segunda-feira, 3 de abril de 2017

EL AURA (DICA DE CINEMA)






































Podem me chamar do que quiserem, ante-patriota, puxa saco de los hermanos, não dou a mínima e a verdade é que depois que eu conheci o cinema argentino perdi totalmente o interesse pelo nosso cinema brasileiro. Sim, existem exceções só que são poucas, e definitivamente até hoje nenhum filme argentino me decepcionou. Devíamos aprender com eles, principalmente a escrever bons roteiros. Por isso hoje minha dica é para El aura filme de 2005 de Fabián Bielinsky, o mesmo diretor do ótimo Nove Rainhas, e mais um filme com o queridinho de todos nós: Ricardo Darín. 

















El Aura (no Brasil A aura) é um filme argentino, espanhol e francês de 2005, do gênero drama, dirigido por Fabián Bielinsky.

É o segundo trabalho juntos realizado pelo diretor Fabián Bielinsky e o ator Ricardo Darín, o anterior foi no filme Nueve reinas de 2000. Foi um dos filmes exibidos na mostra Première Latina, no Festival do Rio em 2005.  























"El Aura" é um filme tão peculiar que os críticos titubearam na hora de encaixá-lo num gênero cinematográfico. "Até para mim é difícil classificá-lo", diz Bielinsky. "Há elementos de policial, mas estão colocados de forma estranha, dispersa, e o ritmo não é o habitual do gênero", cita, com razão.

Por enquanto, a definição que mais agrada ao diretor é a de "policial anômalo". Aliás, na trama e nos personagens de "El Aura", "anomalias" não faltam.

O protagonista, vivido por Darín, não tem nome. Ou melhor, não que se saiba. Com a omissão, Bielinsky quis criar um paralelo entre a situação do espectador -"pessoas que olham no escuro"- e a trajetória do personagem na trama. "Ele percorre a história sem deixar marcas, pegadas. Achei interessante que ele nunca dissesse seu nome e que ninguém o mencionasse."

"Ele" trabalha como taxidermista, portanto, de certa forma, especialista em falsear a morte. Após ser abandonado pela mulher, aceita o convite de um amigo para escapar de Buenos Aires num fim de semana prolongado, indo caçar na Patagônia -em princípio, animais.

Aos poucos, "ele" percebe que há um plano criminoso em curso no chalé em que se hospedaram. Outra anomalia: o dono do local espanca a mulher, 30 anos mais jovem. O amigo "dele" fazia o mesmo em sua casa.

Enquanto observa, de tempos em tempos, "ele" tem a percepção da realidade alterada. São os instantes que precedem suas convulsões epilépticas. É o momento que ele define como "a aura".

Não há dúvida: o segundo filme de Bielinsky não tem parentesco com o primeiro. "Talvez até pelo fato de que havia tanta expectativa [sobre o sucessor de "Nove Rainhas'], eu tenha feito um filme na direção oposta", diz.

O cineasta afirma que, com a mudança, desejava escapar de rótulos e embaralhar as expectativas sobre seus filmes seguintes. "Não quero ficar preso a um só tema ou tipo narrativo." O que Bielinsky gostaria é que, a partir deste momento do "jogo", "ninguém espere nada". O ideal do diretor para seu terceiro filme seria que "as pessoas apenas se sentassem no cinema e dissessem: será como "Nove Rainhas'? Como "El Aura'? Ou como só Deus sabe?".

Da parte dos críticos, ele diz não esperar mais unanimidades. "O sucesso de "Nove Rainhas" não é algo a que deva me acostumar. Um filme que agrada a quase todo mundo é estranho no cinema."

Na crítica argentina, "El Aura" teve mais adeptos do que vozes contrárias. Mas essas também se fizeram ouvir. Normal, sobretudo para um filme anômalo. (por Silvana Arantes)
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0211200506.htm - ilustrada - Folha de S.Paulo - São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2005


























Sinopse

Esteban Espinosa (Ricardo Darín) é um taxidermista e um homem tímido, que passa os dias isolado em sua oficina. Por trás das aparências Espinosa tem um grande sonho de poder: planeja praticar o crime perfeito. Ele decide fazer sua primeira viagem às florestas da Patagônia com o objetivo de caçar. Acidentalmente, Espinosa mata um bandido e descobre um esquema milionário de assalto a um carro-forte. Ele resolve então levar o plano adiante por si mesmo, mas para isso precisa antes superar um mal que lhe acomete: a epilepsia.

Data de lançamento: 15 de setembro de 2005 (Argentina)
Direção: Fabián Bielinsky
Música composta por: Lucio Godoy
Roteiro: Fabián Bielinsky
Produção: Pablo Bossi, Gerardo Herrero, Samuel Hadida, Mariela Besuievsky

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