segunda-feira, 27 de julho de 2015

O ROCK INDEPENDENTE BRASILEIRO (PARTE 6) EL NEGRO

El Negro





















Trio formado em 2012 na capital gaúcha por músicos já experientes de estrada: Mumu (Vera Loca) aqui no vocal e na guitarra, Fabian Steinert (Wishcraftt) no baixo e Leandro Schirmer (Nei Van Sória, ex-Vera Loca) na bateria.

O projeto El Negro é de se arrebatar na primeira escutada. Para quem gosta daqueles power trios obscuros dos anos 1970 vai se deliciar.  Fazem um hard setentista garageiro, orgânico e raivoso. Totalmente diferente do estilo das atuais bandas dos integrantes.

Mumu nos mostra que não é somente um bom baixista, mas sim um músico cheio de potencial. É o carro chefe da El Negro, sua guitarra é que conduz a sonoridade da banda, calcada num concreto de riffs viscerais. Leandro Schirmer nem parece aquele baterista calmo do inicio da Vera Loca. Na El Negro bate muito mais forte e seguro, com uma pegada e viradas pendendo para o metal. E Fabian conduz no limite a cozinha da banda no baixo.

Ao escutar percebe-se a referencia de uma aura Hard Blues setentista e de um Stoner Rock desértico dos anos 1990. Notam-se também vestígios de Jon Spencer Blues Explosion, The Racounters, Wolfmother em certas passagens. Mumu agrega também o Lap Steel para aprimorar o trabalho da banda. Outra influencia congruente dos integrantes é o gosto dos filmes Exploitation, que converge a uma sonoridade que pode ser pensada como trilha para esse movimento cinematográfico.












A banda gravou ao vivo as músicas para o primeiro álbum e soltou o primeiro single e videoclipe da faixa “Pé no Talo”, que resume a proposta do som da El Negro. Para contribuir com o clima pretendido, o registro se deu em uma fábrica desativada de Porto Alegre; aproveitando os reverbs do ambiente amplo. O lugar pode ser visto no clipe da música lançada.

Calçada na sonoridade setentista do Hard Blue e Stoner Rock, embalada por guitarras sujas e raivosas, o power trio lançou recentemente o seu primeiro disco. Com onze faixas autorais, o álbum foi gravado ao vivo em dois dias de gravação em uma fábrica abandonada em Porto Alegre. O registro traz a produção do holandês radicado no Brasil Marcel Van der Zwam, a mixagem de Ray Zimmer e masterização do norte-americano Jim Diamond (ex-baixista da The Dirtbombs e produtor dos dois primeiros discos do The White Stripes).

O disco homônimo pode ser ouvido e baixado gratuitamente no site do grupo. Destaque para canções “O Ponto Mais Alto”, “Estradas Vazias” e “Pé No Talo”, esta última ganhou um clipe produzido pelo coletivo Bluebag da Braddock Filmes.

Confira o vídeo abaixo:

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