sucesso absoluto na época.


O Moto Perpétuo lançou, em 1974, um álbum homônimo pela gravadora Continental, notadamente influenciado pelo Clube da Esquina e por famosas bandas de rock progressivo como o Genesis e Yes - influências estas que, entre outras, se fariam sentir na primeira fase da carreira solo de Guilherme Arantes. Este álbum foi remasterizado e já pode ser encontrado em CD, graças ao trabalho de Charles Gavin, dos Titãs.

Em 1975, Guilherme Arantes segue para sua bem sucedida carreira solo, estourando nacionalmente em 1976 com o sucesso de "Meu Mundo e Nada Mais", trilha sonora da novela Anjo Mau da Rede Globo. O guitarrista Egydio Conde, por sua vez, foi integrar a banda "Som Nosso de Cada Dia".




















No entanto, as atividades do grupo não se encerrariam em 1975, já que, em 1981, três dos membros do Moto Perpétuo - Cláudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani - voltariam a se reunir, desta vez para gravar o álbum São Quixote. A banda foi completada pela vocalista e violonista Monica Marsola. Houve ainda a participação especial de Guilherme Arantes tocando moog e piano em cinco faixas do LP, gravado pelo selo independente Lira Paulistana.
Fonte: Wikipédia

Músicos:

Guilherme Arantes - Teclado, Vocal
Egydio Conde - Guitarra, Volcal
Burani Diogenes - Percussão, Vocal
Gerson Tatini - Baixo, Vocal
Claudio Lucci - Violão, Cello, Guitarra e Vocal 

Diógenes Burani - Memorial

*10/02/1948
+14/04/2017

Hoje faleceu Diógenes Burani - maestro e multi-instrumentista. Tocou no Moto Perpétuo (com Guilherme Arantes) e no grupo O Bando. Gravou também com Gal Costa e Walter Franco.

Guilherme Arantes (nota no Facebook): 
Diógenes : um profundo respeito, é o que eu sinto. Saudades. Parte para o outro plano um dos amigos mais marcantes da minha vida, e se eu considerar o período seminal dos anos de 1971 até 1973, a figura mais influenciadora e imorredoura, sem a menor comparação - ninguém marcou mais a minha vida, e você pode até espernear aí de cima, mas o Universo sabe que eu fiz a mesma coisa na sua vida !  Devo tudo a você, mestre... Pra mim, estará sempre naquela pequena moto alemã, Zundapp, com seus cabelos de Easy Rider,suas idéias e seu espírito revolucionário e questionador. Eu, pouco mais que um adolescente, seguiria eternamente na "carona" do Diógenes, encantado com sua liberdade, com sua luta, com sua determinação e talento geniais, um músico e criador desses transformadores do mundo com seus delírios fundamentais. Meu querido irmão de tantos sonhos, de tantas tardes no seu apartamento ali no coração do Bexiga, com sua mãe querida, dona Santina, fazendo tudo para nos agradar. Você estudando a sua bateria monumental, incomparável, criando temas que jamais esquecí, ao violão, e mais tarde, se dedicando ao piano e teclados. Música, a sua Alma. Seu negócio no mundo sempre foi criar, criar, criar, com dignidade e sublime resiliência. Um guerreiro das causas mais elevadas e malucas que a nossa geração foi capaz de engendrar. Muitas delas, impossíveis, e por isso mesmo, indispensáveis para o Universo. Vai aqui meu respeito eterno por você : visionário. Paz e Iluminação. Não estou de luto. Estou com você, de luta.
Fonte:http://www.rockbrasileiro.net

Discografia

Moto Perpétuo (1974)


   





















01. Mal O Sol
02. Conto Contigo
03. Verde Vertente
04. Matinal
05. Três E Eu
06. Não Reclamo Da Chuva
07. Duas
08. Sobe
09. Seguir Viagem
10. Os Jardins
11. Turba







Vímana


























Vímana foi uma banda brasileira de rock progressivo da década de 1970 que passou por quatro fases distintas. Contou com Ritchie (vocal e flauta), Lulu Santos (vocal e guitarra), Luiz Paulo Simas (teclados), Lobão (bateria), e Fernando Gama (baixo). No final dos anos 1970, o Vímana chegou a ensaiar com o tecladista suíço Patrick Moraz (ex-Yes). A expulsão de Lulu Santos da banda por Moraz acabou por desfazer o grupo.






































História

Originalmente a banda contava com Luiz Paulo Simas (teclados) e Candinho (bateria), vindos da banda Módulo 1000, Lulu Santos (guitarra e vocais) e Fernando Gama (baixo), ex-membro do Veludo Elétrico . A banda realizava apresentações e os quatro trabalhavam como músicos de estúdio para outros artistas. Com a saída de Candinho, em 1975, Lobão e Ritchie entram para a banda , que tornaram-se a formação mais conhecida do Vimana. Com sucesso, a banda lançou, pela Som Livre, o compacto Zebra, além de ter gravado um LP inédito até hoje, arquivado na época com a alegação de não haver público para o rock no Brasil.





























Pouco depois, a banda conheceria depois Patrick Moraz (ex-Yes). O músico suíço pretendia montar um novo grupo, intitulado Patrick Moraz Band e formado pela maioria dos integrantes do Vímana, com exceção de Lulu Santos, a quem o tecladista desprezava. A expulsão de Lulu do Vímana por parte de Moraz ocasionou desentendimentos entre o ex-músico do Yes e os outros integrantes, dissolvendo a banda. Ritchie, Lobão e Lulu Santos se dedicaram a carreiras solo de grande sucesso no rock brasileiro dos anos 80. Patrick Moraz, por sua vez, se encontra em carreira solo, em trabalhos voltados para o piano.
Texto: Wikipédia



































































Integrantes:

Primeira Formação (1974-1975)

Lulu Santos (Vocal e Guitarra)
Luiz Paulo Simas (Teclados)
Fernando Gama (Baixo e Vocal)
Candinho (Bateria)

Segunda Formação (1975-1977)

Lulu Santos (Guitarra e Vocal)
Luiz Paulo Simas (Teclados e Vocal)
Fernando Gama (Baixo)
Ritchie (Vocal e Flauta)
Lobão (Bateria)

Terceira Formação (1977)

Lulu Santos (Guitarra e Vocal)
Luiz Paulo Simas (Teclados e Vocal)
Fernando Gama (Baixo)
Ritchie (Vocal e Flauta)
Lobão (Bateria)
Patrick Moraz (Teclados, Ex-Yes)

Quarta Formação (1977-1978)

Patrick Moraz (Teclados)
Luiz Paulo Simas (Teclados e Vocal)
Fernando Gama (Baixo)
Ritchie (Vocal e Flauta)
Lobão (Bateria)























Discografia

Zebra (1977) [EP]
























01. Zebra
02. Masquerade

On The Rocks (1977)
























01. Perguntas (Ao vivo no MAM)
02. Masquerade (Ao vivo no MAM)
03. On the rocks (Ao vivo no MAM)
04. Cada vez (Ao vivo no MAM)
05. Zebra (Estúdio)
06. Maya (Com Luiza Maria)
07. Lindo Blue (Com Walter Franco, Sergio Dias e Arnaldo Baptista)
08. Masquerade (Estúdio)
09. Avô do Jabor (Com Marília Pêra)
10. Perguntas (Ao vivo no Hollywood Rock 75)
11. Riacho do navio (Com Fagner)
12. Antonio Conselheiro (Com Fagner)



Um comentário:

  1. Se o autor do texto for no Youtube, verá que há uma parte da história da banda que até, então, estava perdida. É a banda ainda usando o nome Moto Perpétuo, em 1979, já com a Massola e Elba Ramalho no vocal principal, tocando, em um festival de música da saudosa e extinta tv Tupi, a bela música progressiva América. Essa música só saiu em 1981 no álbum São Quixote e com a Massola no vocal principal. Guilherme Arantes, no mesmo festival de 1979, estava presente participando com outra música. Isso faz parte da história do Moto Perpétuo. O finado batera Burani Diogenes foi antes de uma banda conhecida, O Bando, que lançou um ótimo lp psicodélico em 1969.

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