domingo, 21 de outubro de 2012

EXPRESSO NOTURO

Expresso Noturno (O trem sem rumo)

Quando pegamos o expresso no trem sem rumo,
nos perdemos no tempo e espaço,
a cada trecho e em cada túnel,
vemos imagens em vultos,
Do que um dia fomos nós.

Nossa calma perdida,
Nossos sonhos se esvaem na neblina,
Lá vem chegando o trem noturno,
Talvez este seja a nossa ultima estação,
quando todos voltam,  veem a nossa partida.

Não é de bom agouro olhar pra traz!
A viagem é longa e cansativa,
a cada parada uma nova saída,
não sabemos se podemos mudar,
só sabemos que não é bom ficar.

Tento de toda forma lembrar,
em onde e em que trecho eu deixei escapar,
por entre os dedos, minha vida.
A via ferrea é tão antiga,
desgastada!

Olhos vazios me fitam,
buscam em mim um resquício, uma migalha,
as pessoas sugam umas nas outras suas energias,
todos pensam estar realmente indo pra algum lugar,
mas no trem noturno não há rumo a se tomar.

A vida deveria ser mais vagarosa,
rodar bem mais devagar,
nós deveríamos ter o tempo pra poder olhar,
pela janela da composição,
os horizontes, a vista contemplar.

Igor Motta
21/10/2012

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