sábado, 15 de março de 2014

MORIBUNDA POESIA




Quando a palavra se esforça pra sair
escoa na folha ferida, vai,
o poema quase morto,
tenta uma fresta de luz,

se livrar das amarras
alcançar a ponta da caneta,
moribunda perde a força,
poesia não vive sem paixão
e o poeta sem amor,

como a Ababoeira que não vive sem água
e sem calor, sofre de seca e sede
tenta uma rima pobre
e lembra-se de quando rica

simplesmente enchia uma folha,
agora nem mais uma linha
e morre o poeta e sua poesia
sem ao menos terem sido lidos,

partem o coração do homem
enquanto seu espírito esfria!

"A poesia é a impressão de estar sempre em contato com a morte".
(Heinrich Boll)

2014

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